segunda-feira, setembro 27, 2021

A Sopa

 Tenho muitos defeitos, e algumas qualidades.

 

Como todo mundo, aliás.

 

Somos seres complexos em nossa vida interior, nós humanos. Uma mistura de sensações, sentimentos e pensamentos que geram ações e atitudes, e suas consequências enquanto interagimos com outros seres humanos e com a natureza. E nem sempre são necessariamente bons pensamentos e mesmo boas ações, infelizmente. Tudo com um objetivo, claro.

 

Sobreviver.

 

A primeira razão, a mais básica e instintiva razão para nossas ações, é a sobrevivência. Tudo gira em torno, no nível mais básico, de garantir que consigamos nos manter vivos. O que fazemos – como já disse – durante nossa convivência com o mundo exterior, ou seja, tudo aquilo que é alheio a nós mesmos, aquilo que não é o ‘eu’, baseia-se na tentativa de nos mantermos vivos. E não só em situações limítrofes, de risco iminente. Sempre.

 

Por isso é que pode parecer difícil julgar as atitudes ou mesmo as motivações de determinadas ações humanas quando em situação de risco, quando a primeira motivação é sobreviver. O conceito de certo e errado pode ficar nebuloso. Situações limítrofes são isso, aquelas que acontecem na fronteira entre o certo e o errado. E não vou nem entrar no mérito do que é o certo e o que é o errado.

 

O resumo disso, no final das contas, o que realmente vale no final de tudo, é resultado, o balanço entre pensamentos e ações ditos bons versus aqueles considerados ruins. Somos, então, e obviamente, o produto de nossas qualidades menos os nossos defeitos, e temos que torcer que essa subtração dê resultado positivo.

 

Por que essa conversa, afinal?

 

Tenho pensado muito nisso, ainda mais que o normal, nos últimos tempos. Quem e como tenho sido e agido, se o resultado vem sendo positivo. Como tenho contribuído com o mundo, em geral, e com as pessoas próximas em especial.

 

Pelas minhas contas, até aqui e descontando o viés da autoavaliação, o resultado vem sendo positivo. Trabalho para que continue assim.

 

Até.

sábado, setembro 25, 2021

Sábado (e memória da última grande viagem antes da pandemia)


             Um final de semana em Halifax, Nova Scotia, Canadá.

             Outubro/2019.

              Bom sábado a todos.

              Até.  

segunda-feira, setembro 20, 2021

A Sopa

Epifania.

 

Gosto dessa palavra e seu significado.

 

Do ponto de vista filosófico, não estritamente religioso, epifania significa uma sensação profunda de realização, no sentido de compreender a essência das coisas; revelação a partir de algo inesperado; percepção intuitiva. Acredito           que aconteça com todos nós em diferentes momentos da vida, em diferentes situações e – digamos – campos da existência.

 

Com relação a trabalho, amizades, família. Com relação ao modo que vemos e vivenciamos a vida. Algumas vezes uma epifania tem o poder de mudar os rumos de nossas vidas. Algumas vezes, contudo, me pergunto se realmente acontecem com todos, ou se precisamos estar ‘abertos’ à possibilidade de acontecerem. Pois é, pode ser que só as tenhamos quando estamos com aquilo que alguns chamam de sintonia com o Universo (se é que existe, isso de sintonia) ou sensíveis a ponto de percebermos, ou intuirmos, a essência de algo. 

 

Precisamos de tempo e alguma forma de paz de espírito (tranquilidade) para observarmos e podermos analisar corretamente o que nos cerca, para que essa compreensão apareça como se viesse assim, do nada. É como quando falei/escrevi – muitos anos atrás – que as estórias estavam por aí, etéreas, esperando para serem contadas. Mas não é das estórias que precisam ser contadas de que quero falar.

 

Quero dizer que tenho tido algumas epifanias recentemente.

 

Sobre a vida, sobre o que é importante, sobre o que precisa ser feito, o que preciso fazer e a felicidade com que assumo a responsabilidade sobre o eu precisar fazer, por mim e pelos que me são próximos.

 

Também sobre a morte, que um dia chega para todos nós.  

 

Até.

  

sábado, setembro 18, 2021

Sábado (e é dia de...)


                             Na verdade, todo dia é dia de churrasco (para mim, para mim).

                              Komka, Porto Alegre, setembro/2021

                              Bom sábado a todos.

                              Até. 

domingo, setembro 12, 2021

A Sopa

 “Eu sou o cara que vai morrer.

 

De um tempo para cá, e não consigo precisar exatamente quando, surgiu em mim a ideia fixa de que – como dito na afirmação anterior – sou o cara que vai morrer. Eu sou assim, cultivo esse meu lado paranoico com certo carinho, e - de tempos em tempos - descubro, ou crio, um pensamento no qual me fixo durante um período. Como a “Inevitável Grande Tragédia”, que nesse momento não vem ao caso. Mas eu falava que sou o candidato a morrer.

 

Explico, explico.

 

Funciona mais ou menos assim, de maneira simplificada: sou sedentário, tenho sobrepeso, estou na meia-idade, trabalhando enlouquecidamente e estressado. Logo, sou o candidato perfeito para um infarto do miocárdio. Verdade pura e cristalina, lógica. Quase, praticamente, inevitável. Poderia dizer que estou numa via de mão única e sem retorno para a doença.

 

Poderia, mas não vou dizer.

 

E não vou fazê-lo porque as coisas não são exatamente assim. 

 

Sim, é verdade que sou sedentário, com sobrepeso, meia-idade, e tal, mas ainda tenho (ao menos a ilusão do) controle sobre minha vida, e posso mudar aquilo que deve ser mudado, que não está bom. A maior conquista dos últimos anos foi esta: controle (ou a tentativa) sobre o que é realmente importante, aquilo que depende da minha vontade/esforço. Com relação àquilo que não controlo, que realmente não tenho domínio sobre, procuro (tento) não me preocupar, me estressar cada vez menos.

 

Difícil, nem sempre consigo, mas vale a tentativa.

 

O que posso mudar, ajustar, estou fazendo aos poucos, como se aparando arestas que precisam ser aparadas. Sintonia fina. Abandonando alguns pesos que carrego/carregava sem necessidade. Cortando amarras que me prendiam e me seguravam.

 

Tudo tem sido cansativo, confesso. A rotina, os projetos, as obrigações profissionais, os desafios que vem por aí. O ano se encaminha para o seu último trimestre e remo já com alguma dificuldade. Os próximos três meses e meio passarão voando e serão intensos. Depois, vou parar – de férias – e descansar mesmo. Quando voltar ao trabalho, em janeiro, já terei eliminado alguns dos fatores de risco que hoje convivem comigo. Dois mil e doze será especial, estou certo.

 

E já penso como comemorar os meus quarenta anos.”

 

Um texto de dez anos atrás, para (minha) reflexão. Muita coisa mudou nesse período, e a caminhada tem sido boa. Penso o mesmo de dois mil e vinte e dois.

 

Até.

sábado, setembro 11, 2021

domingo, setembro 05, 2021

A Sopa

 Sobre o tempo.

 

De novo, e sempre. Sinto que todos os meus textos, toda a minha reflexão, a filosofia, tudo o que se discute e pensa, é sobre o tempo, sobre a inexorável passagem do tempo. A caminhada que fazemos no mundo, desde que nascemos até o momento final.

 

O bem mais precioso, o que de mais valor há, porque não se pode recuperar quando foi perdido, ou desperdiçado. Mas esse não é um texto triste.

 

São apenas observações sobre a vida.

 

Penso nas diferenças de idade, e o quanto elas são e não são importantes. Ou, melhor, quando significam algo e quando perdem o sentido. Como o que ocorre na infância e na adolescência, quando a diferença de idade entre as pessoas é sempre gigante e quase intransponível, e como isso se torna insignificante com o passar do tempo.

 

Aos quinze anos, conviver com alguém de dez anos é difícil. Aos dezesseis, a turma não terá integrantes com dez, onze ou mesmo doze anos, obviamente, porque a diferença de idade é abissal. E isso muda com o passar do tempo (tempo, sempre ele). Quanto mais idade temos, mais convivemos e nos relacionamos com pessoas mais velhas e mais novas que nós.

 

Provavelmente tenho pensado nisso mais do que o normal porque caminho a passos largos para completar cinquenta anos. Em oito meses, para ser mais exato. E vivo a interessante situação (assim como todo mundo em algum momento, ou sempre, não importa) de conviver (profissional e socialmente) no dia a dia com pessoas bem mais velhas e bem mais novas que eu, em situação de igualdade. E me refiro especificamente não a alunos (o que tenho) ou professores (com os quais ainda convivo). Aliás, hoje em dia os meus professores na época da Faculdade de Medicina viraram meus amigos e alguns deles até meus pacientes.

 

E é justamente isso o que quero dizer.

 

Convivo diariamente com colegas/amigos que foram meus professores, que na época eu achava “velhos” e que tinham a minha idade atual ou até menos, e que agora estamos em situação de igualdade. Não há mais diferença entre gerações. A turma do almoço de terças e quintas, desfalcada desde o início da pandemia, conta agora comigo e com um amigo (ciclista, como eu) de 73 anos, que estava se formando ou quase quando eu nasci, e a presença de outros eventuais, mais velhos ou mais novos que eu.

 

Assim acontece também na academia que frequento há pouco mais de dois anos, em que há muitos mais novos e outros mais velhos que eu. E então aconteceu recentemente de eu ir jogar futebol em preparação para o campeonato interno da academia, em que - no time para o qual eu havia sido sorteado - eu era o mais velho. No dia do campeonato, por sinal, fiz jus ao fato de ser o mais velho e senti um problema muscular no aquecimento, o que me tirou dos jogos... Paciência, e bom humor, claro.

 

E tenho pensado, nos últimos tempos, no fato de me sentir ainda muito jovem, apto a aprender e disposto a ouvir conselhos dos mais experientes (independente da idade) que eu, da mesma forma que me sinto habilitado a aconselhar e ensinar outros, menos experientes que eu, independente da idade. Efeitos do tempo.

 

E isso, também, é o que faz a vida ser bela.

 

Até.

sábado, setembro 04, 2021

Sábado (e é dia de bike...)

 


                                       Quando não chove, claro...

                                        Bom sábado a todos.

                                        Até.