sexta-feira, janeiro 17, 2025

Os Outros

Sou um cara humilde.

 

Quero dizer que estou sempre pronto para aprender, acho fundamental estar perto de pessoas que podem acrescentar algo em minha vida, em um sentido geral. Me sinto um eterno aprendiz.

 

Neste sentido, sou totalmente favorável a ouvir comentários (ia escrever feedbacks) a respeito do que estou fazendo, ou aprendendo, ou desempenhando. Essa troca de informações é importante. Como disse, sou humilde o suficiente para aceitar bem ensinamentos, dicas e orientações. Ajuda a mim, e a todos, a crescer.

 

Diferente de lugar em que já trabalhei em que feedbacks importantes eram feitos de maneira atabalhoada, desleixada, de forma que se tornavam quase pessoais, e perdiam seu objetivo, seu sentido. Como não fazer, foi o que aprendi, mas não vem ao caso. 

 

Além de estar sempre pronto, ansioso por aprender, ao mesmo tempo cada vez menos dou importância ao que os outros pensam de mim, assim como procuro não julgar os outros. Porque não sabem, e não sei, as circunstâncias da vida que levaram e levam às decisões que tomo e que tomam. Cada um tem seu caminho individual, sua própria estrada. E ninguém tem nada a ver com isso.

 

Por outro lado, mesmo cada vez menos levando em conta, ou não moldando minhas atitudes e escolhas por aquilo que os outros podem estar ou vão pensar de mim, confesso uma enorme curiosidade com relação a isso, ao que as pessoas pensam de mim, de quem sou e do que faço atualmente. E isso me fez pensar. Será que sou tão inseguro que preciso saber o que os outros pensam de mim? Ou sou tão confiante que tenho certeza de que vou gostar daquilo que elas pensam?

 

Não sei.

 

Provavelmente nem um e nem outro.

 

Ou um pouco dos dois.

 

Vai saber.

 

Até.

quinta-feira, janeiro 16, 2025

Ainda o Zen

Vez que outra, penso em como as pessoas lidam com a raiva.

 

Existem diferentes formas de lidar com frustrações, incompreensões, más vontades, pessoas inconvenientes, de caráter duvidoso, que atrapalham ou atrasam a vida, que fazem de tudo para perturbar, incomodar. Porque são assim ou porque querem encher mesmo o saco.

 

A violência física não é uma opção.

 

Talvez devesse ser, não sei, mas não importa.

 

Ignorar, fazer de conta que não é conosco, algumas vezes é bem difícil, mas não impossível. E pode ser que seja a melhor opção, essa de não permitir que os outros afetem teu humor, o que nem todos conseguem (eu não consigo) o tempo todo. Como lidar com isso, então, essa a questão.

 

Descarregar a raiva em uma atividade física, como correr, treinar, socar um saco de areia, por exemplo, é um bom uso, uma boa forma de descarregar a tensão. Xingamentos também. Nada melhor do que um “vai para a puta que te pariu” bem-posto, falado como todas as sílabas pronunciadas clara e pausadamente, para reduzir os níveis de estresse. É quase libertador.

 

Como disse, eu não sou budista e muito menos zen.

 

Mas entendo e aceito que não devemos ser (tão) suscetíveis a fatores externos a nós na determinação de nosso humor. Não vale à pena deixar-se ser perturbado por outros. A forma como reagimos ao mundo depende exclusivamente de cada um de nós.

 

Tenho trabalhado nisso, em ser menos vulnerável a fatores exteriores que potencialmente afetam meu humor e disposição. É o papo de se preocupar menos com o que os outros pensam de ti. Tenho tentado ser mais estoico em minha visão e jeito de lidar com o mundo.

 

Não temos tempo a perder com as mesquinharias da vida.


Até. 

quarta-feira, janeiro 15, 2025

Zen

Não sou budista.

 

Respeito quem é, claro, assim como respeito os devotos de todas as religiões e também quem não tem religião ou mesmo não acredita em Deus, Deuses, ou seja lá o quê for. Por mim, está tudo certo, cada um na sua, cada um no seu quadrado. É por isso, por acreditar que todas as crenças ou não crenças devam ser respeitadas, é que acho que um dos maiores problemas das religiões é querer ativamente se espalhar, converter os outros. 

 

Talvez se cada um ficasse na sua, vivesse a sua vida da forma que bem entendesse, que considerasse a melhor, e não incomodasse os outros, o mundo seria melhor, bem mais tranquilo. E falo de religião, sexualidade, futebol e política, entre outros temas. Uma forma de viver de forma mais equilibrada é apenas deixar que os outros vivam suas vidas do seu próprio jeito. Não tentar impor tua visão de mundo ao outros. 

 

Mas eu falava que não sou budista. Pois é, não sou.

 

Aquele papo de que a vida é sofrimento, de que o sofrimento vem do desejo e que a única forma de nos libertarmos do sofrimento é com a ausência de desejo não é para mim, infelizmente. Eu tenho desejos. Diversos. E talvez realmente não tenha alcançado a iluminação da ausência dos mesmos, mas nem sei se quero, para ser sincero. Além do mais, eu acho que o sofrimento vem da comparação.

 

Isso, sim, é o que venho tentando fazer: não me comparar com os outros. Porque cada um tem sua própria caminhada, suas próprias situações de vida que, se eventualmente podem parecer com as que vivemos, nunca serão as mesmas. A única comparação válida é quem éramos antes perante quem somos agora. O ‘Marcelo de hoje’ tem que ser melhor que o ‘Marcelo de ontem’. E os critérios que vou usar para essa avaliação são meus, e não importam a ninguém mais. Não posso me julgar baseado nos critérios dos outros. Até porque as pessoas estão preocupadas realmente é com suas próprias vidas, e estão certas.

 

Que cuidemos cada vez mais de nossas vidas e deixemos os outros viverem como bem entenderem.


Até.    

terça-feira, janeiro 14, 2025

Régua

Somos o que fazemos consistentemente.

 

Não é incomum por aí conhecermos pessoas que tomam para si o papel de juízes da virtude e de bastiões da moral serem flagrados fazendo em segredo aquilo que diziam ser errado, imoral. É a velha hipocrisia.

 

Em frente ao público, quando sob os holofotes, a pessoa mais doce e altruísta do mundo, enquanto na intimidade alguém difícil de conviver. Como eu disse, não é raro convivermos com pessoas assim. Antes de revoltante, esse tipo de comportamento é triste. São pessoas infelizes.

 

Por outro lado, ser alguém de fácil convívio, alguém disponível, pronto para ajudar quem precisa quando preciso, é uma qualidade a ser (muito) valorizada.  Tenho a sorte de ter alguns amigos assim. Sei que posso contar com eles assim como sabem que podem contar comigo. 

 

Essa é uma das réguas pelas quais avalio se tenho andado no caminho certo e com as pessoas certas pela vida. Estar próximo a pessoas confiáveis, e ser alguém confiável. Todos os dias, todos os dias. Sempre que chamado. Além disso, tem de ser algo que seja ou se torne natural, não forçado.

 

E churrascos. Sempre churrascos.


Até. 

segunda-feira, janeiro 13, 2025

Treze de Janeiro

Não.

 

O tempo não está passando mais rápido, como é comum termos a impressão. Veja só, entramos em dois mil e vinte e cinco e depois de amanhã já estamos na metade de janeiro. Loucura, não?

 

Não, uma vez mais.

 

Mas, sim, a impressão do passar acelerado do tempo é real para cada um de nós, e isso ocorre provavelmente pela quantidade de tarefas e atividades e distrações – redes sociais entras as principais – que nos fazem pouco parar para respirar, para olhar o mundo que nos cerca com mais calma. Estamos sempre correndo para fazer a roda girar.

 

O tempo passa, então, e corremos o risco de perdermos a perspectiva do que realmente importa, de quais são nossas reais necessidades como seres humanos, absortos que estamos em busca daquilo que os outros nos fazem crer que precisamos, sejam bens materiais, status social, aparências, coisas as quais – ao obtermos – se mostram vazias e sem sentido.  O que realmente precisamos não pode ser comprado, sempre digo.

 

As conexões, as pessoas, as relações, as – repito – histórias para contar. Isso é o que importa, isso é o que vamos valorizar quando o que é perecível e transitório ficar obsoleto, perder sentido.

 

Dois mil e vinte e cinco é, para mim, também um ano de reforçar as relações, viver mais histórias, estar mais próximo das pessoas que são importantes de alguma forma para mim.


Até. 

domingo, janeiro 12, 2025

A Sopa

Sinais.


Em uma passagem de uma dessas sitcoms americanas das quais sou grande fã, um dos personagens diz que ele vai deixar que o seu “futuro eu” resolva uma determinada situação. Deixa tudo como está no momento para que ele mesmo, mas em sua versão do futuro, resolva. Gostei do conceito, que tem uma certa relação com o conceito do avestruz para a resolução de problemas da vida.

 

Esse conceito diz que, em determinadas situações da vida, a melhor atitude a ser tomada é a de não fazer nada, “enfiar a cabeça na terra” como um avestruz, e esperar que as coisas se resolvam por si só. Mesmo sabendo que isso é uma lenda, que avestruzes não fazem isso de enterrar a cabeça na terra, eles apenas encostam a cabeça e o pescoço no chão para ouvir se há algum predador se aproximando ou para se camuflar, isso existe mesmo apenas como ditado popular, ainda assim a estratégia (procrastinadora?) em determinadas situações funciona.

 

Assim como os sinais.

 

Os sinais existem, sim, basta saber reconhecê-los. Eu, por exemplo, sou uma testemunha desse fato. Há quase dez anos, haveria o show do David Gilmour, lendário guitarrista do Pink Floyd, em Porto Alegre. Eu queira ir. Muito. Por alguma razão, contudo, não comprei ingresso e o tempo foi passando. Próximo ao show, sem ingresso comprado, tinha dúvidas sobre ir ou não. Decidi deixar ao acaso, ou o universo, se preferirem, decidir. Se fosse para eu ir, haveria um sinal. 

 

Poucos dias antes do show, estava deitado lendo, pouco antes de dormir, quando tocou o telefone. Atendi e era um amigo oferecendo um ingresso para o show, com carona para ir e voltar, e de camarote! Não podia dizer não, claro. Era o universo ou o acaso dizendo que eu deveria ir.

 

Passa o tempo e neste final de semana haveria o show do Humberto Gessinger celebrando os Acústicos do Engenheiros do Hawaii no Araújo Vianna, aqui perto de casa. Quando os ingressos foram postos à venda, eu ainda não sabia se estaria nesse final de semana em Porto Alegre, e eles esgotaram rapidamente, tanto que foi aberta uma data a mais, domingo, para um segundo show.

 

Ao longo dos anos, não tenho conseguido ir a shows dele. O último, ainda quando era Engenheiros, Gigantinho, há mais de trinta anos. Nunca conseguia conciliar, ou me organizar para ir aos seus shows, infelizmente. Até porque o Humberto Gessinger (e os Engenheiros do Hawaii) foi um dos que escreveu a trilha sonora de muitos momentos do meu passado. Não iria a mais um show dele.

 

Ainda tentei ver ingressos para esse domingo, sem sucesso.

 

Ontem acordei cheio de energia, por voltas das 7h. Fui na Feira Ecológica do Bom Fim, à academia e ao supermercado tudo ainda pela manhã. Após o almoço, após deixar a Marina na casa de uma amiga, aproveitei para o tradicional e revigorante sono do meio da tarde de sábado.

 

Ao acordar, uma mensagem no grupo de WhatsApp da minha turma de faculdade. Um amigo tinha um ingresso disponível para o show de ontem. 

 

Era o sinal! 

 

A mensagem havia sido enviada uma hora antes de eu vê-la, e não tinha certeza se ainda haveria a disponibilidade. Enviei mensagem ao grupo e a ele em privado. Não, não havia passado adiante o ingresso ainda. Era o ingresso era meu. Marcamos de nos encontrar para ir juntos.

 

O ponto de encontro foi a Lancheria do Parque. Atravessamos a Osvaldo Aranha, entramos no Parque Farroupilha e fomos ao Araujo.

 

Foi um baita show.


Até.