domingo, agosto 28, 2022

A Sopa

Ainda o meu pai.

 

Sempre me perguntei como eu reagiria frente ao final da vida de meus pais. Como seriam os dias seguintes, como tocaria a vida na ausência das minhas principais referências, daqueles responsáveis por eu ser quem eu sou e por estar onde estou. Como seria a vida sem meu pai e/ou minha mãe. Saberia eu viver sem suas orientações e conselhos?

 

Como o passar dos anos, à medida que eu ganhava experiência de vida e estrada, digamos assim, mais “tranquilo” eu ficava porque aparentemente eu saberia cuidar de mim, e saberia cuidar de quem dependesse de mim. A vida seguiria, como sempre segue, afinal de contas.

 

Há vinte e seis anos (que serão completados na próxima quarta-feira, 31 de agosto) que já caminho com minhas próprias pernas ao lado da Jacque e há quatorze como responsáveis pela Marina, e não faz muito que parei de – vez que outra – me espantar com o fato de estar conseguindo “viver por conta própria”, sem auxilio dos meus pais. Parece bobo, e certamente é, um cara de cinquenta anos ainda se espantando por estar conseguindo viver por conta própria, sem precisar da ajuda dos pais.

 

Não importa.

 

Dizia que aprendi a viver fora da proteção direta dos meus pais, mas minha óbvia ligação emocional com eles permaneceu e até se reforçou (como se fosse possível) nos últimos anos, quando passei de alguém que era cuidado para alguém que cuidava, ou, ao menos, ajuda a cuidar. O cuidado como mais uma forma de demonstrar amor. Um amor incondicional.

 

As duas últimas semanas de julho passado, desde a internação do pai até o dia seguinte, do funeral, foram de sentimentos intensos, por vezes conflitantes. De querer que ele melhorasse, claro, mas da triste e resignada consciência de que, se ele saísse do hospital, sairia com uma qualidade de vida ainda pior do que já estava antes de internar, e que ele acabaria sofrendo ainda mais. Dos últimos dias da internação, quando já sedado e com uma febre que não cedia, quando tudo o que eu desejava é que ele parasse de sofrer, que ele descansasse. Entre o sentimento egoísta de querer mantê-lo a qualquer custo e a triste aceitação de que o fim estava chegando e o que ficaria seriam as lembranças, histórias e ensinamentos.

 

Há alguns anos, em um Natal, dei de presente a ele um boneco do Superman, dizendo que o presente simbolizava o que ele representava para mim. Tenho isso tatuado em minha alma.

 

E agora também no meu antebraço.


Até. 

sábado, agosto 27, 2022

Sábado (e uma foto antiga de viagem 5)

Outubro/2003
 


           Strada Statale 51 di Alemagna, entre Cortina D'Ampezzo e Dobbiacco, Italia

           Viagem: 'Prosit!'


           Bom sábado a todos.

           Até.








domingo, agosto 21, 2022

A Sopa

Mais um domingo de sol.

 

Ainda cansado, decido não pedalar nessa manhã fria de agosto do ano da graça de dois mil e vinte e dois. Ato contínuo, logo após o café da manhã e da continuidade da leitura do jornal de sábado com notícias de sexta-feira, faço o chimarrão e me sento ao sol para pensar nessa Sopa de domingo que ora escrevo – com a interrupção para a visita semanal ao supermercado.

 

Esse vai ser um domingo tranquilo depois de várias semanas.

 

Falava com um amigo na sexta-feira no final da tarde que os dias têm sido corridos, talvez mais que o normal, provavelmente por estarmos nessa fase pós-pandemia, em que os eventos estão ocorrendo em uma sequência frenética, talvez em uma tentativa meio maluca de recuperar o tempo perdido, nos recuperarmos das ausências, dos distanciamentos. Trabalhamos muito a semana toda e – no final de semana – ainda temos atividades (sim, sociais e, sim, divertidas) que requerem nossa atenção e participação.

 

Não estou me queixando, de forma alguma.

 

Como sempre digo, sou um ser essencialmente social. A vida, em minha opinião, vale pelos relacionamentos, pelas histórias vividas e contadas e compartilhadas. Por isso que eu penso que viajar em grupo (com companhia) é sempre melhor do que sozinho (que também – claro – tem o seu valor). 

 

Tantas atividades, como eu dizia, às vezes cansam fisicamente.

 

E retornando a um assunto de que falei na semana passada, de 2022 ser um ano de experiências de felicidade intensa, ontem aconteceu mais um desses momentos. Coincidência ou não (claro que não...) envolvendo família, amigos, música e a School of Rock, que é – como a Marina diz – a segunda casa dela. E começa a ser minha também...

 

Ontem era aniversário da Marina. Quatorze anos.

 

Até há uns quinze dias, a Marina não sabia se queria fazer uma festa de aniversário. Talvez chamar algumas poucas amigas para dormir lá em casa.  Foi quando surgiu a ideia de fazer uma comemoração lá School, onde ela faz aula, participa de uma banda e se sente em casa. Conversei com o Thiago, diretor da escola, e com o Tchê Gomes, que é o músico responsável (os dois também são meus parceiros de banda) e eles toparam. Organizamos rapidamente, chamamos os amigos dela (colegas de escola e também os da própria School), e os avós e contratamos o serviço da Pizza do Gaúcho (tipo homem pizza).

 

Foi lindo.

 

Poucas vezes vi a Marina tão radiante e feliz.

 

Cantou com a banda e com a Gigi e o Alexandre (amigos da escola), cantou com as amigas enquanto o Tchê, o Thiago e eu tocávamos, além da Pietra (colega de banda) na bateria, cantou com a Jacque e a Grazi (mãe da Gigi e nossa amigona) enquanto nós tocávamos.

 

Ela parecia realizada e, por consequência, a Jacque e eu também estávamos realizados e felizes.

 

Preciso, para encerrar essa Sopa dominical agradecer a generosidade, parceria e amizade do Thiago Vitola e do Tchê Gomes. Sem eles, esses momentos não estariam acontecendo.

 

Obrigado, de coração.

 

Até. 

sábado, agosto 20, 2022

Sábado (e um aniversário)



                      Aniversário da Marina.

                      A vida é bela.

                      Até.
 

domingo, agosto 14, 2022

A Sopa

Dia dos Pais.

 

A música que toca e preenche a casa nessa manhã de sol e céu azul enquanto preparamos o almoço de domingo esperando a visita de minha mãe e meus sogros é da banda gaúcha TNT, do meu professor e amigo Tchê Gomes, com quem tenho aula e toco junto (com o Thiago, o João e o Adriano no início, e agora também com o Alexandre e o Felipe) desde março desse ano. Como já falei antes por aqui, a música voltou a ter um grande e importante espaço na minha vida.

 

Essa semana, além da aula e depois o ensaio das segundas-feiras, estivemos juntos na School of Rock na quinta-feira e no sábado, ontem. Na quinta, como comemoração do Dia dos Pais, houve um ensaio aberto dos pequenos (o Rock 101), uma apresentação da banda em que a Marina canta, agora tocando Rolling Stones. Ao final, chamaram os pais para tocar de improviso, e pude – pela primeira vez – tocar o clássico ‘Não Sei’, da TNT, com o Tchê, o que foi uma honra ainda maior do que já é tocar com ele todas as semanas. Disse que ia colocar esse evento no meu currículo e contar daqui a muitos anos de quando “toquei com a TNT” ...

 

O sábado deu continuidade à semana (e ano) musicais.

 

Ocorreu uma comemoração de aniversário na School of Rock, com food truck em frente, barris de cerveja, e música. O esquema era chegar e tocar. Muita gente boa apareceu para tocar, também de improviso. A gurizada tocou, a Marina cantou, eu pude tocar e – sensacional – até cantei com a Marina 

 

Foi muito legal mesmo.

 

Hoje, acordei pensativo.

 

Completei cinquenta anos em abril e, pela pandemia e também por desorganização minha, não fiz a grande festa que pretendia para marcar a data. Tinha tudo pensado, o local, a forma, as pessoas, mas acabei me enrolando e deixando passar, confesso.

 

Poderia estar frustrado, mas não estou.

 

Dois mil e vinte e dois tem sido pródigo em momentos de grande felicidade. Momentos intensos, de convivência com família e amigos, que é o que vale à pena na vida. Também de movimentos profissionais que estão trazendo novos desafios e muita satisfação pessoal.  

 

Tudo vai bem, obrigado.

 

É o primeiro Dia dos Pais sem a presença física do meu pai.

 

Como estou? Tranquilo, em paz, para ser honesto.

 

Sinto ele presente comigo o tempo todo, talvez até mais do que antes.

 

Até. 

sábado, agosto 13, 2022

Sábado (e uma foto antiga de viagem 4)

Fevereiro/2002
 

               Riva del Garda, Itália.

              Alpes e Lagos.


              Bom sábado a todos.

              Até

quinta-feira, agosto 11, 2022

Afundado no trabalho


       Quinta-feira.

       O céu plúmbeo me faz lembrar do verão...

       Até.