domingo, junho 06, 2010

A Sopa 09/43

A aquisição de habilidades.


Entre as inúmeras alegrias que me proporciona a paternidade, muitas das quais já melosamente devo ter falado por aqui (procuro ser comedido quando converso pessoalmente com alguém, limitando-me ao “está ótima”, “é muito querida”, ou outro comentário curto do gênero para não me tornar mais chato do que posso ser...), a aquisição de habilidades é uma das que mais me fascina. Mesmo convivendo diariamente com a Marina, procurando passar o maior tempo possível com ela, ainda assim sou surpreendido freqüentemente pelo surgimento de novas habilidades.


Desde que passou a fase inicial, aqueles primeiros meses em que a criança é – dizia sempre – como um peixe, no sentido de quase nenhuma interação, em que só alimentamos (a mãe, a mãe) e trocamos a água do aquário, quando começa a interagir é que as coisas, que já eram maravilhosas – e olha que eu nunca fui um entusiasta de peixes – ficam ainda melhores. Os sorrisos, o momento em que percebes que ela já te reconhece, são experiências ímpares, mas o melhor ainda está por vir.


Quando começa a explorar o mundo a partir dessas novas habilidades.


Inicialmente, toda a energia e atenção estão voltadas para o movimento, o engatinhar (ou não) que antecede a independência que é o andar. Andar, aquilo que nem percebemos que fazemos o tempo inteiro, é uma habilidade da qual temos de ter orgulho. Parece simples, e provavelmente é, assim como andar de bicicleta, mas como é importante. E nem é a habilidade que mais me maravilha.


Certamente surgirão outras habilidades que me fascinarão muito no futuro, afinal a Marina nem completou dois anos ainda, mas o desenvolvimento da fala provavelmente é o que há de mais fantástico no crescimento de uma criança. Não sei dizer – e nem faz sentido – se a Marina é precoce ou não nesse ponto. Aliás, como tudo na vida, cada um tem seu tempo, e comparações só trazem estresse, até porque sabemos que nem tudo é competição. Ainda bem.


O que quero dizer é que quando a tua filha começa a “conversar” contigo, um passo além do dizer “papai”, todo o mundo toma um sentido diferente, melhor. E quando ela te diz “Papai, brincar”, muito mais que um início de diálogo, isso é quase um pedido para que o mundo pare, que o tempo pare, e que o universo sejam apenas vocês dois ali, brincando de comidinha ou desenhando.


Fui.


Até.

Um comentário:

Comedida disse...

Perfeito!!!