Nova York - O Natal, como crescemos vendo nos filmes, é americano. Disso não se tem dúvidas, assim como a noção de que são os Estados Unidos quem mais sabem fazer espetáculos no mundo.
Tudo aqui é um show de luzes e cores, e músicas e sons. Para o show de Natal ficar completo, só ficou faltando a neve, que não apareceu nem na noite do dia 24 nem no dia 25. Muito frio, temperatura negativa, mas sem neve. Hoje, enquanto almoçávamos no Junior’s, no Brooklyn, a neve chegou. Pouca, mas presente. Caminhamos até o Brooklyn Heights, um belvedere de onde vemos a ponte do Brooklyn e Manhattan, com o seu famoso skyline agora sem as torres do World Trade Center.
Na televisão, além dos programas típicos de Natal – vimos uma parte da Noviça Rebelde ontem à noite, depois da janta – e dos jogos de futebol americano, as propagandas são basicamente de carros e de remédios. Liquidações de final de ano de tudo que é loja, sem falar nas árvores de Natal vendidas com 70% de desconto na manhã do dia 26…
Esta é a última Sopa de 2004. A próxima, semana que vem, vai ser escrita de casa novamente. Da minha casa em Toronto. O engraçado é que saí de casa em Porto Alegre para ir para casa em Toronto.
Normalmente, a última Sopa do ano seria uma retrospectiva do ano que termina e a primeira do ano seguinte seria com as perspectivas. Como foi um ano cheio de acontecimentos e histórias, preciso de mais tempo para escrever, o que só vou conseguir na metade do mês de janeiro, quando – infelizmente – vou voltar a morar sozinho, já que a Jacque volta para Porto Alegre e viro um marido virtual de novo.
Tudo bem, logo nos reencontraremos.
Crônicas e depoimentos sobre a vida em geral. Antes o exílio; depois, a espera. Agora, o encantamento. A vida, afinal de contas, não é muito mais do que estórias para contar.
domingo, dezembro 26, 2004
sexta-feira, dezembro 24, 2004
Natal
Um Feliz Natal e um Espetacular 2005 a todos os amigos que me acompanham neste exílio d'A Sopa. Até ano que vem...
domingo, dezembro 19, 2004
A Sopa 04/22
Foi uma viagem de trabalho, essencialmente.
Ainda bem antes de vir para o Brasil para passar doze dias, eu imaginava que teria muito tempo para reencontrar muitas pessoas, rever os amigos todos, participar de muitas confraternizações, muitas e longas conversas e tal. Ledo engano. Era uma viagem de trabalho, mesmo.
Já tinha percebido isso antes das vinte e quatro horas de trânsito entre Toronto e Porto Alegre. Queríamos reunir a banda, tocar - quem sabe um "showzinho" - ou mesmo gravar um segundo CD. Impossível, não haveria tempo. Mal tivemos tempo de nos encontrar. Ao menos sentamos e conversamos, até alguns planos fizemos. Teve outras pessoas com quem nem isso consegui.
Peço desculpas aqueles a quem não pude encontrar, e nem ao menos telefonar. Não foi uma viagem de férias, vim a trabalho e já estou indo embora de novo. Quando volto? Possivelmente em abril, se tudo correr bem, para o meu aniversário, mas não posso prometer. Talvez não consiga, e aí não tenho idéia de quando farei uma visita de verdade, com tempo de encontrar todos, alguns chopes, algumas conversas, cafés, se for inverno, churrascos e chimarrão com certeza.
Embarcamos - a Jacque vai comigo - nesta segunda à noite em direção à Nova York, onde vamos encontrar com os meus pais - que já estão lá desde sábado - para o Natal e o Ano Novo na casa do Neni, meu irmão, que mora lá há quase dois anos (ou mais, já não tenho certeza).
Toronto, dia 02 de janeiro. A Jacque fica comigo lá até dia 14. Vai dar um toque feminino ao apartamento, torná-lo menos acampamento. Vou estar trabalhando neste período, mas tudo bem. Muito trabalho é o que me espera, e tenho a obrigação moral de produzir muito, porque vou me cobrar como nunca. Vou ter espaço, contudo, para os meus projetos paralelos. Com o tempo, vou dividindo com todos os meus planos e novos objetivos.
Está terminando o ano e também um ciclo na minha vida. Dia dezessete, sexta-feira passada, completei dez anos de formado, um bom momento para parar e reavaliar a trajetória, saber se estou onde planejava e visualizar onde quero chegar.
Como quase sempre na vida, as coisas aconteceram de forma que não imaginava, mas de uma maneira positiva. E, melhor de tudo, sem que eu abdicasse de minhas convicções. A estrada pode ter sido mais longa e sinuosa, mas não foi preciso vender a minha alma ao diabo. Nem migrar para o lado negro da força.
Acho que até aqui valeu.
Ainda bem antes de vir para o Brasil para passar doze dias, eu imaginava que teria muito tempo para reencontrar muitas pessoas, rever os amigos todos, participar de muitas confraternizações, muitas e longas conversas e tal. Ledo engano. Era uma viagem de trabalho, mesmo.
Já tinha percebido isso antes das vinte e quatro horas de trânsito entre Toronto e Porto Alegre. Queríamos reunir a banda, tocar - quem sabe um "showzinho" - ou mesmo gravar um segundo CD. Impossível, não haveria tempo. Mal tivemos tempo de nos encontrar. Ao menos sentamos e conversamos, até alguns planos fizemos. Teve outras pessoas com quem nem isso consegui.
Peço desculpas aqueles a quem não pude encontrar, e nem ao menos telefonar. Não foi uma viagem de férias, vim a trabalho e já estou indo embora de novo. Quando volto? Possivelmente em abril, se tudo correr bem, para o meu aniversário, mas não posso prometer. Talvez não consiga, e aí não tenho idéia de quando farei uma visita de verdade, com tempo de encontrar todos, alguns chopes, algumas conversas, cafés, se for inverno, churrascos e chimarrão com certeza.
Embarcamos - a Jacque vai comigo - nesta segunda à noite em direção à Nova York, onde vamos encontrar com os meus pais - que já estão lá desde sábado - para o Natal e o Ano Novo na casa do Neni, meu irmão, que mora lá há quase dois anos (ou mais, já não tenho certeza).
Toronto, dia 02 de janeiro. A Jacque fica comigo lá até dia 14. Vai dar um toque feminino ao apartamento, torná-lo menos acampamento. Vou estar trabalhando neste período, mas tudo bem. Muito trabalho é o que me espera, e tenho a obrigação moral de produzir muito, porque vou me cobrar como nunca. Vou ter espaço, contudo, para os meus projetos paralelos. Com o tempo, vou dividindo com todos os meus planos e novos objetivos.
Está terminando o ano e também um ciclo na minha vida. Dia dezessete, sexta-feira passada, completei dez anos de formado, um bom momento para parar e reavaliar a trajetória, saber se estou onde planejava e visualizar onde quero chegar.
Como quase sempre na vida, as coisas aconteceram de forma que não imaginava, mas de uma maneira positiva. E, melhor de tudo, sem que eu abdicasse de minhas convicções. A estrada pode ter sido mais longa e sinuosa, mas não foi preciso vender a minha alma ao diabo. Nem migrar para o lado negro da força.
Acho que até aqui valeu.
quinta-feira, dezembro 16, 2004
Edição Extraordinária
Mudança de estágio de vida profissional em três letras: PhD.
Foi hoje de manhã, e foi tudo bem.
Segunda-feira de indo de volta ao norte do mundo, mas Toronto só ano que vem, dia 02/01.
Até domingo, n'A Sopa.
Foi hoje de manhã, e foi tudo bem.
Segunda-feira de indo de volta ao norte do mundo, mas Toronto só ano que vem, dia 02/01.
Até domingo, n'A Sopa.
domingo, dezembro 12, 2004
A Sopa 04/21
Não sou mais criança. Nem marinheiro de primeira viagem.
Por esta razão, já não tenho mais aquele espírito pequeno de quem sai do Brasil e, quando volta, acha tudo o que é daqui coisa de terceiro mundo e tudo o que vem de fora é que é bom. Achar que brasileiro é um povo menor, mal educado, etc.
Claro que nunca tinha ficado tanto tempo longe de casa. Foram três meses e meio de ausência até voltar para uma visita de duas semanas. Quando falo casa, refiro-me também ao país como um todo, não apenas Porto Alegre ou o bairro ou mesmo a casa onde moro ("minha caaaasa").
Desde o aeroporto em Miami, por vezes tentei me policiar (com sucesso) de dizer "isso é coisa de brasileiro", atitude preconceituosa e algo como um tiro no próprio pé. Nem mesmo quando, uma hora antes do embarque, começaram a fazer fila para embarcar primeiro. Várias pessoas sentadas no chão, jogando cartas, como se tivessem pernoitado ali para garantir o melhor lugar no vôo. Eu sei, todos sabemos, que os assentos são pré-marcados e todos vão embarcar (talvez caso haja um overbooking com upgrade de classe, mas comigo isso nunca vai acontecer). Mas procurei ver isso como ansiedade para chegar em casa.
Agora depois de uma semana de correria entre muito trabalho e alguns eventos sociais, já me sinto totalmente à vontade para poder dizer o que vou dizer, sem o risco de parecer deslumbrado ou metido à besta: como nós brasileiros somos mal-educados no trânsito! Vejam que me incluí na categoria dos mal-educados. Desde a volta (mas não sei por quanto tempo) tenho sido mais tranqüilo e educado que antes, mas eu também era (ou sou, mas agora desacostumado) imprudente no trânsito.
Já não tem como se surpreender com todos os mortos nas estradas ou mesmo no trânsito das cidades. Não respeitamos pedestres, sinalizações, não paramos em semáforos (ou sinaleiras), tudo de errado em matéria de etiqueta em trânsito é - para nós, brasileiros - o habitual.
Somos, sim, subdesenvolvidos. Pelo menos atrás de um volante...
Por esta razão, já não tenho mais aquele espírito pequeno de quem sai do Brasil e, quando volta, acha tudo o que é daqui coisa de terceiro mundo e tudo o que vem de fora é que é bom. Achar que brasileiro é um povo menor, mal educado, etc.
Claro que nunca tinha ficado tanto tempo longe de casa. Foram três meses e meio de ausência até voltar para uma visita de duas semanas. Quando falo casa, refiro-me também ao país como um todo, não apenas Porto Alegre ou o bairro ou mesmo a casa onde moro ("minha caaaasa").
Desde o aeroporto em Miami, por vezes tentei me policiar (com sucesso) de dizer "isso é coisa de brasileiro", atitude preconceituosa e algo como um tiro no próprio pé. Nem mesmo quando, uma hora antes do embarque, começaram a fazer fila para embarcar primeiro. Várias pessoas sentadas no chão, jogando cartas, como se tivessem pernoitado ali para garantir o melhor lugar no vôo. Eu sei, todos sabemos, que os assentos são pré-marcados e todos vão embarcar (talvez caso haja um overbooking com upgrade de classe, mas comigo isso nunca vai acontecer). Mas procurei ver isso como ansiedade para chegar em casa.
Agora depois de uma semana de correria entre muito trabalho e alguns eventos sociais, já me sinto totalmente à vontade para poder dizer o que vou dizer, sem o risco de parecer deslumbrado ou metido à besta: como nós brasileiros somos mal-educados no trânsito! Vejam que me incluí na categoria dos mal-educados. Desde a volta (mas não sei por quanto tempo) tenho sido mais tranqüilo e educado que antes, mas eu também era (ou sou, mas agora desacostumado) imprudente no trânsito.
Já não tem como se surpreender com todos os mortos nas estradas ou mesmo no trânsito das cidades. Não respeitamos pedestres, sinalizações, não paramos em semáforos (ou sinaleiras), tudo de errado em matéria de etiqueta em trânsito é - para nós, brasileiros - o habitual.
Somos, sim, subdesenvolvidos. Pelo menos atrás de um volante...
domingo, dezembro 05, 2004
A Sopa 04/20
Em casa.
Foi longa a viagem até aqui. Saí de Toronto na sexta-feira às 7h15 (hora local) e fui chegar em Porto Alegre no sábado às 10h15, horário de Brasília. Acertando o fuso, foram 24 horas em trânsito.
Depois que consegui embarcar em Toronto, foi tranqüilo. Para tal, foi necessária uma longa espera numa muito longa fila para passar pela imigração. Parecia que todo mundo estava deixando a cidade em busca de temperaturas das mais amenas do sul. Havia chegado duas horas antes do horário no aeroporto, mas faltando cinco (!) minutos para a hora de saída eu ainda estava na fila para mostrar meu passaporte ao oficial da imigração e ter que explicar que eu iria parar em Miami apenas para esperar meu vôo seguinte e o que eu ia fazer no Brasil.
Após passar pela imigração, saí rapidamente em direção à próxima etapa, passar minha mochila pelo RX e ter que tirar as botas para passar no detector de metais. Passei, coloquei-as de volta e, sem amarrá-las, saí correndo em direção ao portão de embarque. No caminho, para não cair, parei para amarrar os cadarços. Neste momento, ouvi nos alto-falantes chamarem vários nomes, o meu incluído, como última chamada para embarque... Tudo certo, me acomodei, e ouvimos o recado do piloto dizendo que iríamos atrasar por culpa da imigração americana.
Vôo tranqüilo até Miami e, chegando lá, cerca de cinco ou seis horas de espera até o vôo para São Paulo. Não tive dúvidas: deixei minha mochila num depósito, peguei um táxi, e fui para Miami Beach.
Lá, dei umas voltas, observei o movimento de pessoas circulando com pouca roupa, sentadas nos restaurantes na Ocean Drive, tomando drinks coloridos, comendo lagostas e fumando charutos. Parece um chavão, ou um código de postura. Sexta-feira à tarde, de folga em Miami Beach, comer lagosta e fumar charuto. Tirei algumas fotografias, tomei um suco. Parecia um alienígena, carregando o meu casacão que dava calor só de olhá-lo, em contraste com os "locais" em trajes de verão bem mais compatíveis com os 26ºC de temperatura. Mas serviu para readaptar o olhar para o mundo latino, bem mais sensual do que o do norte da américa...
De volta ao aeroporto, mais uma pequena espera para o vôo até São Paulo, que foi tranqüilo e, de certa forma rápido. Depois da espera em São Paulo, já no sábado de manhã, uma hora e quinze até Porto Alegre, passada relâmpago no free-shop a mala que demorou a sair do avião e passagem direta pela alfândega, sem nenhuma inspeção.
Ao sair, cartazes, balões, festa, fotos e sorrisos me esperando. Uma recepção muito melhor do que sequer imaginava, e a boa sensação de estar em casa, de onde parecia que nunca tinha saído.
Esse, um pensamento recorrente durante toda a viagem: de que o tempo, quando visto retrospectivamente, passa muito rápido. A estranha sensação de que nunca saí de casa, a impressão de que tudo - os últimos três meses e meio - não foi real.
Foi por isso que passei o dia ontem com uma camiseta comprada em Toronto. Para lembrar que isso tudo (e muito mais, o que vem pela frente) é bem real. E a certeza de que - não importa para onde a vida me leve, nem por quanto tempo - eu tenho um lugar para voltar. Eu tenho referências e uma história.
E nada pode ser maior que isso.
Foi longa a viagem até aqui. Saí de Toronto na sexta-feira às 7h15 (hora local) e fui chegar em Porto Alegre no sábado às 10h15, horário de Brasília. Acertando o fuso, foram 24 horas em trânsito.
Depois que consegui embarcar em Toronto, foi tranqüilo. Para tal, foi necessária uma longa espera numa muito longa fila para passar pela imigração. Parecia que todo mundo estava deixando a cidade em busca de temperaturas das mais amenas do sul. Havia chegado duas horas antes do horário no aeroporto, mas faltando cinco (!) minutos para a hora de saída eu ainda estava na fila para mostrar meu passaporte ao oficial da imigração e ter que explicar que eu iria parar em Miami apenas para esperar meu vôo seguinte e o que eu ia fazer no Brasil.
Após passar pela imigração, saí rapidamente em direção à próxima etapa, passar minha mochila pelo RX e ter que tirar as botas para passar no detector de metais. Passei, coloquei-as de volta e, sem amarrá-las, saí correndo em direção ao portão de embarque. No caminho, para não cair, parei para amarrar os cadarços. Neste momento, ouvi nos alto-falantes chamarem vários nomes, o meu incluído, como última chamada para embarque... Tudo certo, me acomodei, e ouvimos o recado do piloto dizendo que iríamos atrasar por culpa da imigração americana.
Vôo tranqüilo até Miami e, chegando lá, cerca de cinco ou seis horas de espera até o vôo para São Paulo. Não tive dúvidas: deixei minha mochila num depósito, peguei um táxi, e fui para Miami Beach.
Lá, dei umas voltas, observei o movimento de pessoas circulando com pouca roupa, sentadas nos restaurantes na Ocean Drive, tomando drinks coloridos, comendo lagostas e fumando charutos. Parece um chavão, ou um código de postura. Sexta-feira à tarde, de folga em Miami Beach, comer lagosta e fumar charuto. Tirei algumas fotografias, tomei um suco. Parecia um alienígena, carregando o meu casacão que dava calor só de olhá-lo, em contraste com os "locais" em trajes de verão bem mais compatíveis com os 26ºC de temperatura. Mas serviu para readaptar o olhar para o mundo latino, bem mais sensual do que o do norte da américa...
De volta ao aeroporto, mais uma pequena espera para o vôo até São Paulo, que foi tranqüilo e, de certa forma rápido. Depois da espera em São Paulo, já no sábado de manhã, uma hora e quinze até Porto Alegre, passada relâmpago no free-shop a mala que demorou a sair do avião e passagem direta pela alfândega, sem nenhuma inspeção.
Ao sair, cartazes, balões, festa, fotos e sorrisos me esperando. Uma recepção muito melhor do que sequer imaginava, e a boa sensação de estar em casa, de onde parecia que nunca tinha saído.
Esse, um pensamento recorrente durante toda a viagem: de que o tempo, quando visto retrospectivamente, passa muito rápido. A estranha sensação de que nunca saí de casa, a impressão de que tudo - os últimos três meses e meio - não foi real.
Foi por isso que passei o dia ontem com uma camiseta comprada em Toronto. Para lembrar que isso tudo (e muito mais, o que vem pela frente) é bem real. E a certeza de que - não importa para onde a vida me leve, nem por quanto tempo - eu tenho um lugar para voltar. Eu tenho referências e uma história.
E nada pode ser maior que isso.
sexta-feira, dezembro 03, 2004
A caminho
Estou em trânsito.
Serão vinte e quatro horas entre – depois de tirar o lixo, dar a última revisada na casa, conferir documentos, passagem, passaporte, apagar as luzes, conferir tudo de novo, sair do apartamento, chavear a porta, conferir se está fechada, chamar o elevador, entrar no elevador, sair de novo e conferir de novo se está mesmo trancada, voltar ao elevador – sair do apartamento e chegar no meu destino final. Serão cerca de sete horas de espera em Miami, talvez com uma rápida passada para um café ou um suco em Miami Beach, antes de embarcar no vôo de oito horas até São Paulo e depois mais hora e meia até chegar em casa.
Normalmente, seria um massacre.
Dessa vez, não estou incomodado pelo tempo de viagem. Chegar, isso é o que importa. Ao contrário da vida – onde o que importa é o caminho que trilhamos – agora é o destino final só o que conta: Porto Alegre.
Do Quintana.
O MAPA
Olho o mapa da cidade
Como quem examinasse
A anatomia de um corpo...
(É nem que fosse o meu corpo!)
Sinto uma dor infinita
Das ruas de Porto Alegre
Onde jamais passarei...
Há tanta esquina esquisita,
Tanta nuança de paredes,
Há tanta moça bonita
Nas ruas que não andei
(E há uma rua encantada
Que nem em sonhos sonhei...)
Quando eu for, um dia desses,
Poeira ou folha levada
No vento da madrugada,
Serei um pouco do nada
Invisível, delicioso
Que faz com que o teu ar
Pareça mais um olhar,
Suave mistério amoroso,
Cidade de meu andar
(Deste já tão longo andar!)
E talvez de meu repouso...
Do Vitor Ramil.
RAMILONGA
Chove na tarde fria de Porto Alegre
Trago sozinho o verde do chimarrão
Olho o cotidiano, sei que vou embora
Nunca mais, nunca mais
Chega em ondas a música da cidade
Também eu me transformo em canção
Ares de milonga vão e me carregam
Por aí, por aí
Ramilonga, Ramilonga
O trânsito em transe intenso antecipa
A noite
Riscando estrelas no bronze do temporal
Ares de milonga vão e me carregam
Por aí, por aí
Ramilonga, Ramilonga
O tango dos guarda-chuvas na Praça XV
Confere elegância ao passo da multidão
Triste lambe-lambe, aquém e além do tempo
Nunca mais, nunca mais
Do alto da torre a água do rio é limpa
Guaíba deserto, barcos que não estão
Ares de milonga vão e me carregam
Por aí, por aí
Ramilonga, Ramilonga
Ruas molhadas, ruas da flor lilás
Ruas de um anarquista noturno
Ruas do Armando, ruas do Quintana
Nunca mais, nunca mais
Do Alto do Bronze eu vou pra
Cidade Baixa
Depois as estradas, praias e morros
Ares de milonga vão e me carregam
Por aí, por aí
Ramilonga, Ramilonga
Vaga visão viajo e antevejo a inveja
De quem descobrir a forma com que me fui
Ares de milonga sobre Porto Alegre
Nada mais, nada mais
Serão vinte e quatro horas entre – depois de tirar o lixo, dar a última revisada na casa, conferir documentos, passagem, passaporte, apagar as luzes, conferir tudo de novo, sair do apartamento, chavear a porta, conferir se está fechada, chamar o elevador, entrar no elevador, sair de novo e conferir de novo se está mesmo trancada, voltar ao elevador – sair do apartamento e chegar no meu destino final. Serão cerca de sete horas de espera em Miami, talvez com uma rápida passada para um café ou um suco em Miami Beach, antes de embarcar no vôo de oito horas até São Paulo e depois mais hora e meia até chegar em casa.
Normalmente, seria um massacre.
Dessa vez, não estou incomodado pelo tempo de viagem. Chegar, isso é o que importa. Ao contrário da vida – onde o que importa é o caminho que trilhamos – agora é o destino final só o que conta: Porto Alegre.
Do Quintana.
O MAPA
Olho o mapa da cidade
Como quem examinasse
A anatomia de um corpo...
(É nem que fosse o meu corpo!)
Sinto uma dor infinita
Das ruas de Porto Alegre
Onde jamais passarei...
Há tanta esquina esquisita,
Tanta nuança de paredes,
Há tanta moça bonita
Nas ruas que não andei
(E há uma rua encantada
Que nem em sonhos sonhei...)
Quando eu for, um dia desses,
Poeira ou folha levada
No vento da madrugada,
Serei um pouco do nada
Invisível, delicioso
Que faz com que o teu ar
Pareça mais um olhar,
Suave mistério amoroso,
Cidade de meu andar
(Deste já tão longo andar!)
E talvez de meu repouso...
Do Vitor Ramil.
RAMILONGA
Chove na tarde fria de Porto Alegre
Trago sozinho o verde do chimarrão
Olho o cotidiano, sei que vou embora
Nunca mais, nunca mais
Chega em ondas a música da cidade
Também eu me transformo em canção
Ares de milonga vão e me carregam
Por aí, por aí
Ramilonga, Ramilonga
O trânsito em transe intenso antecipa
A noite
Riscando estrelas no bronze do temporal
Ares de milonga vão e me carregam
Por aí, por aí
Ramilonga, Ramilonga
O tango dos guarda-chuvas na Praça XV
Confere elegância ao passo da multidão
Triste lambe-lambe, aquém e além do tempo
Nunca mais, nunca mais
Do alto da torre a água do rio é limpa
Guaíba deserto, barcos que não estão
Ares de milonga vão e me carregam
Por aí, por aí
Ramilonga, Ramilonga
Ruas molhadas, ruas da flor lilás
Ruas de um anarquista noturno
Ruas do Armando, ruas do Quintana
Nunca mais, nunca mais
Do Alto do Bronze eu vou pra
Cidade Baixa
Depois as estradas, praias e morros
Ares de milonga vão e me carregam
Por aí, por aí
Ramilonga, Ramilonga
Vaga visão viajo e antevejo a inveja
De quem descobrir a forma com que me fui
Ares de milonga sobre Porto Alegre
Nada mais, nada mais
quinta-feira, dezembro 02, 2004
A Utilidade das Palavras
Um velho amigo meu, que eu inventei agora, me alertou para – já que eu queria ser um contador de histórias – que eu tivesse muito cuidado com as palavras. “Elas são traiçoeiras, por mais que nos dediquemos a elas, algumas vezes nos traem”.
Desde então, tenho muito cuidado com o que escrevo. Mesmo assim, vez que outra acabo botando os pés pelas mãos e me “indispondo” com alguém. Mesmo sem querer.
Aconteceu esta semana, depois do texto que publiquei sob o título “Comentário sobre um post”. Espera um pouco…pronto. Fui reler o que escrevi para ter certeza do que devo dizer agora. Como vocês podem notar se decidirem ler o texto, em nenhum momento eu faço alguma crítica ao blog ou a quem “postou” o texto. E nem cito o nome do blog. Bom deixa eu contar a história toda para vocês entenderem (mas não vou citar o nome porque não há razão para isso).
Do início. O blog é de uma brasileira que está aqui no Canadá, mas que no momento está de férias no Brasil, e pediu para que uma amiga continuasse escrevendo no seu blog para que ele não ficasse “parado”. Pois é, foi ela quem botou o texto. Quando eu li – como contei no meu texto – tinha certeza que não era do Drummond, e decidi escrever um comentário para colocar lá no blog, mas o comentário ficou tão grande, e eu me empolguei com a minha descoberta (sempre é bom “descobrir” um poeta novo [no caso, novo para mim] ) que acabei decidindo publicar apenas no meu blog e deixar como comentário apenas um nota dizendo que eu falava sobre o assunto no meu blog.
Tanto não tinha intenção de criticá-la que não “dei nome aos bois”, porque não era uma crítica, eu estava apenas contando de forma empolgada até onde minhas pesquisas me haviam me levado.
Mas ela ficou chateada porque imaginou que eu estivesse criticando o blog. Não... Eu não estava criticando ninguém! Se pareceu uma crítica, me expressei mal.
Se alguém mais entendeu como uma crítica minha, peço desculpas públicas.
Desde então, tenho muito cuidado com o que escrevo. Mesmo assim, vez que outra acabo botando os pés pelas mãos e me “indispondo” com alguém. Mesmo sem querer.
Aconteceu esta semana, depois do texto que publiquei sob o título “Comentário sobre um post”. Espera um pouco…pronto. Fui reler o que escrevi para ter certeza do que devo dizer agora. Como vocês podem notar se decidirem ler o texto, em nenhum momento eu faço alguma crítica ao blog ou a quem “postou” o texto. E nem cito o nome do blog. Bom deixa eu contar a história toda para vocês entenderem (mas não vou citar o nome porque não há razão para isso).
Do início. O blog é de uma brasileira que está aqui no Canadá, mas que no momento está de férias no Brasil, e pediu para que uma amiga continuasse escrevendo no seu blog para que ele não ficasse “parado”. Pois é, foi ela quem botou o texto. Quando eu li – como contei no meu texto – tinha certeza que não era do Drummond, e decidi escrever um comentário para colocar lá no blog, mas o comentário ficou tão grande, e eu me empolguei com a minha descoberta (sempre é bom “descobrir” um poeta novo [no caso, novo para mim] ) que acabei decidindo publicar apenas no meu blog e deixar como comentário apenas um nota dizendo que eu falava sobre o assunto no meu blog.
Tanto não tinha intenção de criticá-la que não “dei nome aos bois”, porque não era uma crítica, eu estava apenas contando de forma empolgada até onde minhas pesquisas me haviam me levado.
Mas ela ficou chateada porque imaginou que eu estivesse criticando o blog. Não... Eu não estava criticando ninguém! Se pareceu uma crítica, me expressei mal.
Se alguém mais entendeu como uma crítica minha, peço desculpas públicas.
Maré Vermelha
Nunca estive tão perto de casa como agora. Quase posso ouvir o ruído ensurdecedor...
Mas não vou escrever muito, ao menos por enquanto. Minhas atenções estão voltadas para a Av Padre Cacique, em Porto Alegre. Para o Gigante da Beira-Rio, a esta altura já lotado por ansiosos torcedores colorados à espera de Inter X Boca Juniors, segunda partida da semifinal da Copa Sulamericana.
Se estivesse em Porto Alegre, estaria no estádio.
Mesmo tendo perdido o primeiro jogo por 4 X 2 em Buenos Aires (para onde eu também teria ido assistir à partida), há a expectitiva de que seja possível reverter a vantagem do time argentino e terminar a noite classificado.
Em mais uma ode à maravilha que é a tecnologia, e a internet em especial, só posso dizer que vou ouvir o jogo aqui de Toronto. Pena que não consigo também assistir, mas aí seria demais...
Nao importa muito - no final das contas - se vai ganhar ou vai perder. Nossas vidas não mudarão por causa disso, é certo e sabido. Também não sei até onde pode um estádio lotado de torcedores cantando e incentivando ajudar um time vencer e, no caso de hoje, por dois (aí vão para os pênaltis) ou três gols de diferença (classificação).
Mas que um estádio lotado é um dos espetáculos mais bonitos e emocionantes que existem, disso podem estar certos.
Dá-lhe Inter!
UPDATE: Terminou o jogo e foi empate e o Inter está fora da final. Como eu disse antes, é do jogo. Paciência. Lutou e não conseguiu. Valeu. O lado "positivo" é que se passasse para a final, o segundo jogo seria no Beira-Rio e na véspera da minha defesa de tese. E eu seria obrigado a ir ao jogo. Ia ser meio complicado. ..
Até amanhã.
Mas não vou escrever muito, ao menos por enquanto. Minhas atenções estão voltadas para a Av Padre Cacique, em Porto Alegre. Para o Gigante da Beira-Rio, a esta altura já lotado por ansiosos torcedores colorados à espera de Inter X Boca Juniors, segunda partida da semifinal da Copa Sulamericana.
Se estivesse em Porto Alegre, estaria no estádio.
Mesmo tendo perdido o primeiro jogo por 4 X 2 em Buenos Aires (para onde eu também teria ido assistir à partida), há a expectitiva de que seja possível reverter a vantagem do time argentino e terminar a noite classificado.
Em mais uma ode à maravilha que é a tecnologia, e a internet em especial, só posso dizer que vou ouvir o jogo aqui de Toronto. Pena que não consigo também assistir, mas aí seria demais...
Nao importa muito - no final das contas - se vai ganhar ou vai perder. Nossas vidas não mudarão por causa disso, é certo e sabido. Também não sei até onde pode um estádio lotado de torcedores cantando e incentivando ajudar um time vencer e, no caso de hoje, por dois (aí vão para os pênaltis) ou três gols de diferença (classificação).
Mas que um estádio lotado é um dos espetáculos mais bonitos e emocionantes que existem, disso podem estar certos.
Dá-lhe Inter!
UPDATE: Terminou o jogo e foi empate e o Inter está fora da final. Como eu disse antes, é do jogo. Paciência. Lutou e não conseguiu. Valeu. O lado "positivo" é que se passasse para a final, o segundo jogo seria no Beira-Rio e na véspera da minha defesa de tese. E eu seria obrigado a ir ao jogo. Ia ser meio complicado. ..
Até amanhã.
quarta-feira, dezembro 01, 2004
Comentário sobre um post
Detesto fazer o papel do chato, mas algumas vezes não consigo me controlar…
Entrei agora há pouco num dos blogs que visito diariamente e havia um post novo, com um texto chamado “Viver não dói” com a autoria do mesmo atribuída ao nosso poeta maior, Carlos Drummond de Andrade. Muito bonito o texto, mas quando li achei improvável que fosse do Drummond. Sei lá, mas, olhando bem, não parecia o estilo dele. Tinha - na minha opinião - coisas ditas de uma maneira que ele não faria (repito: minha opinião e posso estar enganado). Daí fui para a internet pesquisar.
No google, tem 1720 links para "Viver não dói", a maioria para blogs ou fotologs, acho que a maioria dando a autoria a ele. Mas, olhando um pouco melhor, aparecia um tal de Emílio Moura (nunca tinha ouvido falar).
Então, pesquisei "Emilio Moura' e o resultado foi 46300 links para o nome dele!! Clicando no primeiro link, Emílio Moura aparece a seguinte biografia dele:
"Um ser perplexo, vagando pelo mundo com sua "música secreta", em permanente estado de poesia. Emílio Moura - para os amigos, "poeta Emílio" - nasceu em Minas, em 1902. Ao lado de Carlos Drummond de Andrade e Pedro Nava, fez parte da célebre geração que renovou a literatura na Belo Horizonte dos anos 20 e 30. Embora pouco lido e conhecido ("poeta ainda não bastante admirado", na expressão de Otto Maria Carpeaux), é um dos nomes importantes do modernismo brasileiro".
Entre suas poesias, encontro uma que se chama Canção:
“Viver não dói. O que dói
é a vida que se não vive.
Tanto mais bela sonhada,
quanto mais triste perdida.
Viver não dói. O que dói
é o tempo, essa força onírica
em que se criam os mitos
que o próprio tempo devora.
Viver não dói. O que dói
é essa estranha lucidez,
misto de fome e de sede
com que tudo devoramos.
Viver não dói. O que dói,
ferindo fundo, ferindo,
é a distância infinita
entre a vida que se pensa
e o pensamento vivido.
Que tudo o mais é perdido.”
O texto no blog (é bem legal o blog, diga-se de passagem) não é do Drummond, e nem é o poema do Emilio Moura. É uma adaptação deste que foi atribuída ao primeiro poeta. De qualquer forma, é a mesma mensagem, que é certa.
Emílio Moura, nasceu em 1902 em Dores do Indaiá, oeste de Minas Gerais. Em 1920, transferiu-se para Belo Horizonte, passando a integrar o brilhante grupo de jovens intelectuais que logo iriam participar do "movimento modernista". Desse grupo faziam parte, entre outros, Carlos Drummond de Andrade, Milton Campos, Aníbal M. Machado, Abgar Renault, Pedro Nava, Gustavo Capanema, Mário Casassanta, Martins de Almeida, João Alphonsus, Gabriel Passos, Euryalo Canabrava.
Em 1925, com Drummond e Martins de Almeida, fundou "A Revista", primeiro órgão literário do movimento modernista em Minas Gerais. Faleceu em 28 de setembro de 1971.
Como eu disse, nunca tinha ouvido falar nele. Foi bem legal aprender...
E quem disse que a internet não pode ser uma fonte de conhecimento?
Entrei agora há pouco num dos blogs que visito diariamente e havia um post novo, com um texto chamado “Viver não dói” com a autoria do mesmo atribuída ao nosso poeta maior, Carlos Drummond de Andrade. Muito bonito o texto, mas quando li achei improvável que fosse do Drummond. Sei lá, mas, olhando bem, não parecia o estilo dele. Tinha - na minha opinião - coisas ditas de uma maneira que ele não faria (repito: minha opinião e posso estar enganado). Daí fui para a internet pesquisar.
No google, tem 1720 links para "Viver não dói", a maioria para blogs ou fotologs, acho que a maioria dando a autoria a ele. Mas, olhando um pouco melhor, aparecia um tal de Emílio Moura (nunca tinha ouvido falar).
Então, pesquisei "Emilio Moura' e o resultado foi 46300 links para o nome dele!! Clicando no primeiro link, Emílio Moura aparece a seguinte biografia dele:
"Um ser perplexo, vagando pelo mundo com sua "música secreta", em permanente estado de poesia. Emílio Moura - para os amigos, "poeta Emílio" - nasceu em Minas, em 1902. Ao lado de Carlos Drummond de Andrade e Pedro Nava, fez parte da célebre geração que renovou a literatura na Belo Horizonte dos anos 20 e 30. Embora pouco lido e conhecido ("poeta ainda não bastante admirado", na expressão de Otto Maria Carpeaux), é um dos nomes importantes do modernismo brasileiro".
Entre suas poesias, encontro uma que se chama Canção:
“Viver não dói. O que dói
é a vida que se não vive.
Tanto mais bela sonhada,
quanto mais triste perdida.
Viver não dói. O que dói
é o tempo, essa força onírica
em que se criam os mitos
que o próprio tempo devora.
Viver não dói. O que dói
é essa estranha lucidez,
misto de fome e de sede
com que tudo devoramos.
Viver não dói. O que dói,
ferindo fundo, ferindo,
é a distância infinita
entre a vida que se pensa
e o pensamento vivido.
Que tudo o mais é perdido.”
O texto no blog (é bem legal o blog, diga-se de passagem) não é do Drummond, e nem é o poema do Emilio Moura. É uma adaptação deste que foi atribuída ao primeiro poeta. De qualquer forma, é a mesma mensagem, que é certa.
Emílio Moura, nasceu em 1902 em Dores do Indaiá, oeste de Minas Gerais. Em 1920, transferiu-se para Belo Horizonte, passando a integrar o brilhante grupo de jovens intelectuais que logo iriam participar do "movimento modernista". Desse grupo faziam parte, entre outros, Carlos Drummond de Andrade, Milton Campos, Aníbal M. Machado, Abgar Renault, Pedro Nava, Gustavo Capanema, Mário Casassanta, Martins de Almeida, João Alphonsus, Gabriel Passos, Euryalo Canabrava.
Em 1925, com Drummond e Martins de Almeida, fundou "A Revista", primeiro órgão literário do movimento modernista em Minas Gerais. Faleceu em 28 de setembro de 1971.
Como eu disse, nunca tinha ouvido falar nele. Foi bem legal aprender...
E quem disse que a internet não pode ser uma fonte de conhecimento?
Assinar:
Postagens (Atom)