terça-feira, maio 24, 2005

Paris e outras idéias

Começou ontem, na bela e encantadora cidade que dá título a esta crônica, o torneio de Roland Garros. Apesar de todos considerarem o torneio de Winbledon, quadra de grama, todo o “charme” da nobreza britânica, o mais tradicional torneio de tênis do circuito da ATP, que está para o tênis assim como o Grande Prêmio de Monte Carlo está para a Fórmula 1, eu particularmente prefiro Roland Garros.

Evidentemente que tem a ver com duas razões principais: primeiro, o Gustavo Kuerten foi campeão por três vezes, e, segundo, tenho uma relação de amor incondicional com Paris. A “culpa” desse fascínio que tenho por Paris é da Jacque, mas não é de Paris que quero falar hoje. É um pouco sobre tênis – bem pouco – e sobre a nossa (Brasil) baixa auto-estima como nação.

Como devem saber, o Guga foi eliminado em jogo realizado hoje, perdendo para o espanhol David Sanchez por três sets a um. Não foi uma boa participação, sem dúvidas, além disso, desde que voltou a jogar, após a segunda cirurgia no quadril, não tem conseguido repetir suas boas performances de antes. Nada muito fora do normal, mas ainda não é esse o ponto.

Após o jogo, que acompanhei por aqui, o Terra noticiou “Guga repete o fiasco de 1996 e cai na primeira rodada”. Ao mesmo tempo, na página do torneio era dada a seguinte notícia:


“Despite the typically unfailing support of his legion of fans, Gustavo Kuerten fell in four sets to Spaniard David Sanchez. The 6-3, 6-0, 4-6, 6-1 loss will be hard to swallow for the genial Brazilian, who, even at his beloved Roland Garros, appears to be finding it harder and harder to get his game back on track.”


Sentiram a diferença?

Eu vejo, e assim é em geral. Temos – o Brasil e os brasileiros em geral - por hábito nos diminuir, e fazemos o mesmo com aqueles que se destacam. Parece que é um insulto que algo ou alguém que saiu ou surge no Brasil possa ter sucesso. A exceção que confirma a regra talvez seja com o futebol: nos orgulhamos dos Ronaldos e Cafús que jogam pelo mundo afora. Tirando eles, temos a tendência a nos sentir menos.

Falar mal do país é normal e até esperado.

Eu acho isso de uma estupidez atroz.

E é uma das coisas que mais admiro nos americanos. Independente de quem está no poder, independente de qualquer coisa, eles têm orgulho do país. Se não está bom, tentam mudar, para aquilo que acham o melhor (e não estou julgando o que é melhor).

Esse exemplo podia ser seguido.

2 comentários:

Anônimo disse...

Eu concordo. Brasileiro tem mania de diminuir as pessoas e as coisas. Eu ja conheci muito patriota, Marcelo, mas conheco mais "pessimistas". Abraco

Ana Celia disse...

Oi Marcelo,
realmente e' incrivel como nos temos a mania de diminuir tudo que pertence ao nosso pais...:(

Bjs,
Ana