Ontem foi sábado.
De todos os inícios de texto que já utilizei, e de todos os possíveis, esse talvez tenha sido o mais óbvio e, portanto, desnecessário. Estúpido, se preferirem. Tenho consciência disso e não me importo.
Geralmente, a primeira frase dos meus textos, aquela que fica isolada no início, que é quase um subtítulo, tentam prender a atenção do leitor, deixá-lo sedento por saber o que virá nos próximos parágrafos, antecipando o prazer que leitura o proporcionará ou, ao menos, a possibilidade de tal prazer o satisfação. Ou ainda apenas entretenimento. ‘Ontem foi sábado’: o que esta informação pode antecipar em termos do que virá a seguir, na seqüência do texto?
Tudo. Ou nada.
Se, por um lado, um sábado é um mundo de possibilidades abertas em frente a qualquer um que não tenha que trabalhar nesse dia (porque aí elas, as possibilidades, ficam um pouco restritas…), por outro, o que ele tem demais mesmo? Ah, é o começo efetivo do final de semana. Além disso, como diz a música, “todo mundo espera alguma coisa de um sábado à noite”. Nem que seja apenas ficar em casa ouvindo música, lendo e tomando vinho, por exemplo.
Assim como já teci loas ao sábado de manhã, aquele considero o melhor momento da semana (diferente do melhor dia, que indiscutivelmente é quarta-feira – “porque ontem era terça e amanhã já é quinta”) quero agora fazer o mesmo com o resto do sábado.
Ontem, enquanto esperava o ônibus para voltar para casa, saindo do EBS (Encontro dos Blogueiros e Simpatizantes de Toronto), sozinho, de noite, no frio, pensava nisso, no sábado. Parênteses. Vejam só, apesar de estar sozinho, de noite e com frio, não estava tudo ruim. A situação de estar tudo ruim é quando se está sozinho, de noite, no frio, na chuva, com fome e com sono. O que claramente não era o meu caso. Fecha parênteses. Pois é, dizia eu que pensava sobre os sábados em geral. Eu gosto de sábados.
E quem não gosta?
Até.
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