terça-feira, novembro 05, 2024

Ontem

Vinha eu dirigindo a caminho do consultório, hoje mais cedo, e ouvindo um podcast em inglês, de nome ‘How To’. O episódio em questão, que eu ouvia em uma manhã de sol de terça-feira, era sobre como encarar o medo da morte, de morrer.

 

Diferente de alguns casos comentados no programa, de pessoas que tem sofrimento real relacionado ao medo de morrer e da morte de pessoas próximas, meu problema com o conceito de morrer é – já disse repetidas vezes – que acho um ‘desperdício’, desnecessário...

 

O que acontece é que não consigo imaginar o fim, o ‘não ser’, o nada. Aí chego a quase lamentar a minha falta de certezas com relação ao pós-vida. Gostaria de estar seguro, no sentido de fé, de que quando morrer haverá a chamada vida eterna em um local para onde vão os justos e os corretos. Mas minha relação com a religião, Deus e conceitos teológicos é de não saber.

 

Eu não sei.

 

Gostaria, sinceramente, de acreditar na existência ou na não-existência dessa entidade superior, ou energia, seja como for. Gostaria de saber que vou reencontrar em alguma dimensão diferente aqueles entes queridos que se foram, mas realmente, sinceramente, eu não sei.

 

Talvez eu acredite no Deus de Spinoza, como disse Einstein. Ele não estaria separado do mundo, pelo contrário, seria intimamente e necessariamente ligado a ele, formando apenas uma coisa, uma substância, ou seja, o mundo e Deus são a mesma coisa, já que o mundo é uma produção, e não uma criação.

 

Mas isso é conversa para outro momento.

 

Não em uma terça-feira de manhã de sol.

 

Até.

 

PS – Ontem, na Feira do Livro, foi muito legal. Obrigado a todos!

Abraço. 

segunda-feira, novembro 04, 2024

Sobre Hoje

Prioridade e expectativas.

 

Foi um longo processo, mas houve um momento em que percebi que – mesmo tendo desejos e aspirações materiais, de coisas que eu gostaria muito de ter – nada era mais importante do que aquilo que eu queria viver. E que – como todos deveríamos saber e em nenhum momento esquecer – ser é muito maior do que ter.

 

As experiências, de que tanto falam.

 

Não, não virei monge, e muito menos me desfiz de bens materiais para viver em harmonia com a natureza. Continuo gostando de conforto, de visitar lugares legais e tal, mas quero dizer que não tenho aquela ânsia por acumular.

 

Minha ânsia é por viver.

 

Conviver.

 

Até.

 

PS – como parte das experiências que queria viver, hoje será uma desse tipo. Às 19h ocorrerá a sessão de autógrafos do meu primeiro livro de crônicas, ‘A Sopa no Exílio’, na 70ª Feira do Livro de Porto Alegre. Quem puder aparecer por lá fará minha noite ainda mais feliz.


Abraço! 

domingo, novembro 03, 2024

A Sopa

Sobre o terminar.

 

Tudo na vida, inclusive ela própria, tem um fim. Verdade maior, incontestável. De alguma forma, por alguma razão, tudo o que vivemos vai – em algum momento – terminar, queiramos ou não. Temos que saber, ou aprender, a lidar com isso, com as perdas que virão.

 

São relacionamentos, ciclos, fases ruins, fases boas, não importa, devemos manter em perspectiva a ideia de que nada – exceto a morte, claro – é definitivo. Por isso, já falei, ainda não me conformei com a morte: acho um desperdício, mas não é disso que quero falar agora.

 

Durante um tempo, tive a ideia de que eu era uma pessoa que não chegava ao final das coisas, não as encerrava, ou completava. Que era bom em começar – ‘o botador de pilha’- mas não tinha talvez a persistência ou disciplina de seguir e completar. Tinha as ideias, poderia até iniciar múltiplas atividades ou projetos, mas me via como alguém que não era bom em terminar tarefas, ir até o final daquilo que começava.

 

Não sei de onde vem, ou vinha, esse pensamento autodepreciativo, mas sem dúvida era pernicioso para mim mesmo, afinal o discurso molda a realidade, a narrativa é o que conta. Não sei se essa percepção é (era) baseada em fatos objetivos ou não, não faz muita diferença, pois era como eu me via.

 

Quando há quase vinte e cinco anos fui aprovado para o iniciar o Doutorado em Medicina, o primeiro pensamento foi de ‘será que vou terminar?’. Mesmo que na entrevista de seleção, que era para o Mestrado, eu tenha dito – confiante – que não queria fazer Mestrado, mas, sim, Doutorado, e o projeto era original e bom tanto que foi selecionado para Doutorado, no fundo minha maior preocupação era se chegaria ao final.

 

Cheguei.

 

Não só isso, defendi minha tese de Doutorado em uma vinda ao Brasil quando já estava no Canadá iniciando o Pós-Doutorado, que também completei, e depois fui professor de Medicina, e assim por diante. Aos poucos, a ideia de que era alguém que não completava, não ia até o final daquilo que propunha fazer, foi mudando.

 

Sou também alguém que faz o que foi prometido.     

 

Lembrei disso em uma conversa em que dizia que tinha prometido em 2017 que levaria a Marina a um show do Paul McCartney, o que fiz recentemente. A pessoa com quem conversava (minha mãe) lembrou que eu havia prometido levá-la a conhecer a Itália e o fiz, há quase dois anos. Disse ela: “és alguém que cumpre promessas”.

 

Sou, ou me tornei, não importa. 


Até. 

sábado, novembro 02, 2024

Sábado (e um grande momento)

Bar Opinião, 27/10/2024
 

Existem momentos que, realmente, não tem preço.
Que ficam marcados na nossa história pessoal.
Que pareciam não ser possíveis.

Bom sábado a todos.

Até.


sexta-feira, novembro 01, 2024

Histórias de Consultório

Sobre a linguagem falada. 

A língua falada, forma de comunicação mais informal e flexível, mais sujeita a neologismos e gírias, difere da linguagem escrita, que é posterior à essa, mais formal e, de certa forma, mais complexa, ou rebuscada. Sobre o vocabulário da língua falada, diz-se que é composto por até dez mil palavras. 

 

Em teoria, imagino.

 

Porque o que vemos (vejo) por aí no contato com as pessoas parece ser bem menos que isso, mas claro que pode ser má vontade minha. Mas eu não queria falar exatamente disso. Notei, e não é novo isso, evidentemente, que praticamente podemos dizer a idade de alguém a partir do seu discurso, da forma e do conteúdo de sua fala. E associamos (associo) muitas vezes uma forma de falar com pessoas específicas.

 

Tá ligado?

 

Esse é um termo muito usado por pessoas de determinada faixa etária, acho que entre vinte e vinte e vinte e cinco anos de idade, mais ou menos. Não consigo não lembrar do Gabriel, meu sobrinho e afilhado “emprestado”. Toda vez que ouço alguém falando e terminando as afirmações com um “tá ligado”, lembro dele. Foi assim quando conversamos com o Ian Garbinatto, o Cara do Metal, no Qual é o Tom. Passei o tempo todo da conversa pensando que estava conversando com ele. 

 

E foi assim ontem, quando comecei a atender um paciente de vinte dois anos, que usava a expressão com frequência. Após as perguntas iniciais, ele disse que ia começar a contar sua história, de secreções e sofrimento. Respondi a ele que, o que era a vida, afinal, que não uma série infindável de sofrimento e secreções interrompida por intervalos fugazes de felicidade e prazer? 

 

A conexão foi imediata.

 

Terminou a consulta dizendo que tinha sido muito legal consultar comigo. Foi um bom jeito de começar o dia de consultas. 

 

Tudo correu bem até entrar no consultório a louca antivacinas.

 

Mas isso é história para outro dia.

 

Até.

quinta-feira, outubro 31, 2024

Os Caminhos

Reflexões.

 

O destino último de uma jornada, o ponto final de uma viagem, a meta atingida, o resultado do campeonato, todos são objetivos importantes de serem alcançados, mas – se esperarmos chegar neles para nos sentirmos bem, realizados – o processo não terá valido a pena. O todo é o que importa, o caminho. E, claro, com quem caminhamos.

 

Além disso, muitas vezes são como a linha do horizonte, ou as utopias, que - por mais que caminhemos - nunca as alcançamos, mas nos servem de razão para continuar andando. Então, se esperarmos o final para celebrarmos, para nos divertirmos, talvez nunca vamos achar o momento certo para isso. Porque muitas vezes esse momento certo não vai chegar se não o criarmos.

 

Por isso eu vivo cada momento do caminho. Eu celebro cada passo dado, cada momento do processo. Cada porta que se abre e entro. Celebro as pessoas que andam ao meu lado, na mesma direção, com os mesmos objetivos e planos e projetos. Celebro as parcerias e os seus sucessos, porque são também os meus sucessos. Quando surgem as pedras no caminho, as transpomos em conjunto, uns impulsionando os outros.

 

Caminhar em grupo é sempre muito melhor, sempre mais divertido.


Até. 

quarta-feira, outubro 30, 2024

Sábado de Manhã

Volta e meia eu penso no sábado de manhã.

 

Não falo aqui do primeiro dia do final de semana, aquele de cuja noite todo mundo espera alguma coisa, do dia de ir na feira de orgânicos, de correr ou cainhar no parque, do chimarrão. Não, é de outra coisa que a que me refiro aqui.

 

Falo de um idílico, platônico, sábado de manhã.

 

É da manhã de sábado que é o melhor momento da semana, em que sol brilha alto e a música que toca enquanto ando de pés descalços pela grama é ‘Cúmplice’, do Cazuza. Há um mundo de possibilidades e infinitos mundo possíveis neste sábado de manhã, e poderemos ser quem quisermos quando chegar a hora de decidir. 

 

Lembro que foi em um sábado de manhã (pois, nas férias, todos os dias são sábados de manhã) que peguei emprestado um disco de vinil de uma amiga com a confissão de que nunca iria devolver, e estava tudo bem. Era sábado de manhã quando meu pai estava cuidando do jardim e cortando a grama em que eu andava de pés descalços, e o cheiro de grama cortada está em todo lugar.

 

Foi em um sábado de manhã em que discutimos o futuro, nós, os amigos que o mundo não separaria, mas que foi só chegar a segunda-feira que tudo mudou. Ou todos mudamos.

 

Foi sábado de manhã, há quase trinta anos, em que a Jacque e eu, recém namorados, mas em segredo, saímos no final de um plantão e fomos até a praia ver o mar. Foi em um sábado de manhã, um ano e meio depois, que enviei flores a ela porque era o dia em que iríamos nos casar. Foi sábado de manhã quando viajei com a Marina para Florianópolis ver um Beatle. Foi um sábado de manhã quando fizemos show no Opinião, mesmo que fosse domingo à noite. 

 

Não tenho saudades dos sábados de manhã.

 

Eu continuo vivendo os sábados de manhã.

 

Até.

terça-feira, outubro 29, 2024

Corneta

Sobre clientes.

 

Um dito popular é que o cliente sempre tem razão, que ele sabe o que quer. Qualquer afirmação que envolva os termos ‘sempre’ e ‘nunca’ usualmente é enganosa. Sabemos que a vida, e o mundo, são relativos. Esses conceitos são fluidos. Em outras palavras, nem sempre o cliente tem razão. Muitas (MUITAS) vezes ele não sabe o que quer. Ou por não ter experiência ou por desconhecimento.

 

Todos passamos por isso, mesmo eu, que costumo brincar (ou não) que as pessoas podem ter opiniões, não eu, pois meu compromisso é com a verdade. Ainda assim, muitas vezes me vejo “obrigado” a aceitar o fato de que algo que não queria fazer e fui obrigado a era o melhor, ou o mais adequado.

 

Muitas vezes precisamos de uma curadoria, de uma orientação.

 

Pode ser difícil aceitar que alguém sabe mais, tem mais experiência que nós, mas é da vida, sempre haverá alguém que sabe mais e alguém que sabe menos do que nós. E essa convivência é o que torna as coisas interessantes.

 

Aprendi isso participando da organização de congressos médicos, já há uns bons anos. É impossível agradar a todos, e sempre haverá corneta.

 

Mas, se sabemos o que estamos fazendo, contamos com pessoas experientes e com um mesmo propósito, temos que seguir em frente, a despeito de potenciais contestações surgidas de interpretações maldosas, equivocadas ou míopes do todo. Às vezes, temos o dever de dizer ao cliente o que ele precisa.


Até. 

segunda-feira, outubro 28, 2024

Rescaldo

A segunda-feira começa com uma necessidade premente de café.


Para acordar, porque quase não dormi...

 

Já era quase uma hora da manhã dessa segunda-feira quando desliguei a luz e pus o celular de lado, para então tentar desligar de fato e descansar um pouco antes de iniciar a semana normal de trabalho. Estava ainda muito ligado para dormir, a adrenalina estava alta.

 

Só posso dizer que foi lindo.

 

Após diversas incertezas e tensões e cornetas relacionadas a fazer um show do porte do que fizemos ontem à noite no Bar Opinião, ver o local cheio, com as pessoas se divertindo muito, cantando, dançando e aplaudindo os elencos (as bandas) foi de uma felicidade indescritível. Foi uma celebração do espírito School of Rock, que é de família, de comunidade. Havia começado no sábado, no ensaio geral, e foi uma catarse ontem. Teria muito mais o que dizer, mas tem tempo, preciso digerir tudo o que aconteceu. 

 

A régua agora está lá em cima.

 

Que bom.

 

Até. 

domingo, outubro 27, 2024

A Sopa

 A vida é curta, diz o clichê de autoajuda.

 

Bobagem.

 

A vida é longa. É maratona.

 

O entendimento desse fato é bem importante. Justamente por essa ideia de maratona, é que não podemos, ou devemos, permanecer parados no mesmo lugar. De alguma forma, mesmo que cambaleantes às vezes, seguimos. Nem sempre é fácil, muitas vezes estaremos com dor, mas temos que seguir. Desistir não é uma opção.

 

É nessa longa corrida que vamos acumulando experiências que virarão estórias que contaremos. Um ciclo que é infinito enquanto durar, enquanto estivermos vivos. Simples assim.

 

Por isso que valorizo muito as experiências, e as pessoas, e não entendo (limitação minha, confesso) quem foge, quem evita viver as experiências. Que fica, como diria Raul Seixas, sentado no trono de um apartamento com a boca escancarada, cheia de dentes, esperando a morte chegar. 

 

A referência é, claro, à música ‘Ouro de Tolo‘.

 

Que pensando bem, sempre esteve rondando meus pensamentos com uma profecia, como um destino que eu deveria (ou queria) evitar. Um lembrete que o mundo era muito maior que meu quarto (outra referência musical...).

 

Eu devia estar contente
Porque eu tenho um emprego
Sou o dito cidadão respeitável
E ganho quatro mil cruzeiros por mês


Eu devia agradecer ao Senhor
Por ter tido sucesso na vida como artista
Eu devia estar feliz
Porque consegui comprar um Corcel 73


Eu devia estar alegre e satisfeito
Por morar em Ipanema
Depois de ter passado fome por dois anos
Aqui na Cidade Maravilhosa


Ah! Eu devia estar sorrindo e orgulhoso
Por ter finalmente vencido na vida
Mas eu acho isso uma grande piada
E um tanto quanto perigosa


Eu devia estar contente
Por ter conseguido tudo o que eu quis
Mas confesso, abestalhado
Que eu estou decepcionado


Porque foi tão fácil conseguir
E agora eu me pergunto: E daí?
Eu tenho uma porção
De coisas grandes pra conquistar
E eu não posso ficar aí parado


Eu devia estar feliz pelo Senhor
Ter me concedido o domingo
Pra ir com a família no Jardim Zoológico
Dar pipoca aos macacos


Ah! Mas que sujeito chato sou eu
Que não acha nada engraçado
Macaco, praia, carro, jornal, tobogã
Eu acho tudo isso um saco


É você olhar no espelho
Se sentir um grandessíssimo idiota
Saber que é humano, ridículo, limitado
Que só usa 10% de sua cabeça animal


E você ainda acredita
Que é um doutor, padre ou policial
Que está contribuindo com sua parte
Para o nosso belo quadro social


Eu é que não me sento
No trono de um apartamento
Com a boca escancarada, cheia de dentes
Esperando a morte chegar


Porque longe das cercas embandeiradas
Que separam quintais
No cume calmo do meu olho que vê
Assenta a sombra sonora dum disco voador


Ah! Eu é que não me sento
No trono de um apartamento
Com a boca escancarada, cheia de dentes
Esperando a morte chegar


Porque longe das cercas embandeiradas
Que separam quintais
No cume calmo do meu olho que vê
Assenta a sombra sonora dum disco voador

 

Até.

sábado, outubro 26, 2024

Sábado (ainda é se não dormi)

 

(Domingo)

    Show de Temporada School of Rock Benjamin POA.

    No Bar Opinião.

    Não preciso dizer mais nada.

    Te encontro lá.

    Até.

sexta-feira, outubro 25, 2024

O Velho

Eu sempre digo que quero envelhecer (e, sim, e virar um ranzinza, mas isso é outra história), até porque ninguém até hoje conseguiu me convencer que a outra opção é melhor. Porque só existem duas opções: ficar velho ou não. Mesmo com todas as dificuldades físicas e emocionais envolvidas com o envelhecer, ainda é a única opção que considero.

 

Mas não quero envelhecer antes do tempo.

 

Não quero, na verdade, me sentir velho, acabado. Nunca. Quero viver cada momento, cada idade, cada fase, de maneira intensa, plena. Cronologicamente, tudo bem, mas em espírito não. Por mais que eu diga com alguma frequência que ‘sou um velho”, eu não me sinto assim. E sigo fazendo planos e projetos e inventando coisas como se eu tivesse todo o tempo do mundo.

 

Se eu começar a falar apenas em doenças e remédios e vitaminas e que não posso jantar nem comer churrascos, que não encontro mais os amigos, que não saio mais, que não me divirto com a convivência com as pessoas, se eu começar a apenas compartilhar notícias ruins, por favor me abandonem, me deixem sozinho. Porque, nesse caso, eu morri e não fiquei sabendo.

 

Ou tenho que ser sacrificado.

Até. 

quinta-feira, outubro 24, 2024

Antecipação

Acontece em temporadas.

 

Começou há algum tempo, não posso precisar quando, mas houve um momento em que percebi que – à medida que se aproximava um show nosso de final de temporada da School of Rock Benjamin POA – as semanas anteriores à apresentação, quando já estávamos praticamente prontos, faltando poucos ajustes e ensaios, eu era tomado por uma crescente ansiedade antecipatória, mas não no sentido de tensão, mas de felicidade mesmo. E essa alegria na expectativa do que aconteceria tinha o seu ápice no momento do show, entre os amigos, novos e mesmo os antigos.

 

Quando me tornei sócio, e passei para o “outro lado do balcão”, ou seja, no lado da organização, sabendo das dificuldades potenciais e reais envolvidas no processo, mesmo não sendo a pessoa que está completamente mergulhada na organização (esse é o incansável Thiago), temi que houvesse a perda daquele encanto antecipatório. Que fosse ficar feliz pelos nossos alunos, naturalmente, mas que eu deixasse de me sentir como no início, com a empolgação genuína de quando eu era apenas pai de aluna, primeiramente, e depois aluno (que continuo sendo).

 

Estava errado.

 

Hoje cedo, enquanto me deslocava para iniciar o longo dia de trabalho no consultório, dirigia e ouvia e cantava o repertório do show de domingo no Opinião, as músicas que vamos tocar. E percebi que aquele sentimento de felicidade pelo que está por acontecer, de que vamos fazer um baita show, que estaremos num palco lendário como o do Opinião, que vamos – acima de tudo – mostrar o resultado de um processo que foi muito legal de participar, continua exatamente como era antes, como se fosse a primeira vez.

 

E que estou no caminho certo daquilo que quero fazer e viver.


Até. 

quarta-feira, outubro 23, 2024

Choque

De gerações.

 

Eu, quando adolescente, e até onde minha memória permite lembrar, não tive de lidar com o que chamam de hiato de gerações. Sei que a memória nos engana com o passar dos anos, mas, sinceramente, não consigo, olhando para trás, enxergar algum tipo de conflito maior com a geração anterior à minha.

 

Éramos diferentes, sim, mas havia o respeito mútuo entre aqueles que já haviam passado o que estávamos passando e nós, que naquele momento aprendíamos a viver. No fundo, sentia que nós, os jovens, éramos a continuidade da geração anterior, e estávamos a aperfeiçoando, com toda a presunção de saber fazer melhor que nos era típica.

 

O tempo passou e, estranhamente, não é no convívio com a geração da minha filha que me faz sentir muito presente esse hiato entre as gerações. Com ela, é tudo natural e tranquilo, e o sentimento é quase o mesmo que tinha quando eu era o jovem que ia melhorar o mundo. Acredito, inclusive, que a geração dela (ou, melhor, o pequeno recorte da geração dela com quem convivo) tem o real potencial de ser melhor do que a minha.

 

Com quem não tenho tido muita tolerância, por mais que tenha tentado me aproximar e conviver é com (também um pequeno recorte, que convive muito próximo da minha bolha) um pessoal da faixa etária entre vinte e vinte e poucos anos. Realmente difícil. Seria um recorte da Geração Z. Que acham que o mundo começou com eles, que tudo gira em torno deles, que tem baixa tolerância a frustrações, e que acham que se as coisas não foram do jeito que elas idealizaram, não pode ser. De novo, é um recorte que provavelmente não reflete toda uma geração (eu espero). 

 

São uns chatos do caralho.

 

Desculpa, não resisti.


Até. 

terça-feira, outubro 22, 2024

Coerência

É o que busco.

Inconscientemente ou não, tenho buscado ser coerente com quem sou. Digo inconscientemente por que muitas vezes segui caminhos que, mesmo para mim, aparentemente não eram aqueles os quais eu deveria trilhar, mas que – olhando em retrospectiva – se mostraram adequados.

 

É o velho papo da narrativa.

 

Ao olhar o todo, ao ter uma visão de perspectiva sobre a vida em geral, os caminhos percorridos fazem, de certa forma, sentido, quase como se fossem planejados, quase como se eu sempre soubesse o que estivesse fazendo ao longo do tempo. Nem sempre sabia, confesso.

 

Sim, esse parece um texto sem sentido para você, caro leitor.

 

Entendo.

 

Faz sentido para mim, faz muito sentido para mim.

 

Até.

segunda-feira, outubro 21, 2024

Cabelos (ainda esse papo?!)

Olha só.

 

Eu sempre pensei que calvície fosse uma variável dicotômica. Ou a pessoa tinha cabelo, ou não. Ou era careca ou não. Preto ou branco. Bom ou mal. Simples, como deveria ser a vida. Como sempre via cabelos em minha cabeça, nunca me vi como um careca. Pouco cabelo, ou cabelo ralo, tudo certo, mas careca parecia me demais.

 

Estava enganado. Ingenuidade minha.

 

A calvície, vejam só, é uma variável contínua. Sem tens menos cabelo do que determinada quantidade, és careca, em maior ou menor grau. O grau de calvície vai aumentando. A testa que aumenta, as entradas, todos são graus variáveis de uma doença que as pessoas não cansam de apontar. Sempre fui muito tranquilo com isso. Até fazia piadas a esse respeito (“cabelos são supervalorizados”, e tal).

 

Aí na semana passada, sexta-feira, fui aparar a barba e cortar o cabelo. Ao sentar em frente ao espelho, me olhei, e decidi que era hora de mudar a percepção que as pessoas tinham de mim, e de maneira radical. Fazer uma mudança de paradigma.  

 

Passei a máquina quase a zero (como quando o cortei o cabelo virado para Meca, há duas décadas).

 

Deixei de ser careca para ser um cara que raspa a cabeça.


Até. 

domingo, outubro 20, 2024

A Sopa

Criar memórias.

 

Em determinado momento do show do Paul McCartney ontem no Estádio da Ressacada, em Florianópolis, a Marina – que sabia décor quase todas as músicas – virou para mim e perguntou se eu não me orgulhava do seu gosto musical. Respondi que sim, muito, e ela me agradeceu por ter a ajudado a moldar, ao menos em parte, suas preferências no campo da música. Sorri ainda mais do que já estava sorrindo, de feliz que estava.

 

Eu estava cumprindo uma promessa.

 

Quando do último show do Paul em Porto Alegre, eu acabei me enrolando e, de última hora, quando quis levar a Marina para vê-lo, não consegui ingressos. Foi quando prometi que a levaria – em algum momento – a um show dele, nem que fosse no exterior, azar. Era uma experiência que eu achava que ela deveria ter, até como parte da formação do seu gosto musical dela, que eu “tentava” influenciar.

 

Eu o havia assistido em Porto Alegre, em 2010, e tinha sido uma experiência quase mística para mim, de assistir ao vivo um Beatle tocando ao vivo. Fiquei meio “fora do ar”. Lembro da sensação de irrealidade quando ele tocou ‘Eleanor Rigby’ daquela vez. Foi semelhante ao que senti, mas talvez em menor intensidade quando assisti ao Chico Buarque cantando ‘Quem Te Viu, Quem Te Vê’ ao vivo também. Não parecia de verdade. Sabe aquelas músicas que ouviste a vida toda e, de repente, estás assistindo o autor executá-la ao vivo? Para mim, ao menos, é mágico.

 

Por isso imaginava que a Marina tinha que ter uma experiência desse tipo, e – mais – compartilhar esse momento com a Jacque e comigo, porque seria uma história que ela contaria (contará) o resto de sua vida, seria criada uma memória indelével, definitiva. E – me repito, me repito – é disso é que é feita a vida, dessas experiências que viram histórias, e as pessoas com quem as compartilhamos. Essas pessoas se tornam (ainda mais) especiais em nossas vidas.

 

Fomos à Florianópolis, estivemos no show.

 

Foi lindo. 

 

Compartilhamos esse grande momento, criamos essa história, com queridos amigos. Thiago e Bianca, Rodri e Ana Carolina, Lorenzo (filho desses e namorado da Marina), Marina e Jacque e eu. A felicidade de vivermos isso juntos, o tempo que passamos na ida e na volta, foi tudo muito legal. Definitivamente memorável.

 

Entre os shows que assisti até o hoje na vida, não tenho lembrança de um tão especial, e tão bom. Diferente de 2010, vivi em show intensamente como nunca. Estava ali, em minha frente, muito bem, tocando e cantando e dançando e saltitando, um Beatle de oitenta e dois anos que parecia um guri feliz. Tudo perfeito.

 

Menos claro, a logística.

 

Foi um inferno sair de lá.

 

Mas isso é outra história, para outro dia.

 

Até. 

sábado, outubro 19, 2024

Sábado (e o próximo show)

Show de Temporada
 

    Domingo, 27/10, a partir das 18h30.
    Local: Opinião
    Show de Temporada da School of Rock Benjamin POA.
    
    Direção musical: Tchê Gomes (Tenente Cascavel e TNT)
    Direção de palco/captação de imagens de Alexandre Birk (Graforréia Xilarmônica)
    Preparação de elenco / direção de cena: Ana Carolina Machado (atriz, escritora e cantora)
    Produção: André Moraes (que já atuou em trilhas sonoras, no cinema e gravou artistas como Sepultura e Caetano Veloso)
    School of Rock Benjamin POA: Thiago Vitola e Marcelo Tadday

    Vai ser legen - wait for it - dary!

    Bom sábado a todos.

    Até.

sexta-feira, outubro 18, 2024

O Entusiasta

Pois é.

 

Dia 27 de outubro, domingo da semana que vem, logo após o término da votação do segundo turno das eleições municipais de Porto Alegre, no lendário e icônico Bar Opinião, vamos fazer mais um show de temporada da School of Rock Benjamin POA. Estamos em plena divulgação e venda de ingressos (tenho comigo, aliás, é só chamar).

 

Como parte da divulgação, há um release feito para a imprensa, que fala do show, que tem direção musical do Tchê Gomes (Tenente Cascavel e TNT), a direção de palco e a captação de imagens de Alexandre Birk (Graforréia Xilarmônica), a preparação de elenco e direção de cena da atriz, escritora e cantora Ana Carolina Machado e a produção de André Moraes (que já atuou em trilhas sonoras, no cinema e gravou artistas como Sepultura e Caetano Veloso), mas fala também da escola. Estávamos revisando o texto, que conta que a escola é parte da maior rede de escolas de música do mundo, que o Thiago foi quem fundou a School de Porto Alegre, o descreve como músico e empresário e que eu me juntei à escola depois, como sócio. O interessante é que o texto me descreve como “médico, escritor e entusiasta das artes”. 

 

Entusiasta das artes.

 

Não pude deixar de pensar em mim como um mecenas, um tipo de milionário que apoia as artes... Me vi andando por aí, de exposição de arte em exposição de arte com minha echarpe e boina, apoiando projetos culturais diversos. Tirando a parte do milionário (seria bom se fosse), achei bem legal a ideia...

Até. 

quinta-feira, outubro 17, 2024

Verão, horário

 Merda.

 

Houve uma entrevista coletiva de um ministro de estado brasileiro no dia de ontem para anunciar que NÃO teremos horário de verão esse ano. Como eu disse, que bosta.

 

Sou – evidentemente – um entusiasta do horário de verão, e o final desse, em 2019, pelo governo anterior, foi um erro monumental. Um dos argumentos é que a economia é pequena. Com tantos gastos, e déficit em contas, sempre imaginei que qualquer economia valesse à pena. Nos países do norte, não se discute esse assunto. Seis meses de horário de verão. Ponto. Final de outubro e final de março, se não me engano, é quando ocorre a mudança.

 

Paciência, ainda não será esse ano.

 

Olho para fora e vejo o céu azul sem nuvens, manhã de primavera.

 

Sábado não tem mais previsão de chuva em Florianópolis.

 

E tem Paul McCartney...  

 

Até.

quarta-feira, outubro 16, 2024

Aula de Como Viver

Sempre aprendendo.

 

Um dos meus objetivos de vida é esse, aprender constantemente. Procuro ser, ou, melhor, sou humilde o suficiente para saber que todos sempre tem algo a me ensinar em virtualmente todas as situações. Algumas vezes mais, outras menos, evidentemente. 


(E isso não tem nada a ver com o fato de as pessoas poderem ter sua opinião, mas eu não, eu tenho um compromisso com a verdade...)

 

A vantagem de conviver com pessoas (algumas muito) mais experientes do que eu, é a oportunidade que tenho de conversar, ouvir suas histórias e ensinamentos. Trocar ideias, ser orientado mesmo que o interlocutor não tenha a exata noção disso. E, além disso, circulo atualmente por ambientes bem diversos, e posso conhecer pessoas com vivências bem diferentes das minhas.

 

Tenho saído da minha bolha.

 

Ou, talvez, a minha bolha esteja se tornando cada vez maior (o que facilita – veja só – que ela seja rompida).

 

Não era da minha bolha que queria falar, contudo.

 

Ontem, como de rotina, parei para um café da Associação dos Médicos do Hospital São Lucas, ambiente de convivência entre colegas (como já falei inúmeras vezes) que foram meus professores e agora são amigos, e uma conversa acontecia. Parei para ouvir, evidentemente.

 

Dizia esse colega que foi meu professor, psiquiatra, que – do alto dos seus setenta e dois anos – continuava trabalhando e, de segunda a sexta-feira tinha essa idade, setenta e dois, mas nos finais de semana tinha muito menos, às vezes quinze, outras, vinte anos. Fisicamente, não negava sua idade e aparência, mas sentia-se e de certa forma agia como se tivesse muito menos quando não era “obrigado” a se portar como um médico de respeito de setenta e dois anos. E que era ele em todos esses momentos.

 

Que já não iria escalar uma montanha ou saltar de paraquedas, mas ainda se divertia muito, aproveitava muito. 

 

Perfeito.

 

Que aula, que aula.

 

(ah, ele foi um dos homenageados da minha turma de medicina há 30 anos).


Até. 

terça-feira, outubro 15, 2024

Rádio e memória

Sobre música e memória.

 

A minha formação musical, como com a maioria das pessoas, começou em casa, com meus pais. Nenhum dos dois tocava algum instrumento, mas tenho fortes lembranças de domingos em que ligavam o som e ouvíamos os discos do Chico Buarque e Paulinho da Viola. Roda Viva, a Banda, e outras eram a trilha sonora, e foram a base.

 

Depois, o primeiro disco de vinil que comprei, quando ganhei meu primeiro aparelho de som (na época, o que se chamava de vitrola) foi do Queen, ‘The Game’, porque havia ouvido na escola sobre a banda. E também um compacto da Blitz que no lado A tinha “Você Não Soube Me Amar” e no lado B uma faixa que dizia “nada, nada, nada” ...

 

A partir daí, a minha formação passou muito pelo rádio, desde – lá nos anos 80 – quando comecei ouvindo ao dormir a rádio Cidade (“Love Songs”) e a rádio Universal, com Clóvis Dias Costa e o ‘Ritmo 20’ e o ‘Ritmo 20 in Love’. Um repertório bem pop.

 

Até que conheci a rádio Ipanema.

 

E mudou tudo. Aí sim o meu gosto musical foi moldado definitivamente, e tenho lembranças boas do tempo em que ouvia direto, com a familiaridade com os apresentadores, desde a Kátia Suman, da noite, até o Alemão Vitor Hugo, das manhãs, passando pela Mary Mezzari, o Eduardo Santos e o grande Mauro Borba, entre outros. Foi – como os porto-alegrenses sabem – uma rádio lendária. 

 

O tempo, como em tudo, foi implacável, e a rádio Ipanema terminou, com seus personagens se espalhando por outras rádios e projetos. Antes ainda, o Mauro Borba havia saído da Ipanema e ido para a Felusp que virou 107,1, Pop Rock e por último Mix FM, esta última um perfil de rádio que não faz o meu gosto pessoal. Na passagem de Pop Rock para Mix, acabaram dois programas que o Mauro Borba apresentava, ‘A Hora do Rush’ e ‘Boys Don’t Cry’.

 

Bom, há alguns dias foi anunciado e ontem ele voltou ao rádio (ou ao meu horizonte musical, digamos assim). Ele saiu da Mix e foi para a 102.3 FM, rádio “adulta” de música do Grupo RBS. ‘A Hora do Rush’ de novo no rádio. Eu ouvi, e foi como se estivesse voltando no tempo, a trilha (“a cortina”) do programa, as músicas tocadas. Senti como se o rádio ganhasse novamente uma dimensão maior e merecida depois de muito tempo. Me senti representado.

 

Foi legal.

Até. 

segunda-feira, outubro 14, 2024

Era Sábado

Foi quando aconteceu.

 

Sempre disse, e continuo afirmando, que o sábado de manhã é o melhor momento da semana (o melhor dia, por outro lado, é a quarta-feira, o que requer uma explicação que não vou dar agora). Tudo pode acontecer em um sábado (e, diz a música, todo mundo espera alguma coisa se um sábado à noite). Até acidentes, evidentemente.

 

Como há um ano, exatamente dia quatorze de outubro.

 

Era uma manhã de sábado como outra qualquer, e as nuvens cobriam todo o céu naquele início de dia. Acordei cedo como de hábito, tomei café e me preparei para sair de bicicleta (bike, se preferirem), hábito ou rotina de finais de semana e feriados dos quatro anos anteriores, de mais de nove mil quilômetros pedalados. Bicicleta revisada há pouco tempo, equipamento de segurança – capacete, luvas, óculos – em dia, saí de casa normalmente.

 

Fui por uma quadra da Ramiro Barcelos pela calçada até entrar na Av. Independência, onde segui em direção ao Centro de Porto Alegre pelo corredor de ônibus. Após cerca de cem metros, no momento em que começa uma leve descida que vai até a esquina da Rua Santo Antônio, troquei de marcha e acelerei.

 

A partir daí as coisas ficam confusas, e não lembro exatamente o que acontreceu, apenas de deixar a bicicleta no lugar em que sempre a deixo na garagem e de imagens, flashes, no elevador. Entrei em casa e a Jacque, recém acordando, me pergunta o que aconteceu. Digo que caí de bicicleta e que estava tudo bem. Perguntou como foi, quem tinha me ajudado e como estava a bicicleta, perguntas para as quais eu não tinha resposta.

 

Não lembrava...

 

Ato contínuo, virei e voltei à garagem para constatar que a bicicleta estava lá, intacta. Já o meu relógio, um Apple Watch, era perda total. Eu tinha o meu lado esquerdo, ombro, quadril e joelho com escoriações, e queimaduras do contato com o asfalto, meu rosto da mesma forma, e dor na região do punho direito. Pelo fato de não lembrar o que ocorrera, decidimos ir para o hospital para uma avaliação neurológica (era um traumatismo cranioencefálico).

 

 O banho foi muito dolorido, evidentemente.

 

Para ir ao hospital, pedi ajuda e um amigo me deu carona.

 

Lá, tudo bem com a parte neurológica, mas o braço quebrado. Isso faltando duas semanas para o show de temporada da School of Rock, do qual participei sem tocar, evidentemente.

 

No final de outubro, cirurgia e colocação de placa, com sucesso.

 

A partir de então, mudei o meu discurso. Sempre dizia que eu era um cara que caía. Como o discurso molda a realidade, parei com isso.

 

Não sou um cara que cai. 

Até. 

domingo, outubro 13, 2024

A Sopa

De volta.

 

A semana que passou foi de viagem e congresso médico. Foi interessante como algum tipo de reconexão íntima com a medicina, posso dizer. Fiz um intensivo de aulas em assuntos que me interessavam mais, nem tanto para atualização, mas mais como reafirmação de que sei o que estou fazendo, afinal me atualizo quase semanalmente com leituras e discussões. Claro que sempre tenho muito o que aprender, mas reafirmei para mim mesmo que continuo no caminho certo.

 

Congressos são também para encontrar e reencontrar pessoas, para conversas mais tranquilas, o que chamam de networking. E para conviver socialmente com colegas e amigos que nem sempre conseguimos. Rever antigos colegas é outro ponto bom nestes eventos.

 

Voltei na sexta-feira após o meio-dia, e o sábado foi de voltar a ver o sol e voltar também ao trabalho relacionado à música, que pode até cansar fisicamente, mas proporciona satisfação e felicidade (ontem foi dia de assistir mais uma vez a Marina no palco, e ela está cada vez melhor). À noite, Marina e eu fomos comer uma pizza com a Bárbara e o Felipe, queridos amigos que a música nos proporcionou. Estava bem legal. Enquanto isso, a Jacque está em Recife em um congresso onde vai dar aula, e volta na terça-feira. 

 

A semana intensa, com viagem, encontros, conversas, muita medicina, terminou com música. Apesar de ter passado pouco tempo com a Jacque e a Marina, ela foi bom resumo do que penso da vida e falo quase sempre por aqui, que o que conta são as conexões, as boas relações que criamos e que são a chave para uma boa vida.


Até. 

sábado, outubro 12, 2024

Sábado (e já voltei)

Ponte Hercílio Luz


De volta em casa após o Congresso Brasileiro de Pneumologia.

Bom sábado a todos.

Até.