quarta-feira, março 05, 2008

Os Dias Antes da Paternidade – Parte 1

Vocês sabem como é, não?

Chega um momento da vida em que os hormônios se alteram e você começa a olhar de maneira diferente para aquela sua amiga da escola ou da turma da praia. Claro que – muito provavelmente – nada vai acontecer porque você ainda não tem a menor idéia ou experiência no assunto para saber o que fazer, como chegar. Vai levar ainda um certo tempo até que descubra o caminho, a manha, o como fazer. No meu tempo, era mais ou menos assim.

Hoje em dia, as coisas mudaram. Tudo é bem mais simples e direto. Gostou, atacou. Parece que nem precisa gostar, seria algo como produção industrial, a quantidade sendo mais importante que a qualidade. Ficar com três ou quatro meninas numa noite, sem nem saber seus nomes, de onde vêm e para onde pretendem ir, apenas pelo ficar. Se é carnaval, então, a contagem se faz em dezenas. Outros tempos, outros tempos.

Não que eu ache que seja melhor ou pior do que – atenção para a frase que entrega a idade – no meu tempo. É simplesmente diferente, com seus prós e contras. Aliás, você sabe que está ficando velho quando começa a falar “no meu tempo” ou "eu sou do tempo", assim como em “eu sou do tempo do Eskibon de caixinha”. Eu sou, por exemplo. Mas, como o título acima evidencia, não era disso que queria falar. Nem dos passáros e nem das abelhas e nem sobre as primaveras e verões com seus hormônios e poucas roupas.

Dizia eu que chega um momento da vida em que decidimos nos juntar àquela pessoa que, em princípio, vai ser para sempre. Sim, eu sei que nem sempre é realmente para sempre, até que a morte (n)os separe, mas prefiro acreditar que – se estás indo viver com alguém – a intenção é que seja para sempre. Se vai ser ou não, só o tempo dirá.

Então vocês, o casal feliz, decidem viver juntos e para celebrar esse acontecimento, resolvem fazer uma festa. Dependendo das suas tradições e/ou crenças, vocês podem casar perante à Igreja, ou num cartório, ou mesmo apenas festejando com os que são queridos para vocês, jovem casal. Suponhamos que seja um casamento tradicional, na Igreja, com festa após e toda parafernália que faz parte disso. Assim que vocês tiverem formalizado tudo perante as famílias, estiverem oficialmente juntos, o enfoque da relação de vocês, enquanto casal, vai mudar com as famílias.

Isso acontece mais ou menos quarenta e três minutos após vocês estarem festejando a união. Certamente vai aparecer alguém e perguntar:

- E aí, quando é que vem o primeiro filho?

Pronto. A partir daí o assunto não vai deixar de rondar a vida do casal em nenhum momento até que decidam que, sim, é hora de ter filhos. As abordagens serão as mais variadas, as formas de pressão as mais criativas e, à medida que passar o tempo, maior será a pressão. É inevitável, parte da vida. E não há como escapar por muito tempo, porque é o ciclo natural da vida: nascer, crescer, e multiplicar-se.

Mas chega um momento em que a pressão externa torna-se quase insuportável. E isso é diretamente proporcional ao tempo em que vocês estão juntos e também tem relação com a situação dos casais com os quais vocês convivem. Quanto mais “casais grávidos” a sua volta, maior a pressão. De novo, não adianta lutar contra. É assim e pronto.

Bom, vamos supor que vocês, simpático casal, decidam que é chegada a hora de quem sabe começar a tentar engravidar. Perfeito, mas aí vocês vão perceber um fenômeno interessante: O MUNDO INTEIRO ESTÁ ENGRAVIDANDO! Amigos, conhecidos, conhecidos de conhecidos, todos estão grávidos. É algo como se houvesse um surto de fertilidade à volta de vocês. É chegada a hora de vocês fazerem alguma coisa.

Sem nenhuma pressão, claro.

Até.

2 comentários:

Vitor disse...

Aeeee po parabéns, não tenho palavras, parabéns pra vocês dois! Tu vais ver como muda a vida e a cabeça da gente depois da paternidade! um abraço, VITOR.

Queila disse...

Parabéns! :)

No nosso caso a pressão externa e a pressão interna se juntaram e o desfecho foi literalmene inevitável.

Bem vindos ao inicio do resto dos dias das vossas vidas.

Q