domingo, maio 22, 2005

A Sopa 04/44

Não há mal que dure para sempre.

Digo isso porque a primavera parece irreversível aqui, o inverno se aproxima no Brasil, e a temperatura cai no Rio Grande do Sul. Hoje, é a primeira vez que observo isso, a temperatura em Toronto e Porto Alegre é a mesma nas duas cidades. Certo, 12ºC não parece muito com a primavera gaúcha, mas aqui certamente o é.

Tudo muda aqui quando acaba o inverno de verdade. A cidade ganha vida, todos os cafés, bares e restaurantes põe mesas nas ruas, as pessoas vão para os parques, para o sol. E essa é uma diferença grande para os lugares em que as estações não são tão claras. Aqui o inverno é inverno, muito frio, neve, pessoas mais em casa (ou praticando os esportes na neve). Após o inverno, as bicicletas, os rollers, tomam conta de tudo. Muitos vão para o trabalho com suas bicicletas e patins, as peles muito brancas começando a tomar colorações róseas.

Isso falando em atividades ao ar livre. Dentro de casa, no recôndito do lar, não faz muita diferença. Ao contrário das condições meteorológicas externas, dentro das casas a temperatura é mais ou menos constante. É a estrutura para o frio, com a calefação que funciona muito bem. Por esse controle ambiental interno, dentro de casa é sempre verão. Na rua -20ºC e dentro de casa posso andar de calção e camiseta. Como tudo na vida, existe o outro lado da moeda. Se por um lado é uma vantagem ter essa temperatura estável, por outro perde-se algumas das coisas boas do inverno.

Não há nada melhor que dormir no inverno. NADA. Certo, certo, eu sei o que vocês estão pensando: chimarrão também é muito bom… sorvete de chocolate (lamento, Pedro), Fanta laranja, etc… Quase ia esquecendo: viajar. Outras coisas até existem que são tão ou melhores quanto, mas morando aqui no Canadá, sozinho, eu quase já nem lembro…

Mas eu dizia que dormir no inverno é uma experiência quase sobrenatural de tão boa. Quem já passou um inverno no sul do Brasil sabe: super-frio na rua, frio até dentro de casa, o que nos obriga a usar pijama, ficar bem encolhido embaixo dos cobertores. Se possível, ir dormir bem cedo. Ver televisão na cama. Pois é, aqui não tem nada disso. Temperatura constante, dorme-se como se estivéssemos na praia, mas sem a brisa do mar.

Falando nisso, após um inverno canadense, entendo porque os locais voam para o sul na primeira oportunidade em busca de sol e calor. Eu, que era um avesso ao sol, tudo o que mais sonho é passar uns dias numa praia, Porto de Galinhas, por exemplo, que é o lugar para onde vou depois que morrer. Já falei disso? Não? Pois é, Porto de Galinha é a minha visão do paraíso.

Mas vamos deixar a discussão metafísica e religião para outro dia. Com chuva, claro.

3 comentários:

Anônimo disse...

Oi Marcelo,
Eu concordo. Todo mundo de roller na rua, nunca vi! Ate eu quero entrar no clima, o problema e que roller se compra, coordenacao motora nao!
Eu nao quero praia nao. Ainda quero o meu friozinho...quando olho cbc.ca e vejo 19 graus...20 graus..meu olho enche d'agua :P Beijos

Anônimo disse...

Vc tem razão Marcelo, nada melhor do que dormir no inverno aqui do
Sul: cobertores quentinhos (de preferência com aquele cheirinho de sol; boa companhia; uma música gostosa ; etc ... Quando estava em Montreal, nem deixava a calefação muito forte, só pra curtir o friozinho ameno dentre de casa. Aqui em Floripa já começou a esfriar e neste final de semana tivemos temperaturas de até 9 graus. O sábado e domingo de sol esplêndido e brisa gelada (considerando que aqui estamos na beira do mar).

Abração! Elisa

Anônimo disse...

Oi Marcelo!
Aqui em POA o outono está com cara de inverno, mas já estava com saudades do frio e das coisas boas que o acompanham, como ir a Gramado e comer fondue (onde fui este final de semana). Concordo que Porto de Galinhas é o paraíso.
Começamos os primeiros contatos e planejamentos para ir ao Canadá.
Maria Jose Zanella