quarta-feira, abril 04, 2018

Ciclos

Tenho a tendência a ser conservador.

Explico.

Confesso que - em princípio - sou avesso a mudanças na vida. Costumo gostar das coisas como estão, os arranjos do mundo no que se refere a mim. Isso, estou falando - para variar - de mim. Estou, sim, olhando para o meu umbigo (já falei dele anteriormente, não me repetirei..).

Relações pessoais, de trabalho, amigos com quem convivo de perto, pessoas que fazem parte da vida. As coisas como são ou, melhor, como estão. Se a vida está bem, tenho a tendência a não querer que mudem. Imagino que todo mundo seja mais ou menos assim, mas - como disse - falo de mim.

De tempos em tempos, ocorrem mudanças grandes (e penso nos vírus, influenza, por exemplo, que anualmente tem pequenas mutações que nos fazem precisar nos vacinar sempre, mas que - de tempos em tempos - tem uma mutação maior, o que leva a epidemias e quiçá pandemias).

Essas mudança ocorrem inicialmente contra a minha vontade, claro. Só que quando começa a soprar o que chamarei aqui (para eu me lembrar das minhas origens náuticas) de "o vento da mudança", após um período inicial de angústia e ansiedade, tomo as decisões necessárias rapidamente e volto à tranquilidade da expectativa do que vai ocorrer.

E então quero que ocorra a mudança "para ontem", e volto a ficar ansioso para que tudo se defina rápido, o que nem sempre acontece. E começa o exercício da paciência. E uma vez tomada a decisão, já era. Vai acontecer. Ponto.

Estou em vias de (mais) uma (grande) mudança profissional.

Talvez seja hora de deixar para trás algumas roupas que talvez não sirvam mais.

Em breve, em breve.

Até.

domingo, abril 01, 2018

Primeiro de Abril

Páscoa.

Foi dia de reunir a família para o já tradicional almoço de Páscoa aqui de casa, assim como o é a ceia de Natal, e esse ano também a noite de Ano Novo. A nossa casa como centro de encontros, de reuniões familiares. Ponto de encontro.

Gosto disso.

Pensando em muito anos atrás, ainda à época em que era estudante de medicina, lembro da turma que tínhamos. Éramos colegas, alguns o são até hoje, e outros eram além, éramos amigos (alguns ainda são, mais ou menos distantes geograficamente). E tínhamos diferentes funções, ou papeis, no grupo. Um era o organizado, outro era o líder natural, entre os vários persongens. Eu? Eu era o "botador de piha".

Botador de pilha.

Aquele que "botava pilha", o que incentivava, o que reunia e empurrava para frente.

Encarnei e acreditei nessa minha função por um longo tempo, mesmo depois de conhecer a Jacque e ficarmos juntos. Ela entrava no clima e ia junto. Sempre estivemos na mesma sintonia nesse sentido. Éramos o casal que botava pilha.

A Sopa de Ervilhas Anual do Marcelo foi o ápice da trajetória de reunir, congregar, confraternizar com amigos. O trabalho todo compensava. Tinha o meu nome, mas o evento sempre foi nosso, porque éramos uma dupla muito afinada em todos os sentidos.

E ainda somos.

Mas não tem mais Sopa (o evento). Agora tornamos nossa casa o ponto de reunião da família. É sempre legal receber, fazer jantares, sentar e conversar em torno da mesa.

A vida tem sido corrida, como não poderia deixar de ser, mas esses momentos em meio aos afazeres de todos os dias são essenciais para - podemos dizer - a sanidade mental...

Até.