segunda-feira, junho 28, 2010

Etiqueta online

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Regra:

Quando responderes a um e-mail enviado a ti e a uma lista de pessoas que não sejam parte de um mesmo grupo, JAMAIS optarás pela alternativa "Responder a todos".

Se eu não te conheço, apesar de conhecer a pessoa que enviou o e-mail original, não quero saber a tua opinião sobre o assunto, seja ele qual for.

Até.

domingo, junho 27, 2010

A Sopa 09/46

Pode ser que eu esteja ficando velho.

Por favor, não culpem o Dunga por isso, mas a verdade é que seleção brasileira não me empolga mais. Sabe aquela coisa de torcer, vestir-se de amarelo para assistir o jogo pela televisão, estender bandeira na janela ou andar com uma bandeira presa ao caro, ou ainda ir a locais públicos onde há torcedores para assistir e comemorar, tudo aquilo que torcedores mais ou menos extremados fazem ou gostariam de fazer, nada disso me anima. Assistir jogos da seleção é algo que quero fazer na sala de minha casa, tranquilamente. Só não digo que prefiro assistir sozinho e no escuro porque seria uma confissão de depressão maior. Ou não, não importa.

O que quero dizer, em resumo, é que tenho coisas mais importantes a fazer do que desperdiçar energia torcendo por uma seleção de futebol. Assisto, obviamente, e vou ficar feliz se o Brasil for campeão (mais feliz ainda pelo Dunga), mas não vou sair às ruas para celebrar e muito menos para beber por isso. De novo, não pensem que estou deprimido, I just don´t care... Tenho interesse em assistir, só.

Por outro lado, se o Inter passar pelo São Paulo e for à final da Libertadores da América e por aí em diante, bom, tudo aquilo que eu não faria pela seleção eu farei pelo Inter. É isso, torço muito mais pelo Inter do que pela seleção brasileira (não importa o técnico). Mas se o Inter não vencer o São Paulo, bom, também minha vida não vai mudar com isso.

Será que tem a ver com idade, essa postura?

Não sei. Mesmo.

Mas existem outros indícios, sinais indiretos do avançar da minha idade. Os percebo claramente.

Um exemplo é o iPhone.

Há tempos queria um iPhone. Como admirador da empresa de Steve Jobs e suas máquinas, desde o lançamento do mesmo, em primeira geração, já namorava esse telefone celular. E tinha, até ali, um telefone normal, que até tinha câmera fotográfica, e podia tocar música, mas nunca aproveitei seus recursos. Telefone para mim era para telefonar. Mas a canto da sereia da maçã me enfeitiçou e, depois de muito relutar, encomendei meu aparelho que, por incompetência da operadora levou dois meses para chegar.

Outros donos de iPhone me diziam que minha vida ia mudar quando eu tivesse um, que eu ia esquecer o resto do mundo por uns tempos, que seria escravo do aparelho. Chegaram a me deixar preocupado, até que o próprio chegou. É muito legal, muito mesmo.

Mas não mudou minha vida. Não assim, de maneira instantânea.

Só pode ser porque estou ficando velho.

Só pode ser.

Até.

sexta-feira, junho 25, 2010

Constatação (2)

Eu não tenho mais muito saco para Copa do Mundo.

Torço para o Brasil, lógico, assisto os jogos, e quero MUITO que o Brasil seja hexacampeão na Copa da África do Sul.

Pelo Dunga, claro, e contra os corneteiros de plantão.

Até.

quarta-feira, junho 23, 2010

Constatação

Diz muito de um povo a revista de maior circulação no país dar como capa, na semana em que morreu Saramago, a manchete "Cala Boca Galvão"...

Isso lembra Nei Lisboa em 'Carecas da Jamaica', de 1987.

Cada vez que a corja fala de cultura
Glauber quer quebrar a tampa do caixão
Cada povo tem o novo que merece
E o menudo vem com tudo e com razão
Aos poetas....


Suspiro.

Até.

segunda-feira, junho 21, 2010

Dúvida

Por que as pessoas - ao menos aqui em Porto Alegre - acham que se ligarem o pisca-alerta estarão justificando sua parada em local não permitido, mesmo que a placa seja

placa-proibido-parar-e-es

que - qualquer idiota deveria saber - significa 'Proibido Parar e Estacionar'?

Até.

domingo, junho 20, 2010

A Sopa 09/45

No clima de Copa do Mundo, uma Sopa de quatro anos atrás, quando faltavam cerca de dez dias para voltar ao Brasil...

Eu sou do tempo do friquíqui.

Lembro de quando estava no colégio, primeiro grau, hoje ensino fundamental, lá no início dos anos 80. Jogávamos futebol sempre que possível, intervalos, antes e depois das aulas. Normalmente, futebol de campo, num campo de areia no colégio mesmo, ou na rua em frente, ou na frente da minha casa, que ficava a menos de uma quadra da escola.

Além disso, jogávamos futebol de salão. Havia um ginásio próximo, onde eventualmente jogávamos, assim como numa quadra junto ao salão paroquial da igreja onde eu fazia aulas preparatórias para a minha primeira comunhão. Foi nessa quadra, aliás, que após uma aula, consegui entrar num jogo “dos maiores” como goleiro. Na primeira bola, me atirei para defender e raspei com a cabeça na trave, o que fez um pequeno corte que levou a um grande sangramento.

Muito sangue. Minha camisa branca da escola ficou completamente vermelha do sangue escorrido, além de todo o alarme que causou, eu caminhando com a mão na cabeça e o sangue escorrendo. Praticamente indolor, mas de impacto visual…

Mas eu falava que jogávamos futebol de salão. Na época esse era o nome, não o futsal dos dias de hoje, e suas regras eram diferentes. Elas mudaram, assim como o fizeram com o vôlei, talvez para tornar o jogo mais interessante, ou para a transmissão da televisão, não sei. O fato é que o jeito que se joga futsal hoje é diferente do futebol de salão dos meus tempos de guri.

Naquele tempo, o goleiro não podia sair de dentro da área sob hipótese nenhuma, a não ser que fosse um jogo com goleiro-linha, uma versão (naquela época) não oficial. Jamais tocar na bola fora da área. Se não era friquíqui. Falta.

Nunca, naquela época, pensei o que queria dizer friquíqui. Depois, parei de jogar no colégio porque fui para o segundo grau, faculdade, residência médica e por aí afora. Nesse meio tempo, as regras mudaram e ao goleiro foi concedido o direito de sair jogando com os pés fora da área. Acabaram com o friquíqui.

O que eu não sei é quando foi o momento que me dei conta friquíqui era nada mais e nada menos que free kick, tiro livre.

Foi como o momento em que crescemos: não somos capazes de apontar, assim, um evento único, singular, que represente essa transformação, quando o nosso mundo passa a ser mais amplo que o espaço delimitado pela linha da área.

Até.

domingo, junho 13, 2010

A Sopa 09/44

Relacionamentos.

Não é nenhuma novidade dizer que relacionamentos podem acabar. Faz parte da vida. As pessoas, em determinado momento, afastam-se, param de andar juntas (no sentido de seguir os caminhos da vida) e – no que parece ser algo súbito, inesperado, e que sabemos que nunca é – decidem efetivamente seguir sua vida por si só. Como eu disse, é do jogo.

Só que nunca é fácil.

Quanto mais longa é ou foi a relação em questão, mais difícil é. O tempo cria amarras que são às vezes muito difíceis de soltar, e corre-se o risco de tentar seguir em frente e ser obrigado a carregar um passado do qual é impossível de se desvincular. Pode o estimado leitor estar pensando que falo de filhos, mas engana-se.

Falo da memória.

As lembranças. Fotos, cartas, filmes, histórias vividas juntos. Quem somos é basicamente o conjunto do que fomos, e a memória é o que nos dá a diretriz para seguir em frente. Não falo de vivermos no passado, reverenciar o passado e não olhar para frente, mas de que a forma com que olhamos o mundo depende do que vivemos (e pensamos) anteriormente. As referências estão naquilo que vivemos, quem conhecemos e com quem convivemos. Por isso que quanto mais passado juntos temos, mais difícil é se desvincular dele.

Sempre penso nisso quando lembro as viagens que já fiz, e como seria recomeçar a vida sem poder relembrá-las ou revivê-las por não estar mais com a pessoa que as viveu comigo. Além da tristeza do final de um relacionamento, haveria a dor de ter que abrir mão dessas memórias, dessas vivências, porque vinculadas a uma pessoa ou um grupo de pessoas que não faria mais parte da vida. Sair de casa, então, além de representar o final da relação (o que pode até ser bom se o relacionamento não mais funciona) representaria também deixar para trás o mundo em que se viveu por anos e que havia sido construído pelo casal.

Sem falar na carga que haveria num suposto próximo relacionamento. Que chance teria a nova pessoa quando comparada com a memória dos tempos anteriores, em que se criou tanto? E as fotos de viagem, o que fazer com elas?

Perguntas sem resposta.

Penso que um casal, antes de viajar juntos, deveria pensar seriamente no que isso representa, nas possíveis implicações. Viajar, afinal de contas, é algo muito sério.

Até.

sábado, junho 12, 2010

Sábado (e os 'Doutores da Bola')

Doutores da bola
Eu sou o sétimo da esquerda para a direita, em pé

O "Doutores da Bola" foi fundado em 1990 por um grupo de médicos do Hospital São Lucas da PUCRS e mantem-se em atividade até os dias de hoje, completando, assim, 20 anos de muitas histórias e confraternizações.

Mais informações a respeito aqui.

quarta-feira, junho 09, 2010

Pequeno comentário sobre a vida

É impressionante como - ao superar um obstáculo que parecia intransponível - mesmo cansado após o esforço, surgem a força e o ânimo para vencer o próximo, mesmo que esse pareça ainda mais difícil.

domingo, junho 06, 2010

A Sopa 09/43

A aquisição de habilidades.


Entre as inúmeras alegrias que me proporciona a paternidade, muitas das quais já melosamente devo ter falado por aqui (procuro ser comedido quando converso pessoalmente com alguém, limitando-me ao “está ótima”, “é muito querida”, ou outro comentário curto do gênero para não me tornar mais chato do que posso ser...), a aquisição de habilidades é uma das que mais me fascina. Mesmo convivendo diariamente com a Marina, procurando passar o maior tempo possível com ela, ainda assim sou surpreendido freqüentemente pelo surgimento de novas habilidades.


Desde que passou a fase inicial, aqueles primeiros meses em que a criança é – dizia sempre – como um peixe, no sentido de quase nenhuma interação, em que só alimentamos (a mãe, a mãe) e trocamos a água do aquário, quando começa a interagir é que as coisas, que já eram maravilhosas – e olha que eu nunca fui um entusiasta de peixes – ficam ainda melhores. Os sorrisos, o momento em que percebes que ela já te reconhece, são experiências ímpares, mas o melhor ainda está por vir.


Quando começa a explorar o mundo a partir dessas novas habilidades.


Inicialmente, toda a energia e atenção estão voltadas para o movimento, o engatinhar (ou não) que antecede a independência que é o andar. Andar, aquilo que nem percebemos que fazemos o tempo inteiro, é uma habilidade da qual temos de ter orgulho. Parece simples, e provavelmente é, assim como andar de bicicleta, mas como é importante. E nem é a habilidade que mais me maravilha.


Certamente surgirão outras habilidades que me fascinarão muito no futuro, afinal a Marina nem completou dois anos ainda, mas o desenvolvimento da fala provavelmente é o que há de mais fantástico no crescimento de uma criança. Não sei dizer – e nem faz sentido – se a Marina é precoce ou não nesse ponto. Aliás, como tudo na vida, cada um tem seu tempo, e comparações só trazem estresse, até porque sabemos que nem tudo é competição. Ainda bem.


O que quero dizer é que quando a tua filha começa a “conversar” contigo, um passo além do dizer “papai”, todo o mundo toma um sentido diferente, melhor. E quando ela te diz “Papai, brincar”, muito mais que um início de diálogo, isso é quase um pedido para que o mundo pare, que o tempo pare, e que o universo sejam apenas vocês dois ali, brincando de comidinha ou desenhando.


Fui.


Até.

quarta-feira, junho 02, 2010

Tudo volta ao normal

Iniciei no novo trabalho hoje, ou - melhor - enfim estou na minha função.

Definitivamente, posso celebrar a vida que volta ao seu ritmo normal.

Posso pensar no que realmente é importante.

Uma sopa de ervilhas, afinal o inverno se aproxima.

E filosofia, claro.

Até.