domingo, junho 30, 2013

O semestre

De maneira usual, mas ainda assim surpreendente, termina o primeiro semestre.

Ainda com algumas pendências antes de um curto período de descanso mental.

Até.

quinta-feira, junho 27, 2013

Passe Livre

Para estabelecer minha posição.

Sou radicalmente contra passe livre para estudantes, exceto aqueles realmente carentes. A

Acho que uma passagem mais barata para TODOS é muito mais justo.

Até poque alguém vai ter que pagar a conta de quem viajar de graça.

Até.

quarta-feira, junho 26, 2013

Ainda não vi tudo (é ou não é admirável?)

Como escreveu o Barão de Itararé, 

"Os que se julgam espertos acham que a admiração é um alarmante sintoma de ignorância e, por isso, afirmam que só os tolos se admiram. Os que se maravilham de qualquer coisa, por sua vez, se surpreendem também da impassibilidade dos sabidos, aos quais consideram lamentáveis cegos e inconscientes.

O ladino se admira do tolo e não pode compreender como este se possa admirar de uma bobagem. O tolo, por seu turno, se admira de que o ladino não se admire de coisa alguma, quando ele acha tudo admirável.

O tolo se admira de tudo, porque vê em tudo uma verdade para admirar. O tolo, então, raciocina e tira uma conclusão. E, portanto, não é tolo.

O inteligente vê o fenômeno e não se admira, porque não vê nada de admirável no que vê. Mas o homem que não chega a ver o que até os tolos veem não pode ser um homem inteligente.

De tudo isto só se pode concluir que o tolo, afinal, é um inteligente e que o inteligente é um tolo.

É ou não é admirável?"

Eu continuo me admirando diuturnamente com o mundo e com as pessoas, para o bem e para o mal, lamentavelmente. E, por mais que eu tente, algumas coisas não consigo entender.

A Lei do Ato médico, por exemplo.

Tenho convicção de que a quase totalidade dos que criticam a lei é porque não leram ou, não sei o que é mais triste, não entenderam.

Quando à vinda de médicos estrangeiros trabalhar no Brasil, parece que a ideologia cega e embota o pensamento. A questão não é se são de Cuba, Espanha, Canadá ou mesmo de Marte. E não é medo de perder pacientes (tem argumento mais ridículo que esse? medo de perder pacientes? sério?). Primeiro que a tese que faltam médicos no Brasil é uma falácia. Segundo, o problema está na falta de condições de trabalho para o médico nessas regiões em que os "médicos não querem trabalhar". 

Existem poucos médicos estrangeiros trabalhando no Brasil, enquanto na Inglaterra, no Canadá tem bem mais? Pergunta para os médicos estrangeiros tiveram que fazer para poder trabalhar no exterior. O que queremos é que se cumpra a lei, que os médicos de Cuba, e mesmo os de Marte, façam a prova que vai revalidar seus diplomas, como em qualquer outra profissão em qualquer outro país. O resto que dizem é bobagem, quando não estupidez.

Até.

terça-feira, junho 25, 2013

Cada um com suas causas




Um dos primeiros DVDs que a Marina ganhou depois que nasceu foi um do Cocoricó.

Para quem não sabe, o Cocoricó é um programa infantil de bonecos brasileiro produzido e exibido pela TV Cultura, em exibição desde 1996. Segundo o Wikipedia, o protagonista Júlio é um menino de 8 anos que nasceu na cidade grande. Ele vai passar as férias com seus avós e se apaixona pela Fazenda Cocoricó, que fica na cidade de Cocoricolândia, pelos animais e pela natureza que não conhecia na cidade. 

O DVD em questão, que rodou milhares de vezes aqui em casa, não tem histórias, apenas clipes musicais. A Marina adorou desde o início, e ele funcionava muito como um calmante quando ela se agitava (quando ainda era bem pequena). Ao longo do tempo, como é de imaginar, acabamos decorando quase todas as músicas, inclusive na sequência.

Bom.

Passa o tempo.

Ontem, a Marina - que tem MUITOS DVDs - decidiu em acordo com a Jacque, que era hora de doar uma boa parte dos DVDs que ela não mais assiste. Qual o primeiro que ela decidiu doar?

O do Cocoricó.

Não deixei. Qualquer um, menos esse.

E estou desde ontem tentando convencê-la a assistir comigo o DVD, mas ela se recusa ("é coisa de nenê").

Vou insistir até o fim.

Não desistirei.

Até.

domingo, junho 23, 2013

A Sopa 13/01

Crise de identidade.

E aqui reafirmo minha convicção: tempos estranhos esses, em que vivemos.

Imagino que no passado era muito mais fácil saber qual era o teu papel no mundo e, mais significativo, saber quem eras e em que lado da mesa estava, ou deveria estar. As noções de direita e esquerda eram bem claras, e tomar posição era muito mais simples. Todos sabiam os seus papéis. Tudo isso, contudo, ficou no século (milênio, na verdade) passado.

Hoje em dia, por mais que as pessoas insistam em tentar definir os outros em esquerda e direita, bem e mal, e o leitor tem total liberdade de associar bem e mal com a posição política que lhe convier, isso é uma perda de tempo, e uma atitude quase infantil. O mundo mudou muito, e nem tudo é branco ou preto, vermelho ou não. O maniqueísmo típico de outros tempos não cola mais, é ultrapassado como uma camiseta do Che Guevara.

Eu, por exemplo.

Não sei o quê sou em se tratando de ideologia. Poderia agora citar trecho de música para ilustrar meu argumento (“Meu partido/É um coração partido/E as ilusões/Estão todas perdidas/Os meus sonhos/Foram todos vendidos/Tão barato/Que eu nem acredito/Eu nem acredito/Que aquele garoto/Que ia mudar o mundo/Mudar o mundo/Frequenta agora/As festas do Grand Monde...") e mostrar que, ao menos para mim, o posicionamento político-ideológico ficou complicado. Se isso é bom ou ruim, não sei. Existem vários exemplos.

Se eu acho que o aborto é decisão única e exclusiva da mulher e, se ela acha que deve fazer, deve ter o direito de fazê-lo sem ser criminalizada por isso, sou de esquerda.

Se eu acho que o MST se tornou um movimento sem legitimidade, sou de direita.

Se eu sou a favor da vinda de médicos estrangeiros para trabalhar no Brasil, sou de esquerda, mas quando digo que devem, por lei, revalidar seus diplomas, sou de direita.

Se eu acho que os condenados à prisão pelo STF no caso do mensalão devem perder seus cargos eletivos, sou conservador de direita. Mas quando me mostro a favor de que todos tenham os mesmo direitos, independente de opção sexual, sou de esquerda.

Quando digo que acho que as cotas nas universidades públicas são necessárias, sou militante de esquerda, mas quando fico desconfortável com o me parece um processo de “venezuelização” (no mau sentido, mas nada contra a Venezuela, falo do chavismo) do Brasil, sou quase taxado de membro da Tradição, Família e Propriedade.

Quando digo que acho os Estados Unidos uma grande nação, mesmo com seus problemas, sou de direita. Quando digo que moraria lá tranquilamente, sou quase um radical de direita.

Se digo que sou a favor da Lei do Ato Médico, sou um mercenário corporativista. E quando digo que, sim, eu atendo pacientes do SUS sem receber um centavo em troca, não acreditam.

Quando defendo a liberdade de expressão, sou de esquerda, mas quando discordo daqueles que querem calar a Rede Globo / RBS, eu sou vendido ao sistema.

Quando eu acho que a hora de protestar contra a Copa no Brasil era há oito anos, e agora querer que dê errado (que não venham turistas para o Brasil) é um tiro no pé que só vai aumentar os prejuízos a todos, me chamam de ingênuo. 

E assim por diante.

Tempos complicados esses, não?

Aqueles que precisam rotular e classificar as pessoas o tempo todo para sentirem-se mais seguros devem se frustrar comigo (e com muitos de nós). Pois é.

A vida, e o mundo, são bem mais complicados do que as pessoas gostariam.

E assim vamos vivendo.

Até.

#

A reativação desse blog nos últimos dias ocorreu, como todos notaram, em virtude dos acontecimentos que agitaram o Brasil e as redes sociais nas últimas semanas. Pretendo continuar ativo e frequente por aqui, mas começo a ficar desanimado em escrever sobre esses fatos e suas repercussões... vamos ver...


sábado, junho 22, 2013

Sábado (e caminhando e cantando)

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Só para não dizer que não falei de flores...

(ainda desanimado e desiludido depois da fala da presidente de ontem à noite)

Amanhã será outro dia, e continuaremos, sempre.

Bom sábado a todos.

Até.


sexta-feira, junho 21, 2013

Será?

De repente, um gosto amargo na boca

Aquela sensação vaga de mal estar, quase como se estivesse de ressaca depois de uma noite de festa, como o estrago que fica depois de uma tempestade. Um mau pressentimento. E a impressão de que tudo talvez seja bem diferente do que pensamos.

Sim, eu falo do movimento que tomou as ruas brasileiras nos últimos dias.

A ideia de que o “gigante acordou”, referencia à letra do hino nacional que fala em gigante e em estar “deitado eternamente em berço esplêndido”, empolgou a todos, afinal o momento de indignação com “tudo” o que está errado no país serviu para fazer as pessoas irem para rua e gritarem que tem de parar por aqui, seria agora a hora de colocar o país no rumo de certo. Ótimo, muito bom.

Mas que rumo é esse, cara pálida?

Para onde vai a marcha dos insatisfeitos?

Ninguém sabe, pois o movimento é dito apartidário, sem lideranças, espontâneo.

É mesmo? Vocês acham? Sério?

Eu não sei mais.

Como já não existe um objetivo claro ou, melhor, os objetivos são múltiplos – e justos, esclareça-se – e ficou cada vez mais improvável que a pessoa a seu lado na passeata pedindo não-violência lá esteja pelas mesmas razões que tu. Todos tem seus motivos e suas razões (menos os vândalos, claro, que esses merecem cadeia). Como encerrar o movimento ou negociar algo quando praticamente cada um tem suas próprias motivações, sua própria agenda.

Com essa falta de foco (ou os muitos focos) a revolta se volta para as instituições conhecidas e os alvos fáceis: o Congresso Nacional (onde estão, não esqueçamos, os representantes do povo eleitos pelo povo), a Justiça, a imprensa. E é aí que tudo fica mais confuso, delicado e perigoso.

Ruim com eles?

A alternativa é ainda pior.

Derrubar a Presidente Dilma? Para assumir o Temer ou o Renan Calheiros, terceiro na sucessão? Complicado, não?

Os políticos são corruptos, e o Congresso Nacional é só bandalheira. OK, vamos fechar o congresso?

Queremos liberdade de expressão, mas vamos calar a Globo (RBS aqui no sul)?

Os vândalos, com seus ataques, vão justificar medidas de exceção para conter a violência?

Não querem a Copa do Mundo, fora FIFA. Quem é que quis a Copa do Mundo aqui? Quem é que comemorou a copa aqui? E quem investiu do seu dinheiro para se preparar para receber os turistas, faz o quê se a copa for cancelada? Querem que a Copa fracasse? Quem vai sair perdendo, e pagar o prejuízo?

A BM no Rio Grande do Sul está protegendo a RBS, a mídia fascista e burguesa. Quem é que comanda o estado e, por consequência, a BM? Isso mesmo, o PT. O mesmo que tenta capitalizar os protestos a seu favor.

Mas como, se é o partido que governa o Brasil há mais de dez anos, que foi inclusive quem comemorou a vinda da copa para cá?

Quem vai ganhar com esse movimento?

Estão enfraquecendo o governo Dilma deliberadamente para trazer de volta, nos braços do povo, o ex-presidente Lula? Já começou a campanha de 2014?

Ainda não sei, mas estou seriamente preocupado com o rumo do país.

E espero que todos que estão nas ruas não estejam sendo de alguma forma manipulados em prol de algum projeto político escuso.

Até.

quinta-feira, junho 20, 2013

Minha Alma

A minha alma tá armada e apontada
Para cara do sossego!
Pois paz sem voz, paz sem voz
Não é paz, é medo!

Às vezes eu falo com a vida,
Às vezes é ela quem diz:
"Qual a paz que eu não quero conservar
Pra tentar ser feliz ?"

A minha alma tá armada e apontada
Para a cara do sossego!
Pois paz sem voz, paz sem voz,
Não é paz é medo.

Às vezes eu falo com a vida,
Às vezes é ela quem diz:
''Qual a paz que eu não quero conservar
Pra tentar ser feliz?'

As grades do condomínio
São prá trazer proteção
Mas também trazem a dúvida
Se é você que tá nessa prisão

Me abrace e me dê um beijo,
Faça um filho comigo,
Mas não me deixe sentar na poltrona
No dia de domingo

Procurando novas drogas de aluguel
Neste vídeo coagido,
É pela paz que eu não quero seguir admitindo.

Às vezes eu falo com a vida,
Às vezes é ela quem diz:
‘’Qual a paz que eu não quero conservar
Pra tentar ser feliz?’

O Rappa

quarta-feira, junho 19, 2013

Protestos

Tudo o que está acontecendo.

Primeiro achei que estivesse ficando velho, e por isso não mais conseguia acompanhar e entender o que estava acontecendo no Brasil, no mundo. Por um tempo, estivesse muito próximo da resignação, afinal "o meu tempo tinha passado". Não conseguia entender o por quê da revolta, dos protestos, do povo nas ruas. Tudo isso pela passagem? Não poderia ser por só por vinte centavos.

Não era mesmo.

Os vinte centavos foram a gota d'água.

E por isso mesmo, assim como eu não entendia exatamente o motivo de tudo, percebi que não existe um motivo único, existem milhares de razões que foram se acumulando e cada um que está na rua tem os seus motivos, e provavelmente o único ponto de convergência entre todos é a insatisfação que chegou a um ponto intolerável. A panela de pressão não resistiu. Essa perplexidade minha e de muitos que tentam entender o fenômeno decorre da falta de distanciamento histórico, de olhar em perspectiva. 

Até porque um movimento pura e simplesmente de insatisfação, sem um norte, sem um objetivo claro, pode se perder nessa falta de rumo. O resultado para uns (as passagens baixaram!) provavelmente não será o sucesso de muitos outros. É um risco, e a total novidade do movimento não permite que possamos prever onde isso terminará.

Sem falar que temos visto de tudo, e muitos que querem se apropriar do movimento. Desde o jovem militante do PT que organizou um jantar para arrecadar fundos para pagar as multas dos mensaleiros e quis ser interlocutor do protesto em Brasília e foi repudiado pelos outros manifestantes, que bradam contra a corrupção, até aqueles querem dizem que é contra o governo Dilma. Desde manisfestantes de esquerda que gritam contra a burguesia (sério, juro que ouvi algo nesse sentido!) até conservadores de direita saudosos dos governos militares.

O que parece, visto daqui da conforto da minha sala, nutrindo uma grande vontade de me juntar aos que marcham em paz, é que estão todos errados, e todos certos ao mesmo tempo. Gosto do espírito político mas não partidário do movimento, não tenho ideia do que será ali na frente, mas gosto - acima de tudo - da ideia de que o "gigante despertou".

Até.


segunda-feira, junho 17, 2013

Sobre as segundas-feiras

Quando tive que reorganizar meus horários de trabalho logo que decidi me exonerar do serviço público (a saber, do cargo de médico da Secretaria de Saúde de Porto Alegre), pude aumentar os dias de atendimento em consultório e voltar a atender no ambulatório de pneumologia do Pavilhão Pereira Filho. Entre andanças, viagens e outros, a segunda-feira à tarde ficou - de certa forma - livre.

Claro que o livre raramente o é de verdade.

Sempre surge algo a fazer, pequenas (ou não) tarefas cotidianas, esperar pelo técnico de seja lá o que for que só pode ir "à tarde", o que significa algum momento indefinido entre o meio-dia e às dezoito horas, colocar tarefas burocráticas em dia, praticar atividade física. Essa última, desde que o meu joelho não operado decidiu que eu não podia mais correr, deixada em suspenso até segunda ordem, o que significa até eu conseguir ajustar tudo isso, a vida, a rotina, com uma ida à piscina para atividades que ele - o joelho temperamental - aceite. De qualquer forma, a segunda-feira que antecipa a terça de estrada ao nascer do sol é - ao menos - um pouco mais lenta que será o resto da semana, ou até sexta, quando o ritmo diminuiu a partir do improvável mas rotineiro churrasco do almoço de sexta, que também é momento de encontro e conversa e - por que não? - planos.

Hoje, segunda-feira.

Consultório pela manhã cheio e cheio de urgência de quem precisa consultar agora ou, melhor, ontem, porque o tempo mudou, e o frio e a umidade cobram seu preço. A tarde, por compromisso de manutenção do carro, foi de mandar revelar fotos - sou fã dos álbuns físicos, dos registros de viagem - da viagem ao Canadá, de onde voltamos há mais de mês e não tinha conseguido fazer, e de ir ao supermercado, com lista e tudo.

Só que, não mais que de repente, tudo havia sido feito e ainda havia um tempo livre antes de voltar à rotina com a Marina, de escola, hospital, casa, banho, jantar, brincar, dormir. Assim, um momento sem compromisso, em que abstraí dos prazos e cartas e provas e projetos. Resoluto, entrei em uma livraria e circulei lentamente por entre os livros, fazendo minha lista mental de próximos a serem lidos, encontrando títulos curiosos que talvez nunca leia, pensando e lembrando que escrever é artesanato, é trabalho braçal, é dedicação.

Mas que também é como andar de bicicleta...

Até. 

domingo, junho 16, 2013

Um show, uma vida

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Quinta-feira passada, Teatro São Pedro, Porto Alegre.

Essa é uma história de começa há mais de vinte e cinco anos, que é mais ou menos o tempo em que acompanho o trabalho do Vitor Ramil. Desde que, por acaso, o assisti tocando 'Joquim' num programa de tevê numa tarde qualquer quando ainda cursava o segundo grau. Claro que já conhecia 'Estrela, Estrela' e 'Semeadura', mas ainda não ligava essas músicas com seu criador. Foi a partir desse dia, em que estava em casa de bobeira assistindo tevê, que comecei uma relação de admiração que só aumentou ao longo desses anos. De ir a todos os shows dele que conseguisse, inclusive indo sozinho em uma ocasião em dois dias consecutivos assistir ao mesmo show, sentado na primeira fila e depois indo conversar no camarim e ficar superfeliz de ele reconhecer que eu estava nos dois dias...

Quando surgiu o projeto que resultou no disco 'Foi no mês que vem" e no Songbook, financiado via crowdfunding, era claro como água que eu deveria participar. Não poderia ficar de fora. Assim o fiz e aguardei ansiosamente o lançamento dos mesmos. Houve um momento em que achei que o lançamento seria quando não estivesse em Porto Alegre - o primeiro semestre desse ano foi pródigo em saídas de Porto Alegre - e eu perderia. Quando foram anunciadas as datas dos shows, corri para comprar os ingressos. Alguns dias antes do show, o download do disco seguido pelo recebimento pelo correio do CD e da camiseta serviram de aquecimento - era só o que tocava no carro na última semana - para a quinta-feira dia 13.

O fato de ter participado do financiamento coletivo para o songbook e CD fizeram com que eu me sentisse parte, envolvido, orgulhoso de poder ajudar, mesmo que com uma mínima parcela do todo, que se concretizasse o projeto que culminou no show. Foi com uma ansiedade juvenil que passei a semana esperando o show e ouvindo, sempre que podia, o disco, classificado por um jornal de Porto Alegre como "o Vitor Ramil definitivo".

O show foi tudo o que eu esperava, e muito mais.

Mostrou um artista em sua plenitude artística.

E me fez voltar no tempo.

Ouvir as releituras de alguns de seus clássicos me fez sentir como eu me sentia na época em que originalmente eu ouvia essas músicas, como se fosse a primeira vez, como se eu ainda fosse aquele cara que ainda não sabia que caminho tomaria na vida, para que lado seguiria, o que faria, quando ainda tudo o que tinha era a minha juventude, e não era nada mal. Pensei na trajetória de lá até aqui, que já andei muito longe do pago e voltei. Lembrei que "se um dia qualquer tudo pulsar num imenso vazio / coisas saindo do nada, indo pro nada /  se um dia qualquer ter lucidez for o mesmo que andar / e não notares que andas, o tempo inteiro / é sinal que valeu, pega carona no carro que vem / e se ele não vem, não importa / fica na tua"... Me emocionei pensado em mim, na vida, em tudo. Quando terminou o show, não ficamos para autógrafos ou fotos com ele, tínhamos que buscar a Marina na casa da minhã mãe.

Fica para outro dia, fica para outro dia.

Até.

sábado, junho 15, 2013

Sábado (o melhor)

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Parma, Emilia-Romagna, Italia
Junho/2013 

Sábado de manhã, o melhor momento da semana...

Bom sábado a todos.

Até.