sexta-feira, agosto 30, 2013

Sempre sexta-feira

Daquelas semanas pesadas.

O trânsito - como sempre - complicando a terça-feira e estressando, notícias potencialmente ruins vindas de variadas fontes, trabalho que chega e acumula, reuniões e compromissos. Prazos, orçamentos, limitações. Parece que sempre aumenta e nunca termina. Isso sem falar nos dias cinza e de chuva (e aqui abstraio questões filosóficas e de princípios que andam em pauta por esses dias).

Mas, como sempre na vida, o sol volta a brilhar.

O mundo dá voltas. E o que era antes já não é mais.

Os planos voltam, o ânimo ressurge, nem tudo o que parecia complicado se confirma assim.

E amanhã é sábado.

O melhor momento da semana.

Até.

quinta-feira, agosto 29, 2013

Ainda música



Ah! Vidinha burra
Nunca mais subi na montanha...

(enquanto me desintoxico e tento não mais ler comentários, música...)

domingo, agosto 25, 2013

A Sopa 13/05

Final de semana de frio, chuva e muita umidade no sul do mundo.

Mais ou menos como me sinto nesse final de domingo. Desanimado não com a perspectiva da segunda-feira e da semana de trabalho, mas devido àquela sensação de frustração de olhar em volta, a cidade, o país, e começar a achar que as coisas, no final, não vão dar certo, por mais força que se faça. Que aquilo que no início eu falava olhando sério para o interlocutor, mas que sabia-se brincadeira pelo absurdo do que era dito, "há uma revolução em curso, estou estocando comida e comprei uma arma", começa a parecer nem tão absurdo assim.

Pode ser que esse olhar amargo sobre a vida seja só em virtude da chuva que cai incessantemente desde sexta à noite, mas que não impediu que fôssemos ao aniversário dos queridos amigos e parceiros de sempre Pedro e Maria José. Festa, aliás, que estava ótima. O repertório musical foi perfeito, e dançamos até quase o final da festa (mas só porque eu queria testar o meu joelho, só por isso...). O sábado foi de cansaço extremo e de receber a minha mãe no aeroporto, voltando de viagem, chegando do verão americano para o inverno nos pampas, cansada mas feliz ao ver a neta a esperando.

Foi um final de semana de ler posts no Facebook, compartilhar, responder, "curtir".

O assunto?

O mesmo dos últimos meses, claro, a sensação que estou chegando ao meu limite de tolerância. As pessoas tentando justificar o injustificável, e sendo desonestas - para dizer o mínimo - em seus argumentos. Utilizando-se de falsas informações para argumentar e defender o seu ponto de vista, desviando o assunto para não encarar os fatos.

Cansa.

Até a imprensa, que dizem ser contra o governo, fazendo-se ingênua, a última a saber: "O que?! O governo de Cuba fica com a maior parte do salário dos médicos que virão? Como é que ninguém disse nada antes?! Oh, meus deus!". Engraçado, não? Desde que começou a se falar em trazer médicos de lá, o que mais temos dito é exatamente isso, e vocês não ouviram? Em que mundo vocês vivem.

A última?

Virei xenófobo.

Por achar que todos os médicos formados no exterior, brasileiros ou estrangeiros, que venham trabalhar no Brasil deve ter o seu diploma revalidado no Brasil, como manda a lei, eu sou xenófobo. Por achar estranho que - de um dia para outro - o governo brasileiro consiga "importar", assim como quem importa sapatos ou computadores, 4.000 médicos de Cuba, que vão receber menos que os estrangeiros que vão vir para esse mesmo programa Mais Médicos do Ministro Diploma-Falso-de-Especialista Padilha, tornando esses médicos importados (que entram no cálculo a balança comercial de Cuba, assim como a exportação de charutos e o turismo) cidadãos de segunda-classe, mercadorias (já que chamar de trabalho escravo - que é o que ocorre - ofende alguns inocentes úteis do sistema), por tudo isso, virei xenófobo. Essa tentativa de lavagem cerebral, essa irracionalidade, não é falta de inteligência desses senhores, por mais incrível que pareça. É a cegueira ideológica, a velha ideia de que "nós somos os bons, e eles tem que pagar por isso". É parte de um plano, podem apostar.

Não podemos deixar isso prosseguir.

Mesmo cansado, mesmo sem paciência, não vou desistir.

Até.


quarta-feira, agosto 21, 2013

Médicas

A primeira coisa que li, logo cedo, ao acordar, foi com relação aos vetos da presidente à Lei do Ato Médico: haviam sido mantidos pelo congresso. No fundo, não surpreendeu. O que esperar de um legislativo corrupto, incompetente e manipulável? De onde menos se espera, daí é que não sai nada...

A vitória da ignorância sobre o bom senso. Da estupidez sobre a lucidez. Vitória do analfabetismo funcional.

O dia, dessa forma, começou cinza - independentemente da meteorologia. Seguiu assim por questões comezinhas relacionadas ao trabalho que também me tiraram o humor, num crescendo de indignação que me fez querer lutar boxe, ou outro esporte violento, para descarregar meu desconforto com as coisas, o mundo em geral. O almoço com uma querida amiga - encontro ao acaso - foi uma pausa agradável e a possibilidade de outros pontos de vista.

E sobre o SAMU?

O fato que é um senhor de 70 anos, com câncer, teve um mal súbito no meio da rua, no centro de Porto Alegre, ontem pela manhã. Acionado, o SAMU disse - através do médico regulador - que não havia ambulâncias disponíveis. Acontece que havia uma equipe de reportagem no local e acompanhou o caso por mais de vinte minutos e inclusive acionou, por telefone e sob a câmera, o polícia e o próprio SAMU. Quando o médico regulador foi chamado ao telefone, disse, em tom agressivo algo como "Já disse que não tem ambulância! Não tem. Ponto final!" e desligou. Tudo filmado e posteriormente mostrado e rede nacional.

O paciente? Depois desse tempo todo, levado ao hospital, infelizmente faleceu.

O médico foi afastado como culpado.

Todos só falam nisso, só apontam dedos para ele, o Judas. O secretário da saúde (de quem já ouvi dizerem que "não gosta de gente"), o Ministério Público e até o Conselho Regional de Medicina se manifestaram. 

Eu?

Sei que não é bem assim.

Primeiro, uma certeza: aquela ligação não foi a primeira para lá sobe o caso. Imagino que tenham ligado várias vezes e a falta de ambulâncias havia sido explicada em todas elas, orientações dadas. Naquela última vez, a filmada, o médico "estourou". Tenho certeza que foi assim. Nenhum médico regulador falaria daquele jeito na primeira vez que alguém liga, não é o padrão (sei porque já trabalhei lá, mesmo que por pouco tempo).

Nada justifica o modo com ele reagiu (apesar do parágrafo acima explicar).

E a falta de mais equipes e ambulâncias? É culpa de quem?

Como não era um acidente, o paciente poderia - na situação de não haver disponibilidade de ambulâncias - ser transportado para o hospital mais próximo em carro comum. Por que a equipe de reportagem, sabendo que o SAMU dizia não ter ambulâncias para enviar, estando com carro disponível, não se dispôs a transportá-lo a um hospital, ao invés de ficar filmando. Não tinha obrigação, claro, mas seria humano. Difícil se colocar nessa situação, não?

De novo, não se justifica a reação do médico, mas estou certo de que crucificar o médico não é o mais certo. É a corda estourando no lado mais fraco.

Até.




terça-feira, agosto 20, 2013

Cinco Anos

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Há cinco anos, a vida mudou para melhor.

Muito melhor, cada dia melhor.

Não há nada mais importante que isso.

Até.

quarta-feira, agosto 14, 2013

Nós vamos prosseguir, companheiro




Nós vamos prosseguir, companheiro
Medo não há
No rumo certo da estrada
Unidos vamos crescer e andar
Nós vamos repartir, companheiro
O campo e o mar
O pão da vida, meu braço, meu peito
Feito pra amar.

terça-feira, agosto 13, 2013

Aqueles longos dias

Cansam.

E, por uma razão que não conheço, lembram Manuel Bandeira.

"Então doutor, não é possível tentar um pneumotórax?
Não. A única coisa a fazer é tocar um tango argentino"

Até.

segunda-feira, agosto 12, 2013

Há 23 anos

História.

Em 1990, a essa hora, provavelmente já havia sido transferido do HPS, em coma, para o Hospital São Lucas da PUCRS, onde era aluno do segundo ano da faculdade de medicina. Como lembrei ontem, havia sido vítima de um acidente de trânsito na madrugada do dias dos pais. Ficaria treze dias na UTI até acordar, e levaria um longo tempo para superar o fato e seguir em frente.

Durante um tempo, procurei culpados para o que acontecera, desde o mais óbvio - o motorista que dormira - até o Universo, que estaria me mandando alguma mensagem, passando por culpar a mim mesmo, afinal eu ficara no carro mesmo achando que não deveria e, pior, dormira e não prestara atenção no que se passava. Tudo bobagem, tudo em vão.

Não era nenhuma mensagem, nem culpa de ninguém, afinal de contas.

Foi o acaso, simplesmente.

Uma série de pequenos fatos, ou detalhes, que levaram a um evento ruim. Só isso.

Quantas vezes já havia passado pela mesma situação, andar na noite com amigos (alguns até sem carteira de motorista), voltar muito tarde, dormir como caroneiro? Muitas, e nunca acontecera nada. Naquela noite, aconteceu, azar o meu.

Mas nem tão azar assim.

Saí zero quilômetro, no final das contas. Sem sequelas (sempre vai ter um engraçadinho que vai comentar que elas existem...) e sem cicatrizes. Nem o semestre da faculdade perdi. Quem mais sofreu - fiquei sabendo depois, e lamento por isso - foram os que ficaram esperando que eu acordasse, em dúvida. Meus pais, a família, os amigos, que estiveram na sala de espera da UTI todos aqueles dias. Até hoje me emociono ao lembrar das histórias que me contaram depois, e sei de todos que lá estavam, com quem eu podia (e posso) contar.

Tenho muita sorte por isso.

Até.

domingo, agosto 11, 2013

Ainda o dia dos pais

Não é sempre, mas - quando as datas coincidem - acabo relembrando o pior dia dos pais que o meu pai teve, há vinte e três anos.

A história?

Aqui, aqui e aqui.

Até.

quinta-feira, agosto 08, 2013

Festa do Dia dos Pais

Tinha certeza que seria chamado para ser assistente do mágico (Tio Tony, que deve ter uns cento e cinquenta anos, pois lembro dele desde sempre), afinal minha performance como dançarino na festa do ano passado já se tornou um clássico. Do horror, claro.

Mas não, não fui chamado.

Se bem que achei que seria quando o Tio Tony, conversando com a Marina - ela sim, no palco - perguntou o nome do pai dela. "Marcelo". "Martelo?", respondeu ele pegando um martelo de borracha e atirando na platéia. Ela se portou bem no palco, um pouco tímida como o pai, mas ameçou sair quando ele disse que ia tranformá-la num coelho. Ficou, e acabou transformada...

Depois, a homenagem e o presente.

Foi bom.

Até.

quarta-feira, agosto 07, 2013

Sobre o tempo e o transito

Minha semana tem, em média, seiscentos quilômetros. Cerca de doze horas no trânsito em dias úteis, de segunda a sexta. Mais ou menos dois mil e quinhentos quilômetros por mês.

Estou acostumado, é também terapêutico esse tempo que passo ouvindo música ou, em boa parte desse tempo, ouvindo notícias e programas de debate. Mas, é claro, tudo tem limite (confesso que não imaginei que descobriria isso tão rápido - se é que foi rápida a descoberta).

Ontem, voltando de Santa Cruz do Sul, chegando em Porto Alegre pela BR-116 - que normalmente é complicada - resolvi entrar pelo aeroporto, mesmo sabendo que a Av. Farrapos, com bloqueios por obras, estava trancada. Justamente por isso, e porque estava indo para o Zona Norte de Porto Alegre, decidi ir por trás o aeroporto, passando em meio ao que sobrou daquilo que foi um dia a Vila Dique (acho que esse é o nome) e chegando na Av. Sertório quase no Jardim Lindoia, meu destino inicial em Porto Alegre.

Vinha tudo bem até chegar no acesso a rua que atravessa as ruínas da vila (onde vai passar a pista estendida do aeroporto, se é que um dia vão fazer a obra). O dito acesso é feito por uma ponte onde passa apenas um carro por vez, num sentindo ou outro, alternadamente, conforme manda um semáforo no local. Acontece que ninguém respeita o sinal, e isso só atrapalha o trânsito. Levei muito tempo nisso, esperando a minha vez e vendo o pessoal não respeitando a sinalização. Quase tanto tempo quando vir de Santa Cruz para Porto Alegre. Até que enchi o saco.

Confesso.

Perdi o humor, a tolerância e qualquer tipo de paciência.

Baixei o vidro do carro e, quando passava lentamente por mim o terceiro ou quarto carro que havia cruzado o sinal vermelho retardando que os carros que estavam esperando para atravessar assim como eu, olhei para o motorista  e disse "VAI PARA A PUTA QUE TE PARIU!!", assim, com dois pontos de exclamação, para não deixar dúvidas.

Foi um desabafo e, como tal, inútil.

Não me senti melhor: continuei sem humor e paciência, o que piorou quando, ao chegar na rua da escola da Marina, carros parados no meio da rua (mão única com carros estacionados dos dois lados) esperando que pessoas embarcassem. Olhei para cima, amaldiçoei o mundo, e fui adiante. Aparentemente, todos os carros do mundo estavam na rua e mais ou menos TODAS as ruas de Porto Alegre estavam ou estão em obras.

Está difícil circular por Porto Alegre e, a cada dia, surge uma obra e um desvio diferente.

Há de se ter paciência.

Muita.

Até.


terça-feira, agosto 06, 2013

segunda-feira, agosto 05, 2013

Don't think twice, it's all right

It ain't no use to sit and wonder why, babe
If you don't know by now
An' it ain't no use to sit and wonder why, babe
It doesn't matter anyhow
When your rooster crows at the break of dawn
Look out your window and I'll be gone
You're the reason I'm trav'lin' on
Don't think twice, it's all right
It ain't no use in turnin' on your light, babe
That light I never knowed
An' it ain't no use in turnin' on your light, babe
I'm on the dark side of the road
Still I wish there was somethin' you would do or say
To try and make me change my mind and stay
We never did too much talkin' anyway
So don't think twice, it's all right
So it ain't no use in callin' out my name, gal
Like you never did before
It ain't no use in callin' out my name, gal
I can't hear you any more
I'm a-thinkin' and a-wond'rin' walking down the road
I once loved a woman, a child I'm told
I give her my heart but she wanted my soul
But don't think twice, it's all right
I'm walkin' down that long, lonesome road, babe
Where I'm bound, I can't tell
But goodbye's too good a word, babe
So I'll just say fare thee well
I ain't sayin' you treated me unkind
You could have done better but I don't mind
You just kinda wasted my precious time
But don't think twice, it's all right

domingo, agosto 04, 2013

A Sopa 13/04

Segundo semestre.

Terminou julho, e na terça-feira recomeça o semestre letivo - para mim, ao menos - na universidade. Voltam as viagens ao amanhecer de todas as semanas, tendo como companhia a música ou as notícias matinais do rádio, junto aos pensamentos barulhentos que muitas vezes ofuscam o som que vem de fora de mim. São duas horas na ida e, bom, viva o trânsito, três de volta. Estou acostumado, e não reclamo.

A rotina - importante para a sanidade mental da mesma forma que o são as gavetas - estabelece a hora de acordar, de sair de casa, o trajeto - que as obras por Porto Alegre devem mudar - e os possíveis pontos de parada na ida, ainda antes das 7h e muitas vezes ignorado, e o da volta, esse sagrado, para uma ida rápida ao toalete e para comprar a água que vai me manter hidratado até em casa. É a semana normal, que normalmente é "subindo morro" até o meio-dia de quarta-feira e, a partir da noite, começa a desacelerar, mentalmente, ao menos, mesmo que a quinta seja de dia inteiro no consultório e que a sexta-feira possa se estender até depois das 19h.

Olhando um pouco para trás, o primeiro semestre foi bem pesado - mesmo que, e talvez também por isso - eu tenho tirado duas semanas de férias entre abril e maio. A organização do Congresso Gaúcho, entre outros compromissos que me exigiram atenção, tornou o semestre "mais longo" que o usual. Julho, entre protestos médicos e a formatura da medicina do último dia 27, foi intenso.

Já avançamos por agosto, o mês mais longo de todos segundo a crença popular. Assim que terminar, acabou o ano. Os últimos quatro meses do ano são lomba abaixo, passam num piscar de olhos.

E ainda há tanto a fazer...

Até.

sexta-feira, agosto 02, 2013

Eles de novo...

De tempos em tempos, eles aparecem.

A última, não lembro quando tinha sido, mas acredito que fazia um tempo maior que o normal (no sentido de estatisticamente mais frequente). Hoje, eles voltaram. Talvez tenha sido depois de uma mensagem no celular ou um e-mail lido pela manhã, não importa. O fato é que eles estão à volta, rondando, tentando me derrubar (ou estragar o final de semana).

Os inimigos imaginários.

Velhos conhecidos, antigas paranoias, hábitos de muito tempo, sugerindo que tudo é pior do que realmente é, tentando fazer a onda parecer maior que é. Forçando para me levar ao córner e baixar a guarda.

Não vão conseguir, não vão conseguir.

Até.

quinta-feira, agosto 01, 2013

Agosto

Esse deve ser um texto (mais um) em que me repito. Paciência.

Por muito tempo acreditei que agosto era um mês que estava sobrando. O inverno, que já vinha há quase dois meses com seus dias frios e nublados e chuvosos, já estávamos prontos para a primavera, com suas flores e tardes de sol, mas ainda tínhamos que passar por todo agosto, com seus trinta e um longos dias até o alívio de setembro.

Não mais.

Casei em agosto, num trinta e um chuvoso; e a Marina nasceu num vinte de agosto de sol e céu sem nuvens. A vida, e o mês de agosto, ou pelo mês de agosto, passou a ter outro sentido.

Melhor, muito melhor.

Até.