Passou o período eleitoral no Brasil.
Estão eleitos os eleitos, os derrotados lambem suas feridas e se perguntam onde é que erraram, o eleitores esperam que os candidatos vitoriosos se tornem prefeitos competentes e que melhorem as condições de vida nas cidades. Porto Alegre, claro, é o que me interessa.
Mesmo longe, acompanhei todo o processo eleitoral através da internet, lendo os jornais e ouvindo rádio. Mas desde muito antes do se iniciar a campanha, já havia imaginado o resultado do pleito. Por várias razões.
A primeira é que estava na hora de haver uma mudança no comando da administração municipal de Porto Alegre. Por quê? Não, eu não achava que o PT era uma tragédia para Porto Alegre. Fez boas administrações, com certeza, assim como tinha deficiências que precisavam (e precisam) ser corrigidas. Mas a necessidade de mudança é também outra.
Depois de muito tempo administrando a cidade, isso acontece em qualquer lugar e com qualquer grupo humano, é inevitável que certas práticas e pequenos defeitos tornem-se arraigados nos meandros das repartições e autarquias. As mesmas pessoas muito tempo nos mesmo lugares acabam “achando-se” donos de tudo, e não servidores públicos. Por isso, de tempos em tempos, é necessária a oxigenação dos quadros. Não falo, claro, de funcionários concursados, mas dos cargos de confiança, as indicações políticas. A burocracia torna inviável o bom funcionamento da máquina pública.
O PT perdeu em Porto Alegre também pelo sentimento anti-PT, assim como tinha perdido a eleição para governador em 2002 pela mesma razão. Por que isso? Muito pela arrogância, o sentir-se “dono da verdade”. Os outros são ruins e são errados, só os nossos são virtuosos. Foi assim, é assim, e durante muito tempo ainda vai ser assim.
Claro que a maioria dos eleitores (e eu me incluía entre eles até a última eleição, este ano não votei por estar longe) não era assim, mas aqueles poucos, “os radicais” são os que mais chamam a atenção, fazem mais barulho. Assim como nem todos os norte-americanos são George Bush, nem todos os eleitores do PT são “xiitas”. Assim como tem os radicais anti-PT. E – acho que todos sabem – fanatismos e radicalismos são sinais de pouca inteligência, não importando para que lado.
Não foi só isso, eu sei. Tem relação também com o governo do Lula, com a frustração da classe média, que esperava que sua situação melhorasse num governo de um trabalhador. Que achava que a política econômica seria diferente da adotada pelo Palocci e companhia. Frustração, e esse foi mais um recado dos votos ao governo central.
Passou a eleição, perdeu o PT, ganhou o Fogaça e uma grande coalizão de partidos que se uniu para sobrepor uma força gigantesca que ele tinha em Porto Alegre, onde não perdia eleição desde 1988. Começa em janeiro uma fase nova em Porto Alegre, e todos torcemos para que o novo governo seja bom, melhor que os anteriores porque depois do dele tem que vir um ainda melhor, e assim por diante.
Vai ser o primeiro governo municipal depois da Constituição de 1988 que não é do PT. Por que isso é importante? Porque foi esta constituição quem fez aumentar de maneira significativa os orçamentos municipais. De 1987 para 1988, o orçamento aumentou muito, justamente quando o PT assumiu em Porto Alegre. Ele teve em suas mãos orçamentos muito maiores que os prefeitos anteriores. E fez muita coisa boa com ele, e podia ter feito outras que não consguiu.
Esperamos que o novo governo possa melhorar a cidade ainda mais.
Um comentário:
Esperando que o Fogaça consiga boas mudanças na nossa área da saúde que está muito doente tanto para os pacientes como para os funcionários da saúde pública.
Zeca
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