quarta-feira, abril 30, 2008

Os Dias Antes da Paternidade – Parte 9

Uma gestação é como correr uma maratona.

Ao invés de quarenta e dois quilômetros, são quarenta semanas e etapas a serem cumpridas. Quarenta semanas? Como assim? Isso são dez meses, a gestação não dura nove meses?

É verdade, mas a contagem feita pelos obstetras começa no primeiro dia do último período menstrual antes da gestação ocorrer. A ovulação ocorre mais ou menos quinze dias depois disso, então a contagem das semanas de gravidez começam duas semanas antes da concepção. Loucura, não?

Bom, não importa.

Como estava dizendo, a gestação é como uma maratona que se corre e, durante o trajeto, deve-se vencer etapas. Começa com uma “classificatória”, afinal vocês só vão correr se conseguirem “classificação”, se é que me entendem.

A partir daí, começa a “corrida” propriamente dita.

A primeira etapa, que corresponde ao primeiro trimestre, vai até a décima-segunda semana de gestação. Talvez seja a parte mais complicada, onde ocorre a maioria dos problemas. A taxa de “desistências” nessa etapa da corrida é de até vinte e cinco por cento. Uma em cada quatro gestações não vai evoluir. Então, o primeiro alívio, a primeira comemoração, é quando completa-se doze semanas. A partir daí, em princípio, os riscos diminuem.

A próxima etapa a ser vencida é a das vinte semanas. Ao chegar em vinte semanas, estamos exatamente na metade da gestação. Depois disso, são as etapas das 24, 28, 34 e, a partir de trinta e sete já pode nascer que deve estar bem.

É um eternidade, essa coisa de gestação. Parece que o tempo não passa, digo sempre a quem pergunta, que sempre me respondem que “Não! O tempo voa!!”. Eu sei, eu sei.

É tudo uma questão de ansiedade e expectativa.

Até.

terça-feira, abril 29, 2008

Demasiado humanos

O cara da Áustria, a menina assassinada em São Paulo.

O que dizer disso tudo?


"Hoje não dá
Hoje não dá
Não sei mais o que dizer
E nem o que pensar

Hoje não dá
Hoje não dá
A maldade humana agora não tem nome
Hoje não dá

Pegue duas medidas de estupidez
Junte trinta e quatro partes de mentira
Coloque tudo numa forma
Untada previamente
Com promessas não cumpridas

Adicione a seguir o ódio e a inveja
As dez colheres cheias de burrice
Mexa tudo e misture bem
E não se esqueça antes de levar ao forno
Temperar com essência de espirito de porco
Duas xícaras de indiferença
E um tablete e meio de preguiça

Hoje não dá
Hoje não dá
Está um dia tão bonito lá fora
E eu quero brincar

Mas hoje não dá
Hoje não dá
Vou consertar a minha asa quebrada
E descansar

Gostaria de não saber destes crimes atrozes
É todo dia agora e o que vamos fazer?
Quero voar pra bem longe mas hoje não dá
Não sei o que pensar e nem o que dizer
Só nos sobrou do amor
A falta que ficou"

Um mal atávico, mas não sifilítico

Todos temos um lado primitivo.

Quando falo primitivo, estou pensando em primitivo mesmo, não no sentido de selvagem, ou violento ou bárbaro. Falo num sentindo - se é que isso existe - de total primitividade (neologismo?), de se espantar com o fogo, por exemplo. Saca o lance do primeiro homem das cavernas que viu um raio cair sobre a vegetação seca e o fogo que surgiu, e pensou que era algo sobrenatural? É exatamente a esse tipo de sensação que me refiro.

Pode chamar de superstição, se quiser, mas acho que é algo mais profundo, atávico.

Além disso, além de todos termos traços desse sentimento primitivo em nós, ele se manifesta diferetemente em cada pessoa. Muitos canalizam isso para religião, para a crença de que existe um deus que está nós vigiando e que - a qualquer deslize nosso - vai nos punir com a danação eterna, mas que se nos confessarmos no domingo tudo estará perdoado e podemos recomeçar do zero e repetir tudo na semana seguinte. Outros acreditam em discos voadores, em revistas semanais, em horóscopo, em pretos velhos, não importa. As pessoas têm diferentes meios de lidar com o que não entendem e com o imponderável.

Eu, por exemplo, tenho um problemas com fotografias, que piorou muito com o advento da fotografia digital.

Não consigo jogar fotografias fora, nem fotos tiradas com o celular, mesmo ruins e desfocadas, ainda mais se há pessoas nelas. Pior ainda são pessoas queridas a mim. É como se algo ruim fosse acontecer se eu deletá-las.

Pode parecer transtorno obsessivo-compulsivo, mas é só pensamento mágico mesmo.

Até.

segunda-feira, abril 28, 2008

domingo, abril 27, 2008

A Sopa 07/38

A Viagem (23)

Último dia passeando pela Provence e alguns lugares que gostaríamos de visitar antes de seguir em direção à Paris, distante cerca de setecentos quilômetros de Avignon. Mais um longo dia nos esperava. Após o café da manhã no hotel, fizemos o checkout e partimos para a primeira visita do dia, Apt.

Cercada por campos de lavanda e vinhedos, Apt é conhecida pelo seu mercado (feira livre) que ocorre às terças-feiras pela manhã, onde é possível comprar frutas produzidas localmente, vegetais, flores, vinhos, azeite de oliva, mel, marmeladas, queijos. Já no sábado pela manhã, justamente o dia que havíamos escolhido para visitá-la, a cidade inteira se transforma numa grande feira-livre que vende de tudo, desde produtos locais até roupas, artesanato e os mais variados produtos. As ruas pequenas ruas ficam cheias de pessoas visitando as bancas.

Foi assim que encontramos a cidade, uma grande feira livre, com as ruas tomadas por locais e visitantes em suas compras semanais. Apesar de ser outono, a cidade ainda mantinha muitos jardins floridos. Como eu sempre disse, sábado de manhã, o melhor momento da semana.

Além de passear, o grupo decidiu que faríamos, naquele mesmo dia, antes de chegar em Paris, um piquenique. Pensando nisso, fizemos algumas compras já em preparação ao almoço. Seguimos, então, para Roussillon.

Foi uma visita – como não poderia deixar de ser – rápida a Roussillon. Considerada uma das mais belas cidades na França (me pergunto: e qual não é?), ela se caracteriza pela cor ocre avermelhada de suas construções, devido ao tipo de rocha encontrado nesta parte do Luberon. Circulamos por ruas aquela hora deserta e seguimos para o próximo destino.

Gordes é, entre as aldeias suspensas localizadas na Provence, provavelmente a mais visitada. Não sabíamos na época, mesmo eu tendo assistido (não me dei conta quando estive lá), que é nessa simpática cidade em que filmaram cenas do filme “Um Bom Ano”, sobre um inglês que recebe de herança uma propriedade na região e, disposto a vendê-la, vai para a região. Suas origens remontam o ano de 1031, quando o castelo – bem no centro da cidade – foi construído.

Foi o local escolhido para nosso piquenique. O problema é que a imagem bucólica de um piquenique num campo na Provence não é exatamente factível: não encontrávamos um lugar adequado. Sugeri o estacionamento em que estávamos estacionados, e quase apanhei por isso. Todos queríamos uma refeição com vista. E a melhor vista de Gordes era de fora da cidade. Pegamos o carro, nos afastamos um pouco e estacionamos na beira da estrada, com a melhor vista que se pode ter de Gordes, montamos a “mesa” na parte de trás da van, e fizemos nosso lanche.

Estava maravilhoso.

Após isso, fomos à Fontaine de Vaucluse, última para na Provence, cuja principal atração é o manancial do rio Sorgue, o mais forte da França, jorrando até 90 mil litros de água por segundo de um rio subterrâneo no pé de uma colina. Passeamos um pouco, paramos para um café e, em virtude do avançado da hora, decidimos que deveríamos rumar para Paris.

Uma longa viagem, que decidimos fazer em duas etapas, afinal tínhamos reserva de hotel para o dia seguinte. O plano foi andar o máximo possível para perto de Paris e passar a noite numa das cidades próximas. Não poderia ser Lyon porque era muito próxima de onde estávamos e não se pode “só dormir em Lyon”. O plano foi, então, ir até Dijon, mais próxima de Paris, e que o Paulo, a Karina, a Jacque e eu já havíamos visitado.

Rodamos cerca de trezentos quilômetros e chegamos já noite em Dijon, ansiosos por achar um hotel para poder acompanhar a semifinal da Copa do Mundo de Rúgby, entre França e Inglaterra. Ao chegar à cidade, decepção: parecia uma cidade fantasma. Tudo fechado, ninguém nas ruas, às nove da noite. A cidade não existia.

Rindo muito da situação, decidimos ficar num Kyriad Hotel, meio fora da cidade, mas que tinha restaurante. O problema foi encontrar o maldito hotel (havíamos escolhido pelo guia de hotéis da rede). Porém, quando chegamos, a surpresa positiva foi o preço, bem bom. O restaurante, quase fechando, nos serviu uma janta bem boa. Quanto ao rúgbi, estavam assistindo ao jogo, mas era uma turma de ingleses torcendo muito pelo seu país, que acabou ganhando o jogo e se credenciando para jogar a final contra Argentina ou África do Sul, que jogariam em Paris no dia seguinte.

Paris, dia seguinte. Éramos nós.

Até.

sábado, abril 26, 2008

quinta-feira, abril 24, 2008

A culpa é de quem?

Não tenho visto os noticiários na televisão recentemente.

A razão para isso é a cobertura feita pela imprensa do caso da menina de São Paulo, jogada (ou não) pela janela do quarto onde dormia, sexto andar, eu acho. Não importa o que aconteceu, como aconteceu e nem que é o responsável. Importa a dimensão dada ao acontecido.

Não me interpretem mal. Aquilo foi uma tragédia, os responsáveis devem ser encontrados, julgados e, se realmente culpados, punidos. Sou totalmente a favor de responsabilizar as pessoas pelos seus atos, em todos os plano da vida. O que não consigo aceitar esse circo criado em torno do caso.

Sim, circo.

E irrita profundamente ver as pessoas lidando com toda a história como se fosse o novo big brother. Aliás, foi terminar o big brother e as pessoas só falam desse menina. Cada pessoa tem sua teoria sobre o assunto, falam do caso com uma intimidade assustadora. Como se não houvesse coisas tão graves quanto ou até piores ocorrendo todos os dias mas, se ocorre na favela, não é notícia.Como foi com uma família de classe média, plantão de jornalistas no local.

O impulso inicial seria culpar a imprensa pela cobertura sensaionalista, mas é muito simplista, eu sei. Há quem queira - morbidamente - acompanhar tudo, desde os jornais da manhã até o do final da noite. A imprensa, nesse caso, é espelho da vontade popular. E, como todos sabemos, apesar de quase todos não acreditarem, a voz do povo não é a voz de deus.

Entre os episódios mais deprimentes das últimas semanas estão as pessoas que ficam em frente ao dito edifício, que vaiam, aqueles que passam lá "para ver onde fica", e as ditas "celebridades" que ficam dando palpites sobre o assunto. É o ponto mais baixo onde podemos chegar enquanto socidade.

É deprimente.

Até.

quarta-feira, abril 23, 2008

Os Dias Antes da Paternidade – Parte 8

Estávamos grávidos.

‘Estávamos’, claro, é um pouco forçar a barra. É ela quem está grávida, não o casal. Por mais que querias participar do processo (depois, óbvio, da primeira e vital parte) nunca estarás grávido. Serás parte de um casal em que ela está esperando o filho/filha de vocês.

Se, por ventura, eras alguém ao menos um pouco egocêntrico, e não tinhas abandonado o “pensar primeiro em mim” até agora, mesmo depois de casado, bom, essa é a hora. A partir desse momento, as atenções (se é que algumas vez estiveram) se desviarão de ti e focarão apenas na grávida, o centro de todas as atenções e cuidados. Tu, futuro-papai, serás “aquele que vem junto com a gestante”. E, depois que nascer, serás “o pai do/da”.

Não adianta nem se revoltar com isso, egocêntrico leitor, a vida é assim. Se, por outro lado, estiveres preparado/esperando isso com ansiedade, será uma experiência fascinante. Falo disso outro dia, pois falava que recém descobríramos que “estávamos grávidos”.

A primeira grande decisão a ser tomada como futuros pais é como e quando contar ao mundo que vocês estão esperando. Pode ser tranqüilo ou pode ser um dilema, dependendo, claro, do jeito de cada um de vocês. Eu, por exemplo, quase como um leigo, sempre achei que um teste de urina ou sangue positivo já era motivo para contar ao mundo a boa nova. A Jacque, mais prudente, achava que deveríamos esperar um pouco, até termos certeza de que estava tudo bem. Até porque tínhamos tido uma experiência anterior, quando ela engravidara no meio do ano passado e a gestação não evoluíra além das cinco semanas. Estávamos, nesse momento, escaldados com relação a isso.

Tínhamos, então, nesse momento, feito uma ecografia que mostrara gestação compatível com seis semanas. Ela ligou para a obstetra que apenas deu os parabéns, orientou alguns exames a serem feitos antes da consulta e agendamos a mesma para uns dez dias depois. Que não iríamos contar ao mundo ainda, estávamos certos. Mas e as famílias? Decidimos esperar um pouco para contar. Passamos um primeiro final de semana com meus pais e não falamos nada.

Só fomos contar para as famílias depois da consulta com a obstetra.

E para o resto do mundo?

Calma, ainda era muito cedo.

Até.

terça-feira, abril 22, 2008

diadaterra

Sempre houve esse pensamento, mas agora - mais do que nunca - é uma coisa real, palpável, próxima.

Que mundo quero deixar para a minha filha? O que posso (podemos) fazer para que o nosso legado seja um lugar melhor para se viver?

Penso muito nisso. Muito.


Quando eu me encontrava preso
Nas celas de uma cadeia
Foi que eu vi pela primeira vez
As tais fotografias
Em que apareces inteira
Porém lá não estavas nua
E sim coberta de nuvens
Terra, terra
Por mais distante
O errante navegante
Quem jamais te esqueceria
Ninguém supõe a morena
Dentro da estrela azulada
Na vertigem do cinema
Manda um abraço pra ti, pequenina
Como se eu fosse o saudoso poeta
E fosses a Paraíba
Terra, terra
Por mais distante
O errante navegante
Quem jamais te esqueceria
Eu estou apaixonado por uma menina
Terra, signo de elemento
Terra, do mar se diz
Terra à vista
Terra, para o pé firmeza
Terra, para a mão carícia
Outros astros lhe são guia
Terra, terra
Por mais distante
O errante navegante
Quem jamais te esqueceria
Eu sou um leão de fogo
Sem ti me consumiria
A mim mesmo eternamente
E de nada valeria
Acontecer de eu ser gente
E gente é outra alegria
Diferente das estrelas
Terra, terra
Por mais distante
O errante navegante
Quem jamais te esqueceria
De onde nem tempo nem espaço
Que a força mande coragem
Pra gente te dar carinho
Durante toda a viagem
Que realizas no nada
Através do qual carregas
O nome da tua carne
Terra, terra
Por mais distante
O errante navegante
Quem jamais te esqueceria
Nas sacadas dos sobrados
Da velha São Salvador
Há lembranças de donzelas
Do tempo do Imperador
Tudo, tudo na Bahia
Faz a gente querer bem
A Bahia tem um jeito
Terra, terra
Por mais distante
O errante navegante
Quem jamais te esqueceria


Até.

domingo, abril 20, 2008

A Sopa 07/37

A Viagem (22)

Foi um longo dia. Iniciara em Avignon, onde estávamos hospedados no Kyriad Hotel, e seguira por Saint-Rémy de Provence, Les Baux de Provence e Arles. Quando a noite já caía no sul da França, decidimos fazer a última visita do dia, que incluiria o jantar.

Châteauneuf du Pape.

Situada no Departamento de Vaucluse, Provence, Châteauneuf tem seu nome e sua história totalmente ligadas ao período dos “Papas de Avignon”. Em 1308, o Papa Clemente V, antes Arcebispo de Bordeaux, mudou a sede do papado para Avignon, provocando um cisma na Igreja Católica. Tanto Clemente V como os próximos “Papas de Avignon” eram apreciadores do vinho da Borgonha (Burgundia) fizeram muito para promovê-lo. Não só isso, também estimularam a produção de vinho local.

Châteauneuf fica a apenas 10km de Avignon, próxima ao Rhône, e tornou-se famosa pelo “castelo novo” a quem deve seu nome, hoje apenas uma ruína na parte mais alta da pequena vila de pouco mais de dois mil habitantes e pelo seu vinho, o Châteauneuf-du-Pape, vinho DOC (Denominação de Origem Controlada).

É uma região de grandes vinhedos e vinícolas espalhadas, a maioria delas com restaurantes em elegantes casa de campo. Já noite, ficamos em dúvida sobre entrar em uma delas ou ir até o Châteauneuf e conhecer a cidade, mas acabamos optando por ir até lá. Todos os estabelecimentos que vendiam vinho e possuíam degustação já estavam fechadas, o no estacionamento público havia apenas um trailer estacionado e mais nada.

Deixamos o carro ali e fomos caminhar pela cidade, deserta àquela hora. O único local aberto com gente era o que parecia ser uma inauguração de uma loja, tipo uma garagem com uma mesa e pessoas em frente, salgadinhos e refrigerantes em garrafas pet. Caminhamos até o castelo, que atualmente é apenas as ruínas do que foi um dia. A noite estava estrelada e fria devido ao vento que soprava. Tiramos algumas fotos e decidimos voltar para procurar um restaurante para jantar.

Logo no começo da descida, junto ao acesso que há para o castelo, havia um restaurante, totalmente vazio, apenas com os garçons. Oito horas da noite, cidade que parecia deserta, restaurante vazio: não podia ser boa coisa. O ambiente, contudo, parecia sofisticado, causava uma impressão muito boa. Ficamos por instantes naquela dúvida, parados em frente ao acesso ao restaurante, se devíamos entrar ou não. Entrei e perguntei se estavam funcionando normalmente, e a resposta foi positiva. Voltei para o grupo e disse que eu ia jantar ali, eles que fizessem o que achavam melhor.

Entramos no Le Verger des Papes, no que acabou tornando-se a melhor experiência gastronômica da viagem. A comida maravilhosa e o ambiente de primeira classe (lotou depois que entramos). Mas não tomamos o Châteauneuf-du-Pape, pois o preço era meio exagerado. Passaram a carta de vinhos para mim e tive que escolher. Entre as várias opções de “preços adequados”, escolhi um chamado ‘Esprit D’Henri’, um Côte du Rhône. Ao pedir ao garçom, ele perguntou por que eu escolhera esse vinho.

Tensão.

Respondi que gostaríamos de experimentar, apenas isso, e devolvi a pergunta: por quê? Então ele explicou que o vinho era produzido pelo pai do cozinheiro-chefe.

Enfim, foi uma grande refeição, com sobremesa – creme brulé para mim, óbvio – café para arrematar e preço bem adequado, levando-se em conta a qualidade. Voltamos ao hotel satisfeitos, prontos para deixar a Provence no dia seguinte.

Até.

sexta-feira, abril 18, 2008

Lendo sem ler

lousa

O pior analfabeto é aquele que saber ler mas não lê...

A quem não teve a oportunidade de aprender, deve ser dada essa chance. Aos outros - aos que me refiro acima - desprezo, apenas desprezo e pena.

Até.

quinta-feira, abril 17, 2008

Reforma (e o 1200º post)

O pior não é a sujeira e nem a sensação de que um furacão passou por aqui.

O pior - mesmo - é quando começa-se a achar que "até que não está tão sujo assim"...

sala
(foto de antes de começar a
sujeira de verdade)


Até.

quarta-feira, abril 16, 2008

Os Dias Antes da Paternidade – Parte 7

Como foi com a gente?

Por uma medida de precaução, decidimos que a Jacque não ingeriria nenhuma gota de álcool na segunda metade do seu ciclo menstrual. Eu sei, você não precisa saber disso, mesmo assim conto porque tem relevância no correr da história. No Natal, segunda fase, tudo normal.

Quando chegou o feriado de ano-novo, viajamos para passar o reveillon com a família da Jacque em São Lourenço do Sul, cidade no sul do Rio Grande do Sul, às margens do Lagoa dos Patos. Chegamos lá no sábado 29 de dezembro, a Jacque já com alguns dias de atraso mentrual. Havíamos decido que não faríamos exames antes de uns quinze dias de atraso e – evidentemente não contaríamos nada a ninguém. Durante as comemorações de ano-novo, a Jacque não bebeu nenhum gole de qualquer bebida alcóolica, por ser a segunda fase do ciclo e, mais, haver um atraso menstrual.

Isso chamou a atenção da família, mas a justificativa usada foi de que ela também queria perder peso, e restringiu o consumo de doces ao mesmo tempo. Colou, apesar das desconfianças.

Dia primeiro de janeiro voltamos para Porto Alegre, e a Jacque já vinha apresentando algumas cólicas abdominais. Durante a madrugada de quarta para quinta-feira, dias dois e três de janeiro, acordei com a Jacque se contorcendo de dor. Ao amanhecer, liguei para um centro de radiologia e agendei uma ecografia de urgência, com suspeita de gestação ectópica.

Para quem não é do meio médico, gestação ectópica é quando ocorre a fecundação, e a implantação do embrião se dá na trompa. Ao crescer, ele romperá a trompa levando a o que chamamos de abdome agudo, podendo até levar a mãe ao óbito. Atraso mentrual, cólicas intensas, o que mais poderia ser? Gestação ectópica era nossa primeira hipótese, apesar de – se estivesse grávida – provavelmente não haveria tido tempo para o embrião crescer a ponto de causar o problema todo.

Foi o que disse para nós a ecografista antes de começar o exame, que provavelmente não veria nada pelo pouco tempo de atraso menstrual. OK, sabíamos, mas apenas queríamos ter certeza de que estava tudo bem. Começou o exame e ela disse, em primeiro lugar, que não era gestação ectópica (obviamente). O que disse a seguir foi: é gestação, e parece estar tudo bem. Mostrou o saco gestacional, o pequeno embrião em formação e – incrível – o milimétrico coração batendo. Se vemos os coração, está com seis semanas, disse.

Grávidos, estávamos grávidos!

O que fazer agora?

Esperar.

Até.

segunda-feira, abril 14, 2008

Pequena teoria sobre a amizade

(Ou sobre como saber que você está deixando de ser amigo de alguém para se tornar apenas parte da lista de e-mails que esta pessoa possui)

Quando o único contato que essa pessoa faz - ao contrário de você, que volta e meia telefona para saber como as coisas estão - é enviar correntes e apresentações de Powerpoint. Ou quando passa na rua e faz que não vê. Ou, pior, quando realmente não vê.

E você, estimado leitor, conhece alguém nessa situação? Já fez isso com alguém?

Diga lá, abra seu coração.

Até.

domingo, abril 13, 2008

A Sopa 07/36

A Viagem (21)

Les Baux de Provence, situada a 8km de Saint-Remy e a 25km de Avignon, está – junto com Saint-Remy - bem no coração da região dos Alpilles (considerada a “Provence mais autêntica”) e sobre um platô rochoso de 245m. É considerada uma das mais belas cidades da França e sua herança cultural é extremamente rica, possuindo pelo menos vinte e dois locais classificados como monumentos históricos. Com seus apenas 428 habitantes, recebe anualmente mais de um milhão e quinhentos mil visitantes!

A cidade só pode ser visitada a pé, e por isso deixamos o carro estacionado na estrada logo na saída da cidade (parquímetro mais caro da história: na verdade nem sabemos quanto custava, mas o Pedro – que foi quem pagou – não parava de colocar moedas na máquina e, nos parece, que poderíamos ter deixado o carro estacionado lá até hoje, pelo quanto pagamos...) e fomos conhecê-la.

Na Idade Média, a cidade abrigou poderosos senhores feudais que se diziam descendentes do rei-mago Baltasar, mas sua glória encerrou por volta de 1632 quando – por ser uma fortaleza protestante – teve sua destruição ordenada pelo Rei Luís XIII. Imperdível é visitar a “Citadelle des Baux” no ponto mais alto da vila. São as ruínas do castelo, de onde se tem uma visita impressionante da região, além de ruínas do que teria sido o hospital, instrumentos de guerra como catapultas, e outros.

No alto da cidade, avista-se o Val d’Enfer (Vale do Inferno), com suas estranhas rochas e lendas de bruxas e gnomos. Alheios ao passado da cidade, e após completar a visita às ruínas do castelo com muito vento a uma calça rasgada (da Karina) ao tentar subir em uma pedra (diz ela que por minha sugestão, o que não deve corresponder aos fatos como realmente aconteceram...), fomos fazer um lanche, já que não havíamos tido almoço. Paramos em um restaurante com terraço e pedimos, entre outras especiarias locais, croque-monsieur, basicamente a torrada (ou misto-quente) local. Muito bom.

Após o lanche, voltamos ao carro e percorremos rapidamente os 15km que separam Les Baux de Arles, a terceira cidade do dia.

Bem mais populosa que Les Baux, com pouco mais de cinqüenta mil habitantes, Patrimônio Cultural da Humanidade, Arles é – territorialmente – uma das maiores cidades francesas (mais de sete vezes maior que Paris). Foi fundada pelos gregos no século sexto antes de Cristo como o nome de Theline, sendo conquistada pelos romanos em 123 AC, e tornando-se uma importante cidade com a construção de um canal ligando a cidade ao Mediterrâneo em 104 AC. Bem mais modernamente, Van Gogh morou em Arles antes de se internar no Mosteiro de Saint Paul de Mausole, em Saint-Remy, e aqui pintou quadros famosos, como The Night Café, Yellow Room, Starry Night Over the Rhone e L’Arlésienne.

Seu Anfiteatro Romano, palco de touradas e shows, ainda está em uso, e à volta do anfiteatro há lojas de souvenirs que vendem desde chaveiros e camisetas até touros de pelúcia de tocam músicas de touradas. Certamente que compramos um, junto com cartões postais. A partir daí, cada vez que a Jacque (ou outro de nós) apertava a barriga dele, tocava a música que termina com um “Olé”, que todos nós fazíamos juntos levantando os braços como numa “ola”. Fizemos isso num café onde havíamos parado parar curtir o final da tarde e o garçom achou que todos o estavam chamando.

Depois, quando realmente queríamos chamá-lo, ele não vinha...

Final do dia, hora de voltar para o hotel, certo?

Errado, faltava uma visita para encerrar o dia.

Chateauneuf du Pape
, para onde fomos.

Até.

sexta-feira, abril 11, 2008

Estupidez atroz

Posso, como colorado, até não gostar do dirigente do co-irmão, em suas atribuições como dirigente. De resto, não posso ter nada contra (e nem a favor) ele, afinal não o conheço. Poderíamos, se no conhecêssemos, até ser amigos. O trabalho dele como dirigente de clube não tem nada a ver com sua vida pessoal e muito menos com sua família.

É com desprezo por quem mistura as coisas, quem deixa a sua relação com um clube de futebol passar dos limites do racional e de qualquer vestígio de civilização, que li essa notícia.

Minha solidariedade ao dirigente e sua família.

Até

quarta-feira, abril 09, 2008

Os Dias Antes da Paternidade – Parte 6

Casais que estão juntos há tempo suficiente para serem alvos de pressão familiar para que engravidem, se já convivem com outras crianças na família, sobrinhos, primos ou mesmo irmãos mais novos, por exemplo, se tiverem opiniões (teóricas, sempre) a respeito de como lidar com determinadas situações envolvidas na criação dos filhos, e se tiverem cometido a loucura de externarem essas opiniões, viverão uma situação especial quando engravidarem. A saber, a expectativa do “nada como um dia depois do outro”.

Os pais agora experientes, que ouviram um de vocês discorrer sobre suas idéias a respeito de como criar filhos, ao saberem que vocês serão pais, experimentarão um fenômeno singular. Tornar-se-ão feras selvagens, salivando de excitação a espera do momento em que vocês passarão pelas mesmas situações e cometerão EXATAMENTE os mesmos erros que por ventura eles possam ter cometido. Preparam-se, desde já, para sorrir ironicamente algumas vezes, noutras gargalhar de felicidade, olhando para vocês, inexperientes pais, atrapalhados com a avalanche de novas situações que viverão.

É um sentimento humano e uma sensação boa, essa do doce sabor da vingança.

Estou preparado para isso, e já percebo os abutres rondando e só aguardando eu me tornar a vítima da vez. Até porque nunca deixei de dar os meus palpites, mesmo quando não deveria fazer isso. Esperam, então, com suas garras afiadas e sorrisos de “Viu como é muito mais fácil falar do que fazer?”. Estão prontos para me ver cair, o que, mais cedo ou mais tarde, inevitavelmente acontecerá.

Aqui se faz, aqui se paga.

E quem viver, verá.

Até.

segunda-feira, abril 07, 2008

Final de Semana

Completei, sábado que passou, trinta e seis anos de vida.

Não houve grandes comemorações, festas. O que não quer dizer que não foi celebrado.

Começou já no final da sexta-feira, quando o Paulo, o Pedro (grandes parceiros de viagens) e eu fomos juntos ao show dos Titãs e Paralamas do Sucesso comemorando vinte e cinco anos de estrada. Bem apropriado para uma celebração, que é o que eles faziam no palco, tocando juntos, além de participações do Fito Paez, do Arnaldo Antunes e do Andréas Kisser, guitarrista do Sepultura. Foi um show memorável, desde o repertório escolhido, a química de todos tocando juntos no palco (as duas baterias, juntas, em ‘Cabeça Dinossauro’ foi um momento incrível num show incrível), as participações. Perfeito. No final do segundo bis, contudo, quando todos já imaginavam o encerramento da apresentação – mesmo os integrantes das bandas – Herbert Vianna puxou os primeiros acordes e todos foram atrás para tocar ‘Que País é Esse’, do Legião Urbana.

O encerramento do show, depois da meia-noite e já iniciado o sábado, dia cinco de abril, teve parabéns a você cantado pelos dois amigos e o fechamento da noite com uns chopes e um sanduíche aberto na ‘Calçada da Fama’. Na saída, comentei com eles que seriam vinte e quatro horas ininterruptas de festa, pois passaria a noite inteira jogando vídeo-game. Claro que não fiz, já não tenho idade para isso.

O almoço de sábado foi com a família, restaurante com comida alemã (ao invés do churrasco tradicional) com convite, feito pelo Gabriel, meu sobrinho, para irmos ao jogo do Inter à tarde no Beira-Rio. Topei e fomos. Como havia sido aniversário do Inter no dia anterior (99 anos), todos cantaram ‘Parabéns a Você’ antes de começar o jogo, e pude considerar como homenagem também ao meu aniversário...

À noite, depois de assistir à vitória do meu time, acabamos saindo para jantar com os amigos (e companheiros de viagem) Pedro e Maria José. Por volta da meia-noite, senti os efeitos – não da idade, afinal era o mais novo da mesa – das vinte e quatro horas anteriores e quase caí dormindo na mesa.

Enfim, foi bem legal o final de semana do meu aniversário.

(isso que nem falei o resultado do jogo do Grêmio com o Juventude)

Até.

domingo, abril 06, 2008

A Sopa 07/35

A Viagem (20)


O dia de deixarmos a Provence e nos dirigirmos em direção à Paris estava próximo, e tínhamos ainda um roteiro a cumprir se quiséssemos visitar os lugares que havíamos nos proposto. Por essa razão, esse seria um dia longo.

Quem viaja – a cada um tem a sua verdade – tem suas preferências quanto às incontáveis possibilidades de se fazer uma viagem. Há quem prefira visitar um lugar por vez por conta própria, outros preferem visitar vários países em poucos dias numa excursão, e muitas outras variações sobre o mesmo tema, de novo, viajar. Eu, por exemplo, gosto viajar por conta própria e, se na Europa, de carro, para ir conhecendo um pouco os lugares e tendo a possibilidade de refazer coisas, mudar caminhos. Como eu disse, gosto é que nem pescoço, cada um tem o seu. Mas claro que sempre brincamos com essa coisa de excursão, tipo “hoje é terça-feira, então devo estar na Bélgica”.

Logo que tomamos café, no hotel Kyriad em Avignon, discutimos o roteiro do dia, e houve um impasse: eu dizia ser impossível visitar mais do que duas cidades no mesmo dia, e os outros achando que era possível. No final das contas, se verá que eu estava errado. Começamos o nosso dia, então, após tomarmos café da manhã, indo em direção à Saint-Remy de Provence, distante apenas 20km de Avignon.

Saint-Remy de Provence é uma das jóias da Provence. Cidade natal de Nostradamus, foi aqui que Van Gogh permaneceu internado no Mosteiro de Saint Paul de Mausole, entre 1889 e 1890. Em sua estada (foi aqui que cortou sua orelha, em famoso incidente), pintou uma grande série de quadros retratando o seu quarto, o hospital, a cidade, flores, oliveiras, etc. O hospital ainda existe, e está localizado bem ao lado do Glanun, um conjunto de ruínas gálico-romanas que é um dos pontos a serem visitados na cidade.

Chegamos na cidade e conseguimos estacionar nosso “ônibus” em um estacionamento ao ar livre, bem central. Deixamos o carro e fomos caminhar pela cidade, passando pela praça do Hotel de Ville, circulando por ruas estreitas, encontrando uma fonte com o busto de Nostradamus. Tudo tranqüilo, até o Pedro se dar conta que tinha deixado a carteira dele – com todo o dinheiro – no quarto do hotel de Avignon.

Impasse.

Decidi que iríamos, ele e eu, buscar a carteira dele, enquanto os outros passeavam pela cidade. Voltamos até o carro e, ao entrarmos, ele encontrou sua carteira caída no banco traseiro. Alívio, não precisaríamos ir de volta à Avignon. Só que foi nesse momento que eu percebi que havia esquecido de todos os dólares que eu levava no bolso interno da minha jaqueta de couro, que ficara dentro do armário do hotel em Avignon. Como estava guardado, mais ou menos escondido, decidi que não iríamos atrás. Ficamos mais tempo em Saint-Remy. Fomos conhecer, então, a loja de Jöel Durand, chocolatier.

Localizada em uma rua arborizada muito próxima à praça onde deixamos o carro, tivemos a oportunidade de conhecê-la e ainda encontrar o Jöel Durand em pessoa, que nos mostrou (e deu amostras) alguns dos seus chocolates. Todos os experimentados muito bons. Tão bons que acabamos comprando chocolates variados. Em meio à empolgação, e no espírito da Provence, a Zeca escolheu um chocolate de lavanda entre as opções. Putz, horrível, parecia chocolate de Pinho Sol. Todos que experimentamos passamos o resto da viagem sem poder ouvir falar em lavanda...

Ainda em Saint-Remy após tomarmos um café e antes do chope de perto do meio dia, fizemos o roteiro de Van Gogh, um caminho por locais onde ele pintou alguns dos quadros sobre a cidade, e que nos leva até o Mosteiro de Saint Paul de Mausole, em frente a um campo de oliveiras e ao lado do Glanun que, por sinal, estava tapado para reformas. A caminhada de volta ao carro, no sol quente, justificou o chope antes de seguirmos para a segunda cidade do dia.

Les Baux de Provence.

Até.

quinta-feira, abril 03, 2008

Comoção mundial

Zürich – Em nota oficial, hoje à tarde, o veterano perna de pau Marcelo Tadday Rodrigues, tendo em vista a gravidade da lesão em coluna cervical, decorrente de trauma no passado, comunicou o seu afastamento dos campos por tempo indeterminado.

Tão logo a notícia foi divulgada pelas agências de notícia, as manifestações de solidariedade começaram a vir de todos os cantos do mundo.


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Mais, nos jornais da noite.

Até.

quarta-feira, abril 02, 2008

Os Dias Antes da Paternidade – Parte 5

Olha só.

A menstruação dela atrasou por uns dias, vocês já estavam tentando, é hora de fazer o primeiro teste.

Normalmente, esse primeiro teste vai ser o planoteste, aquele caseiro, em que ela vai deixar algumas gotas de urina cair sobre um bastão cuja ponta mudará de cor ou mostrará um símbolo para dizer se é positivo ou não. Vocês farão esse teste e o resultado será positivo. Ela está grávida. E agora?

Festa, emoção, essas coisas? Contar ao mundo a boa nova?

Calma lá, a coisa não é tão simples. Talvez até seja, mas se você é médico e tem noção de TUDO de errado que pode acontecer, um simples resultado de um teste de urina não significa que ela esteja grávida e tudo está certo. É a maldição do conhecimento, como já falei.

Um exame positivo não quer dizer que já podemos comprar o enxoval do bebê que virá. Quer dizer apenas que houve a fecundação: o espermatozóide encontrou o óvulo. Mas isso não é tudo. Após a fecundação, o zigoto tem de migrar pela trompa de falópio até o útero e se implantar lá, para aí então se desenvolver até ser aquela pequeno ser que vai ser a alegria de vocês, jovem casal. Logo, um simples exame de urina (ou mesmo o de sangue, mais confiável) não é garantia de que tudo está bem. Até está, afinal você engravidou, mas não podemos (ainda) saber se realmente está tudo bem.

Se vai vingar.

Por isso é que quando se é, podemos dizer, precavido, a notícia de que vocês estão grávidos é, além de uma alegria, uma fonte de expectativa – quase tensão – para saber se tudo vai correr bem. Sabemos (a maldição, a maldição!) que uma em quatro gestações vai resultar em aborto espontâneo antes de completar doze semanas, ou três meses. É uma porcentagem alta, vinte e cinco por cento, e todos estamos sujeitos a isso. É essa a razão de certa cautela na hora de espalhar a notícia logo de início. Vai que não dê certo.

Nesse momento, estou certo que o jovem casal de recém grávidos está numa de duas situações: primeiro, me achando um TREMENDO pessimista; ou até achando que faz um certo sentido. Devo esclarecer que não sou pessimista. Uma definição mais apropriada ao fato é cagão, com o que concordo, mas deixa para lá…

Faça como fizerem, parabéns, vocês estão grávidos!

Até.

terça-feira, abril 01, 2008

Eu e meu colar novo

Eu e meu colar
"É a idade, é a idade..."

E o pior é que isso não tem nada a ver com o primeiro de abril.

Até.