Recebi por e-mail hoje do Vítor, velho amigo, e não pude deixar de publicar.
É muito bom.
O Homem, A Lenda, O Mito
Graças à força do cinema enlatado "Made in USA", muitos atores estrangeiros que, digamos, "atuaram" em filmes de ação e aventura são verdadeiros síbolos de força, masculinidade e bravura no mundo todo. É o caso do trio Bruce Willis, Sylvester Stallone e Arnold Schwarzenegger. Não há quem não lembre de cenas marcantes desses astros em clássicos como "Duro de Matar", "Rambo" ou "O Exterminador do Futuro". É fato.
Contudo, um outro ator muito mais forte, másculo, bravo e sobretudo talentoso, é, curiosamente, muito menos prestigiado por aqui. Por isso, enumero abaixo algumas verdades indubitáveis sobre Chuck Norris:
1 - As lágrimas do Chuck Norris curam o câncer. O problema é que ele é tão macho que não chora nunca. Nunca!
2 - Chuck Norris não dorme. Ele espera.
3 - Chuck Norris está atualmente processando a NBC. Ele alega que "Lei e Ordem" são os nomes patenteados para suas pernas ("Lei" a esquerda, "Ordem" a direita).
4 - Se você pode ver Chuck Norris, ele pode ver você. Se não não pode ver Chuck Norris, você pode estar perto da morte.
5 - Chuck Norris contou até o infinito. Duas vezes.
6 - A última página do Guiness (livro dos recordes) diz em letras miúdas: "Todos os recordes do mundo pertencem a Chuck Norris. Nós apenas nos damos o trabalho de listar os segundos colocados em cada categoria."
7 - A Grande Muralha da China foi originalmente construída pra impedir a entrada de Chuck Norris naquele país. Ela falhou miseravelmente.
8 - Se você perguntar ao Chuck Norris que horas são, ele sempre dirá, "Dois segundos até..." Depois de você perguntar "Dois segundos até o quê?" ele dará um roundhouse kick na sua cara.
9 - Chuck Norris vendeu sua alma ao diabo para ter seu visual bacana e suas habilidades incomparáveis de artes marciais. Pouco tempo depois da transação terminar, Chuck Norris deu um roundhouse kick na cara do diabo e pegou sua alma de volta. O diabo, que aprecia ironia, não conseguiu ficar bravo e admitiu que deveria ter previsto isso. Eles agora jogam poker todas as segundas quartas-feiras de cada mês.
10 - Chuck Norris uma vez comeu 72 Kg de carne em uma hora. Ele passou os primeiros 45 minutos fazendo sexo com a garçonete.
11 - Quando Chuck Norris recebe os impostos, ele manda de volta folhas brancas com uma foto dele agachado, pronto para atacar. Chuck Norris não teve que pagar impostos nunca. Nunca!
12 - Chuck Norris era um dos personagens originais do jogo "Street Fighter II". Ele só foi removido porque todos os botões faziam ele dar um roundhouse kick. Quando perguntaram sobre essa falha do jogo, Chuck Norris respondeu: "Que falha do jogo?"
13 - Chuck Norris tem duas velocidades: Andar e Matar.
14 - Uma vez Chuck Norris comeu um bolo inteiro antes que seus amigos pudessem lhe contar que havia uma stripper dentro.
15 - Wilt Chamberlein declarou já ter dormido com mais de 20.000 mulheres em toda sua vida. Chuck Norris chama isso de uma "terça-feira monótona".
16 - Quando Deus disse "Que se faça a luz!", Chuck Norris falou "Diga 'por favor'."
17 - Uma vez Chuck Norris desceu a rua com uma ereção massiva. Não houve sobreviventes.
18 - Chuck Norris não lê livros, ele os encara até conseguir toda a informação que precisa.
19 - Chuck Norris jogou roleta russa com um revover totalmente carregado e ganhou.
20 - Chuck Norris não não tem um forno ou microondas, pois, como todo mundo sabe, "a vingança é um prato que se come frio."
21 - Chuck Norris pediu um Big Mac no Bob's. Ele foi atendido.
22 - Algumas pessoas usam uniforme do Superman. Já o Superman usa uniforme de Chuck Norris.
23 - Não existe queixo por trás da barba de Chuck Norris, apenas outro punho.
24 - Chuck Norris só dorme de luz acesa. Não, Chuck Norris não tem medo do escuro, mas a recíproca não é verdadeira.
25 - Certa vez Chuck Norris deu um roundhouse kick tão rápido que quebrou a velocidade da luz, voltou no tempo e atingiu um navio chamado Titanic.
26 - Uma vez Chuck Norris desafiou o ciclista Lance Armstrong para ver quem tinha mais testículos. Chuck Norris ganhou por 5.
27 - Armas não matam. O que mata é Chuck Norris.
Enfim, há muito mais a ser dito. Mas não quero me alongar. Só tô avisando para deixar algumas coisas bem claras. Detesto que cometam injustiça com os meus alunos…
Até.
Crônicas e depoimentos sobre a vida em geral. Antes o exílio; depois, a espera. Agora, o encantamento. A vida, afinal de contas, não é muito mais do que estórias para contar.
terça-feira, janeiro 31, 2006
segunda-feira, janeiro 30, 2006
Quinhentos
Esse é o número de posts desde a criação do blog, em junho de 2004, dois meses antes de eu vir para Toronto.
Só para constar.
#
Eu não ia falar nada mais sobre os quinhentos posts, mas – é domingo à noite enquanto escrevo isso – o Gean acabou de publicar que o seu blog, o Meu Cantinho, está completando quatrocentos posts, e tive a impressão que o que escrevi acima poderia soar como competição, ou mesmo despeito meu. Não é, evidentemente.
Até porque o Gean é uma referência em termos de blogs sobre Toronto e o Canadá. Eu mesmo, antes de vir para cá, já o lia diariamente para aprender mais sobre a vida aqui. Muitas dicas práticas e curiosidades sobre a vida para um brasileiro em Toronto. Foi também através do Gean que começaram a ocorrer os EBS (Encontro dos Blogueiros e Simpatizantes) de Toronto (mesmo que as aparições dele nos últimos tenham sido meteóricas…
Por outro lado, o Sopa no Exílio é um blog bem mais modesto.
Normalmente, os temas giram em torno do meu umbigo, algo que tento mas não consigo evitar. Desta forma, o alcance dele naturalmente é bem menor. Não é informativo, não dou dicas sobre a cidade, não auxilio quem quer imigrar, até porque eu mesmo sou temporário aqui onde não faz mais frio.
De qualquer forma, estou bem satisfeito com minha própria marca, quinhentos posts desde junho de 2004 e cerca de vinte e sete mil e quinhentas visitas nos últimos doze meses.
Talvez seja a hora de parar.
Talvez.
Só para constar.
#
Eu não ia falar nada mais sobre os quinhentos posts, mas – é domingo à noite enquanto escrevo isso – o Gean acabou de publicar que o seu blog, o Meu Cantinho, está completando quatrocentos posts, e tive a impressão que o que escrevi acima poderia soar como competição, ou mesmo despeito meu. Não é, evidentemente.
Até porque o Gean é uma referência em termos de blogs sobre Toronto e o Canadá. Eu mesmo, antes de vir para cá, já o lia diariamente para aprender mais sobre a vida aqui. Muitas dicas práticas e curiosidades sobre a vida para um brasileiro em Toronto. Foi também através do Gean que começaram a ocorrer os EBS (Encontro dos Blogueiros e Simpatizantes) de Toronto (mesmo que as aparições dele nos últimos tenham sido meteóricas…
Por outro lado, o Sopa no Exílio é um blog bem mais modesto.
Normalmente, os temas giram em torno do meu umbigo, algo que tento mas não consigo evitar. Desta forma, o alcance dele naturalmente é bem menor. Não é informativo, não dou dicas sobre a cidade, não auxilio quem quer imigrar, até porque eu mesmo sou temporário aqui onde não faz mais frio.
De qualquer forma, estou bem satisfeito com minha própria marca, quinhentos posts desde junho de 2004 e cerca de vinte e sete mil e quinhentas visitas nos últimos doze meses.
Talvez seja a hora de parar.
Talvez.
domingo, janeiro 29, 2006
A Sopa 05/28
Começou o ano novo chinês.
Não, não tenho nada a declarar sobre isso. Aliás, tenho sim.
Ano passado ainda, durante conversa durante nossa pausa para café do meio da manhã no hospital, por alguma razão que me foge agora (lembrei: conversávamos com um indiano) entramos no assunto festas religiosas pelo mundo. Sem muito pensar, percebemos que existem festas religiosas ocorrendo praticamente todos os dias durante o ano inteiro. Como exemplo, é só pensar nas celebrações de ano novo.
Em 2006, poderíamos ter celebrado o ano novo junto com todo o ocidente em 01 de janeiro. Após, viajaríamos e passaríamos o ano novo chinês que começa hoje. A próxima seria meio apertada, já que o ano novo islâmico, o Hijra, é celebrado no próximo dia 31. Com mais tempo para algumas viagens, tranquilamente teríamos como celebrar em 14 de março o ano novo Sikh.
Uma semana depois, contudo, em 21 de março, teríamos uma sobreposição de data: o Norooz, ano novo Persa e do Zoroastrismo e o Naw-Rúz, ano novo Baha'i. Ainda em março (mês de muitos novos anos), dia 30, o ano novo Hindu. Duas semanas depois, em 13 de abril, o ano novo Therevadin, Budista.
Depois da metade de abril, há uma folga de celebrações de começo de ano até dia 1º de setembro, quando começa o ano religioso dos cristãos ortodoxos. Em setembro ainda, dia 23, é o Rosh Hashana, o ano novo judeu. E aí já estamos nos encaminhando para dezembro e o recomeço de todo o ciclo.
Isso porque só incluí neste exemplo as comemorações de novo ano. Se estivessem aí os demais dias santos, como celebrações de nascimento de profetas, entre outros, teria-se atividade para praticamente todos os dias do ano. Ao perceber isso, que em algum lugar do mundo, quase sempre há um ano novo começando, surgiu a idéia de uma grande “expedição”, tipo National Geographic, com documentário, livro e registro fotográfico: ‘Todo Dia é Ano Novo’.
Um ano inteiro viajando pelo mundo registrando as comemorações de ano novo nas diferentes partes do mundo, nas diferentes religiões. Poderíamos incluir outras festas, e ampliar para ‘O Mundo em Festa’, e nisso incluíramos celebrações pagãs, como o carnaval, Beltane e suas fogueiras, e muitas outras.
E aí, quem se habilita a fazer parte? Ou, pelo menos, financiar…
Contatos pelo email da Sopa.
Até.
Não, não tenho nada a declarar sobre isso. Aliás, tenho sim.
Ano passado ainda, durante conversa durante nossa pausa para café do meio da manhã no hospital, por alguma razão que me foge agora (lembrei: conversávamos com um indiano) entramos no assunto festas religiosas pelo mundo. Sem muito pensar, percebemos que existem festas religiosas ocorrendo praticamente todos os dias durante o ano inteiro. Como exemplo, é só pensar nas celebrações de ano novo.
Em 2006, poderíamos ter celebrado o ano novo junto com todo o ocidente em 01 de janeiro. Após, viajaríamos e passaríamos o ano novo chinês que começa hoje. A próxima seria meio apertada, já que o ano novo islâmico, o Hijra, é celebrado no próximo dia 31. Com mais tempo para algumas viagens, tranquilamente teríamos como celebrar em 14 de março o ano novo Sikh.
Uma semana depois, contudo, em 21 de março, teríamos uma sobreposição de data: o Norooz, ano novo Persa e do Zoroastrismo e o Naw-Rúz, ano novo Baha'i. Ainda em março (mês de muitos novos anos), dia 30, o ano novo Hindu. Duas semanas depois, em 13 de abril, o ano novo Therevadin, Budista.
Depois da metade de abril, há uma folga de celebrações de começo de ano até dia 1º de setembro, quando começa o ano religioso dos cristãos ortodoxos. Em setembro ainda, dia 23, é o Rosh Hashana, o ano novo judeu. E aí já estamos nos encaminhando para dezembro e o recomeço de todo o ciclo.
Isso porque só incluí neste exemplo as comemorações de novo ano. Se estivessem aí os demais dias santos, como celebrações de nascimento de profetas, entre outros, teria-se atividade para praticamente todos os dias do ano. Ao perceber isso, que em algum lugar do mundo, quase sempre há um ano novo começando, surgiu a idéia de uma grande “expedição”, tipo National Geographic, com documentário, livro e registro fotográfico: ‘Todo Dia é Ano Novo’.
Um ano inteiro viajando pelo mundo registrando as comemorações de ano novo nas diferentes partes do mundo, nas diferentes religiões. Poderíamos incluir outras festas, e ampliar para ‘O Mundo em Festa’, e nisso incluíramos celebrações pagãs, como o carnaval, Beltane e suas fogueiras, e muitas outras.
E aí, quem se habilita a fazer parte? Ou, pelo menos, financiar…
Contatos pelo email da Sopa.
Até.
sábado, janeiro 28, 2006
Sábado de sol
Temperatura máxima projetada para hoje é de espantosos nove graus positivos. Levanto da cama, me estico, alongo. Mais um final de semana no inverno que não parece inverno, final de janeiro de 2006.
Ontem à noite, fomos ao Kiwi Kick – The Proud of Downunder, o simpático pub a duas quadras daqui de casa, o Henrique, a Camilla, a Monique, o Rafael e eu. Sexta-feiras é quando toca lá o Tom, canadense de origem húngara e que morou durante quatro anos no Brasil, no final dos anos 70. Sempre (certo, foi a segunda vez que fomos lá vê-lo tocar…) vem falar conosco. O repertório, muito bom, com direito – certamente por ter alguns brasileiros o assistindo – à “Gostava Tanto de Você”.
Em meio a conversas, batatas fritas e tomando Guiness, observo atentamente a forma com que ele toca, os arranjos, como canta: é quase uma aula para mim, que penso e faço que toco. Saímos não muito tarde, e ele nos pede – mais uma vez – que, se possível, consigamos algumas gravações de MPB, para quem sabe incluir no seu repertório. Na próxima sexta provavelmente levaremos.
Entre as conversas de ontem à noite, falamos sobre cinema, em especial sobre o filme King Kong, que assisti no último final de semana. E confesso que não entendi as críticas negativas ao filme.
Pois é, já tinha prometido a mim mesmo não falar de cinema aqui no blog porque gosto é que nem prescoço, cada um tem o seu. Mas não resisto a comentar esse filme. Achei MUITO BOM. Confesso que me preocupava com as três horas de duração do mesmo, mas no final nem vi o tempo passar. E passei todo o tempo torcendo para que o final tivesse sido alterado, e que o macaco não morresse. Até porque ele é o personagem mais humano da película. O olhar triste dele em dois momentos do filme, quando é capturado na ilha e antes de morrer, QUASE me fizeram chorar (não chorei porque, vocês sabem, homem não chora…).
:-)
Voltemos ao sábado.
O sábado, como eu dizia, será em casa, descansando, lendo algumas coisas que preciso ler, não apenas literatura, mas alguns textos técnicos. Uma saída para abastecer a geladeira, supermercado, no máximo.
Até,
Ontem à noite, fomos ao Kiwi Kick – The Proud of Downunder, o simpático pub a duas quadras daqui de casa, o Henrique, a Camilla, a Monique, o Rafael e eu. Sexta-feiras é quando toca lá o Tom, canadense de origem húngara e que morou durante quatro anos no Brasil, no final dos anos 70. Sempre (certo, foi a segunda vez que fomos lá vê-lo tocar…) vem falar conosco. O repertório, muito bom, com direito – certamente por ter alguns brasileiros o assistindo – à “Gostava Tanto de Você”.
Em meio a conversas, batatas fritas e tomando Guiness, observo atentamente a forma com que ele toca, os arranjos, como canta: é quase uma aula para mim, que penso e faço que toco. Saímos não muito tarde, e ele nos pede – mais uma vez – que, se possível, consigamos algumas gravações de MPB, para quem sabe incluir no seu repertório. Na próxima sexta provavelmente levaremos.
Entre as conversas de ontem à noite, falamos sobre cinema, em especial sobre o filme King Kong, que assisti no último final de semana. E confesso que não entendi as críticas negativas ao filme.
Pois é, já tinha prometido a mim mesmo não falar de cinema aqui no blog porque gosto é que nem prescoço, cada um tem o seu. Mas não resisto a comentar esse filme. Achei MUITO BOM. Confesso que me preocupava com as três horas de duração do mesmo, mas no final nem vi o tempo passar. E passei todo o tempo torcendo para que o final tivesse sido alterado, e que o macaco não morresse. Até porque ele é o personagem mais humano da película. O olhar triste dele em dois momentos do filme, quando é capturado na ilha e antes de morrer, QUASE me fizeram chorar (não chorei porque, vocês sabem, homem não chora…).
:-)
Voltemos ao sábado.
O sábado, como eu dizia, será em casa, descansando, lendo algumas coisas que preciso ler, não apenas literatura, mas alguns textos técnicos. Uma saída para abastecer a geladeira, supermercado, no máximo.
Até,
sexta-feira, janeiro 27, 2006
Das coisas que não entendo
Existem muitas coisas que não entendo, óbvio.
Nem poderia ser diferente, aliás. E, por mais que eu diga que minha meta é saber tudo o que eu puder sobre tudo, sei que é meta inatingível. Mas não desanimo e continuo minha caminhada em busca do conhecimento.
Um coisa eu não consigo entender e me recuso a aceitar, contudo.
Por que algumas pessoas, ao pariciparem de fóruns ou comunidades virtuais, como o Orkut, por exemplo, quando querem demonstrar que estão rindo escrevem “kkkkkkkkkk”?
Alguém ri assim, meu deus?
É horrível…
Até.
Nem poderia ser diferente, aliás. E, por mais que eu diga que minha meta é saber tudo o que eu puder sobre tudo, sei que é meta inatingível. Mas não desanimo e continuo minha caminhada em busca do conhecimento.
Um coisa eu não consigo entender e me recuso a aceitar, contudo.
Por que algumas pessoas, ao pariciparem de fóruns ou comunidades virtuais, como o Orkut, por exemplo, quando querem demonstrar que estão rindo escrevem “kkkkkkkkkk”?
Alguém ri assim, meu deus?
É horrível…
Até.
Pois é
Enquanto ando ocupado resolvendo assuntos que priorizam minha atenção, mantemos a programação musical.
“Eu gosto tanto de você
Que até prefiro esconder
Deixo assim ficar
Subentendido
Como uma idéia que existe na cabeça
E não tem a menor obrigação de acontecer
Eu acho tão bonito
Isto de ser abstrato baby
A beleza é mesmo tão fugaz
É uma idéia que existe na cabeça
E não tem a menor pretensão de acontecer
Pode até parecer fraqueza
Pois que seja fraqueza então,
A alegria que me dá
Isso vai sem eu dizer
Se amanhã não for nada disso
Caberá só a mim esquecer
O que eu ganho, o que eu perco
Ninguém precisa saber
Eu gosto tanto de você
Que até prefiro esconder
Deixo assim ficar
Subentendido
É uma idéia que existe na cabeça
E não tem a menor pretensão de acontecer
Se amanhã não for nada disso
Caberá só a mim esquecer
E eu vou sobreviver...
O que eu ganho, o que eu perco
Ninguém precisa saber"
Escrevo algo amanhã ou sábado.
Até.
“Eu gosto tanto de você
Que até prefiro esconder
Deixo assim ficar
Subentendido
Como uma idéia que existe na cabeça
E não tem a menor obrigação de acontecer
Eu acho tão bonito
Isto de ser abstrato baby
A beleza é mesmo tão fugaz
É uma idéia que existe na cabeça
E não tem a menor pretensão de acontecer
Pode até parecer fraqueza
Pois que seja fraqueza então,
A alegria que me dá
Isso vai sem eu dizer
Se amanhã não for nada disso
Caberá só a mim esquecer
O que eu ganho, o que eu perco
Ninguém precisa saber
Eu gosto tanto de você
Que até prefiro esconder
Deixo assim ficar
Subentendido
É uma idéia que existe na cabeça
E não tem a menor pretensão de acontecer
Se amanhã não for nada disso
Caberá só a mim esquecer
E eu vou sobreviver...
O que eu ganho, o que eu perco
Ninguém precisa saber"
Escrevo algo amanhã ou sábado.
Até.
quinta-feira, janeiro 26, 2006
Pensando na Vida
"Eu vejo a vida melhor no futuro
Eu vejo isso por cima de um muro
De hipocrisia
Que insiste em nos rodear
Eu vejo a vida mais clara e farta
Repleta de toda satisfação
Que se tem direito
Do firmamento ao chão
Eu quero crer no amor numa boa
Que isto valha pra qualquer pessoa
Que realizar
A força que tem uma paixão
Eu vejo um novo começo de era
De gente fina, elegante e sincera
Com habilidade
Pra dizer mais sim do que não
Hoje o tempo voa amor
Escorre pelas mãos
Mesmo sem se sentir
E não há tempo que volte, amor
Vamos viver tudo que há pra viver
Vamos nos permitir"
Até.
Eu vejo isso por cima de um muro
De hipocrisia
Que insiste em nos rodear
Eu vejo a vida mais clara e farta
Repleta de toda satisfação
Que se tem direito
Do firmamento ao chão
Eu quero crer no amor numa boa
Que isto valha pra qualquer pessoa
Que realizar
A força que tem uma paixão
Eu vejo um novo começo de era
De gente fina, elegante e sincera
Com habilidade
Pra dizer mais sim do que não
Hoje o tempo voa amor
Escorre pelas mãos
Mesmo sem se sentir
E não há tempo que volte, amor
Vamos viver tudo que há pra viver
Vamos nos permitir"
Até.
terça-feira, janeiro 24, 2006
Elections Canada
© by John Fewings
Venceram os conservadores, como esperado.
Só posso dizer que - depois disso - não fico por aqui mais do que cinco meses e meio...
:-)
Até.
segunda-feira, janeiro 23, 2006
Uma sensação
O sentimento, por mais que já se tenha experimentado, é sempre o mesmo. Aquela sensação vaga de mal estar, um certo desconforto impreciso, algumas vezes até um aperto no peito. O pensamento dá voltas e voltas e acaba sempre no mesmo ponto.
Ansiedade, meus amigos, é como chamamos esse sentimento.
É o nosso organismo se preparando para lutar ou correr, não importa, o que vale é sobreviver. As mão úmidas, as pupilas contraem, o coração acelera: a postos para o perigo iminente. Milhares de anos de evolução humana, mas ali está você, o selvagem pronto para a caça, pronto para enfrentar a natureza hostil. Como foi desde o primeiro homem a deixar a caverna em busca de comida.
O que acontece, hoje, é que não há mais as feras contra as quais lutar.
Logo, sempre em que ela surge, a ansiedade, inevitavelmente o problema não vai ser tão complicado quanto inicialmente parece.
É tranquilizador saber disso.
Até.
Ansiedade, meus amigos, é como chamamos esse sentimento.
É o nosso organismo se preparando para lutar ou correr, não importa, o que vale é sobreviver. As mão úmidas, as pupilas contraem, o coração acelera: a postos para o perigo iminente. Milhares de anos de evolução humana, mas ali está você, o selvagem pronto para a caça, pronto para enfrentar a natureza hostil. Como foi desde o primeiro homem a deixar a caverna em busca de comida.
O que acontece, hoje, é que não há mais as feras contra as quais lutar.
Logo, sempre em que ela surge, a ansiedade, inevitavelmente o problema não vai ser tão complicado quanto inicialmente parece.
É tranquilizador saber disso.
Até.
domingo, janeiro 22, 2006
A Sopa 05/27
Inacreditavelmente, acordo às 9h.
(Digo inacreditavelmente porque nunca durmo tanto. Nove horas! Não lembro a última vez que dormi tanto. Talvez há um ano e meio atrás, logo que cheguei aqui, naquele primeiro e doloroso final de semana sozinho nesta cidade que era estranha e misteriosa, mas que agora é minha casa também. Naquele vez, dormi muito na tentativa de fazer o tempo passar mais rápido, e também para não pensar em nada. Nada mesmo. Mas agora é diferente...)
Levanto da cama e abro a cortina: vento e gelo/neve por tudo. Mentalmente, reviso os meus planos para o sábado em que o inverno parece ter voltado, e decido suspendê-los. Tomo o café da manhã olhando para o cenário predominantemente branco da rua. Silêncio.
(Tenho pensado demais. Não que isso seja ruim, ao contrário, mas tem seu preço. Essa semana, perdido em pensamentos paralelos, cheguei – assim, como se fosse comum, parte de todos os dias – na finitude humana, na morte. Mais específico, no que acontece após a morte. E fiquei angustiado por alguns instantes. Há vida após a morte, ou tudo acaba? Pensei na não-existência, na negação do ser, na ausência de tudo. Sacudo a cabeça de um lado para outro, como se para recolocar as peças no lugar, para afastar pensamentos inúteis por que sem resposta.)
Preparo o chimarrão. Espero a água chiar (porque não pode ferver) e inicio o ritual solitário de matear enquanto leio o jornal, neste caso online. Ao mesmo tempo, cuido de pequenos afazeres domésticos, necessários ao bom funcionamento dos próximos dias.
(O silêncio me agrada. Em meio a tanto ruído vindo do mundo exterior, às vezes é bom sentar e observar o tempo passar. Se fores bem atento, concentrado, ouvirás o tempo passando, como os sons que vêm desde a criação do universo, que talvez sejam a fonte de todos os outros sons. Vê? Consegues ouvir a música que vem no ar?)
Assim passa a manhã, e a tarde avança em direção à noite. Desta forma, os dias viram semanas, que viram meses, e esses, anos.
(Nos é permitido isso, parar para ver o tempo que passar? Será que não perderemos o rumo ao não acompanhar o cortejo que insiste em que o sigamos? Saberemos o caminho, se tivermos que andar sozinhos?)
Não sei vocês, mas eu sei onde quero chegar.
Até.
(Digo inacreditavelmente porque nunca durmo tanto. Nove horas! Não lembro a última vez que dormi tanto. Talvez há um ano e meio atrás, logo que cheguei aqui, naquele primeiro e doloroso final de semana sozinho nesta cidade que era estranha e misteriosa, mas que agora é minha casa também. Naquele vez, dormi muito na tentativa de fazer o tempo passar mais rápido, e também para não pensar em nada. Nada mesmo. Mas agora é diferente...)
Levanto da cama e abro a cortina: vento e gelo/neve por tudo. Mentalmente, reviso os meus planos para o sábado em que o inverno parece ter voltado, e decido suspendê-los. Tomo o café da manhã olhando para o cenário predominantemente branco da rua. Silêncio.
(Tenho pensado demais. Não que isso seja ruim, ao contrário, mas tem seu preço. Essa semana, perdido em pensamentos paralelos, cheguei – assim, como se fosse comum, parte de todos os dias – na finitude humana, na morte. Mais específico, no que acontece após a morte. E fiquei angustiado por alguns instantes. Há vida após a morte, ou tudo acaba? Pensei na não-existência, na negação do ser, na ausência de tudo. Sacudo a cabeça de um lado para outro, como se para recolocar as peças no lugar, para afastar pensamentos inúteis por que sem resposta.)
Preparo o chimarrão. Espero a água chiar (porque não pode ferver) e inicio o ritual solitário de matear enquanto leio o jornal, neste caso online. Ao mesmo tempo, cuido de pequenos afazeres domésticos, necessários ao bom funcionamento dos próximos dias.
(O silêncio me agrada. Em meio a tanto ruído vindo do mundo exterior, às vezes é bom sentar e observar o tempo passar. Se fores bem atento, concentrado, ouvirás o tempo passando, como os sons que vêm desde a criação do universo, que talvez sejam a fonte de todos os outros sons. Vê? Consegues ouvir a música que vem no ar?)
Assim passa a manhã, e a tarde avança em direção à noite. Desta forma, os dias viram semanas, que viram meses, e esses, anos.
(Nos é permitido isso, parar para ver o tempo que passar? Será que não perderemos o rumo ao não acompanhar o cortejo que insiste em que o sigamos? Saberemos o caminho, se tivermos que andar sozinhos?)
Não sei vocês, mas eu sei onde quero chegar.
Até.
sábado, janeiro 21, 2006
Aqui tem muito mais
Em Londres é notícia.
Aqui em Toronto é tão comum ver andando nas ruas que ninguém nem dá bola para isso, quanto mais tentar salvá-las...
Aqui em Toronto é tão comum ver andando nas ruas que ninguém nem dá bola para isso, quanto mais tentar salvá-las...
sexta-feira, janeiro 20, 2006
Coisas
Final de tarde em silêncio e tomando chimarrão em frente ao computador. Primeiro cuidado: não derramar essa água verde quente e amarga, da qual a maioria dos gaúchos não consegue ficar longe muito tempo, em cima do laptop. Seria incomodação demais (e acho que a garantia não cobre).
Só um pouquinho…
Pronto. Música.
”Deixei a velha querência
Saí de lá mui novinho
Com tabuleta ao focinho
E a marca já descascada
Ponta da cola aparada
Sinal de laço ao machinho
Por estes campos afora
Deste Rio Grande infinito
De pago em pago ao tranquito
Repontando o meu destino
Do campo grosso pro fino
Fui me criando solito
Angico, Mariano Pinto
Picada onde me criei
Por tudo ali eu andei
Bebendo e jogando a tava
Bem montado sempre andava
Corri carreira e dancei
Cruzei picadas escuras
Prum baile ou jogo de prenda
Derrubei porta de venda
Pra tomá um trago de canha
E esporeei boi na picanha
Em tudo que foi fazenda
O que viesse eu topava
Serviço, festa ou peleia
Cortei muita cara feia
De indiozito retovado
E amancei muito aporreado
Com pé-de-amigo e maneia
Um dia me deu saudades
E eu fui rever o meu pago
Sentir da china o afago
E o vento frio do pampeiro
No coração caborteiro
Do meu peito de índio vago
O tempo passou, lá se foi
E eu não queria que fosse
Tudo pra mim terminou-se
Nem eu sou mais o que era
A estância virou tapera
E o que era xucro amansou-se
E hoje só o que me resta
É o pingo, o laço e o pala
Pistola, só com uma bala
E a estrada pra bater casco
No cano da bota um frasco
E um fiambrezito na mala!”
Pensando muito nas coisas.
Que foram, que são e nas que serão.
Até.
Só um pouquinho…
Pronto. Música.
”Deixei a velha querência
Saí de lá mui novinho
Com tabuleta ao focinho
E a marca já descascada
Ponta da cola aparada
Sinal de laço ao machinho
Por estes campos afora
Deste Rio Grande infinito
De pago em pago ao tranquito
Repontando o meu destino
Do campo grosso pro fino
Fui me criando solito
Angico, Mariano Pinto
Picada onde me criei
Por tudo ali eu andei
Bebendo e jogando a tava
Bem montado sempre andava
Corri carreira e dancei
Cruzei picadas escuras
Prum baile ou jogo de prenda
Derrubei porta de venda
Pra tomá um trago de canha
E esporeei boi na picanha
Em tudo que foi fazenda
O que viesse eu topava
Serviço, festa ou peleia
Cortei muita cara feia
De indiozito retovado
E amancei muito aporreado
Com pé-de-amigo e maneia
Um dia me deu saudades
E eu fui rever o meu pago
Sentir da china o afago
E o vento frio do pampeiro
No coração caborteiro
Do meu peito de índio vago
O tempo passou, lá se foi
E eu não queria que fosse
Tudo pra mim terminou-se
Nem eu sou mais o que era
A estância virou tapera
E o que era xucro amansou-se
E hoje só o que me resta
É o pingo, o laço e o pala
Pistola, só com uma bala
E a estrada pra bater casco
No cano da bota um frasco
E um fiambrezito na mala!”
Pensando muito nas coisas.
Que foram, que são e nas que serão.
Até.
quinta-feira, janeiro 19, 2006
Toronto, inverno
quarta-feira, janeiro 18, 2006
Diferente
Semana que vem, segunda-feira, tem eleição federal no Canadá.
O voto, aqui, é o chamado distrital, as pessoas votam no seu candidato local. Será, a partir daí, eleito o parlamento que vai indicar o novo Primeiro Ministro, cargo atualmente ocupado pelo Liberal Paul Martin, que tenta fazer maioria para continuar no cargo e ter alguma tranquilidade, o que parece que não vai acontecer. Os Conservadores estão na frente nas pesquisas, com seu líder Stephen Harper, afeto embotado, idéias alinhadas com o vizinho do sul, aquele do Texas, e que parece uma caricatura quando força um sorriso (nunca o vi sorrindo espontaneamente).
Normalmente, quem decide as eleições canadenses é a província de Ontário, por ter maior população e maior números de cadeiras no parlamento. Mesmo sendo em princípio liberal, dessa vez a província está mudando o voto. E ainda tem a terceira força, o NDP, o “Novo Partido Democrático”, que no final das contas é o fiel da balança na hora de dar apoio ou não ao governo.
Mas não era disso que eu queria falar, era da campanha.
Algumas coisas são bem parecidas, como os ataques entre os candidatos, comerciais na TV fazendo “terrorismo”, fazendo insinuações a respeito da integridade e/ou honestidade do outro. Os debates também, risíveis. Isso não surpreeende porque política partidária é assim.
Mas o que difere do Brasil chama à atenção.
Não existe horário eleitoral gratuito, e muito menos aquele mar de cartazes colados nos postes, muros pintados, lixo por todo o lado. Estava no bonde e me dei conta disso, quase não se nota, nas ruas, que é período pré-eleitoral. Mas tem o lado de que já ligaram aqui pra casa para pedir apoio a candidato, assim como vieram batendo de porta em porta com o mesmo objetivo.
Nestas horas, sorrio e digo:
“I’m not canadian, I cannot vote, sorry…”
Até.
O voto, aqui, é o chamado distrital, as pessoas votam no seu candidato local. Será, a partir daí, eleito o parlamento que vai indicar o novo Primeiro Ministro, cargo atualmente ocupado pelo Liberal Paul Martin, que tenta fazer maioria para continuar no cargo e ter alguma tranquilidade, o que parece que não vai acontecer. Os Conservadores estão na frente nas pesquisas, com seu líder Stephen Harper, afeto embotado, idéias alinhadas com o vizinho do sul, aquele do Texas, e que parece uma caricatura quando força um sorriso (nunca o vi sorrindo espontaneamente).
Normalmente, quem decide as eleições canadenses é a província de Ontário, por ter maior população e maior números de cadeiras no parlamento. Mesmo sendo em princípio liberal, dessa vez a província está mudando o voto. E ainda tem a terceira força, o NDP, o “Novo Partido Democrático”, que no final das contas é o fiel da balança na hora de dar apoio ou não ao governo.
Mas não era disso que eu queria falar, era da campanha.
Algumas coisas são bem parecidas, como os ataques entre os candidatos, comerciais na TV fazendo “terrorismo”, fazendo insinuações a respeito da integridade e/ou honestidade do outro. Os debates também, risíveis. Isso não surpreeende porque política partidária é assim.
Mas o que difere do Brasil chama à atenção.
Não existe horário eleitoral gratuito, e muito menos aquele mar de cartazes colados nos postes, muros pintados, lixo por todo o lado. Estava no bonde e me dei conta disso, quase não se nota, nas ruas, que é período pré-eleitoral. Mas tem o lado de que já ligaram aqui pra casa para pedir apoio a candidato, assim como vieram batendo de porta em porta com o mesmo objetivo.
Nestas horas, sorrio e digo:
“I’m not canadian, I cannot vote, sorry…”
Até.
terça-feira, janeiro 17, 2006
Insônia
Sábado que passou.
Após ficar o dia todo em silêncio, escrevendo algumas coisas, lendo outras, decidi ligar a televisão. Isso por volta das 11pm.
Como todo mundo sabe, assistir TV sábado à noite é deprimente, não pela idéia do que se poderia estar fazendo (certo, isso também é deprimente, mas não é esse o momento de falar nisso), mas pela falta de opções de programação. Independente de país, Brasil ou Canadá. De certa forma, deve ser para punir o telespectador, afinal de contas ficar vendo televisão num sábado de noite é crime que tem que ter alguma punição.
Bom, mas eu dizia que estava em casa, era sábado à noite, e eu comecei a ver TV. O frio serve como atenuante do meu “delito”…
Passei por alguns canais, até que – lá pelas 11:30 pm – encontrei um filme. Havia iniciado há cerca de meia hora, mas decidi continuar assistindo. Contava a história de um yuppie que conhecia uma menina “super-alternativa”, que havia largado sua empresa para viver a vida. Ela mostrava a ele o seu estilo de vida, ser mais “humano”, essas coisas.
Até que ele percebe que a vida é muito mais que correr atrás do vil metal, que as pessoas são mais importantes, qualidade de vida, felicidade, etc. Tem uma proposta de trabalho de uma grande empresa, mas cujo presidente é o arquétipo do workaholic, que diz que eles vão ter que abrir mão de suas vidas pessoais, mas rejeita o trabalho. Decide que vai mudar seu estilo de vida.
Volta para a casa da menina, conta para ela e a pede em casamento.
Ela diz que não pode casar com ele.
A partir daí, descobrimos (ele e o palhaço aqui, que estava assistindo o filme) que ela tem câncer, os tratamentos falharam e ela os abandonou. Está cheia de metástases e vai morrer, é apenaas uma questão de tempo. O filme termina com ela indo embora para morrer.
Vai dizer, é para querer se matar ou não?
Para compensar, logo após iniciou um outro filme, antigo ma non troppo, que se passa em Roma e na Costiera Amalfitana. Tive que ver.
Três da manhã, e eu ainda acordado...
Até.
Após ficar o dia todo em silêncio, escrevendo algumas coisas, lendo outras, decidi ligar a televisão. Isso por volta das 11pm.
Como todo mundo sabe, assistir TV sábado à noite é deprimente, não pela idéia do que se poderia estar fazendo (certo, isso também é deprimente, mas não é esse o momento de falar nisso), mas pela falta de opções de programação. Independente de país, Brasil ou Canadá. De certa forma, deve ser para punir o telespectador, afinal de contas ficar vendo televisão num sábado de noite é crime que tem que ter alguma punição.
Bom, mas eu dizia que estava em casa, era sábado à noite, e eu comecei a ver TV. O frio serve como atenuante do meu “delito”…
Passei por alguns canais, até que – lá pelas 11:30 pm – encontrei um filme. Havia iniciado há cerca de meia hora, mas decidi continuar assistindo. Contava a história de um yuppie que conhecia uma menina “super-alternativa”, que havia largado sua empresa para viver a vida. Ela mostrava a ele o seu estilo de vida, ser mais “humano”, essas coisas.
Até que ele percebe que a vida é muito mais que correr atrás do vil metal, que as pessoas são mais importantes, qualidade de vida, felicidade, etc. Tem uma proposta de trabalho de uma grande empresa, mas cujo presidente é o arquétipo do workaholic, que diz que eles vão ter que abrir mão de suas vidas pessoais, mas rejeita o trabalho. Decide que vai mudar seu estilo de vida.
Volta para a casa da menina, conta para ela e a pede em casamento.
Ela diz que não pode casar com ele.
A partir daí, descobrimos (ele e o palhaço aqui, que estava assistindo o filme) que ela tem câncer, os tratamentos falharam e ela os abandonou. Está cheia de metástases e vai morrer, é apenaas uma questão de tempo. O filme termina com ela indo embora para morrer.
Vai dizer, é para querer se matar ou não?
Para compensar, logo após iniciou um outro filme, antigo ma non troppo, que se passa em Roma e na Costiera Amalfitana. Tive que ver.
Três da manhã, e eu ainda acordado...
Até.
domingo, janeiro 15, 2006
A Sopa 05/26
O primeiro final de semana do inverno.
Viver entre dois hemisférios é assim: saio segunda-feira do verão e chego terça no inverno. Ao menos era isso o que eu esperava, mas por uma concessão de seja lá que forças que regem o funcionamento do mundo, cheguei em Toronto no outono, evidentemente um outono fora de época. Acaso, sorte, benção, chamem como quiserem, foi uma surpresa agradável. E até certo ponto necessária.
Sim, porque não é simples deixar o verão para trás e ingressar assim, de súbito, num inverno rigoroso. É justamento para isso que foram feitas as estações intemediárias, primavera e outono. Para que nos preparemos para os extremos, para não sofrermos o “choque” da mudança.
O inverno, que deveria estar me esperando na saída do aeroporto e que benevolentemente deixou para aparecer somente ontem, é a estação da introspecção, dos silêncios, dos vinhos, dos chás quentes e das músicas melancólicas. Blues, a triste música dos escravos negros do Mississipi, é também o termo usado para caracterizar depressão, e o inverno tem a sua, the winter blues.
Mas não é disso que quero falar. Dizia eu que é preciso adaptação para receber o inverno, porque o estado anímico muda e ficamos, sim, mais introspectivos nos meses frios e de pouca luz, como é aqui no norte. Preocupava-me, então, chegar de repente no inverno.
Não aconteceu. Desde terça, quando cheguei, a temperatura vinha andando em torno dos 3 a 6ºC, alta para quem esperava vários graus negativos. E, como desde o dia da chegada – quando do aerporto fui direto para casa, rápido banho e para o hospitall – as coisas têm sido bem corridas (como vão ser até o final de junho), o sábado que passou foi o dia perfeito para entrar no clima de inverno.
Desde a madrugada, ventava muito, o que lembrou o Minuano, o vento frio e seco que sopra do oeste, e que “assobia” nas noites dos invernos gaúchos. Foi o vento quem me acordou, magrugada ainda, temperatura negativa, para me avisar que agora, sim, estou pronto para o Frio, aquele que se escreve com letra maiúscula e se trata por senhor, e que vem por aí. Se estou pronto, que venha, então, oigalê* tchê!
O sábado, portanto, foi de silêncios e leituras e pensamentos, como deve ser um bom sábado de inverno. Faltou o chimarrão e a milonga, mas foi por distração minha, o que não vai acontecer de novo.
* Oigalê é usado para exprimir admiração, espanto, alegria
Até.
Viver entre dois hemisférios é assim: saio segunda-feira do verão e chego terça no inverno. Ao menos era isso o que eu esperava, mas por uma concessão de seja lá que forças que regem o funcionamento do mundo, cheguei em Toronto no outono, evidentemente um outono fora de época. Acaso, sorte, benção, chamem como quiserem, foi uma surpresa agradável. E até certo ponto necessária.
Sim, porque não é simples deixar o verão para trás e ingressar assim, de súbito, num inverno rigoroso. É justamento para isso que foram feitas as estações intemediárias, primavera e outono. Para que nos preparemos para os extremos, para não sofrermos o “choque” da mudança.
O inverno, que deveria estar me esperando na saída do aeroporto e que benevolentemente deixou para aparecer somente ontem, é a estação da introspecção, dos silêncios, dos vinhos, dos chás quentes e das músicas melancólicas. Blues, a triste música dos escravos negros do Mississipi, é também o termo usado para caracterizar depressão, e o inverno tem a sua, the winter blues.
Mas não é disso que quero falar. Dizia eu que é preciso adaptação para receber o inverno, porque o estado anímico muda e ficamos, sim, mais introspectivos nos meses frios e de pouca luz, como é aqui no norte. Preocupava-me, então, chegar de repente no inverno.
Não aconteceu. Desde terça, quando cheguei, a temperatura vinha andando em torno dos 3 a 6ºC, alta para quem esperava vários graus negativos. E, como desde o dia da chegada – quando do aerporto fui direto para casa, rápido banho e para o hospitall – as coisas têm sido bem corridas (como vão ser até o final de junho), o sábado que passou foi o dia perfeito para entrar no clima de inverno.
Desde a madrugada, ventava muito, o que lembrou o Minuano, o vento frio e seco que sopra do oeste, e que “assobia” nas noites dos invernos gaúchos. Foi o vento quem me acordou, magrugada ainda, temperatura negativa, para me avisar que agora, sim, estou pronto para o Frio, aquele que se escreve com letra maiúscula e se trata por senhor, e que vem por aí. Se estou pronto, que venha, então, oigalê* tchê!
O sábado, portanto, foi de silêncios e leituras e pensamentos, como deve ser um bom sábado de inverno. Faltou o chimarrão e a milonga, mas foi por distração minha, o que não vai acontecer de novo.
* Oigalê é usado para exprimir admiração, espanto, alegria
Até.
sábado, janeiro 14, 2006
Viagem
Tem novidade no Perdidos na Espace:
Está começando uma nova viagem, e todos estão convidados para embarcar conosco.
Até.
Está começando uma nova viagem, e todos estão convidados para embarcar conosco.
Até.
2006
Estou de volta à Toronto mas já estou quase indo de novo.
Assim, rápido e inexorável, é o tempo. Não nos permite pensar muito no que acontece, porque os fatos, as histórias, se sucedem. Assim passam-se os anos. Foi ontem, ainda, que escrevi que precisava escrever minha retrospectiva pessoal de dois mil e quatro, um ano intenso, complicado, de emoções contraditórias, já se foi dois mil e cinco e dois mil e seis avança a passos largos.
Num piscar de olhos, esse período, que até pode ser considerado sabático, terá terminado. Há bem pouco, perguntavam como estava a minha adaptação ao país, à cidade e ao trabalho. Agora, contudo, já me perguntam como me sinto na iminência de voltar. Calma, deixa eu respirar um pouco.
Ontem, numa manhã de três reuniões em dois locais diferentes antes de voltar para o hospital para terminar o que tinha ficado para trás na quinta-feira (porque eu era o último a sair, meu pager tocava avisando que eu estava atrasado e que o pessoal do laboratório queria saber que cerveja eu iria tomar) e adiantar algumas coisas para a próxima semana, na reunião do meio, entre dez e onze e trinta da manhã, falando de vários projetos que temos que tocar nestes cinco meses e meio, foi justamente a pergunta que foi feita: como vai ser quando voltares?
Idéias, planos, projetos. Perspectivas, possibilidades.
Dois mil e seis é um mundo de possibilidades (e existe algo melhor que isso?).
Até.
Assim, rápido e inexorável, é o tempo. Não nos permite pensar muito no que acontece, porque os fatos, as histórias, se sucedem. Assim passam-se os anos. Foi ontem, ainda, que escrevi que precisava escrever minha retrospectiva pessoal de dois mil e quatro, um ano intenso, complicado, de emoções contraditórias, já se foi dois mil e cinco e dois mil e seis avança a passos largos.
Num piscar de olhos, esse período, que até pode ser considerado sabático, terá terminado. Há bem pouco, perguntavam como estava a minha adaptação ao país, à cidade e ao trabalho. Agora, contudo, já me perguntam como me sinto na iminência de voltar. Calma, deixa eu respirar um pouco.
Ontem, numa manhã de três reuniões em dois locais diferentes antes de voltar para o hospital para terminar o que tinha ficado para trás na quinta-feira (porque eu era o último a sair, meu pager tocava avisando que eu estava atrasado e que o pessoal do laboratório queria saber que cerveja eu iria tomar) e adiantar algumas coisas para a próxima semana, na reunião do meio, entre dez e onze e trinta da manhã, falando de vários projetos que temos que tocar nestes cinco meses e meio, foi justamente a pergunta que foi feita: como vai ser quando voltares?
Idéias, planos, projetos. Perspectivas, possibilidades.
Dois mil e seis é um mundo de possibilidades (e existe algo melhor que isso?).
Até.
sexta-feira, janeiro 13, 2006
ATENÇÃO
Saíremos do ar por breves instantes para a troca de equipamento.
Voltaremos ao ar a qualquer momento ou em edição extraordinária.
Voltaremos ao ar a qualquer momento ou em edição extraordinária.
Medieval
Você me pede
Pra ser mais moderno
Que culpa que eu tenho
É só você que eu quero
Às vezes eu amo
E construo castelos
Às vezes eu amo tanto
Que tiro férias
E embarco num tour pro inferno
Será que eu sou medieval?
Baby, eu me acho um cara tão atual
Na moda da nova Idade Média
Na mídia da novidade média
Olha pra mim, me dê a mão
Depois um beijo
Em homenagem a toda
Distância e desejo
Mora em mim
Que eu deixo as portas sempre abertas
Onde ninguém vai te atirar
As mãos vazias nem pedras
Eu acredito nas besteiras
Que eu leio no jornal
Eu acredito no meu lado
Português, sentimental
Eu acredito em paixão e moinhos lindos
Mas a minha vida sempre brinca comigo
De porre em porre, vai me desmentindo
Será que eu sou medieval?
Baby, eu me acho um cara tão atual
Na moda da nova Idade Média
Na mídia da novidade média
(Cazuza / Rogério Meanda)
Pra ser mais moderno
Que culpa que eu tenho
É só você que eu quero
Às vezes eu amo
E construo castelos
Às vezes eu amo tanto
Que tiro férias
E embarco num tour pro inferno
Será que eu sou medieval?
Baby, eu me acho um cara tão atual
Na moda da nova Idade Média
Na mídia da novidade média
Olha pra mim, me dê a mão
Depois um beijo
Em homenagem a toda
Distância e desejo
Mora em mim
Que eu deixo as portas sempre abertas
Onde ninguém vai te atirar
As mãos vazias nem pedras
Eu acredito nas besteiras
Que eu leio no jornal
Eu acredito no meu lado
Português, sentimental
Eu acredito em paixão e moinhos lindos
Mas a minha vida sempre brinca comigo
De porre em porre, vai me desmentindo
Será que eu sou medieval?
Baby, eu me acho um cara tão atual
Na moda da nova Idade Média
Na mídia da novidade média
(Cazuza / Rogério Meanda)
quarta-feira, janeiro 11, 2006
Os Inseguros Xenófobos e Outras Idéias
Porto Alegre é o melhor lugar do mundo para se morar.
Ponto pacífico, não aberto a discussões.
Evidentemente que isso é uma verdade minha, e que só vale para mim, e por uma razão bem simples: eu nasci e cresci em Porto Alegre, e as minha principais referências de mundo estão lá. Se eu tivesse nascido em Recife, por exemplo, Recife seria o melhor lugar do mundo. Para mim, claro.
O que não quer dizer que eu ache os outros lugares ou pessoas piores que Porto Alegre ou os gaúchos só porque não são Porto Alegre ou gaúchos. Mais, o fato de eu abertamente declarar que gosto do lugar em que nasci e sempre vivi e que o acho o melhor lugar do mundo não significa que o resto é porcaria. Absolutamente nada a ver.
Nós gaúchos somos assim, gostamos do Rio Grande e de todas suas referências, tecemos loas ao nosso chão, e não em detrimento de outros pagos. Mas sempre tem os que não entendem isso.
Quando cheguei ao Canadá, por exemplo, resolvi entrar em uma comunidade do Orkut sobre o Rio Grande do Sul. Não fiquei dois dias. O problema é que volta e meia aparecia um imbecil afirmando que o RS era melhor do que todo o resto do Brasil ou dizendo que deveríamos nos separar do Brasil. Os argumentos? Obviamente preconceito e desinformação. E insegurança.
Foi então que me dei conta que uma pessoa é ou xenófoba por duas razões: ignorância ou insegurança.
É humano (no sentido de comum, não de justificável) temer o que não se conhece. É assim que a maioria se porta diante do novo, seja em que situação da vida for. Imagino que os maiores xenófobos são aqueles que nunca saíram do seu “mundinho” seguro. São aqueles que nunca viram e não gostam. Têm medo de que o diferente (novo, estrangeiro, como quiserem) venha alterar a estabilidade que possuem, de perder o que têm.
É uma visão de mundo limitada. E não é exclusiva, no Brasil, de uns poucos gaúchos. Tem gente em todo o Brasil que é assim. É o que chamamos de “bairrismo”, mas na sua pior forma.
Racismo, por outro lado, é das mais abjetas características (se é que posso chamar assim) humanas. E no Brasil existe, e muito, e da pior forma possível: velado, não falado, negado. A primeira condição para corrigirmos um erro é admitindo-o. Acho que está na hora.
*Escrevi esse texto a partir do que escreveu a Denise, lá no Síndrome de Estocolmo.
Easy Going
Não diretamente relacionado ao que escrevi, mas tem a ver.
Nunca me senti discriminado por ser brasileiro, em nenhum lugar. Mais: acho que nunca fui mal-tratado em lugar nenhum do mundo em que estive.
Por isso não entendo muito bem quando as pessoas falam que os franceses são antipáticos, os alemães são mal-humorados, os americanos são arrogantes, etc. Não tive problemas nem mesmo com agentes de imigração nos Estados Unidos. Sou um cara de sorte?
Até sou, mas não tem nada a ver com sorte essa minha experiência. Tudo é uma questão de levar as coisas na boa. E não se revoltar com o inevitável.
Ir no consulado em São Paulo tirar o visto americano?. Tirar os sapatos para entrar nos EUA, deixar as digitais?
Ficar revoltado para quê? Como diria meu pai, dois trabalhos: emburrar e desemburrar. Afinal, se eu quero entrar no país deles, tenho que seguir as regras deles. Assim é a vida, paciência.
E, claro, quem não deve, não teme.
Até.
Ponto pacífico, não aberto a discussões.
Evidentemente que isso é uma verdade minha, e que só vale para mim, e por uma razão bem simples: eu nasci e cresci em Porto Alegre, e as minha principais referências de mundo estão lá. Se eu tivesse nascido em Recife, por exemplo, Recife seria o melhor lugar do mundo. Para mim, claro.
O que não quer dizer que eu ache os outros lugares ou pessoas piores que Porto Alegre ou os gaúchos só porque não são Porto Alegre ou gaúchos. Mais, o fato de eu abertamente declarar que gosto do lugar em que nasci e sempre vivi e que o acho o melhor lugar do mundo não significa que o resto é porcaria. Absolutamente nada a ver.
Nós gaúchos somos assim, gostamos do Rio Grande e de todas suas referências, tecemos loas ao nosso chão, e não em detrimento de outros pagos. Mas sempre tem os que não entendem isso.
Quando cheguei ao Canadá, por exemplo, resolvi entrar em uma comunidade do Orkut sobre o Rio Grande do Sul. Não fiquei dois dias. O problema é que volta e meia aparecia um imbecil afirmando que o RS era melhor do que todo o resto do Brasil ou dizendo que deveríamos nos separar do Brasil. Os argumentos? Obviamente preconceito e desinformação. E insegurança.
Foi então que me dei conta que uma pessoa é ou xenófoba por duas razões: ignorância ou insegurança.
É humano (no sentido de comum, não de justificável) temer o que não se conhece. É assim que a maioria se porta diante do novo, seja em que situação da vida for. Imagino que os maiores xenófobos são aqueles que nunca saíram do seu “mundinho” seguro. São aqueles que nunca viram e não gostam. Têm medo de que o diferente (novo, estrangeiro, como quiserem) venha alterar a estabilidade que possuem, de perder o que têm.
É uma visão de mundo limitada. E não é exclusiva, no Brasil, de uns poucos gaúchos. Tem gente em todo o Brasil que é assim. É o que chamamos de “bairrismo”, mas na sua pior forma.
Racismo, por outro lado, é das mais abjetas características (se é que posso chamar assim) humanas. E no Brasil existe, e muito, e da pior forma possível: velado, não falado, negado. A primeira condição para corrigirmos um erro é admitindo-o. Acho que está na hora.
*Escrevi esse texto a partir do que escreveu a Denise, lá no Síndrome de Estocolmo.
Easy Going
Não diretamente relacionado ao que escrevi, mas tem a ver.
Nunca me senti discriminado por ser brasileiro, em nenhum lugar. Mais: acho que nunca fui mal-tratado em lugar nenhum do mundo em que estive.
Por isso não entendo muito bem quando as pessoas falam que os franceses são antipáticos, os alemães são mal-humorados, os americanos são arrogantes, etc. Não tive problemas nem mesmo com agentes de imigração nos Estados Unidos. Sou um cara de sorte?
Até sou, mas não tem nada a ver com sorte essa minha experiência. Tudo é uma questão de levar as coisas na boa. E não se revoltar com o inevitável.
Ir no consulado em São Paulo tirar o visto americano?. Tirar os sapatos para entrar nos EUA, deixar as digitais?
Ficar revoltado para quê? Como diria meu pai, dois trabalhos: emburrar e desemburrar. Afinal, se eu quero entrar no país deles, tenho que seguir as regras deles. Assim é a vida, paciência.
E, claro, quem não deve, não teme.
Até.
terça-feira, janeiro 10, 2006
Hoje não vou falar
Habitualmente, quando chego de volta à Toronto, escrevo sobre a sensação de voltar para cá depois de ter estado fora, de como é ruim me despedir de quem gosto, etc, mas recebi um comunicado da central de estatística deste blog dizendo que se eu escrevesse mais uma vez sobre isso o blog seria tirado do ar por excesso de sentimentalismo ou – mais provável – eu seria atropelado por uma manada de elefantes.
Então não vou falar sobre isso.
Vou fazer um anúncio: vou largar as drogas.
Ou melhor, vou trocar de droga.
Explico.
Normalmente, para tolerar as dez horas de vôo noturno na classe econômica, que são difíceis em virtude da minha altura, eu costumo tomar um comprimido para dormir. Nunca tive problemas com o que costumo usar, o midazolan (o popular dormonid). Mas está descrito que ele pode causar reação paradoxais, ou seja, efeito contrário ao de relaxamento e alívio de ansiedade.
Não, eu não tive uma crise e saí correndo pelado pelo avião como possam estar pensando.
Deixa eu contar do vôo São Paulo – Toronto da Air Canada.
Airbus A340 (eu acho). Võo lotadaço. Minha poltrona, 28C, corredor. A última fila antes dos banheiros do meio do avião. Me instalo, e constato: ela não reclina nem um mísero grau, o que quer dizer que vou ter que passar a noite num ângulo de 90º. Chamo a primeira comissário de bordo, que diz que devemos esperar o avião decolar para tentar ajeitar a situação.
Decola a avião, o aviso de apertar o cintos apaga, todos reclinam suas poltronas e eu fico lá tal qual um “L”, lendo. Bate o sono, largo o livro, e cochilo por alguns instantes. Servem a janta, e eu a 90º. Converso com a segunda comissária, que pede mais um tempo para tentar resolver a situação. Termina a janta e começa o filme. O filme se desenrola e eu lá, sentado reto, tal qual um nobre inglês, postura impecável.
Chamo o terceiro comissário. Em inglês explico que não pretendo dormir sentado daquele jeito. Ele tenta consertar. Nada feito. Diz que vai me dar um carta para reclamar da companhia. Acaba o filme, apagam-se as luzes. A segunda comissária me diz que o único assento vago é no meio, na fila de quatro, entre um senhor que aquela altura babava no travesseiro, literalmente, e um obeso. Digo pra ela que prefiro que uma manada de elefantes me atropele. Ela diz que nada pode fazer.
Volto ao meu lugar. Passam-se dez, quinze minutos. E eu lá, a 90º. Tenho que fazer algo.
Vou ao fundo do avião, onde estão os comissários reunidos. Converso com o terceiro comissário, que descubro ser português. Quando digo que sou brasileiro, diz que vai me ajudar, mas comenta que a classe executiva está lotada (e lá se vai por água abaixo minha experança de me dar bem). Comenta, finalmente, que um dos assentos reservados a eles, comissários, está vago e que se eu quiser posso dormir ali, mas é em frente ao banheiro e, portanto, barulhanto.
Para isso servem as drogas, penso. Isso, vou tomar o comprimido e dormir. Tomo o comprimido. Me acomodo no último assento do avião, corredor, em frente ao banheiro, luz acesa. É só esperar que medicação faça efeito e vou dormir umas três ou quatro horas, certo. Estou tranqüilo. Para melhorar, o comissário me oferece o assento da janela, já que ele tem plugs de ouvido e uma máscara para dormir. Perfeito.
Durmo até ser acordado com o anúncio do café da manhã. Volto ao meu assento original e terminou o vôo lá.
A única coisa é que o comissário passa por mim e comenta que – durante a noite – houve turbulência e que nesse momento comentei algo que ele não entendeu bem: eu disse, segundo ele (não lembro de nada, amnésia é um dos efeitos da medicação):
“Seguuura, peão!”…
Pronto, nunca mais tomo dormonid.
Até.
Então não vou falar sobre isso.
Vou fazer um anúncio: vou largar as drogas.
Ou melhor, vou trocar de droga.
Explico.
Normalmente, para tolerar as dez horas de vôo noturno na classe econômica, que são difíceis em virtude da minha altura, eu costumo tomar um comprimido para dormir. Nunca tive problemas com o que costumo usar, o midazolan (o popular dormonid). Mas está descrito que ele pode causar reação paradoxais, ou seja, efeito contrário ao de relaxamento e alívio de ansiedade.
Não, eu não tive uma crise e saí correndo pelado pelo avião como possam estar pensando.
Deixa eu contar do vôo São Paulo – Toronto da Air Canada.
Airbus A340 (eu acho). Võo lotadaço. Minha poltrona, 28C, corredor. A última fila antes dos banheiros do meio do avião. Me instalo, e constato: ela não reclina nem um mísero grau, o que quer dizer que vou ter que passar a noite num ângulo de 90º. Chamo a primeira comissário de bordo, que diz que devemos esperar o avião decolar para tentar ajeitar a situação.
Decola a avião, o aviso de apertar o cintos apaga, todos reclinam suas poltronas e eu fico lá tal qual um “L”, lendo. Bate o sono, largo o livro, e cochilo por alguns instantes. Servem a janta, e eu a 90º. Converso com a segunda comissária, que pede mais um tempo para tentar resolver a situação. Termina a janta e começa o filme. O filme se desenrola e eu lá, sentado reto, tal qual um nobre inglês, postura impecável.
Chamo o terceiro comissário. Em inglês explico que não pretendo dormir sentado daquele jeito. Ele tenta consertar. Nada feito. Diz que vai me dar um carta para reclamar da companhia. Acaba o filme, apagam-se as luzes. A segunda comissária me diz que o único assento vago é no meio, na fila de quatro, entre um senhor que aquela altura babava no travesseiro, literalmente, e um obeso. Digo pra ela que prefiro que uma manada de elefantes me atropele. Ela diz que nada pode fazer.
Volto ao meu lugar. Passam-se dez, quinze minutos. E eu lá, a 90º. Tenho que fazer algo.
Vou ao fundo do avião, onde estão os comissários reunidos. Converso com o terceiro comissário, que descubro ser português. Quando digo que sou brasileiro, diz que vai me ajudar, mas comenta que a classe executiva está lotada (e lá se vai por água abaixo minha experança de me dar bem). Comenta, finalmente, que um dos assentos reservados a eles, comissários, está vago e que se eu quiser posso dormir ali, mas é em frente ao banheiro e, portanto, barulhanto.
Para isso servem as drogas, penso. Isso, vou tomar o comprimido e dormir. Tomo o comprimido. Me acomodo no último assento do avião, corredor, em frente ao banheiro, luz acesa. É só esperar que medicação faça efeito e vou dormir umas três ou quatro horas, certo. Estou tranqüilo. Para melhorar, o comissário me oferece o assento da janela, já que ele tem plugs de ouvido e uma máscara para dormir. Perfeito.
Durmo até ser acordado com o anúncio do café da manhã. Volto ao meu assento original e terminou o vôo lá.
A única coisa é que o comissário passa por mim e comenta que – durante a noite – houve turbulência e que nesse momento comentei algo que ele não entendeu bem: eu disse, segundo ele (não lembro de nada, amnésia é um dos efeitos da medicação):
“Seguuura, peão!”…
Pronto, nunca mais tomo dormonid.
Até.
domingo, janeiro 08, 2006
A Sopa 05/25
Último dia do verão.
Amanhã, segunda-feira, embarco às 16h45 de Porto Alegre em direção à São Paulo e de lá para Toronto. A diferença de temperatura será grande, evidentemente, afinal saio do verão senegalesco de Porto Alegre e vou para o inverno polar de Toronto. Vanlá, então.
O que me faz pensar como só valorizamos algumas coisas quando as perdemos. O verão, por exemplo. Nunca gostei tanto dele como agora que vivi um inverno canadense.
A última semana, em especial, foi muito agradável. A estada na praia, na casa dos meus pais e com os pais da Jacque na praia ao lado, quinze minutos de carro, foi bem boa. Dias de sol sem nuvens, temperatura perfeita da água, mar azul. Tudo a favor. No meio da semana, uma vinda à Porto Alegre para um churrasco e uma formatura, além de resolver alguns assuntos e fazer contatos. Ontem, feijoada no almoço lá em casa e, à noite, churrasco de despedida na casa do Nelson, tio da Jacque.
Foram três semanas que pareceram meses, assim como quando cheguei aqui a sensação foi de nunca ter saído. Como eu já falei mais de mil vezes: mesmo Toronto sendo minha casa também, no fundo eu nunca saí do Rio Grande.
Dois mil e seis começa de verdade na terça-feira para mim.
E tenho muita, mas muita coisa para fazer antes de julho, quando volto para o Brasil.
Até.
Amanhã, segunda-feira, embarco às 16h45 de Porto Alegre em direção à São Paulo e de lá para Toronto. A diferença de temperatura será grande, evidentemente, afinal saio do verão senegalesco de Porto Alegre e vou para o inverno polar de Toronto. Vanlá, então.
O que me faz pensar como só valorizamos algumas coisas quando as perdemos. O verão, por exemplo. Nunca gostei tanto dele como agora que vivi um inverno canadense.
A última semana, em especial, foi muito agradável. A estada na praia, na casa dos meus pais e com os pais da Jacque na praia ao lado, quinze minutos de carro, foi bem boa. Dias de sol sem nuvens, temperatura perfeita da água, mar azul. Tudo a favor. No meio da semana, uma vinda à Porto Alegre para um churrasco e uma formatura, além de resolver alguns assuntos e fazer contatos. Ontem, feijoada no almoço lá em casa e, à noite, churrasco de despedida na casa do Nelson, tio da Jacque.
Foram três semanas que pareceram meses, assim como quando cheguei aqui a sensação foi de nunca ter saído. Como eu já falei mais de mil vezes: mesmo Toronto sendo minha casa também, no fundo eu nunca saí do Rio Grande.
Dois mil e seis começa de verdade na terça-feira para mim.
E tenho muita, mas muita coisa para fazer antes de julho, quando volto para o Brasil.
Até.
quinta-feira, janeiro 05, 2006
domingo, janeiro 01, 2006
A Sopa 05/24
Ano-novo.
Significativamente, o ano – para mim - começou e vai terminar no Brasil. Mais significativo ainda, começa no litoral norte do Rio Grande do Sul, lugar onde passei todos os verões da minha vida (com exceção do último, que foi no hemisfério norte). Mas não é mais o mesmo.
A inevitabilidade da passagem do tempo mostra-se claramente neste pequeno espaço do sul do mundo, que durante um certo período – a infância, mais especificamente - foi o todo o nosso universo. De todos da velha turma, poucos continuam tendo casa por aqui, e até o velho muro do Adriano, onde passamos muitas noites falando da vida e que virou emblema de toda a turma, ‘A Turma do Muro’, já não existe mais.
O sentimento não é de tristeza nem de saudosismo, mas de resignação: é a vida, não há como nem por quê lutar contra. Aliás, não há nada mais inútil que lutar contra as inevitabilidades do mundo. Esse pode ser um objetivo para o novo ano: aceitar aquilo que não podemos mudar, lutar para mudar o que depende de nós, e saber discernir entre os dois. Não é uma nova idéia, eu sei, mas é boa, então tudo bem.
Viemos para cá, Imbé/RS, na sexta-feira no começo da tarde, dia de sol e muito calor, carro alugado sem ar condicionado. Tudo tranquilo, com exceção de ter chegado com o braço esquerdo (aquele que fica apoiado na janela com o vidro aberto) completamente vermelho – o chamado ‘braço de caminhoneiro’ – pela falta da camada de ozônio e de memória minha. Ao chegar aqui, caminhada na beira da praia e banho de mar – ah, saudades do Atlântico sul! – com água de temperatura agradabilíssima.
De volta do mar, banho frio na ducha no pátio dos fundos da casa. Se eu disse que quando morrer vou para Porto de Galinhas – que seria minha visão do paraíso – certamente a casa que terei lá será a mesma que temos aqui em Imbé…
Dois mil e seis, novamente um ano em dois hemisférios, mas - ao contrário de 2004 – dessa vez com duas primaveras. Será um outro ano de mudanças. De reencontro e recomeços. Depois da “morte” da ida para o “exílio”, o renascer da volta para casa.
Mudaram as estações, nada mudou…
Até.
Significativamente, o ano – para mim - começou e vai terminar no Brasil. Mais significativo ainda, começa no litoral norte do Rio Grande do Sul, lugar onde passei todos os verões da minha vida (com exceção do último, que foi no hemisfério norte). Mas não é mais o mesmo.
A inevitabilidade da passagem do tempo mostra-se claramente neste pequeno espaço do sul do mundo, que durante um certo período – a infância, mais especificamente - foi o todo o nosso universo. De todos da velha turma, poucos continuam tendo casa por aqui, e até o velho muro do Adriano, onde passamos muitas noites falando da vida e que virou emblema de toda a turma, ‘A Turma do Muro’, já não existe mais.
O sentimento não é de tristeza nem de saudosismo, mas de resignação: é a vida, não há como nem por quê lutar contra. Aliás, não há nada mais inútil que lutar contra as inevitabilidades do mundo. Esse pode ser um objetivo para o novo ano: aceitar aquilo que não podemos mudar, lutar para mudar o que depende de nós, e saber discernir entre os dois. Não é uma nova idéia, eu sei, mas é boa, então tudo bem.
Viemos para cá, Imbé/RS, na sexta-feira no começo da tarde, dia de sol e muito calor, carro alugado sem ar condicionado. Tudo tranquilo, com exceção de ter chegado com o braço esquerdo (aquele que fica apoiado na janela com o vidro aberto) completamente vermelho – o chamado ‘braço de caminhoneiro’ – pela falta da camada de ozônio e de memória minha. Ao chegar aqui, caminhada na beira da praia e banho de mar – ah, saudades do Atlântico sul! – com água de temperatura agradabilíssima.
De volta do mar, banho frio na ducha no pátio dos fundos da casa. Se eu disse que quando morrer vou para Porto de Galinhas – que seria minha visão do paraíso – certamente a casa que terei lá será a mesma que temos aqui em Imbé…
Dois mil e seis, novamente um ano em dois hemisférios, mas - ao contrário de 2004 – dessa vez com duas primaveras. Será um outro ano de mudanças. De reencontro e recomeços. Depois da “morte” da ida para o “exílio”, o renascer da volta para casa.
Mudaram as estações, nada mudou…
Até.
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