Desacelerar.
Um ano antes de iniciar a pandemia, entrei em período que chamei de ‘sabático’ porque, ao invés de múltiplas atividades diárias, me dediquei apenas ao consultório, aos meus pacientes. O final desse período coincidiu com o início da pandemia e toda aquela loucura que foi o mundo por aqueles dias, com distanciamentos, fechamentos, pacientes ‘desaparecendo’ do consultório no começo e depois superlotando consultórios, hospitais e tudo o que (ainda) lembramos bem. Durante a pandemia, além do consultório, acabei voltando ao mundo acadêmico, como professor novamente.
Foi legal.
Com o tempo, então, fui novamente e aos poucos assumindo mais e mais funções em termos profissionais, tanto falando em medicina (coordenador de um serviço de pneumologia e de um laboratório de função pulmonar) como empreendedor, agora sócio de uma escola de música. Voltei a escrever, publiquei um livro, fui cocriador e apresentador de um podcast. Voltei a ter uma rotina corrida, com diferentes atividades em diferentes lugares da cidade, muitas vezes no mesmo dia. Não sou mais funcionário, não tenho emprego.
E está bem legal. Porém...
Talvez esteja chegando a hora de reduzir um pouco o ritmo. Tirar um pouco o pé do acelerador. Simplificar. Retirar do meu ombro algumas tarefas que talvez não façam mais sentido, nas quais não estou conseguindo me dedicar como eu gostaria, e deixar para pessoas que estão atualmente em melhores condições de exercer essas funções do que eu, para que elas possam desenvolver seu potencial e eu possa me dedicar a projetos aos quais eu possa dar uma maior contribuição.
Pensando em voz alta em uma manhã plúmbea de outono...
Até.
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