terça-feira, agosto 31, 2021

A Sopa (Especial de Bodas)

There's nothing you can do that can't be done
Nothing you can sing that can't be sung
Nothing you can say, but you can learn how to play the game
It's easy
Nothing you can make that can't be made
No one you can save that can't be saved
Nothing you can do, but you can learn how to be you in time
It's easy

All you need is love
All you need is love
All you need is love, love
Love is all you need


Boas de Prata.

 

Completo hoje, 31 de agosto de 2021, vinte e cinco anos de casado com a Jacque. Um quarto de século. Mais da metade da minha vida estamos juntos. Há treze anos, temos uma filha, Marina.

 

Casei com vinte e quatro anos e alguns meses. Muito cedo, segundo o parâmetro de muitos. Pode até ser, dependendo do ponto de vista, mas foi no momento certo. As circunstâncias levaram a isso. Encontrei a pessoa certa aos vinte e quatro anos. Fazer o quê? Esperar, não ir adiante? Nunca houve essa possibilidade. Se era para ser, por que esperar?

 

Não esperamos.

 

Decidimos que queríamos nos casar dois meses após começarmos a namorar, e acabamos nos casando – na Igreja, com festa, bem tradicional – um ano e meio após tudo começar. Como eu disse, no momento certo.

 

E a vida tem sido boa.

 

É fácil viver juntos.

 

Temos boa vontade e disposição, somo flexíveis quando necessário, tolerantes quando fundamental. Caminhamos juntos, e temos construído coisas boas. Como deve ser, e desde o início. Suportamos os dois anos vivendo em hemisférios diferentes, eu no Norte e ela no Sul. A experiência nos fortaleceu, e seguimos bem. Problemas? Todos temos na vida, mas eles não interferem no nosso relacionamento. Perfeitos? Não, humanos tentando fazer o melhor.

 

Criamos, com a Marina, um núcleo familiar – modestamente falando – bem legal. Temos bons amigos, nossas famílias estão próximas (somos e temos suporte). O resultado do trabalho paga nossas contas, podemos viajar de vez em quando (antes da pandemia, antes da pandemia).

 

Precisa-se de mais na vida?

 

Eu não.

 

Até. 


sábado, agosto 28, 2021

Sábado (e de volta ao pedal na rua)

 

                              Depois do COVID, a chuva e a lesão no futebol.

                              Retomando a atividade física na rua, em recondicionamento.

                              Bom sábado a todos.

                              Até.

terça-feira, agosto 24, 2021

A Sopa

Eu tenho fé, mas nem sempre.

 

É uma confissão sincera, honesta, do fundo do coração. Espero que todos entendam que, sim, às vezes eu vacilo em minhas certezas na vida, que – outra confissão – são poucas. Há muito tempo que vivo com mais dúvidas que certezas, e acho isso saudável, pois estou sempre disposto a aprender.

 

Mas não com a meteorologia.

 

Essa é uma questão de ter fé, e – como já disse logo acima – eu tenho. Acredito na previsão do tempo, na ciência envolta no ato de prever o comportamento do tempo no nosso futuro imediato. Acesso o meu smartphone diariamente ao acordar para verificar a temperatura e como será o dia, ensolarado, nublado ou com chuva. 

 

Aprendi, quando morava no Canadá, ainda antes de existir iPhone e outros, que era possível prever com precisão o tempo, inclusive com – por exemplo – a hora exata que começaria a chover. Lembro de assistir o Weather Channel (não existiam ainda os smartphones) ou os canais de notícias pela manhã para saber como seria o dia. Em Toronto, no inverno, isso era fundamenta: podia ser a diferença entre um bom dia e perder as pontas dos dedos por frost bite

 

Quase aconteceu, confesso.

 

Após o surgimento dos “telefones espertos”, com internet e mil aplicativos diferentes, os televisão perdeu o protagonismo na previsão do tempo. Como eu falava, com poucos movimentos se consegue acessar a previsão do tempo de qualquer lugar do mundo, precisa, hora a hora. Não tem mais como não acreditar.

 

Porém – de tempos em tempos – sou um homem de pouca fé.

 

Hoje, por exemplo. A previsão para Porto Alegre era de chuva. Ao sair do carro quando cheguei no hospital, conferi a previsão do tempo para decidir se levaria comigo ou não o guarda-chuva que deixo sempre no carro.  O prognóstico indicava uma chance de 50% de chuva às 11h e que estaria nublado ao meio-dia. Não choveria bem na hora em que sairia para almoçar, quando tenho que fazer um trajeto de aproximadamente de cem metros ao ar livre para chegar no restaurante.

 

Fiz os atendimentos da manhã e terminei às 11h30, quando saí para almoçar (gosto de almoçar cedo e ter um tempo de folga antes de retomar os atendimentos, às 13h20). Ao olhar para a rua, muita chuva. Muita. Chuva. Mesmo. E o meu guarda-chuva no carro. Acabei pegando um emprestado da minha secretária, de cabo rosa (não tinha como perder) e fui almoçar certo de que a previsão estava errada e continuaria chovendo muito.

 

Ao sair do almoço, pouco depois do meio-dia, a chuva havia parado.

 

E voltou depois das 13h, como previsto. E choveu muito a tarde toda.

 

Lamentei meu deslize de pouca fé...

 

Eu acredito na previsão do tempo. 

 

(o final de semana deve ser de sol!)

 

Até.

sábado, agosto 21, 2021

Sábado (e uma lembrança de Toronto)

 


                                  Porque foi num Agosto, em 2004, que me mudei para lá.

                                  E onde morei por 2 anos.

                                  Um período muito legal.

                                  Bom sábado a todos.

                                  Até.

segunda-feira, agosto 16, 2021

A Sopa

 A finitude da vida, e a memória.

 

Dia desses, na semana que passou, participei de uma conversa com colegas médicos de um dos hospitais em que trabalho, e falávamos sobre um cirurgião já falecido há alguns anos, que foi professor de todos nós e inclusive foi diretor do hospital. Falávamos de uma tragédia que havia ocorrido em sua vida, em que um de seus filhos morreu em um acidente de paraquedas, que não havia aberto, e caiu, e não morreu na queda, mas no hospital de pronto socorro onde tentavam salvá-lo. Esse colega e professor nunca havia se recuperado da perda, e morreu alguns anos depois.

 

Uma tristeza.

 

Passa o tempo, e ele é homenageado pela Escola de Medicina da qual ele havia sido professor, tendo o seu nome dado a uma das salas de aula do curso. Uma homenagem a ele, e a outros professores cuja história era/é ligada ao curso. Porém...

 

Há alguns dias, não muitos anos após a homenagem a que me referi, o colega ouviu um aluno do curso referir-se à sala, e ao nome dado a ela, de forma totalmente diferente do nome original. Disse ele que, após não muito tempo, o professor – mesmo com a homenagem de ter seu nome associado a uma sala do curso – estava sendo esquecido. A pergunta que ele se fez foi “para que tudo isso, congressos, viagens, tempo longe da família, se não muito tempo depois de morrermos seremos esquecidos?”.

 

Para pensar, mesmo. E seremos esquecidos, sim.

 

Menos por aqueles de cujas vidas fizemos parte, nossos entes queridos e mais próximos, e talvez alguns amigos. Aqueles a quem tocamos e compartilhamos momentos, compartilhamos histórias para contar.

 

Por isso que o que conta, de verdade, são as relações que temos. Títulos, dinheiro, fama. Nada – no fundo – tem importância.

 

Até.

sábado, agosto 14, 2021

Sábado (de sol)


                              O melhor momento da semana.

                              Bom sábado a todos.

                              Até.

domingo, agosto 08, 2021

A Sopa

Eu tive COVID.

 

Sim, você já deve saber, afinal contei isso aqui neste espaço no início da semana. Já não é uma novidade e nem é (ou foi) um grande problema, afinal já completei o período de isolamento, e segunda-feira volto ao trabalho.

 

Fiquei pensando o que significou, para mim, ter me infectado, adoecido.

 

Lá atrás, no início da pandemia, há um ano e meio, passamos da ideia inicial de que todos se contaminariam em algum momento e tínhamos que “achatar a curva” (de infecções) para não sobrecarregar o sistema de saúde para o “fique em casa”, para que ninguém se infectasse, meta evidentemente irreal. Todos os cuidados que tínhamos e temos que tomar sempre foram para – sim – minimizar as infecções enquanto as vacinas eram desenvolvidas.

 

Elas foram, em tempo recorde, para a suspeita de vários (esquecendo que estamos em 2021, não em 1950). Fui voluntário da pesquisa da Coronavac, do Instituto Butantã, em setembro de 2020 e, quase onze meses depois, acabei tendo COVID. Tranquilo, posso dizer. Sempre soube que a vacina não evitava em 100% a infecção, mas era para evitar casos graves, internações, internações em UTI e, claro, morte. Por isso nunca me preocupei com essa ridícula discussão sobre qual vacina fazer. Vacina boa é vacina feita.

 

De qualquer forma, quando entrei na pesquisa e recebi o que poderia ser a vacina ou placebo, não quis saber qual eu tinha recebido, porque não ia mudar em nada minha vida caso eu soubesse. Os cuidados continuariam os mesmos. Depois que fiquei sabendo que havia sido vacina, de fato nada mudou.

 

Assim que fiquei sabendo que estava com COVID, ainda antes do teste, afinal eu era contato de caso e comecei com febre, mantive-me tranquilo. Alguém pode até dizer que irresponsavelmente calmo, pode ser, mas confesso que em nenhum momento me preocupei de verdade. Por estar me sentindo bem, com poucos sintomas. Era questão de seguir o protocolo e permanecer isolado pelo período recomendado. Se certo ou errado, não faz diferença, cada um reage de forma individual ao que acontece em sua vida.

 

Lembrei disso porque andei lendo relato de conhecidos que estavam passando pela mesma situação que eu, mais ou menos ao mesmo tempo, e que diziam que o diagnóstico foi motivo de muita preocupação por terem visto muitos pacientes, saber de ainda mais outros que haviam sofrido e mesmo morrido de COVID. Entendo a angústia e preocupação, mas – de novo – confesso – que não as tive.

 

Negação, você pode pensar, mecanismo de defesa para seguir em frente em meio a tudo isso. Pode ser, não importa mesmo.

 

Por enquanto, passei bem pelo COVID. Sem loucuras, sem tratamentos malucos, não fiz nada diferente daquilo que recomendo para pacientes. Estou bem.

 

Espero que continue assim.    


Até. 

sábado, agosto 07, 2021

Sábado (e o final do isolamento)


                                 Os últimos momentos de isolamento.

                                 Segunda-feira, de volta à vida...

                                  Até.

terça-feira, agosto 03, 2021

Diário da COVID, 3º dia

 (na verdade, o 6º desde o início dos sintomas)

 

Ontem, antes de dormir, verifiquei a minha temperatura, que havia estado normal ao longo do dia. Marcava 37,5ºC. Febrícula, ainda não febre. Ou iria ficar nisso ou subir. Decidi tomar um antitérmico e ir dormir. Acordei no meio da noite com a camiseta do pijama molhada de suor. Levantei-me, troquei de roupa e voltei a dormir. Apesar do incidente, foi uma noite boa.

 

Hoje acordei melhor disposto, talvez pelo efeito de ter dormida na minha cama, afinal fazia uma semana que dormia no quarto da Marina enquanto elas estavam em isolamento. De qualquer forma, sentia-me, sem nem mesmo a dor de cabeça que vinha sentindo nos últimos dias. Tomei café, me ajeitei e fui para o hospital.

 

Sim, hospital.

 

Como voluntário do estudo de uma das vacinas aprovadas no Brasil, a Coronavac, que havia feito há cerca de onze meses e meio, o pessoal da pesquisa me chamou para uma consulta de avaliação por eu estar sintomático. Tudo tranquilo, sinais vitais dentro do normal, praticamente assintomático, mas – aos auscultar meu tórax – notaram uma alteração no meu pulmão direito. Pronto: vamos nós para a emergência COVID, de onde eu fui para a tomografia computadorizada.

 

O exame mostrou aquilo que se ouvia no meu tórax: comprometimento pelo COVID, apesar de assimétrico, principalmente em base pulmonar direita, uma extensão em torno de 10%, ou seja, leve. Por ser sexto dia de sintomas, e pelas características da imagem, iniciei com antibiótico ainda de manhã.

 

Agora à tarde, em meu isolamento em casa, de bobeira mesmo, fui verificar minha saturação de oxigênio: coloquei no dedo, ficou em 95%, normal, mas abaixo do que usualmente está. Troquei o dedo: 89%(!!). Esquentei a mão um pouco, e fui novamente: 99%.

 

Era só o que faltava...

 

Até.    

segunda-feira, agosto 02, 2021

Diário da COVID, 2º dia

Chegou em mim.

 

Demorou, concordo, mas era de se imaginar que – em algum momento – aconteceria. Sim, estou com COVID-19. Desde a semana passada eu já estava em quarentena, em casa, porque as meninas haviam tido testes positivos. Como eu não tinha nada, era apenas contato, fiquei em quarentena enquanto elas estavam isoladas.

 

Fiquei no quarto da Marina, recém reformado, com cama e colchões novos, enquanto elas ficaram no quarto da Jacque e meu. Distanciamento, isolamento. Elas com sintomas muito leves, eu assintomático. Se bem que...

 

Quarta-feira à noite da semana passada, senti mais frio que o usual, mesmo sabendo que era uma das noites mais frias do inverno, afinal de contas eu estava apenas indoor. Dormi de forma estranha, confesso, e quando acordei na quinta-feira, com o corpo meio dolorido, e mesmo que achando era de dormir em um colchão diferente, marquei a data dizendo que – se ou quando confirmasse que eu havia pego COVID – esse seria o primeiro dia de sintomas. 

 

Ao longo dos dias, desde lá, eu melhorava, e – exceto por uma dor de cabeça que surgia uma vez por dia (e que eu associava à cervical, colchão diferente, etc) e alguma tosse seca eventual, estava muito bem. O plano era aproveitar a segunda-feira de manhã para novo teste, para me liberar de volta para a rotina. Tudo tranquilo.

 

Porém...

 

Ontem, após o almoço, sentei em frente à televisão e dormi sentado, como se eu tivesse sido atingido por um caminhão, sensação essa que melhorou ao comer um doce de lanche da tarde. À noite, sensação de frio, mas sem calafrios. Antes de dormir, apenas por descargo de consciência, medi a temperatura: 38,5ºC. Aí não tinha jeito, não tinha outro diagnóstico...

 

Dormi mal, em parte por insônia, em parte por agitação. Enquanto tentava dormir, me virando de um lado para outro na cama, entra uma mensagem em meu relógio, por volta das 0h30 da noite. “Leitos em UTI por COVID tem sua menor lotação desde fevereiro”. Um alívio, aquela hora. Ou não.

 

Hoje cedo o teste positivou rapidamente.

 

De volta para casa, agora em isolamento.

 

Seguimos.

 

Até.    

domingo, agosto 01, 2021

A Sopa

 Olha só.

 

Eu ia escrever sobre a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, de como sua privatização é uma necessidade urgente e que qualquer pessoa que seja contra a privatização só pode ter uma agenda escondida, algum interesse. Diria que não tem como alguém ser a favor da manutenção da forma que está de uma empresa que – sim – já foi confiável e que é deficitária (mesmo sendo um monopólio) e não entrega (trocadilho fraco) o serviço para qual existe. Ia falar tudo isso porque recebi hoje, trinta e um de julho, alguns boletos que deveriam ter sido pagos em abril. Abril!

 

Não vem ao caso o fato de eles terem sido pagos na data correta. É uma questão de princípios, mas – como já disse – não vou falar disso. Só privatiza, certo?

 

Os últimos dias de julho foram de muito frio e belos dias aqui no Sul do mundo. Nevou, o que confirma o dito que – apesar de viver num país tropical – por aqui somos do frio, dos invernos rigorosos, das sopas e dos vinhos, da proximidade. Mas não por esses dias, em que estamos isolados e distanciados.

 

Como já contei, em virtude do COVID as meninas estão em isolamento e eu estou de quarentena, de onde acompanhamos (por sorte, diferente de outros) aquecidos esses dias de Olimpíadas. Antes de dormir, logo ao acordar, claro. Nada muito tarde e nem muito cedo.

 

Elas estão bem, contando os dias para saírem do isolamento e retomarem suas rotinas. Assim como eu.

 

Até.