Dia.
De. Dois. Mil. Vinte. E. Quatro.
Entre os feriados de final de ano, prefiro o Natal. Pelo espírito, pela reunião de família, pelos bons sentimentos associados (pelos filmes de Natal, uma tradição em casa). Já com relação ao Ano Novo, prefiro a simbologia à festa em si.
Poderia, sem problema nenhum, passar um Ano Novo sozinho, em casa. Ouviria música, veria um filme, dormiria não muito tarde. Seria bem bom.
Claro que gosto de estar entre pessoas, família e amigos, mas – como eu disse – ficaria em casa, sozinho, bem feliz também. Acho o momento muito mais apropriado para a reflexão, para pensar a vida. Nada contra as festas, de verdade, participo feliz, mas não sentiria falta se não houvesse. De novo, sou team Natal cem por cento.
Já com relação aos fogos de artifício, definitivamente sou contra.
Eles são legais para quem tem até uns oito anos de idade. Depois disso, são variações sobre um mesmo tema. Não vejo sentido em soltar fogos no réveillon, ainda mais quando são barulhentos. Lembro dos finais de ano na praia, quando desde o dia trinta pela manhã as pessoas (os idiotas) começavam a soltá-los. Pelo estouro, apenas pelo barulho. Como sempre digo, contudo, gosto é como pescoço: cada um teu o seu.
Pareço um limão, eu sei. Mas é uma crítica construtiva.
A transição entre o ano que termina e o que começa é, sim, propícia para reflexões, análises, correções de rumo, planos e projetos. E isso o que mais gosto, como repetidas vezes tenho falado por aqui. E esse recesso que faço entre o Natal e o dois de janeiro é perfeito nesse sentido. Olhar em frente após fechar o ciclo é – para mim, para mim – uma atividade prazerosa.
Sem falar na questão do ‘Bilhete de Loteria de Schrödinger’, agora amplificado pelo advento dos bolões. Explico. Primeiro, com relação aos bolões da Mega Sena da Virada. Se és convidado para participar de um bolão da mega da virada, és obrigado a participar. Caso contrário, caso sejas o único a não participar, certamente ele será premiado e serás o único de fora. É lei. Não importa a chance ser uma em cinquenta milhões de possibilidades, se não entrares no bolão ele será sorteado.
Quanto ao ‘Bilhete de Loteria de Schrödinger’, funciona assim: ao jogares (ou entrares em um bolão), entre o momento em que o jogo foi feito e o momento em que a informação do resultado chega até ti, aquele bilhete é tanto premiado quanto não premiado, e a sensação de estar na mão com um bilhete premiado ou não premiado ou potencialmente premiado, afinal ainda não ocorreu o sorteio, é boa. Muitas vezes é o que basta para passares uns dias com essa sensação boa, essa potencial felicidade.
Até para poder festejar o novo ano ainda mais feliz.
No dia seguinte, quando ficares sabendo do resultado, tudo volta ao normal.
Ou não.
Até.