quinta-feira, julho 31, 2008

Trinta e seis

Hoje teve consulta com a obstetra.

Em determinado momento da consulta, falei que eu estava pronto para ir para o hospital a qualquer momento, no que a Jacque respondeu para eu me acalmar, que era muito cedo. Retruquei que não, já podia nascer, afinal atingíramos a trigésima sexta semana de gestação, entráramos no último mês. A obstetra, então, concordou comigo, e disse:

"Está certo, já pode nascer. Chegamos lá."

Provavelmente ainda vai levar algumas semanas, não mais que quatro, para a Marina nascer, mas é tranquilizador saber que ela já PODE nascer, afinal agora só ganha peso. A maratona da gestação está quase vencida, agora faltam apenas os últimos metros dessa corrida. Quase lá, quase lá.

Por outro lado, está tudo praticamente pronto. Os detalhes, se faltam, são mínimos.

Pode-se dizer que, agora sim, é o que o "bicho vai pegar".

Toda a vida vai mudar para sempre, mesmo.

Lembro de uma vez, há muitos anos, em que velejávamos, meu irmão e eu, no nosso barquinho da época, o "Eu Sei", pelas águas turvas do Guaiba. Era inverno, dia de semana, o céu plúmbeo e vento forte. Saímos do Veleiros do Sul, nosso clube, e fomos em direção ao Estaleiro Só, na época ainda em atividade de construção e demolição de navios.

Quanto mais nos aproximávamos do estaleiro, onde estava ancorado um grande navio para ser demolido, obviamente que maior ficava o navio e menor ficávamos nós em comparação. Quanto mais perto, maior a parede crescia e menor nosso barquinho. Até que decidimos voltar, com isso saindo de perto do navio, para nos afastar do que nos fazia pequenos, para voltar à sensação de segurança. Nunca esqueci da sensação de fragilidade que se apossou de nós, diante da visão do gigante à frente.

O que sinto agora, contudo, é que vou em meu barquinho em direção a um gigante muito maior, mas - à medida que me aproximo dele - mais seguro e preparado para o que vem por aí.

Até.

terça-feira, julho 29, 2008

Caráter Anal

Algumas questões me deixam realmente intrigado.

De um certo tempo para cá, por estar trabalhando em um lugar em que os outros colegas médicos andam de gravata, decidi que começaria a usar o dito acessório quando fosse atender lá. Seguindo por essa linha de raciocínio, se trabalho nesse lugar de gravata, por que não atender assim vestido também no meu consultório? Pareceu lógico e assim o fiz. Dessa forma, comecei a ir trabalhar de gravata nas terças, quartas, quintas e sextas-feiras.

Fiz da segunda-feira o meu Casual Friday.

Mas isso não vem ao caso.

Em termos de vestuário, sempre esstive bem mais para o lado do informal do que do formal, confesso. Usei tênis no trabalho até o final do primeiro ano da residência médica. Sempre fui adepto do jeans e camiseta. Evidentemente que, com o passar do tempo, meu guarda-roupa foi "crescendo" comigo (e não falo aqui do tamanho das roupas...). Mas sempre não muito formal. Por isso o estranhamento causado naquelas pessoas que me viam e vêem diariamente.

O que quero falar, então, e retomo o meu espanto com determinadas situações, é a reação das pessoas ao verem uma pessoa que normalmente não usa terno e gravata usá-lo. E começamos a notar o caráter anal citado no título acima. Provavelmente os primeiros comentários que ouvi foram perguntas relacionadas a eu ir coletar exame de fezes ou consultar um proctologista. Bem depois, alguns relacionados ao fato de que vou ser pai e "ter que ser sério" (como se a roupa influenciasse nisso).

Mas as perguntas/comentários que ligam o uso de gravata a características anais demonstram, talvez, essa relação formal que as pessoas têm com o seu (delas, não o seu, caro leitor) cu. Um lance algo ritual, é por ali que normalmente eliminamos aquilo que não faz parte de nós, ou que foi rejeitado.

E é impressionante como esse assunto toma a vida das pessoas.

Muitas vezes a principal preocupação de pacientes internados pelas mais variadas causas é com o funcionamente do seu intestino. O resto parece não importar, desde que o instestino funcione.

Por outro lado, talvez a formalidade se justifique, não sei. Talvez as pessoas tivessem de anunciar na coluna social. "Depois de meses de dificuldades e uma colonoscopia, o casal Almeida Ferreira da Silva Cantareira abriu sua morada em Búzios para celebrar suas novas fezes pastosas". Ou, "a jovem atriz Rúbia Rúbia viajou essa semana para Nova York para estudar teatro e tentar criar um novo hábito intestinal - em sua saída falou para a reportagem que "Nada como viver em um lugar diferente, experimentar novas comidas, para cagar melhor".

Escatológico, eu sei.

Até.

segunda-feira, julho 28, 2008

Segunda-feira, e chove

Voltou a chover em Porto Alegre.

Com a chuva, também a umidade - que diminui a sensação térmica e parece entranhar-se até os ossos - retornou ao nosso dia-a-dia. O trânsito, estranhemente, estava mais tranqüilo no final de tarde cinza que sempre lembra a música:

Chove na tarde fria de Porto Alegre
Trago sozinho o verde do chimarrão
Olho o cotidiano, sei que vou embora
Nunca mais, nunca mais

Chega em ondas a música da cidade
Também eu me transformo numa canção
Ares de milonga vão e me carregam
Por aí, por aí

Ramilonga, Ramilonga

Sobrevôo os telhados da Bela Vista
Na Chácara das Pedras vou me perder
Noites no Rio Branco, tardes no Bom Fim
Nunca mais, nunca mais

O trânsito em transe intenso antecipa a noite
Riscando estrelas no bronze do temporal
Ares de milonga vão e me carregam
Por aí, por aí

Ramilonga, Ramilonga

O tango dos guarda-chuvas na Praça XV
Confere elegância ao passo da multidão
Triste lambe-lambe, aquém e além do tempo
Nunca mais, nunca mais

Do alto da torre a água do rio é limpa
Guaíba deserto, barcos que não estão
Ares de milonga vão e me carregam
Por aí, por aí

Ramilonga, Ramilonga

Ruas molhadas, ruas da flor lilás
Ruas de um anarquista noturno
Ruas do Armando, ruas do Quintana
Nunca mais, nunca mais

Do Alto da Bronze eu vou pra Cidade Baixa
Depois as estradas, praias e morros
Ares de milonga vão e me carregam
Por aí, por aí

Ramilonga, Ramilonga

Vaga visão viajo e antevejo a inveja
De quem descobrir a forma com que me fui
Ares de milonga sobre Porto Alegre
Nada mais, nada mais


Já noite, a casa aquecida e a sopa quente.

Bom para pensar na vida.

E esperar.

Até.

domingo, julho 27, 2008

A Sopa 07/47

A Viagem (29)

A sexta-feira, dia 19 de outubro, dia de voltarmos ao Brasil, iniciou com sol entre nuvens e temperatura baixa. A primeira notícia que recebemos foi a de que a greve – ao contrário do previsto – continuava, porém parcial. O governo Sarkozy estava sendo desafiado pelo sindicato dos trabalhadores dos transportes. Para nós não faria diferença, afinal era nosso último dia e nossos planos incluíam alguns poucos passeios, algumas compras, presentes para as famílias e não muito mais.

Tomamos café da manhã no Louvre. Para ser honesto, o café não foi exatamente no Louvre, mas sim na galeria de lojas do museu. Logo após o café, fomos para o jardim das Tulleries e daí até a Place de la Concorde e Champs Elysées, para visitar algumas lojas para compras. De metrô – uma das poucas linhas que funcionavam – voltamos até próximo ao hotel para terminar de fazer as malas, tomar banho e fazer o checkout. Após o checkout, deixamos as malas no hotel e saímos para continuar o passeio. Nosso destino foi, finalmente, a Catedral de Notre Dame.

A mais famosa catedral de Paris, a gótica Notre Dame teve sua construção iniciada em 1163, exatamente no local onde antes houvera um templo romano de devoção a Jupiter e a primeira igreja cristã de Paris a Basílica de Saint-Etienne, do ano de 528. Um dos principais destinos turísticos e religiosos da cidade, a Notre Dame é um impressionante monumento, com seus vitrais e rosáceas. Dessa vez, não nos importando com o movimento de pessoas, pudemos visitá-la.

Após a visita, era hora do almoço. Fomos até a Île de Saint-Louis e acabamos almoçando em restaurantes diferentes, o Pedro e a Zeca em um e o resto em outro. Após o almoço nos reunimos e fomos dar uma volta de bateau, um passeio sonolento pelo momento pós-prandial. Foi quase uma volta completa: embarcamos na Rive Droit, na estação do Hotel de Ville e desembarcamos, depois de passar pela torre e voltar, na Rive Gauche, estação da Notre Dame. Na livrarias do Boulevard Saint-Michel e arredores, compramos os últimos presentes e souvenirs antes de voltar em direção ao hotel.

Com um tempo nos restando antes do horário marcado para o transfer para o aeroporto, paramos no Café Zimmer, na esquina da Place du Chatelet com a Avenue Victoria, a esquina do nosso hotel. Foi o momento da nossa última cerveja em solo francês. Já lembrando das boas histórias vividas na viagem, estávamos bem relaxados e tranqüilos. Até que chegou a hora do transfer.

Dezoito horas e trinta minutos, horário marcado, boa antecedência para chegar no aerporto. Todos a postos, esperando. Dezoito e quarenta e cinco, nada do transfer. Confiro no notebook: Paris está parada. Em virtude da greve, há engarrafamentos monstros na cidade. Pedimos para a dona do hotel ligar para o serviço de vans contratado, que diz que está a caminho, a uma distância nem tão grande, mas completamente parado. Todos se impacientam. Ainda estou tranqüilo, tudo vai dar certo, penso, sempre dá.

Dezenove horas, dezenove e trinta, dezenove e quarenta e cinco. Nada. E não há táxis, ônibus e muito menos o RER B para nos levar para o aeroporto. Após nova ligação, ele resolvem mandar outra van, que está mais próxima, mas ainda presa no engarrafamento. Vinte horas. Nada. Vinte horas e quinze. Eu começo a ficar impaciente e tenso também. Vinte horas e vinte e cinco minutos, alguém avisa que o carro está na esquina, temos que correr até lá.

Corremos, carregando as malas, até a van. Quando chegamos, aparece do nada um brasileiro que nos vira pela mala da Zeca, da Barbie, e nos ouvira falando português. Ia para o aeroporto também, e pediu carona na nossa van. Havia lugar, foi junto. Por ter nos visto através da mala rosa da Zeca, ele pagou a parte dela. Nosso vôo saía às 23 horas, e tínhamos que estar duas horas antes no aeroporto. Impossível, pensamos, mas estávamos enganados. Para sair de Paris o trânsito fluiu bem e chegamos exatamente duas horas antes do embarque, bem em tempo.

Aliviados, fomos para o checkin. Peguei os passaportes de todos e fui para o balcão. Entreguei-os à atendente, ele conferiu todos, e mesmo disse que não havia lugar para nós no vôo, estava cheio.

- Como assim? - perguntei.

- Overbooking – me explicou ela – vocês poderão ir no vôo de amanhã de manhã.

Ainda perguntei como era possível, afinal havíamos confirmado o vôo na quarta-feira anterior. Ela não soube responder. Falei que tínhamos que estar no Brasil no dia seguinte, mas ela respondeu que não poderia fazer nada. Pedi para falar com a pessoa responsável.

Enquanto isso, o pessoal estava inconformado com a situação, todos queriam voltar como previsto, afinal havia todo um planejamento para a volta. Eu, por outro lado, via a possibilidade de lucrar com a situação. O mínimo que teriam que nos dar era uma compensação em dinheiro, hotel e um upgrade para a classe executiva. Menos que isso não iria aceitar.

Chamada a responsável, ela me expôs o problema da lotação e que não tinha como fazer nada. Eu disse que tudo bem, mas que teriam que atender nossas exigências, e disse que queríamos compensação em dinheiro, hotel – ela concordou – e upgrade para executiva. Começou o impasse:

- Econômica.

- Executiva.

- Econômica.

- Executiva.

- Econômica.

- Executiva.

- Mas vocês compraram de econômica.

- Só que compramos o vôo de hoje…

Ela, então, pediu um tempo para tentar resolver a situação. Retornássemos às dez horas que nos daria uma solução para o caso. Enquanto isso, teríamos direito a um drink por conta da Air France. Só tínhamos que pegar o ticket no balcão do checkin, de onde havia saído para falar com ela. Fomos até lá.

Enquanto a funcionária imprimia os nossos tickets de refrigerante, que eram iguais a cartões de embarque, a responsável pelo setor nos chamou e disse que havia “resolvido o problema”: embarcaríamos no vôo original! A partir daí só tivemos tempo para fazer um lanche rápido e embarcamos. A aeronave estava realmente lotada, mas conseguimos viajar.

Chegamos em São Paulo no horário previsto, às quinze para sete da manhã. O vôo da conexão para Porto Alegre estava marcado para às 16h, então – assim que desembarcamos – fui atrás do pessoal de terra para tentar antecipar nosso vôo para antes. Havia, descobrimos, um vôo que saía às 8h10, com escala em Florianópolis. Corremos – nem tivemos tempo de visitar o freeshop e conseguimos embarcar nesse vôo, que acabou atrasando cerca de uma hora para sair (dava para ter feito as últimas compras…).

De qualquer maneira, chegamos em Porto Alegre no final da manhã, bem antes do programado. O Pedro e a Zeca foram para a casa deles surpreender a todos e nós, os outro quatro, fomos até a casa do Paulo de táxi, colocamos todas as nossas coisas no carro do Paulo e fomos encontrar num restaurante, de surpresa, a Roberta e o Gabriel, filhos do Paulo e da Karina, que almoçavam com os avós.

Esse é o final da viagem.

Mais uma vez, uma viagem em grupo – algo sempre arriscado – foi um sucesso. Não brigamos, não houve problemas de nenhuma ordem entre o grupo e, mais importante:

Estamos prontos para a próxima.

#

Com o final do relato da nossa viagem, termino também o sétimo ano de publicação dessa Sopa semanal. Inicio, semana que vem, o oitavo ano de publicação com uma das maiores mudanças que alguém pode passar na vida: o nascimento de um filho. Tudo muda, e pretendo – além de outras coisas – compartilhar essas mudanças, na medida do possível, com aqueles que me acompanham aqui.

Até.

quinta-feira, julho 24, 2008

Trinta e cinco

Agora faltam cinco semanas para as quarenta.

Obstetras amigos comentam que gestação são oito meses e um século, lembrando que o último mês - que começa na semana que vem - dura uma eternidade. Apesar do grau de ansiedade e expectativa, estamos tranqüilos. A casa está praticamente pronta.

Hoje chegou o quarto da Marina, o que - depois da barriga que cresceu - é a prova mais concreta de que estamos esperando.

Mudando de assunto, descobri que o funcionário mais relapso, mais irresponsável e, além de tudo, mais azarado que existe é O Instalador. O Instalador, pelo que descobrimos, é sempre o culpado por qualquer tipo de atraso que possa ocorrer quando se está comprando algo que precisa ser instalado. Marcou para segunda-feira no começo da tarde e ele não apareceu? É porque ele sofreu um acidente, sua sogra está doente, ou algo do gêncero.

Cortinas, box de bannheiro, coifas.

Nada é instalado no momento combinado porque o instalador SEMPRE tem um problema. NUNCA a culpa é da loja que vendeu. Na pior das hipóteses, não entregaram a maldita cortina - que já estava pronta - porque na hora de sair para te entregarem descobriram que havia um problema e não passou pelo controle de qualidade. Sim, estão atrasados, mas é para o teu próprio bem.

Confesso que não entendo.

Assim como a incapacidade de marcar horários.

"Sim, a entrega será hoje, entre 8 e 18h, alguém deve ficar em casa esperando. Não, não podemos marcar um horário". Você não deve ter nada para fazer mesmo, aproveita e fica em casa. "Tá rico, não precisa trabalhar...".

Isso me lembra que existem dois tipos de coisas no mundo: as que a gente consegue mudar e as que não consegue. Para as primeiras, faça tudo para melhorar; quanto às outras, let it be...

Até.

terça-feira, julho 22, 2008

Aniversário e amigos

Próximo ao dia do amigo, domingo último, e junto com aniversário do meu irmão, grande fotógrafo, um videozinho bem legal, mas que deve ser ouvido sem som.



Fonte: aqui.

Até.

segunda-feira, julho 21, 2008

Interatividade

Um dos grandes erros das rádios atualmente é essa história de dar "voz ao ouvinte", o que chamam de interatividade. Por e-mail, telefone, ou até torpedos pelo celular, os ouvintes são estimulados a darem suas opiniões sobre todo e qualquer assunto que serão lidas durante a programação. Entre todos, o pior é quando se trata de futebol.

Se alguém se presta a ligar ou escrever para uma rádio, ou comentar no site uma notícia publicada online, é porque não tem mais nada a dizer ou fazer. É impressionante como transformam qualquer espaço em discussão de mesa de bar. Muito medíocre e chato.

Por isso gosto do jornal impresso, que posso ler em silêncio, sozinho, a hora que eu quiser, sem ninguém para encher o meu saco.

(apesar do que possa parecer, estou de ótimo humor...)

Até.

domingo, julho 20, 2008

A Sopa 07/46

A Viagem (29)

O dia da greve, parte 2.

Continuando nosso périplo a pé por Paris, atividade sempre prazerosa mas dessa vez forçada devido à greve dos transportes públicos, cruzamos o Sena em direção à sua margem esquerda pela Pont de Saint-Michel, saindo bem em frente à Place Saint-Michel. Pelo Boulevard de mesmo nome, seguimos até a Rue des Écoles, onde fizemos uma rápida visita a um dos prédios da Sorbonne, além de passar no Au-Vieux-Campeur, incrível loja de artigos esportivos, mais especificamente de artigos, equipamentos e roupas para camping, alpinismo, escaladas, trekking e esportes aquáticos, além de esportes de inverno, como esqui e snowboard. Existem filiais em várias cidades francesas e, em Paris, quase todas ficam na rue des Écoles e ruas próximas.

Após essa visita – sem compras – pela loja do “velho campeur”, seguimos pela Rue Saint-Jacques até a Rue Soufflot, pequena rua de três ou quatro quadras que liga o Pantheon ao Jardim de Luxemburgo. Ali, em virtude do avançado da hora, começamos a nos preocupar com nosso almoço. De qualquer maneira, fomos até a entrada do Pantheon – fechada, pela greve – para algumas fotos.

Com sua fachada feita com base no seu “irmão mais velho” romano, o Pantheon foi construído para ser uma igreja em homenagem a St. Genevieve, padroeira de Paris. Sua construção ocorreu entre 1758 e 1789, estando pronto justamente no início da Revolução Francesa. Os revolucionários, então, resolveram mudar o objetivo do prédio, e de igreja passou a ser um monumento para abrigar os túmulos de grandes franceses. Voltaire, Rousseau e Zola, por exemplo, estão enterrados aqui, além de abrigar as cinzas de Marie Curie.

Seguindo pela rua em direção ao Jardim de Luxemburgo, parei numa casa de câmbio com valores interessantes e fiz a última troca de dinheiro. Alguns passos em frente, decidimos comprar comida para comer no parque, ou – melhor – no jardim, de Luxemburgo.

Maior parque de Paris, serve de jardins para o Palais de Luxembourg, sede do Senado francês. É como se fosse um refúgio de paz em meio à agitação da metrópole. Conseguimos um banco e cadeiras embaixo de uma árvores e, após o piquenique, ficamos um bom tempo tomando sol e descansando. Em meio ao nosso momento de meditação, toca o telefone celular do Pedro: era um colega, ligando de Porto Alegre. Ao perguntar se ele poderia falar àquela hora, e ouvir a resposta “Posso, mas estou em Paris”, o colega imediatamente desligou com um pedido de desculpas. Imaginamos que, a partir dali, a história de que não se pode ligar para o celular do Pedro porque ele pode estar em qualquer lugar, inclusive Paris, ia se tornar uma lenda…

Após esse tempo de descanso no Jardin de Luxembourg, seguimos andando pelo parque até uma das saídas no lado oposto ao que entráramos, na Rue Bonaparte, fomos em direção a Saint-Germain-des-Prés, passando primeiro na igreja de Saint-Sulpice, a segunda maior igreja de Paris, de 1646, construída sobre uma igreja anterior do século XIII. Em 1727, o padre Languet de Gercy, pároco da St-Sulpice, solicitou a construção de um gnomon, que é um primitivo relógio de sol, para auxiliá-lo na determinação dos equinócios e, dessa forma, da Páscoa. Foi justamente pelo relógio de sol que a igreja não foi destruída durante a Revolução Francesa.

Da Saint-Sulpice, seguimos para o Boulevard Saint-Germain, centro do 6º arrondissement e uma da principais ruas de Paris. Foi a parte mais importante da renovação da cidade promovida por Haussmann. Tanto o arrondissement, Saint-Germain-des-Prés, quanto o bulevar têm seu nome devido à Abadia de Saint-Germain, que data do século sexto. Além disso, Saint-Germain-des-Prés foi o centro do movimento existencialista, que teve por ícones Sartre e Simone de Beauvoir, e os famosos cafés Les Deux Magots e Café de Flore.

Fizemos esse trajeto percorrendo o Blv. St-Germain, até o seu final, junto à Pont de la Concorde, e adiante até a Pont Alexandre III, entrando, então, à esquerda em direção ao Les Invalides, antigo hospital e retiro de veteranos de guerra, sede de museus e local onde estão enterrados diversos heróis de guerra franceses, entre eles o túmulo de Napoleão. Bem cansados depois do longo dia de caminhada, que ainda não terminara, alguns de nós ficaram sentados descansando, enquanto eu tinha uma missão muito importante, pessoalmente falando: precisava de um banheiro com urgência…

Refeito, me juntei ao grupo, que estava com o moral baixo devido ao esforço físico a que fôramos submetidos até aquele momento. Conversamos, e foi possível dissuadir o grupo da idéia de desistir, então fomos adiante, em direção à Torre Eiffel. Tínhamos que chegar à torre e subir para apreciar a vista, de qualquer maneira.

O que fizemos?

Seguimos, claro, apesar das dores nos pés e pernas. Saindo dos Les Invalides, fomos pela Rue de Grenelle e até o Champ de Mars, cerca de quinze ou mais quadras. Quando chegamos lá, tão cansados estávamos que nem conseguimos reunir todos os integrantes para tirar uma foto do grupo junto (a Karina não foi convencida a desviar o caminho em cerca de cem metros para o local exato em que eu queria a foto…). Mesmo assim, percorremos o Champ de Mars, desde a École Militaire até embaixo da torre, para tentar subi-la. Vã esperança essa, a de subir.

Havia milhares de pessoas em longas filas para subir, certamente mais que o normal devido à cidade estar bem mais cheia que outras vezes que havia estado ali, principalmente pela época do ano e porque naqueles dias aconteceriam as finais da Copa do Mundo de Rugby. A disputa do terceiro lugar, entre França e Argentina, seria no dia seguinte, sexta-feira, ao mesmo tempo em que estaríamos embarcando de volta ao Brasil, e a final no sábado, entre Inglaterra e África do Sul. Havia, inclusive, toda uma decoração do entorno da torre motivada pelo rugby, além da iluminação noturna também ser temática.

Entramos na fila e, a medida que o tempo passava, nossa convicção em subir diminuía. O Pedro, que era o mais convicto, começou a também ter dúvidas, até que optamos por desistir e voltar ao hotel. Mas como, se havia a greve? Estávamos a quilômetros do hotel, e caminhar não era uma opção viável. A solução foi comprar um ticket de duas viagens num dos bateaus que fazem passeios turísticos pelo Sena. Com isso, voltamos sentados até próximo ao hotel, para onde fomos descansar e nos preparar para a janta de despedida, que foi num restaurante italiano de frente para o Sena, na Rive Gauche. Uma janta alegre, já lembrando os acontecimentos desde a saída de Porto Alegre. Havia sido uma grande viagem, todos concordamos.

Após a janta, último passeio noturno por Paris, o início da despedida dessa cidade maravilhosa. O dia seguinte seria para fazer os últimos passeios, as últimas compras antes de voltar. Seria um dia sem emoções, certo?

Errado.

Semana que vem, semana que vem.

Até.

terça-feira, julho 15, 2008

Jabá

Música comercial é uma coisa, mas tudo tem limite.

Hoje à tarde, em deslocamento de carro de um hospital a outro, ouvia rádio FM, e - "zapeando" no dial - passei por duas das rádios FM mais ouvidas de Porto Alegre, rádios essas que têm nos mesmos dois horários do dia programas de uma hora de duração nos mesmos moldes, MUITO parecidos, IGUAIS, na verdade, e em ambas, com diferença de segundos, tocava exatamente a mesma música.

Qual é a probabilidade disso acontecer, assim, ao acaso?

E depois não me venham falar de opções...

Até.

segunda-feira, julho 14, 2008

Momento astrológico

Segunda-feira.

Trinta e três semanas e quatro dias, ainda faltando cerca de quarenta e cinco longos dias para a Marina nascer, a casa já quase pronta mas com muita coisa a organizar, principalmente documentos, papéis e outras bugigangas no novo escritório.

Logo cedo, uma passada no hospital, onde deixo a Jacque no consultório. Após tratar de alguns rápidos assuntos, por estar com um tempo livre, volto para casa para começar a arrumar as minhas coisas, naturalmente mais desorganizadas. O trabalho rende um pouco, mas a sensação de estar perdendo tempo é grande.

Durante a tarde, na clínica onde atendo nas segundas-feiras, surge um momento de folga e abro o jornal. No Segundo Caderno, abaixo dos quadrinhos e das palavras cruzadas, dou uma olhada no horóscopo, coisa que nunca faço por achar bobagem. E está lá, no meu signo:

"Aos poucos e com muito boa vontade, continue arrumando tudo para que, quando as grandes coisas desejadas comecem a acontecer, sua vida esteja organizada meticulosamente. Por enquanto, isto vai parecer perda de tempo, mas não é."

Assustador.

Até.

domingo, julho 13, 2008

A Sopa 07/45

A Viagem (28)

Desde antes de sair do Brasil, desde que começamos a planejar essa viagem, já sabíamos que na quinta-feira, nosso penúltimo dia em Paris, haveria uma greve geral dos transportes. Estava anunciada há meses, portanto, e começaria à meia-noite de quarta para quinta e se estenderia até às oito horas desse dia. Simples, organizado, civilizado. Planejamos, dessa forma, nosso roteiro por Paris a partir dessa informação. Haveria um dia em que não teríamos o metrô a nossa disposição para os deslocamentos. A partir dessa estratégia de deixar para visitar os lugares mais próximos ao Hotel Victoria Chatêlet no dia da greve, deixamos diversos locais a serem visitados nos dois últimos dias de Paris, a começar pela Notre Dame, por onde passávamos mais de uma vez por dia, e que estava sempre superlotada.

Quinta-feira de manhã, começo da greve.

Saímos do hotel e a primeira constatação foi de que as bicicletas para aluguel, novidade em Paris e que um dos pontos de retirada era justamente em frente ao hotel, haviam desaparecido. Além disso, parecia feriado na cidade: pouca gente nas ruas, muitos estabelecimentos comerciais fechados. O tempo, ao menos, estava perfeito. O céu era azul sem nuvens e o sol brilhava. Nosso primeiro objetivo era tomar café da manhã, o que fizemos no Pomme au Pain junto ao Fórum de Les Halles.

Les Halles foi o tradicional mercado central de Paris, conhecido como o “estômago” da cidade. Em 1971 o mercado foi demolido para as obras do RER (rede de trens suburbanos que corta Paris) e deu lugar a um shopping subterrâneo chamado, então, de Fórum de Les Halles. Já foi ponto de tráfico de drogas e não se recomendava circular pela área à noite. Junto a ele, fica a igreja de Saint-Eustache, considerada uma das mais belas de Paris. Com estrutura gótica e decoração renascentista, foi construída entre 1537 e 1632, e contém o maior órgão de tubos da França, com mais de 80000 tubos. Durante o verão, em junho e julho, grupos corais se apresentam na igreja.

Ao lado de fora da igreja está a escultura “A Escuta” de Henri de Miller, composta por uma cabeça e uma mão que fica como – já diz o nome – estivesse tentando ouvir algo. É comum crianças sentarem na palma da mão ou nos dedos para fotografias. Próximo ao Les Halles e do Marais, fica o Centre Georges Pompidou, nossa próxima parada.

Também conhecido por Beauborg, área onde está localizado, construído entre 1971 e 1977, o edifício - que é uma atração turística por si próprio, abriga o Musée National d'Art Moderne e uma vasta biblioteca pública. Tem seu nome em homenagem ao presidente francês entre 1969 e 1974. É tido como um edifício do avesso: escadas rolantes, elevadores, tubulações de água e as vigas de aço que formam o esqueleto do prédio ficam amostra, projeto dos arquitetos Richard Rogers, Renzo Piano e Gianfranco Franchini.

Para nosso azar, devido à greve ele estava fechado, o que deveríamos ter previsto, admito. Visitamos (e fotografamos) apenas a Place Igor Stravinski, junto ao Pompidou. De lá, caminhamos até o Marais, originalmente um bairro burguês e hoje em dia um dos locais mais legais de Paris, com muito restaurantes, galerias de arte e museus, para ir até a Place des Vosges.

Construída em 1605 por Henrique IV e perfeitamente simétrica, a Place des Vosges é considerada uma das mais belas de Paris e do mundo por visitantes. São trinta e seis casas, nove de cada lado, construídas sobre arcadas que hoje abrigam lojas e cafés. O Cardeal Richelieu morou ali, por exemplo. O dia de céu azul e sol ajudou a compor um belo cenário para as diversas fotos tiradas ali enquanto ficamos um certo tempo sentados nos bancos embaixo das árvores apreciando o lugar. Próximo dali, a poucas quadras, nosso próximo destino, a Place de la Bastille.

A prisão que deu o nome à praça, e que foi atacada por revolucionários em 14 de julho de 1789, estopim da Revolução Francesa, já não existe mais, e a praça é basicamente uma rotatória movimentada em cujo centro está a Colonne de Juillet, uma coluna de 52m de altura construída em honra das vítimas da revolução de 1830, em que o rei Charles X foi deposto e assumiu Louis-Philipe, o duque de Orleans, mas isso é outra história. Escolhemos a praça, e um café ali, como nosso ponto para o primeiro café do dia (após o café da manhã, claro) além de uma cerveja para o Pedro.

Descansados após a breve parada – em que se aproveitou para uma rápida ida ao toillet – seguimos andando (como seria durante todo o dia) em direção à Île de Saint-Louis, que atravessamos por suas ruas estreitas e calmas até a Pont Saint-Louis, que a liga com a Île de la Cité, saindo exatamente nos fundos da Catedral de Notre Dame que, para variar, estava lotada e com fila para entrar. Decidimos, mais uma vez, adiar a visita, agora para nosso último dia de estada, última chance de visitá-la.

Hora de atravessar o Sena para a Rive Gauche.

Semana que vem, semana que vem.

Até.

quinta-feira, julho 10, 2008

Os Dias Antes da Paternidade (13)

“Como está passando rápido”. Ou: “Como o tempo voa”.

Esse é o tipo de comentário que mais ouço nessas últimas semanas. Qualquer um que passe por mim, e pergunte como está indo tudo e para quando é o nascimento da Marina, e digo que é para o mês que vem, afinal já completamos trinta e três semanas, responde com essas duas frases ou variações delas. Surpresas pela suposta celeridade da passagem do tempo, ainda aconselham a “dormir enquanto é tempo”.

Muito chato, isso.

O tempo não está passando rápido. Aliás, o tempo nem está passando de forma lenta. O tempo está passando – não poderia ser diferente – na sua velocidade habitual. A luz viaja com sua velocidade constante, os dias têm as mesmas vinte e trés horas e cinqüenta e seis minutos, tudo vai como sempre.

Por um lado, sim, o tempo passa muito rápido: quando olhado em retrospectiva. Um ano não é nada, quando olhamos para o todo de uma vida, mas – ao mesmo tempo – é um tempo enorme quando olhado para frente. 'Nos vemos daqui um ano', diz o marinheiro que embarca para o mar e deixa sua família em terra, com saudades. Para ele, um ano é uma eternidade. Na volta, junto dos entes queridos, pensa que 'na verdade, não foi tanto tempo assim…'.

O tempo é, sim, relativo.

Por isso que digo que - puta que o pariu – essa gestação não acaba nunca! Já passamos da metade do ano! A Jacque está grávida – mesmo que ainda não soubéssemos – desde o ano passado, e a Marina ainda não nasceu. Por outro lado, com tudo que temos feito e tudo que precisamos fazer, o tempo está voando. Parece que foi ontem que voltei do Canadá, e lá se vão dois anos.

Entendo, portanto, as pessoas que dizem que o tempo está voando, e sei que para elas – que não estão vivendo a expectativa diariamente - o tempo está realmente voando, mas quero “que se explodam”, porque não está passando rápido, de jeito nenhum… São trinta e três semanas, faltam sete para a data prevista. A obstetra acha (e eu torço) que não vai até a data prevista, que vem antes.

Enquanto isso, espero.

Ansioso, eu? Nada a ver...

Até.

quarta-feira, julho 09, 2008

Teatros

Inaugurado logo antes de eu voltar ao Brasil, em 2006, o Four Seasons Centre of Performing Arts é a sede da Canadian Opera Company. É um belo teatro.

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Lembrei dele quando vi o projeto do novo teatro da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre.

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Quer ver melhor o futuro teatro da OSPA? Clique aqui.

Até.

segunda-feira, julho 07, 2008

Diga (quase) trinta e três

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Belo final de manhã ontem, em Gramado.
A trigésima terceira semana estará completa na quinta-feira.

Por mim, já podia nascer...

Todos dizem para eu me acalmar. Estou calmo, respondo, só acho que quarenta semanas é muito tempo.

Até.

domingo, julho 06, 2008

A Sopa 07/44

A Viagem (27)

Quarta-feira, dezessete de outubro, véspera da greve geral dos transportes de Paris, que começaria à meia-noite do dia 18 e terminaria às 20 horas do mesmo dia. Não teríamos problemas no dia de voltar ao Brasil, o dia seguinte ao da greve, à noite.

O dia amanheceu nublado, com possibilidade de chuva.

Após o café, caminhamos até o Sena e seguimos em direção à Rive Gauche para o primeiro roteiro do dia: o Museu D`Orsay. Antes, contudo, paramos sobre uma das pontes para que eu, com o celular do Paulo, ligasse para a Air France e confirmasse nosso vôo da sexta-feira para o Brasil. Não seríamos surpreendidos por um overbooking e a alegação de que não confirmáramos nossa reserva. Não éramos marinheiros de primeira viagem, isso não.

Voltando ao Museu D`Orsay…

Localizado em frente ao jardim das Tulleries, do outro lado do rio, o museu foi instalado onde era a antiga estação de Orsay, inaugurada para a Exposição Mundial de 1900. O prédio é, portanto, contemporâneo da Torre Eiffel. O museu, por seu turno, foi aberto ao público no final de 1986, e seu acervo contempla a arte produzida no ocidente no período de 1848 e 1914.

Abriga obras de Cézanne, Gustave Courbet, Degas, Delacroix, Fantin-Latour, Paul Gauguin, Manet, Millet, Monet, Renoir, Paul Signac, Sisley, Toulouse-Lautrec e Van Gogh, entre os pintores, sem falar na esculturas, como as de Rodin, Camille Claudel, e muitos outros. Muito mais tranqüilo de se visitar do que o Louvre, acaba sempre sendo uma visita mais longa, pois há muito o que se ver e exige um detalhamento maior. Ao menos essa é a sistemática que a Jacque e eu adotamos desde a primeira vez que estivemos no museu (era a nossa terceira), sempre fazendo a visita lendo o guia de obras do museu.

Após a visita ao museu, saímos todos e atravessamos as Tulleries e fomos até a Place Vendome, onde fica o hotel Ritz e algumas da joalherias mais caras de Paris. Rápida olhada nas vitrines e seguimos até o almoço, que – estranhamente – foi numa Pizza Hut (heresia, mas quem se importa?). O almoço foi seguido de uma caminhada pela região das Galerias Laffayette e de lá, de metrô, fomos até a base do Montmartre. Para subir e visitar o famoso bairro boêmio, subimos no funicular que leva até o alto, quase na Sacre Couer; nós e milhões de pessoas que queriam subir ao mesmo tempo (o Pedro quase foi prensado na porta do bondinho).

Lá em cima, visitamos a Basílica de Sacre Couer e depois ficamos sentados na escada em frente à basílica, apreciando a tarde e os telhados de Paris, como manda o figurino. Após um tempo sentados observando o movimento, em que até um rapazinho do High School Music apareceu, para delírio das menininhas que circulavam pelo local, fomos para a Place du Tertre e sentamos em um dos cafés/bares do entorno, bem numa esquina, e comemos crepes e tomamos vinho, um beaujolais, cujo preço não tivemos certeza até que viesse a conta, o que causou certa tensão… O pitoresco da nossa estada ali, contudo, foram os passarinhos que, enquanto comíamos os crepes foram chegando perto, chegando perto e passaram a receber comida do grupo, em especial da Karina, do Pedro e da Jacque. Eu, à primeira menção de aproximação desses animais tentando compartilhar o meu crepe de chocolate, afastei-os de pronto, afinal eles já tinham quem os alimentasse e o meu crepe de chocolate era uma porção suficiente apenas para um…

A volta de lá foi através da Pigalle, rua onde fica o Moulin Rouge e diversos “inferninhos”. Após a tradicional foto em frente a casa noturno do moinho vermelho, pegamos o metrô de volta ao hotel, para descanso, banho. Antes de sair para jantar, nos reunimos para tomar uma champagne comprada em algum momento nos dias anteriores. A janta foi na Rive Gauche, num restaurante próximo ao Blv. St-Michel. Voltamos ao hotel para descansar e nos preparar para o dia seguinte.

O dia da greve.

Até.

quarta-feira, julho 02, 2008

Histórias Médicas (1)

Começa aqui uma série de vídeos sobre a atividade médica, feitos por um duo britânico chamado "Amateur Transplants" (dois médicos formados pelo Imperial College de Londres que - imagino - largaram a medicina). Vale a pena dar uma olhada, podem confiar...

Esse primeiro é uma 'Ode ao Cirurgião'.



Amanhã: o Hino do Anestesista.

Até.

terça-feira, julho 01, 2008

Pecados Capitais

De todos os pecados capitais, a vaidade é o que mais me irrita.

A vaidade (também chamada de Orgulho ou Soberba) é considerada o mais grave dos pecados capitais. Aquela vaidade que cega, que faz as pessoas se portarem como imbecis perante situações que não têm nada a ver com elas, quando fazem papel de tolos. E isso é pior quanto maior for o cargo ou posição ocupada.

Pessoas que se sentem o centro do mundo, e que ficam revoltadas quando não são o centro das atenções. Pensando bem, tenho tido cada vez menos paciência com boçais das mais variadas estirpes e quilates.

Sem mais no momento,

Até.