terça-feira, julho 17, 2012

Não é sempre

Mas, às vezes, a gente e se pergunta o por quê disso tudo.

Da correria, das múltiplas ocupações, das quinhentas tarefas de todos os dias que trazem mais incomodações do que qualquer outro resultado.

Tem dias (semanas, ou meses) em que se está cansado de tudo. Não física, mas mentalmente.

E que se olha para uma casa no campo onde se poderia curtir muitos rocks rurais, com os livros, os amigos e nada mais, e a inevitável pergunta vem: "Por que não?".

Pois é. Por que mesmo?

E então o dia amanhece de novo e tudo começa. Seguimos, então, com a espinha ereta, a mente (cada vez mais) inquieta e o coração (sempre) tranquilo.

Até.

domingo, julho 08, 2012

Domingo de sol

A chuva que estava em Montevidéu quando cheguei lá na quarta-feira foi a mesma que caiu sobre o Porto Alegre entre quinta e sexta-feira. Lá, depois da quarta chuvosa e uma janta na Ciudad Vieja deserta, cujo prato principal foi um maravilhoso entrecot recheado acompanhada por um Tannat local, os dias foram frios, mas muito claros, de céu azul e sol.

Estava a trabalho. Congresso e contatos para o futuro, mas também para pagar uma dívida antiga com a América do Sul: ainda não havia visitado o Uruguai. Por isso, aproveitei os momentos de relativa folga para andar, olhar e fotografar a cidade que é familiar pela proximidade: somos todos do sul, do frio.

O taxista, que me levou até o hotel e depois - "te afeitaste?" - de volta ao local do evento, conversou muito comigo e recomendou que eu voltasse com a família no final do ano, que visitasse Piriápolis porque tinha casa lá, e deixou seu telefone para a próxima vez que eu viesse à cidade. Falou com orgulho da filha, que está no quinto ano de química, reclamou do governo "quanto mais trabalhas, mais te tira". Falamos do governo do Mujica e da ideia da legalização da maconha para combater o tráfico de drogas, que ele considera loucura. Comentou que seus pais eram italianos e, quando perguntei se tinha dupla cidadania, disse com convicção "no! soy uruguayo!". Ponto final.

Em meio ao congresso, a Pluna (Primeira Linha Uruguaia de Navegação Aérea) decretou falência ou algo parecido, pois suspendeu todos os vôos e os aviões serão leiloados, o que causou estresse em vários colegas, que encontraram as mais variadas formas de retornar ao Brasil, desde comprar nova passagem até ir de buquebus até Buenos Aires e de lá para seus destinos.

Minha missão no congresso foi cumprida.

Voltei ontem, e o sol que banhava o Uruguai só chegou aqui hoje, junto com o frio.

Depois de duas semanas com viagens de trabalho - aeroporto, hotel, aeroporto - ficarei a semana toda em Porto Alegre. Trabalho, reuniões e alguns momentos tensos, já antecipo.

Normal.

Até.


segunda-feira, julho 02, 2012

Estou aqui, não fui

Trabalho.

Os dias têm sido mais corridos do que normalmente são, e tenho sido atropelado por preocupações além das habituais. Deixa assim, quem sabe um dia me acostumo... Entre um final de semana corrido e outro, teve a Sopa de Ervilhas do Marcelo, que voltou ao Brasil depois de nove anos (a última edição-evento foi em Toronto, no já distante ano de 2005) quando fiz o que chamei de "A Última Sopa de Ervilhas do Marcelo", no mais distante ainda ano de 2003. Tempo, tempo, mano velho...

Voltei ao lugar tradicional da Sopa, o Veleiros do Sul, e me vi num dilema desde o início: quem convidar, ou melhor quem eu não conseguiria convidar, por mais que eu quisesse. Quase uma escolha de Sofia.

Tudo começou no inverno do ano passado, em que fiz a sopa em casa, para a Marina, a Jacque e eu. Nesses tempos de exibicionismo virtual, coloquei fotos dela (a sopa) no Facebook. Assim que publiquei, dois grande amigos - o Xandi e o Rafael - me intimaram: tinha que fazer a Sopa. Fiz. Aqui em casa, e vieram o Xandi e a Carla e o Rafa com a Cíntia e o pequeno Gabriel. Foi bem legal, e no final, a pilha: quem sabe ano que vem?

Passou o tempo, e conseguimos reunir - depois de provavelmente mais de vinte anos - a nossa velha turma da praia (A Turma do Muro) para um churrasco em março desse ano. Foi muito bom mesmo (falei disso aqui no blog) e no final ficou o compromisso de quando seria a próxima. Alguém sugeriu junho, e sugeriu a sopa.

Topei, relutante.

Não tinha certeza de que queria fazer a sopa, ou melhor, A Sopa de Ervilhas do Marcelo, o evento. Talvez o tempo da Sopa (o evento) já tivesse passado. De qualquer forma, consegui a data e reservei o local. Deixei que a coisa esfriasse, talvez esquecessem. Em abril, no meu aniversário, o Xandi botou pilha, e disse que era parceiro na preparação. Continuei em dúvida, até porque se fosse fazer uma Sopa de Ervilhas do Marcelo, o evento, teria que convidar algumas pessoas que não eram da turma da praia (porque Sopa sem elas não seria a mesma coisa).

Até que colocaram mais uma pilha e resolvi fazer. Azar.

Liguei para o Xandi e perguntei se ele era mesmo parceiro na empreitada. Topou na hora. E fomos nós. E foram convidados o pessoal da turma da praia, a família, e alguns poucos que eram parceiros de sopa antigas e que não poderiam faltar. Algo como quarenta convidados. E dessa vez não teria a banda porque - afinal - essa o tempo realmente deixou para trás.

Sábado por volta das 11h30, o Xandi e eu nos encontramos para fazer as compras para a Sopa e para assarmos um churrasquinho enquanto preparávamos o prato principal da noite... Chegamos no clube às 13h30 e, enquanto eu iniciava o preparativos da sopa, ervilha de molho, cortando a carne, etc, o Xandi assava o churrasco, que comemos enquanto preparávamos a sopa. O trabalho em dupla mostrou-se extremamente divertido e eficiente: estava tudo pronto muito antes do primeiro convidado chegar. Claro que para isso também colaboraram (e muito) a Jacque, meu pai e até o Rafa, que estava por perto, apareceu mais cedo para dar um alô e, antes de sair para voltar na hora da sopa, nos ensinou a técnica do padre de picar ovos...

Foi muito legal, mais uma vez, como era quase dez anos atrás. E vai ter novamente ano que vem...

Mas eu falava de trabalho.

Após o final de semana do Encontro dos Pneumologista em Gramado, o seguinte foi o da Sopa e, mal terminado o final de semana, na quarta-feira passada fui para Goiânia, para um evento na quinta e sexta-feira. A volta, na sexta de noite, foi para chegar em casa logo após a meia-noite, e encontrar as meninas dormindo. Amanhecer o sábado em casa não tem preço...

De Goiânia, confesso que não conhecia e ainda não conheço O pouco que vi, edifícios altos, muito verde e - ao contrário do que o meu preconceito dizia - não encontrei uma dupla sertaneja em cada esquina. Claro que não liguei o rádio nenhuma vez... O aeroporto - dito por todos - o pior do Brasil.

Começa mais uma semana, que será curta porque quarta viajo de novo, dessa vez para o sul, ainda a trabalho.

Montevideo.

Depois conto mais.

Até