domingo, agosto 31, 2008

A Sopa 08/05

Termina agosto.

Historicamente, o oitavo mês do ano tem sido associado a energias ruins, maus presságios. Eu, por muito tempo, acreditei nisso. E os fatos pareciam confirmar a sabedoria popular.

Sabemos, por outro lado, que a dita ‘sabedoria popular’ é um grande engodo, da mesma forma que o são outros ditos relacionados, como ‘a voz do povo é a voz de deus’ ou – com um viés esportivo – ‘o torcedor tem sempre razão’. Bobagem, crendice, mito. Não estou aqui, contudo, desprezando a sabedoria que vem com a experiência, e muito menos diminuindo a importância que têm os mais velhos como fonte justamente de experiência e sabedoria. Só que devemos separar o joio do trigo.

Nem sempre o que está na boca do povo é o mais sensato ou adequado. Exemplos disso não faltam, e estão presentes em nosso dia-a-dia. Desde as simpatias e os chás caseiros que não curam asma, até superstições as mais variadas que amedrontam aqueles que acreditam, como sextas-feiras treze e gatos pretos. Se enquadram nesse tipo de crendices os ditos relacionados a um possível mau agouro com eventos que ocorrem em agosto.

Essa crença vem de longe, desde há muito tempo.

À época das expedições marítimas portuguesas, as mulheres não casavam nunca no mês de agosto, época em que os navios das expedições zarpavam à procura de novas terras. Casar em agosto significava ficar só, sem lua-de-mel e, às vezes, até mesmo viúva. Os colonizadores portugueses trouxeram esta crença para o Brasil já transformada em ditado popular segundo o qual “Casar em agosto traz desgosto’”.

Como a superstição é a mãe do medo, muitos alimentam essa crença de que esse mês é um mês ‘maldito’. Se procurarmos, encontraremos fatos na história do Brasil e do mundo que podem tranqüilamente justificar a fama de agosto, desde guerras, assassinatos, suicídios até acidentes aéreos. Mas se olharmos com atenção, obviamente nada disso é exclusividade desse mês. Mas lenda é lenda… Sem falar que dia 24 de agosto é o dia das sogras, e é o dia em que o Diabo anda solto, fazendo as suas, além de ser o dia de todos os Exus nos candomblés brasileiros.

Não era por nenhuma dessas razões que eu não gostava de agosto. Basicamente, era o mês “sobrando” (inverno, junho e julho frios e chuvosos, ainda tinha todo o agosto até que chegasse setembro e a primavera, já falei disso). Sem falar no fato que foi num doze de agosto que sofri – aos dezoito anos – o acidente de carro que me deixou treze dias em coma numa UTI. Não gostava desse mês com razão, acho.

Até que resolvemos, a Jacque e eu, nos casar na primeira semana de setembro. Não havia como, por falta de datas. Escolhemos, então, o 31 de agosto, há exatos doze anos. O padre, quando fui marcar a igreja, disse que ninguém casava em agosto. Eu disse que dia trinta e um à noite era muito mais setembro que agosto. E marquei a data.

Casamos, em 1996. Tem sido bem legal desde então, e cada vez melhor. Superamos todos os possíveis obstáculos, até mesmo os dois anos morando em hemisférios diferentes, eu no norte e ela no sul (parti num agosto). Quase doze anos depois, num agosto, há onze dias atrás, nasceu a Marina, nossa filha. Em agosto. Linda e saudável.

Puxa vida, eu acho agosto um puta mês.

Até.

quinta-feira, agosto 28, 2008

Irmão Coruja

Vale a pena ler e ver a reportagem da Veja dessa semana a respeito da passagem dos três anos do Katrina, o furacão que devastou New Orleans. Está na revista impressa e na edição online.

O texto é do André Petry e as fotos são do meu irmão, o fotógrafo Gilberto Tadday, que mora em Nova York. Além da reportagem tem um slideshow no site da Veja, cujas fotos, produção e parte da narrativa são dele.

Aqui.

Até.

terça-feira, agosto 26, 2008

Quem diria...

Que um dia eu ia concordar com a Igreja Universal do Reino de Deus?

Como assim?

Leia aqui.

Até.

segunda-feira, agosto 25, 2008

Dúvida

Ficar com a filha ou escrever no blog?
Ficar com a filha ou escrever no blog?
Ficar com a filha ou escrever no blog?
Ficar com a filha ou escrever no blog?
Ficar com a filha ou escrever no blog?

Resposta:

Aproveitar que ela está dormindo e escrever rapidinho, mas bem rapidinho, no blog...

Até amanhã, quando devo escrever com mais calma.

Até.

domingo, agosto 24, 2008

A Sopa 08/04

Sou pai.

Para aqueles que ainda não sabiam da novidade, informo: às seis horas e vinte e seis minutos do dia vinte de agosto de dois mil e oito, em Porto Alegre, nasceu, com três quilos e trezentas e cinco gramas e cinqüenta centímetros, a pequena Marina, filha da Jacque e minha. O mundo, como já esperado e anunciado, mudou.

É difícil escrever sobre o assunto porque resta pouca coisa a ser dita depois de frase ”me tornei pai”. Há algo de maior na vida? Honestamente não sei, assim como não tenho condições de, apenas quatro dias depois do seu nascimento, quantificar o tamanho do impacto que o fato vai trazer às nossas vidas, da Jacque e minha.

Por enquanto, apenas contar um pouco como foi que tudo aconteceu, e adianto que não vai ser desde o início, da primavera e das flores e os pássaros e tal. Vamos direto à madrugada de terça para quarta-feira.

Estava marcada a cesariana para as seis horas da manhã de quarta, e deveríamos estar no hospital, situado pouco mais de duzentos metros aqui de casa, às cinco da manhã. Dormi (dormimos) pouco na noite que precedeu tudo, e às quatro e quinze o despertador tocou e levantamos para o que seria o dia mais importante para nós desde que casáramos. Rapidamente nos arrumamos e estávamos no hospital faltando dez minutos para as cinco horas.

Tudo foi muito rápido, e faltando vinte e cinco para as seis da manhã estávamos vestidos para ir à sala de cirurgia. Fizemos fotos e vídeos com a câmera digital até a chegada do anestesista, que iniciou a preparação efetiva para o procedimento.

Confesso que – antes de acontecer – que o meu único medo era o de ter medo... Explico: estava preocupado em ficar ansioso na hora, afinal de contas era um momento de certa forma tenso: minha esposa e filha estariam em procedimento cirúrgico e eu sem poder fazer nada. Por mais seguro que seja (e é), sempre existe risco, como em qualquer procedimento médico. Eu, mais que ninguém, sabia disso.

Ao contrário dessa expectativa, tudo foi muito natural e calmo. Fotografei o antes, o nascimento e o depois. O astral estava bom, a equipe passou uma segurança e uma tranqüilidade extremas. Tudo ocorreu na mais perfeita ordem e rotina.

E ela nasceu perfeita e linda, como todas as filhas deveriam ser (ou são, afinal olhos de pai vêem muito mais que o óbvio).

Como é ser pai?

Ainda não sei muito bem, afinal foram apenas quatro dias, mas sei que eu sempre soube que seria pai, que era uma experiência que eu tinha que ter. Que eu precisava ter o meu mundo revirado por uma filhinha (ou filhinho).

E não é que nasceu em agosto, exatamente quatro anos depois do dia em que cheguei perdido no Canadá, e no mês em que a Jacque e eu casamos, quase doze anos atrás?

E tudo vem bem desde então, e melhor ainda desde a quarta-feira que passou.

Se agosto é o mês do cachorro louco, podem me chamar de louco (e louco é quem me diz que não é feliz...).

Eu sou feliz.

Até.

quarta-feira, agosto 20, 2008

Boa Nova

Os Avós,

Alfredo e Sívia e Gilberto e Tânia, juntamente com

os pais,

Jacqueline Rizzolli e Marcelo Tadday Rodrigues

tem a felicidade de anunciar que

às 6h26 de hoje, 20/08/2008, nasceu a

Marina Rizzolli Rodrigues.

Peso: 3305g
Altura: 50cm
APGAR: 10/10

(fotos em breve)

domingo, agosto 17, 2008

A Sopa 08/03

Há uma semana, voltei às atividades físicas.

Se o estimado leitor não sabia, conto agora. Venho enfrentando, desde fevereiro desse ano, sérios problemas de coluna cervical, que me causam contraturas musculares e dores intensas. Cheguei inclusive a ter que usar aqueles coletes cervicais lá em abril. Por isso, vinha desde final de março sem fazer nada de atividade física.

Passou o tempo, melhorei minha postura, passei a dormir de forma que não forçasse a coluna, e acabei passando os últimos três meses sem dores, bem. Com a aprovação do médico, decidi que era hora de voltar a me exercitar. Voltaria a jogar o futebol de todas as segundas.

Sabendo que não sou mais criança há uns bons anos, planejei começar aos poucos, jogando um pouco e ao mesmo tempo fazendo um trabalho de preparação física no resto da semana. Pois bem, segunda passada cheguei do trabalho, troquei de roupa e me olhei no espelho: nunca estive tão pesado...

Fui jogar e fiz como o planejado: alongamento antes, participei de parte da partida, alonguei mais um pouco, e voltei para casa. Dormi bem.

Acordei com dor cervical novamente.

Dor essa que com o uso de antiinflamatório por uns dois dias foi amenizando até que passou. Na sexta passada, tomava um café e encontrei um dos companheiros de futebol, ortopedista. Perguntou como havia sido a volta e, ao ouvir minha história, me recomendou primeiro fazer o trabalho de recondicionamento físico, com musculação, e só depois tentar voltar a jogar.

Voltei ao estaleiro, sem saber quando vou voltar a jogar futebol de novo. Espero que possa voltar a jogar...

E como tenho assuntos bem mais urgentes e importantes com o que me ocupar nas próximas semanas, deixo para depois os planos de atividade física.

Pára-quedas, então, nem pensar...

Até.

sexta-feira, agosto 15, 2008

Fotos de viagem por aí

Fotos de viagem publicadas em guias de viagem online.

Paris

(foto na verdade do Pedro, tirada na viagem dos Perdidos)

Montreal

(viagem de 2006 com Jacque, Pedro e Zeca)


Até.

quinta-feira, agosto 14, 2008

Trinta e oito semanas

Na maratona, chegamos aos últimos metros.

A qualquer momento cruzaremos a "linha de chegada".

Por enquanto, o primeiro vídeo feito aqui em casa.

Até.

quarta-feira, agosto 13, 2008

Como não me tornei cirurgião

Novembro de 1992.

Terminava o quarto ano da Faculdade de Medicina da PUCRS e, por esses, boa parte dos meus colegas (e eu junto) já pensávamos na especialidade em que gostaríamos de nos especializar quando nos formássemos. Como a concorrência para praticamente todas as opções era grande, muitos dos meus colegas trabalhavam em prol de seus futuros, fazendo estágios, tentando ficar conhecidos não só dentro dos serviços das respectivas especialidades no hospital em que estudávamos quanto também nos outros hospitais. A melhor forma de aparecer nos outros hospitais, se tornar conhecido, eram os estágios de férias.

Como as aulas terminavam no final de novembro e tínhamos férias até o começo de março do ano seguinte, dezembro, janeiro e fevereiro eram meses disponíveis para estagiar voluntariamente nos hospitais. Se alguns dos colegas estagiavam nos três meses de férias, eu era mais "moderado": estágio de férias só em dezembro, os outros meses era de férias na praia. Principalmente naquele verão: aquelas seriam as últimas grandes férias de verão, porque no ano seguinte eu estaria já me preparando para o final da faculdade e não teria férias devido aos estágios curriculares da faculdade, nas grande áreas da medicina. Dessa forma, as férias entre o quarto e o quinto ano da faculdade eram as últimas, e deveriam ser aproveitadas. Mas antes do verão na praia, tinha dezembro como o mês que faria estágio.

Naquele momento da faculdade, eu planejava ser cirurgião.

Pensando nisso, e como queria conhecer como funcionava o serviço de cirurgia de outro hospital (eu era da PUC), me candidatei e consegui um estágio em cirurgia geral da Santa Casa de Porto Alegre. Como o dia primeiro de dezembro era uma quinta-feira e no final de semana eu iria visitar um namorada (namoro que durou um final de semana, mas isso é outra história), combinei com o cirurugião-chefe de onde eu estagiaria que começaria na segunda-feira seguinte, dia cinco. Os meus colegas que iriam estagiar ali junto comigo começaram no dia primeiro mesmo.

Vale dizer que o tal do cirurgião era famoso pelos seus ataques de cólera, por brigar com todos, por impor medo em todos. Eu conhecia a fama, mas não estava nem aí. Comigo ele tinha sido até que legal.

Segunda-feira de manhã.

Primeiro dia de férias, primeiro dia de estágio.

Chego na Santa Casa logo cedo e vamos para o bloco cirúrgico. Primeira cirurgia da manhã, sou escalada como instrumentador. Começa a cirurgia e quem está operando é a R2 (residente de segundo ano de cirurgia). De cara, por nada (ou quase nada) ela xinga o R1, xinga o doutorando, xinga o outro doutorando, olha para mim para me xingar e não me conhece, ficando quieta. Assim é toda a cirurgia: estresse e mais estresse. Um horror.

A semana avança, e todos estão tensos. O clima não é dos melhores. O cirurgião, por outro lado, apesar da fama de brigão, me parece super-tranqüilo. O resto da equipe é que parece à beira de um ataque de nervos. Chega quinta-feira, vamos passar o dia no bloco cirúrgico novamente. O clima não muda. No começo da tarde, momento de descanso no vestiário do bloco cirúrgico. Há uma janela que dá para a praça interna da Santa Casa, onde existem árvores que dão sombra e bancos para ficar embaixo das árvores. O céu é azul, e o sol brilha.

Estágio de férias.

Estágio ou férias?

Férias!

Não tenho dúvidas: hora de ir para casa. Abandono ali o estágio e, com ele, o meu desejo de ser cirurgião.

Sem falar que não vou precisar operar intestinos...

Lembrei disso hoje pela manhã quando passei justamente pela mesma praça e olhei para a janela onde é (ou era, não sei) o bloco cirúrgico. Pensei no tempo que passou, nos rumos que a vida tomou e que, de uma maneira ou outra, acabei trabalhando no hospital em que abandonei a cirurgia para entrar de férias.

Até.

terça-feira, agosto 12, 2008

Lá no outro (2)

Tem atualização no blog dos Perdidos na Espace.

Continuamos com nossa base em Cortina D'Ampezzo, mas o dia foi para esquiar em Oberassen antes de seguir viagem.

Vai .

Até.

PS - E no outro também...

Fui.

domingo, agosto 10, 2008

A Sopa 08/02

Há uma antiga música dos Paralamas do Sucesso, chamada Tendo a Lua que diz que “Eu hoje joguei tanta coisa fora / Eu vi o meu passado passar por mim / Cartas e fotografias / Gente que foi embora / A casa fica bem melhor assim”. Esse final de semana foi mais ou menos essa música para mim.

Há tempos planejava fazer uma grande arrumação nas minhas coisas, basicamente nos meus arquivos – pessoais e documentos – para fazer jogar fora tudo o que não tinha mais sentido guardar. Tenho por hábito guardar papéis: contas pagas, recibos, notas, escritos antigos, rascunhos de idéias, textos incompletos, fragmentos de poesias escritas, letras de músicas compostas, tudo, o que faz que tenha uma quantidade crescente de lixo acumulado.

Por isso, desde sábado de manhã comecei a arrumar todos esses papéis que mantinha guardado, jogando fora o que não fazia mais sentido guardar ou que era muito ruim, ainda mantendo alguns deles por razões sentimentais e – com relação a documentos – catalogando todos os gastos com contas fixas aqui em casa desde que casamos e viemos morar aqui. Obsessivo, eu sei, mas gosto desse tipo de organização.

O mais importante (interessante) foi o trabalho quase de arqueólogo que fiz, revirando o meu próprio passado. Encontrei textos datilografados na velha (hoje em dia) máquina de escrever Olivetti que tínhamos em casa, alguns em tinta vermelha, cartas manuscritas e nunca enviadas a amigos, textos de reflexão sobre o que ocorria comigo na época. Textos escritos há cerca de vinte anos, cheios de dúvidas e esperanças com relação ao futuro. A maior parte deles teve como destino o lixo, pois não representam nada mais, o que torna sem sentido mantê-los. Alguns poucos, contudo, já mostram traços de quem eu viria me tornar nos anos seguinte, o que é bem interessante.

Encontrei fotos antigas, também. Fotos, contudo, eu não jogo fora. Nunca. Por pior que eu tenha saído nas fotos que tenho guardadas, esse tipo de registro devo manter e, melhor ainda, digitalizar. As fotos 3x4 de velhas carteirinhas, então, são uma dor de ver, mas são registros de como fui...

Até “A VaCA” eu encontrei.

A VaCA foi um jornal de única edição que fizemos em 1988, nós o grupo do fundo, um marco na história do jornalismo mundial e que teve uma única edição de um único exemplar (eu acho), e que está em minha posse. Dos três integrantes do corpo editorial que não se perderam por aí, um mora em São Paulo, o outro é pai da Mariana e o terceiro é esse que vos escreve.

Foi um final de semana de lembranças do passado, agora que o futuro chega em no máximo três semanas.

Estou pronto.

Até.

sábado, agosto 09, 2008

Sábado (e o C.O.M.)

Ontem foi dia da Reunião Mensal do Centro da Obesidade Mórbida e Síndrome Metabólica (C.O.M.) do Hospital São Lucas da PUCRS, um dos locais onde trabalho. Essa reunião mensal é para orientação de pacientes sobre obesidade, os problemas decorrentes dela, e as opções de tratamento, incluindo - principalmente - a cirurgia bariátrica (cirurgia da obesidade).

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Qual o papel de um pneumologista num grupo de tratamento da obesidade mórbida?

Eu atendo os pacientes com apnéia do sono.

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A próxima reunião é dia 12/09/2008 às 18 horas no Anfiteatro Irmão José Otão do Hospital São Lucas da PUCRS, na Avenida Ipiranga, 6690 - 2º andar. Quem estiver interessado, é só aparecer

Bom sábado a todos.

Até.

quinta-feira, agosto 07, 2008

Os Dias Antes da Paternidade (14)

Trinta e sete semanas.

Um capítulo interessante de uma gestação é com relação à escolha do nome do filho ou filha que virá. Não só pode ser motivo de disputa entre o casal (“Por quê não pode ser o nome do meu avô, o velho Flor?”) como pode envolver também as famílias e até outros, como conhecidos e colegas. Aliás, a gestação é o período da vida em que mais nossa vida privada é pública, mas isso é outra história.

Existem as mais variadas formas de se definir o nome do(a) rebento(a) que está para nascer. Vão desde nomes de ídolos (John Lennon da Silva, Elvis Presley de Oliveira), passando por nomes históricos (Mussolini Carlos, Getúlio Vargas, Leide Daiane) até formações feitas a partir dos nomes dos pais (Milênio, filho da Milene e do Ênio). Possibildade são quase infinitas, incluindo aí os nomes infames e outros, o que pode – como já disse - trazer um dilema ao casal que espera. Outras vezes contudo, é simples, como foi o nosso caso.

Sem querer parecer exagerado, mais ou menos desde os quinze anos que a Jacque já tinha definido que queria ter uma filha e que se chamaria Marina. Quando ficamos juntos, e a coisa ficou séria mesmo, cerca de quatro meses após nos conhecermos, fui avisado que – se um dia tivéssemos filhos, e se fosse menina, se chamaria Marina. Eu que me enquadrasse ou azar o meu. Como eu gostaria – se tivesse uma filha – que ela tivesse nome de música, achei Marina bem adequado (assim como seria Luisa, por exemplo).

Quando a Jacque engravidou, e começamos a imaginar qual o sexo do bebê e, portanto, qual o nome que escolheríamos, a única dúvida era se fosse menino. Como ela escolhera o nome feminino, eu – então – teria “o direito” de escolher o nome masculino. Perfeito.

A partir da música do Nando Reis, escolhi Sebastião como o nome masculino preferencial (“O mundo é bão Sebastião”) para incredulidade e revolta geral. Nesse momento, o mundo resolveu que não era um nome adequado (“Coitada da criança!”, diziam). Eu nem dei bola.

Dom Sebastião, O Desejado, décimo-sexto rei de Portugal, tornou-se rei ao três anos de idade, bisneto de Joana, a Rainha Louca da Espanha, desapareceu aos 24 anos de idade numa batalha no Marrocos. Tornou-se então numa lenda do grande patriota português - o "rei dormente" (ou um Messias) que iria regressar para ajudar Portugal nas suas horas mais sombrias, uma imagem semelhante à que o Rei Artur tem em Inglaterra ou Frederico Barbarossa na Alemanha. Em outras palavras, um grande nome com uma grande história, sem falar que teria o mesmo nome do Tim Maia: Sebastião Rodrigues.

Mas fui “vaiado” por todo mundo à volta, inclusive com pessoas dando sugestões de outros nomes. Como assim, não era eu quem determinaria o nome? Até a Jacque começou a pensar em alternativas. Outros nomes, é? Certo, mas existem regras, eu disse. Estão vetados nomes masculinos com a letra “F”. Por quê, me perguntaram. Não interessa, é uma questão de princípios, não me perguntem quais.

Para alívio geral, é uma menina, a Marina.

Até.

quarta-feira, agosto 06, 2008

Lá no outro

Tem atualização no blog dos Perdidos na Espace.

Fevereiro de 2002, estamos em Cortina D'Ampezzo, no Alpes Italianos, e esquiando (tentando, tentando) em Oberassen, perto de Brunico, quase Áustria.

Dá uma olhada .

Até.

terça-feira, agosto 05, 2008

Tempo

Apesar da rotina corrida, do trabalho em mais de um hospital, do consultório, da reforma da casa que ora termina, do quarto da Marina que já ficou pronto, das ansiedades e preocupações com o como será a partir de agora, no turbilhão de coisas que se avizinha por aí, tenho conseguido - ou, melhor, tem sido impossível evitar de - pensar na minha vida como um todo, sobre aquele velho papo de quem sou e pra onde vou.

Para ser mais específico, tenho lembrado de quem fui e que me fez quem sou, e junto tenho pensado nas pessoas que participaram desse processo. Tenho sentido falta de algumas das figuras essenciais e que - por uma razão ou outra - não podem estar mais por perto, para os velhos e bons papos como num tempo há muito passado.


Tenho estranhado não poder parar para olhar o mundo como fazíamos.

Celebrar, precisamos celebrar a vida.

Até.

segunda-feira, agosto 04, 2008

No braço

Sempre pensei que há limite para tudo.

Inclusive para a civilidade.

Todo e qualquer conflito deveria sempre ser resolvido com base no diálogo e na razão, pois - apesar de tudo - somos seres racionais. Então, nada mais adequado que o bom senso e a flexibilidade. Transigir para se alcançar o bem comum.

Só que nem sempre é possível.

Existem situações (e aqui não me refiro a nenhuma em especial) em que o bom senso é assassinado, a razão deixada de lado e, por mais que tentemos, o diálogo torna-se impossível. Nesse caso, lamentavelmente ou não, as coisas só se resolvem com o bom e infantil "você e eu, lá fora, agora".

Até.

domingo, agosto 03, 2008

A Sopa 08/01

Começo o oitavo ano de publicação d’A Sopa (o quarto do blog).

Mais uma vez, tentarei compartilhei com aqueles que me lêem um novo momento de vida, como já venho fazendo nesses meses que antecedem o nascimento da Marina, previsto para as próximas semanas. Em menos de um mês, a vida mudará.

Nem sempre temos essa consciência, o conhecimento preciso de quando a mudança ocorrerá, a data marcada, o momento exato.

É ilusão, contudo, acreditar que a mudança ocorrerá quando ela nascer. Já vem ocorrendo há tempos, como sempre acontece no fluxo da vida, e o nascimento servirá como momento simbólico (mas mais real que tudo) de que agora, sim e definitivamente, as coisas serão diferentes. E para melhor, tenho certeza.

Como a data é comemorativa – completou-se mais um ano de Sopa – fico tentado a lembrar como era quando tudo começou, quando saiu a primeira sopa de todas, lá em 2001. Muita coisa era diferente, aqui em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, no Brasil e no mundo. Mais importante, eu era muito diferente do que sou hoje.

As torres gêmeas de Nova York ainda estavam de pé, o Bin Laden ainda era um aliado dos Estados Unidos, o Papa era o João Paulo II, o PT governava Porto Alegre mas não governava o Brasil, o Inter ainda não era Campeão do Mundo, a Seleção Brasileira não era Penta, Toronto sequer era uma possibilidade na minha vida, entre muitas outras mudanças que ocorreram nesses sete anos. Relendo um dos primeiros textos que escrevi, e que falava de uma viagem à Salvador, comentei que li numa vitrine de loja uma mensagem que fez e ainda faz todo sentido para mim, para nós, para o mundo:

“Curar o passado, viver o presente, sonhar o futuro”.

A idéia de curar o passado é genial. Não devemos viver lá, remoendo antigas histórias, purgando culpas. A grande qualidade do passado é que já passou, e não volta. Aprender com o que passou, esse a lição. Por outro lado, não esquecê-lo. E viver o agora, preparando o futuro.

Futuro que está chegando, e é uma menina.

Até.

sexta-feira, agosto 01, 2008

Não que eu seja repetitivo

Mas queria dizer, a algum desavisado que ainda não se deu conta:

Vou ser pai ainda esse mês...

Até.