terça-feira, setembro 30, 2008

Esses dias

Por mais que a Marina seja tranqüila, e é, confesso que nesse começo de semana estou sendo vencido pelo sono. Ainda bem que amanhã é quarta, o melhor dia da semana.

Por quê?

Porque ontem era recém terça e amanhã já é quinta...

E, por Deus do céu, cada vez mais me convenço que finais de semana não foram feitos para se trabalhar (e tomara que eu consiga seguir me livrando disso).

Até.

domingo, setembro 28, 2008

A Sopa 08/09

Termina setembro.

É impressionante como, depois de agosto, o ano parece andar mais rápido até o seu final, e esse ano mais ainda. A Marina, minha filha, já tem mais de um mês de vida.

E foi justamente ao completar um mês, no sábado passado, que ela pegou sua primeira virose. De quem? Certamente do pai pneumologista dela, que tem estado com o consultório bem movimentado, o que significa uma miríade de vírus circulando ao redor das minhas vias aéreas. Na quarta-feira passada, senti os pródromos: um mal estar, algumas dores pelo corpo, o nariz estranho. Logo vi o que vinha, e – com medo de ser uma gripe, mais grave que um simples resfriado – comecei a tomar um antiviral, na esperança de abortar o processo.

Não foi gripe, o que representou duas coisas: o vírus não foi controlado pela medicação e – pior – a Marina acabou resfriada também. E o que é algo simples e banal para todos nós, crescidos e já acostumados com isso, é uma tragédia para alguém de um mês de vida, cujo única forma de reagir às coisas é chorar. É justamente nesse momentos em que valorizamos habilidades nossas que, de outra maneira, nunca daríamos o real valor, como, por exemplo, assoar o nariz.

Tivemos uma ou duas noites difíceis (que foram pioras para a Marina, eu sei) e depois – como todo bom vírus respiratório – ela começou a melhorar. Ainda não está 100%, mas quase.

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Falando em vírus...

Há mais ou menos duas semanas, resolvi fazer um novo backup dos dados do computador aqui de casa. Preparei tudo e, na hora de gravar o DVD de dados, deu erro, que se repetiu após inúmeras tentativas. Chamei, então, o técnico que arruma o meu computador já há uns dois anos. Por telefone, ao ouvir o meu relato, sentenciou: tens que trocar o gravador de DVD.

OK, respondi, e marcamos uma data para ele fazer o serviço aqui em casa. No dia, chegou atrasado e rapidamente fez a troca. Na hora de estar, não funcionou. Verificou o computador, disse estar cheio de vírus e sentenciou: tem formatar o HD. Novamente concordei. Como esse estava praticamente cheio, resolvi comprar um segundo HD, com maior capacidade de armazenamento. Levou com ele o equipamento e devolveu em 72 horas, como novo.

Na hora de testar, vi que não estava instalado o Firefox, browser que eu uso normalmente. Perguntei por que e ele respondeu que “não confiava no Firefox, por não ser da Microsoft”. Estranhei, mas deixei assim, e até tentei usar novamente o Internet Explorer, mas não deu. Fiz o download novamente (do site oficial) e instalei na máquina.

No dia seguinte, um dos softwares que ele havia instalado não funcionou. Liguei para ele, que me perguntou se eu havia feito algum download. Disse que sim, e ele disse que era por isso: eu estava novamente cheio de vírus.

Agradeci-lhe e disse que resolveria sozinho. Instalei um novo anti-vírus e realmente encontrei dois ou três Trojans, que pus em quarentena.

Agora já me sinto mais tranquilo: tanto a Marina quanto o computador estão melhores.

Até.

quarta-feira, setembro 24, 2008

Todo dia

Quando não é a Marina que precisa da atenção dos pais por estar gripada, é este computador (por que não são todos Macs??) que se infecta e fica cheio de vírus...

Ah, essas crianças...

Até

terça-feira, setembro 23, 2008

Está tudo bem

O Analista de Bagé, clássico personagem do grande Luís Fernando Veríssimo, recebia seus pacientes na porta do consultório com um joelhaço "nas partes". Depois, quando o vivente se queixava da esposa, da sogra, do trabalho, da vida em geral, e dizia sentir uma angústia muito forte, ele perguntava (numa versão livre):

- É "das brabas" mesmo?

- Horrível?

- Mesmo?

- É pior que tudo na vida.

- Pior que perder Grenal?

- Muito pior.

- Pior que unha encravada?

- Nem se compara.

- Pior que o joelhaço?

- Bom...

Tudo o que ele fazia era proporcionar ao paciente uma perspectiva diferente da situação, ver a vida sob outro prisma, mudar o foco das coisas.

É como quando o teu filho(a) de pouco mais de um mês de vida pega um resfriado.

O nariz entope, o corpo dói, tosse e tosse.

Ele(a) ainda não sabe assoar o nariz, aliás, mal sabe que tem nariz, então reage da única forma que sabe: chorando, às vezes de raiva, outras de dor. O que muda é a intensidade e a forma de chorar. O que se faz, então, é mudar a perspectiva das coisas.

Existe um dispositivo, de borracha e siicone, desenhado especificamente para auxiliar a retirada de secreção no nariz do bebê. É tipo uma pera que se usa para aspirar (outra opção é a mãe - sempre a mãe - colocar a boca no nariz do bebê e chupar secreção, limpando o nariz) as secreção nasais.

Pois bem, imagine você, estimado leitor, com o nariz cheio de secreção, mal conseguindo respirar através dele, quando chega um cidadão e tapa uma das narinas e "enfia" na outra algo que vai sugar o ranho de lá. Obviamente irás - leitor de menos de uma ano de idade, chorar MUITO, de raiva, principalmente...

Depois de passada essa experiência, aquela dor pelo corpo, o mal estar, serão nada.

Estarás pronto para outra...

Até.

domingo, setembro 21, 2008

A Sopa 08/08

O Bonde (um texto de quando morei em Toronto)

Gosto de andar de bonde.

Aqui eles chamam de ‘street car’, para diferenciar dos ônibus. Quando vou para um dos hospitais, tenho a opção de pegar o metrô, descer duas estações depois e pegar o bonde que vai me largar na frente do Toronto Western. Quando os dias estão bonitos – e tivemos vários assim na semana que passou – gosto de ir olhando a paisagem. As lojas, as casas estreitas de dois andares, passando pelo bairro português, o café Bota Fogo, a casa de carnes Nosso Talho, e por aí vai.

Vinha eu, absorto em pensamentos paralelos e ouvindo música gauchesca no meu discman, olhando para fora, quando presenciei uma cena diferente.

Pela calçada, ia um daquelas máquinas de limpar a rua, que é um misto de aspirador de pó gigante com um carrinho de golfe, com o funcionário dirigindo-a e dando direção à grande “tromba” que sai do alto do carrinho e que aspira as folhas. Ao olhar, notei que a calçada estava vazia, sem pessoas, exceto por uma transeunte de traços orientais que corria à frente da máquina, atrasada por certo. Mas parecia que ela estava fugindo da máquina, que agora me parecia um monstro perseguindo-a.

“Enquanto isso, em Tóquio…” foi a primeira coisa que me veio à cabeça. De repente eu estava em um filme japonês e um monstro perseguia uma indefesa vítima. Olho para os outros passageiros: impassíveis, como se nada estivesse acontecendo. Viro e miro o céu, aguardando o surgimento do, sei lá, Ultraman. Nada. Já imagino o seguimento do drama: a menina correndo, cai no chão, o monstro chega e com sua grande tromba a pega pelo pé, ela grita de horror e dor, alguém tenta ajudá-la, mas é em vão. Só resta, na calçada, sangue e o iPod que ela vinha escutando.

Nisso, chega o ponto em que devo descer. Por um instante, esqueço da tragédia que se desenrolava na rua. Desço e me dirijo até a esquina, onde vou atravessar a rua para chegar ao hospital. Aguardando abrir o sinal para os pedestres, de repente viro para o lado, e a máquina, o monstro, está chegando em mim. Por um instante, cogito levantar os braços e sair correndo e gritando por socorro.

O sinal abre. Atravesso a rua.

Começa mais um dia de trabalho.

Até.

(publicado em 18/11/2004)

sábado, setembro 20, 2008

Sábado (o 20 de setembro e o primeiro mês)

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E para marcar a passagem do 20 de Setembro, data máximo do estado gaúcho, um trecho do hino rio-grandense que inspira a todos.

"... Mas não basta pra ser livre
Ser forte, aguerrido e bravo
Povo que não tem virtude
Acaba por ser escravo..."

E que sirvam nossas façanhas de modelo a toda Terra!

Até.

quarta-feira, setembro 17, 2008

Ainda não

Quatro semanas não são um mês.

Trinta ou trinta e um dias o são.

Sábado será.

Até.

terça-feira, setembro 16, 2008

Sobre o ano que encaminha-se para o fim

Gosto da palavra epifania (em inglês, epiphany).

Originalmente, a palavra 'epifania' vem do grego e quer dizer 'manifestação". Para os cristãos, seria uma manifestação da presença de Deus no mundo real. Comemora-se o seu dia em 6 de janeiro, o Dia de Reis, no décimo-segundo dia após o Natal.

Eu prefiro a definição como "uma súbita sensação de realização ou compreensão da essência ou do significado de algo. O termo é usado nos sentidos filosófico e literal para indicar que alguém 'encontrou a última peça do quebra-cabeças e agora consegue ver a imagem completa do problema'". Ou a sudden, powerful, and often spiritual or life-changing realization that a character experiences in an otherwise ordinary moment.

Esse tem sido um ano particularmente profícuo em epifanias, o que nem sempre é bom, devo dizer. Às vezes percebemos coisas que não gostaríamos de ter percebido.

No cômputo geral, contudo, o saldo é muito positivo.

Até,

segunda-feira, setembro 15, 2008

Estranha essa vida

Justamente agora que a Marina nasceu - e deveria ter tempo livre para ficar em casa com ela - o trabalho parece que triplicou, o que - se por um lado parece não ser bom, afinal deveria poder ficar ollhando a minha menina crescer - por outro lado é bem legal, pois coisas boas podem vir por aí.

Estou duplamente satisfeito.

Corrijo-me: esses dias não poderiam ser mais felizes.

Até.

domingo, setembro 14, 2008

A Sopa 08/07

Vou parecer antipático hoje.

Há muito anos amigos, existe entre nós, Márcio, Radica e eu, assim como acontece com qualquer grupo de amigos de muito tempo, algumas expressões, piadas e brincadeiras que são características nossas. Não exclusivas nem únicas, apenas típicas do nosso convívio. Normalmente são bem infantis, pois é justamente com os amigos que podemos ser muito infantis.

Como lá se vão vinte anos que convivemos, é natural que tenhamos muitas dessas expressões e brincadeiras e piadas. Algumas se tornaram obsoletas e perderam a graça, outras continuam vivas e fortes. Uma delas tem relação com título deste texto, e é usada como forma de chantagem emocional ou apenas para incomodarmos um ao outro. Por exemplo, é esta pergunta, “Será que és amigo o suficiente?”, que usamos como forma de chantagem para convencer uns aos outros a entrar em teóricas “roubadas” que inventamos seja lá por que razão, como quando “chantageei" o Márcio para que a banda tocasse no mesmo dia que eu chegaria de Toronto direto para minha festa de aniversário em 2005, sem ensaios, apenas com a passagem de som. Foi essa mesma frase que o Márcio usou para referir-se ao Radica (que mora hoje em dia em São Paulo) e a mim (quando fui para Toronto), que não ficamos em Porto Alegre, onde mora. “Não fomos amigos o suficiente”.

Pois bem, de um forma geral, acho que não sou amigo o suficiente.

Por quê?

Porque eu não gosto e não respondo àqueles e-mails que mandam com um arquivo do PowerPoint com uma apresentação que pode ter música (e em geral tem) fotos de paisagens e uma mensagem que varia do ‘tenha um bom dia’ ao ‘já abraçou sua família hoje?’, passando por frases retiradas de livrinho de auto-ajuda atribuídas ao Dalai Lama. E que invariavelmente terminam com a mensagem “mande essa mensagem a todos os seus amigos, se você recebeu é porque alguém acha você especial”.

Pois bem, eu não me sinto especial por receber uma mensagem que alguém mandou para todo o seu catálogo de endereços, por melhor que tenha sido sua intenção. Nem o meu dia se ilumina quando recebo um e-mail com fotos de criança e flores.

Aliás, na maioria da vezes, eu nem abro os anexos, deleto-os direto. Se alguém espera alguma resposta minha, ou que reencaminhe esse tipo de e-mail, pode desistir, dificilmente vou fazer isso. Não digo que nunca vá fazer, até pode acontecer um dia, mas é muito difícil. Por quê?

Simplesmente porque sou extremamente pessoal. Ou seja, quando eu quero dizer o que sinto ou desejo ou penso de ou para alguém, eu faço isso ao vivo, cara a cara. Claro que às vezes, como agora, em que a geografia não favorece e, estando em hemisfério diferente, acabo utilizando o e-mail (pessoal, para quem recebe) ou até o telefone.

Se, ao contrário de uma mensagem impessoal que mais cem pessoas vão receber também, mandasse apenas um e-mail dizendo “Marcelo, tudo bem? Como estão as coisas? Por aqui…”, talvez aí realmente faria eu me sentir especial. E acho que não sou o único.

Até.

(Publicado originalmente em 29/03/2005)

sexta-feira, setembro 12, 2008

quinta-feira, setembro 11, 2008

Onde isso vai parar?

Hoje minha filha furou as orelhas e colocou brincos.

Com três semanas de vida!?

O que vem depois?

Tatuagem? Piercing?

Só depois dos dezoito anos, e se isso for permitido no Convento das Carmelitas...

:-)

Até.

terça-feira, setembro 09, 2008

O Mundo

Vai acabar amanhã, não sei se vocês sabem.

Talvez nem leiam esse blog por isso.

Se por ventura conseguirem ler antes do buraco negro, favor mandem doações em dinheiro para esse blog...

:-)

De qualquer maneira, esperemos que o LHC funcione.

Até.

segunda-feira, setembro 08, 2008

Segunda-feira

Primeira grande constatação da paternidade:

"Ser pai é ter que providenciar muitos sacos de lixo".

(pois a produção de lixo orgânico e não-orgânico é gigantesca)

Até.

domingo, setembro 07, 2008

A Sopa 08/06

Como todos pudemos ler durante a semana que passou, o Presidente Luis Inácio defendeu o consumo de tabaco em qualquer lugar, afinal “só fuma quem é viciado”. Um desserviço ao Brasil, sem dúvida. Quem responde é a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, através do Dr. Alberto José de Araújo, Diretor do Núcleo de Estudos e Tratamento do Tabagismo da UFRJ:

Lula marca um gol contra na luta contra o tabaco; a continuar assim, só terá estádios vazios, pois dois Maracanãs morrem a cada ano, no Brasil.

Lamentável sob todos os aspectos este posicionamento do Presidente. Nunca antes nesse país um Presidente perdeu tanto os sentidos essenciais a quem foi delegado pelo voto, o destino da administração da "coisa pública", das res-publica como diria Platão, mas que anda na contramão da história, na res-privada, como neste posicionamento eivado de retórica típica do autoritarismo latino ou do coronelismo ainda vigente oriundo dos antigos mandatários.

Esta fala se soma a outras colecionadas nestes seis anos de governo, carregadas de personalismo, egocentrismo, de prepotência, arrogância e despreparo para administrar o que é de "interesse público", portanto, de todos.

Ao governo que se caracteriza por não ver, não saber quem (ou quem mandou) escuta e, agora não "sentir" a fumaça do tabaco, certamente não irá considerar prejuízos para a saúde pública, pois, radicalizou em um projeto de defesa dos interesses econômicos das grandes corporações e, a indústria do tabaco não foge à regra.

Será preciso ressuscitar a famosa ópera-rock do "The Who" – Tommy – com o ouça-me, toque-me, sinta-me, para o presidente que se orgulha de suas origens, reconheça (ou seja, assessorado a tal) que o tabaco está matando exatamente aqueles mais desprovidos de recursos? Aqueles que ele imagina estar defendendo os direitos? São milhares deles, corintianos – como o presidente – flamenguistas, atleticanos, gremistas etc que fumam, e em fumando tornam vítimas seus filhos, seu cônjuge, seus colegas de trabalho.

Se a lógica do presidente – na minha sala sou eu que mando – for assimilada pelos fumantes (felizmente uma grande parte hoje está mais consciente dos danos do tabaco), ele estará dando um cheque em branco para qualquer cidadão, independente do posto que ocupe, possa argumentar que afinal "se o próprio presidente se arroga o direito de fumar sua cigarrilha em seu local de trabalho", como serei impedido de fazê-lo?

Assim, uma vez mais, para manter o seu vício, um governante atropela a ciência, rasga a Convenção Quadro de Controle do Tabaco que o congresso a duras penas ratificou e ele próprio assinou; o desejo de ampla maioria (88% da população é a favor do banimento do tabaco nos ambientes fechados) dos eleitores; joga a culpa no indivíduo "só fuma quem é viciado", e defende "o fumo em qualquer lugar".

Além de suas próprias e malfadadas convicções, certamente interesses econômicos poderosos estarão por trás de sua postura – um retrocesso na história de lutas da sociedade e do estado brasileiro contra o tabaco, e uma nódoa em sua biografia tão enaltecida.

Cadê a defesa intransigente dos direitos dos trabalhadores, dos excluídos, dos oprimidos, dos doentes e incapacitados? Como pode um presidente com a assessoria de pessoas do quilate do Ministro da Saúde possa ainda ignorar (será que não está vendo de novo?) que morram 24 pessoas pelo tabagismo ativo no país a cada hora e que outras seis sucumbam pelo tabagismo passivo (seja na sala do presidente, na repartição pública ou privada, na casa do cidadão). A loquacidade das palavras e a retórica do discurso não escondem mais do que a opção pelo econômico em detrimento do social. Esta trágica mudança entre o que se prometia e o que se faz com a "coisa de interesse público".

O presidente – de todos os brasileiros, da minoria de fumantes ativos como ele e para a maioria de fumantes passivos – precisa de tratamento do tabagismo – fumar não combina com a postura de estadista que é modelo de comportamento – urge oferecer apoio para que possa sair deste estágio pré-contemplativo e motivar-se a dar, pelo menos, um exemplo, especialmente para as pessoas mais humildes que representam o grande universo de fumantes em países como o nosso, a partir de seu gabinete para que não se fume próximo a outras pessoas.

À postura de contramão do presidente, em sentido diametralmente oposto, vem um posicionamento firme e responsável do governador de SP, de proibir o fumo em qualquer ambiente fechado, público ou privado.

Em se tratando da analogia com o meio futebolístico, o presidente literalmente pisou na bola e fez um gol contra. Mas como o jogo está em andamento, ainda há tempo para recuperar e mudar de estratégia. Francamente, se continuar jogando assim, na retranca, irá levar outros gols, do infarto, do derrame, do câncer de pulmão, do enfisema, das aposentadorias e pensões precoces. Haja pré-sal para dar conta de tanto rombo na "defesa tão vulnerável do time da saúde", que de tanto ser vazado, acabará se transformando no "time da doença".

Talvez, em linguagem futebolística, alguém comprometido com o destino da saúde de milhões de brasileiros, possa ter uma conversa franca, amistosa, empática e acolhedora com o "paciente Presidente" para que ele faça um gesto nobre – ainda que siga fumando – e admita que fumar não é bom para ele, para sua esposa, sua secretária e assessores e que este gesto de humildade "nunca antes visto na história deste país" possa ser multiplicado em todos os gabinetes dos três poderes da república, em todos os restaurantes e hotéis, em todas as escolas e hospitais, em todas as empresas públicas e privadas, em todas as casas.

Os estádios que o presidente julga necessários para a grandeza do esporte brasileiro serão pequenos para caber tantos brasileiros que deixaram de ser fumantes passivos e outros tantos que procuraram ajuda para o tratamento. Ah, poderíamos ter uma partida beneficente para "enterrar" as cinzas dos últimos cigarros em um Memorial em Honra das Vítimas da Epidemia do Tabaco, que contabilizam 200 mil brasileiros por ano (somente dos ativos).

Se eu fosse presidente, não perderia um jogo destes e daria o pontapé inicial de uma partida que ficaria marcada para ser contada pelas gerações seguintes.

Está na hora da torcida cobrar deste time que foi reeleito para defender, de fato, a sua saúde. Fumantes ativos e passivos, uni-vos! É hora de começar a tirar as cinzas do carpete da república, de ver o Brasil no ataque contra as pragas que nos assolam – o tabaco é a maior delas – e basta de imobilismo, vamos enviar cartas, milhões delas que expressem a nossa indignação para a Casa Civil e que possam manifestar no campo prático que "todo poder emana do povo e em seu nome deve ser exercido" ou, vamos propor uma proposta de iniciativa popular de projeto de lei ao Congresso.

Quem sabe faz a hora, não espera acontecer (G. Vandré).

Contra o fumo em todos os gabinetes, fumar faz mal ao Presidente e a você que respira a fumaça em qualquer ambiente fechado.


Assino embaixo.

Até.

sexta-feira, setembro 05, 2008

quinta-feira, setembro 04, 2008

Por que no te calas?

Um princípio básico da civilização deveria ser o de "se não sabes do que estás falando, é melhor ficar quieto". Ainda mais quando muita gente está te ouvindo e tuas palavras têm grande repercussão, por mais estúpidas que possam ser. E muitas vezes são.

O nosso Presidente é o melhor exemplo disso.

Desinformação, para dizer o mínimo.

Como quando ele deu a entender - por analogia - que usuários de crack (ou maconha, ou heroína, ou cocaína) deveriam poder consumi-lo em qualquer lugar, afinal "são viciados".

Não acredita?

Leia aqui.

Até.

terça-feira, setembro 02, 2008

O mundo parou

O silêncio toma conta da casa, pois as meninas dormem.

Com as luzes apagadas, olho a rua, que daqui de cima parece silenciosa e calma.

Não tem música, televisão ou telefone que toque.

O mundo parou.

Tudo porque as minhas mulheres dormem.

Até.

segunda-feira, setembro 01, 2008

Esportes e a paternidade

Encontro um colega nos corredores do hospital.

Ele me olha, e vejo tristeza nos seus olhos.

Cabisbaixo, me pergunta sobre isso aqui.

Sem vacilar, respondo que tenho muito mais com o que me preocupar: uma filha para criar, por exemplo.

(a paternidade, além de alegrias, nos dá desculpas...)