domingo, dezembro 12, 2004

A Sopa 04/21

Não sou mais criança. Nem marinheiro de primeira viagem.

Por esta razão, já não tenho mais aquele espírito pequeno de quem sai do Brasil e, quando volta, acha tudo o que é daqui coisa de terceiro mundo e tudo o que vem de fora é que é bom. Achar que brasileiro é um povo menor, mal educado, etc.

Claro que nunca tinha ficado tanto tempo longe de casa. Foram três meses e meio de ausência até voltar para uma visita de duas semanas. Quando falo casa, refiro-me também ao país como um todo, não apenas Porto Alegre ou o bairro ou mesmo a casa onde moro ("minha caaaasa").

Desde o aeroporto em Miami, por vezes tentei me policiar (com sucesso) de dizer "isso é coisa de brasileiro", atitude preconceituosa e algo como um tiro no próprio pé. Nem mesmo quando, uma hora antes do embarque, começaram a fazer fila para embarcar primeiro. Várias pessoas sentadas no chão, jogando cartas, como se tivessem pernoitado ali para garantir o melhor lugar no vôo. Eu sei, todos sabemos, que os assentos são pré-marcados e todos vão embarcar (talvez caso haja um overbooking com upgrade de classe, mas comigo isso nunca vai acontecer). Mas procurei ver isso como ansiedade para chegar em casa.

Agora depois de uma semana de correria entre muito trabalho e alguns eventos sociais, já me sinto totalmente à vontade para poder dizer o que vou dizer, sem o risco de parecer deslumbrado ou metido à besta: como nós brasileiros somos mal-educados no trânsito! Vejam que me incluí na categoria dos mal-educados. Desde a volta (mas não sei por quanto tempo) tenho sido mais tranqüilo e educado que antes, mas eu também era (ou sou, mas agora desacostumado) imprudente no trânsito.

Já não tem como se surpreender com todos os mortos nas estradas ou mesmo no trânsito das cidades. Não respeitamos pedestres, sinalizações, não paramos em semáforos (ou sinaleiras), tudo de errado em matéria de etiqueta em trânsito é - para nós, brasileiros - o habitual.

Somos, sim, subdesenvolvidos. Pelo menos atrás de um volante...

7 comentários:

Anônimo disse...

Não sou um cara que sofre muito com este problema. Como cirurgião, costumo chegar no hospital antes das 7hs e não costumo sair antes das 19 hs. Dessa forma, não costumo ter grande contato com outros motoristas. Quando saio a rua em outras oportunidades, percebo que o motorista, especialmente o gaúcho, não possui critério ao dirigir. Troca de faixa como quem troca de site, não dá sinal, qualquer coisinha pisa no freio,e, parando, os outros , mesmo com espaço para passar, constituem uma enorme fila atrás. Quando queremos entrar numa rua temos que dar sinal meia hora antes. Quando queremos sair de um lugar onde estamos estacionados temo que , praticamente, tocar o carro em cima. Isso tudo sem contar as rotatórias...lamentável .
Um grande abraço do, ainda vivo, Jéferson !

Anônimo disse...

Oi Marcelo,
concordo com vc, infelizmente os pedestres não são nem um pouco respeitados nas grandes cidades. Vc não teve problema para atravessar a rua sem olhar ? Acho que quando for visitar o Rio, terei que ter cuidado redobrado. abraços e divirta-se,

Ana disse...

Oi Marcelo,
O meu ultimo comentario antes da sua viagem ficou anônimo. Beijos para a Porto Alegre, quanto tempo. O brasileiro pode até ser mal-educado no trânsito, mas aquelas estradas, deus me livre, um perigo constante ! Conta ai umas novidades, publica ai umas fotos para eu ver se tudo continua como dantes ! Beijos

Luly :) disse...

Oi, Marcelo!

Se vc dirigir aqui em Campinas, vai ficar doidinho... Aqui é incrível a falta de educação!!! Tentar entrar numa faixa então, nem pensar, tá todo mundo competindo com vc... Eu acho insuportável dirigir aqui!!!

Bjo

Luly :)

Queila disse...

Da ultima vez que estive em São Paulo riram da minha cara quando me viram sair do meu caminho para atravessar na faixa de pedestres.

Q

Allan Robert P. J. disse...

...Isso é porque você nunca dirigiu en Nápoles!
:)

Ciao

Anônimo disse...

e-migrante http://e-migrante.zip.net/

Pois é Marcelo...... a gente aqui vai no cada um por si.. ehhehe abraços!