quarta-feira, junho 27, 2007

Pedestre

Quando fui morar no Canadá, uma das primeiras boas impressões com relação ao país foi relacionada ao respeito com o pedestre. Atravessar ruas não é um esporte radical, como em alguns lugares aqui no Brasil, e falo de Porto Alegre em especial porque vivo aqui.

Quando vim a passeio, quando ainda morava lá, e logo que voltei, antes de comprar o meu carro, circulei como legítimo pedestre pela cidade, e pude sentir como complicada é a vida dos transeuntes e daqueles que fazem uso do transporte público. Até porque transporte público em Porto Alegre é uma tortura. Já foi pior, concordo, mas ainda é um desafio.

Não quero comparar com cidades que têm um sistema público que realmente funciona, e que cubra toda a cidade. O de Toronto é bom, mas existem outras cidades no mundo com sistemas bem mais complexos e que funcionam perfeitamente ainda melhor.

Fujo do assunto, contudo.

Falava eu de ser pedestre. Os pedestres daqui também têm parcela de culpa no caos do trânsito, eles também não respeitando as sinalizações, atravessando a rua fora da faixa de segurança, muitas vezes se colocando e colocando outros em risco. Pois bem, fui pedestre (e usuário do transporte coletivo) em Toronto por dois anos, e aprendi a respeitar as regras de boa educação de um pedestre, assim como também exigir os meus direitos (Toronto foi o lugar que eu vi pedestres xingarem motoristas que não respeitavam a lei do trânsito). Melhorou meu jeito de ser motorista e de ser pedestre. Até aí, tudo bem.

Só que insisto em exigir os meus direitos. Principalmente nas faixas de segurança.

Faixa de segurança, como o nome já diz, é onde a prioridade da via é do pedestre. Ponto. Tenho feito questão de fazer valer o meu direito, para estresse de quem atravessa a rua comigo. Quando chove é mais fácil.

Respeita-se muito mais um pedestre quando ele porta um grande guarda-chuva...

Até.

terça-feira, junho 26, 2007

Pois é

Em minhas "andanças" pela Itália, tive que pegar a

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para chegar na

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Mas esse não é um caminho incomum, não?

Até.

segunda-feira, junho 25, 2007

La Mala Educación

Ontem, ao enviar ‘A Sopa’ por e-mail para o grupo de assinantes que a recebem dessa forma (paralelamente à publicação no blog), fiquei muito chateado, por um pequeno erro cometido: ao invés de mandar o e-mail endereçado a mim com cópia oculta para os assinantes, como usualmente faço, enviei para mim com cópia para todos. Ou seja, quem recebeu o e-mail, recebeu com o nome de todos os outros assinantes, coisa que procuro evitar sempre. Por quê?

Por educação.

As pessoas que recebem um e-mail que é enviado a diversas outras, que muitas vezes nem tem relação umas com as outras, não precisam e nem deveriam receber uma lista dos outros destinatários. Não é de bom tom. Fere a etiqueta. Não é certo, a não ser que seja um grupo de conhecidos que estão numa lista de discussões. E olhe lá.

Eu me sinto constrangido em cometer o erro que cometi ontem. Estava desatento, como tenho estado desatento por esses dias inquietos em que diversos assuntos clamam por minha atenção. Mas isso não importa, nem é desculpa. Educação é uma coisa que devemos ter sempre, deve ser natural. Mas não só educação. Senso do ridículo é artigo em falta ultimamente. Quando somados, então, falta de educação e de senso do ridículo se tornam uma bomba, quase impossível de agüentar.

Sim, estou de mau humor.

Hoje cedo, quando ia sair de casa, ao pegar o carro, notei que ele havia sido batido. Dentro da garagem! Deixei o carro intacto na sua vaga habitual ontem à tardinha e, hoje, ao chegar nele, ele está com a lanterna traseira esquerda quebrada e o pára-choque amassado e arranhado. O pior é que o autor não se identificou. Bateu, saiu e não falou nada. Filho da puta. Orçamento: R$ 500,00. Tudo bem, já tenho uma pista do autor e em breve descubro.

Então, ao contrário do que poderiam pensar, não estou de mau humor porque o Inter perdeu para o co-irmão ontem. Aliás, ficar de mau humor por causa de futebol é meio estúpido, além de inútil e de desperdício de energia. O futebol só serve para se ficar feliz quando se ganha. O resto é bobagem. Pena que nem todos sabem disso, ou pensam assim.

Existem conhecidos meus, tanto gremistas como colorados, que insistem em mandar e-mails com piadinhas sobre o time adversário, como se a minha caixa de mensagens fosse penico. Até aí tudo bem (não exatamente tudo bem, como disse, mas tolerável), o problema é outro: quando mandam um e-mail falando mal do time alheio, enviam com cópias (não ocultas) para todos os seus contatos. E uma parte dos “gênios” que os recebem respondem “Para Todos”, criando uma avalanche de e-mails estúpidos.

Tão ruim quanto isso são aqueles que enviam e-mails com correntes que “se não mandares para dez pessoas em cinco minutos” vais ser atropelado por uma manada de elefantes, ou cairá sobre ti um avião da PanAm.

As pessoas estão com muito tempo sobrando, não?

Até.

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domingo, junho 24, 2007

A Sopa 06/49

Um depoimento (um texto antigo).

E mais uma vez, não, isso não é um recado a ninguém.


Há um tempo atrás, escrevi sobre amizades de longa data, aquelas pessoas que te conhecem há muitos e muitos anos. É claro que não é apenas um questão de tempo, mas também de intensidade. O fato de conhecer alguém há mais de quinze anos, por exemplo, não significa automaticamente que ela me conhece melhor do que alguém que conheci há, também por exemplo, digamos, dois anos. O que conta é a intensidade.

Quando falo ‘intensidade’, quero dizer grau de conhecimento, interação, grau de confiabilidade. Não é qualquer um que permitimos que nos conheça de verdade, pelas mais variadas razões, que também não vêm ao caso. Quando falei no assunto no blog há alguns dias atrás, me referia a esses que, além de tempo, têm intensidade.

Mas não é fácil ter amigos assim.

Principalmente eles te conhecem de verdade, sem as várias máscaras e personagens e barreiras que desenvolvemos/criamos para lidar com o mundo. Eles sabem como são, não podemos enganá-los. A eles é que se atribui a máxima de que “amigo não é o que diz o que querermos, mas o que precisamos ouvir”. Tem que ter estômago para ter amigos assim. Certamente não é para qualquer um. Além de tudo, é uma via de mão dupla.

Para ter amigos assim, também temos que ser amigos assim.

Somos aqueles que colocamos o dedo na ferida, que chamamos de volta à Terra quando o amigo está “viajando”. Somos quem têm os pés no chão, somos a voz da razão. E tão difícil quanto ouvir é dizer aquilo que o amigo não quer mas precisa ouvir. Essa é razão para podermos contar nos dedos esse tipo de amigos.

O pior crime que o amigo pode cometer para contigo é a omissão.

Eu não me omito de dizer o que penso.

Nunca.

Até.

sábado, junho 23, 2007

quinta-feira, junho 21, 2007

Final de semana gastronômico (2)

Continuando o nosso final de semana gastronômico na Serra Gaúcha.

Após o almoço no excelente Moscerino, em Gramado, rumamos para Canela, para o Hotel Continental, onde ficaríamos hospedados. Fizemos o check in, fizemos uma pequena reunião de trabalho no sol, próximos à lareira, e então rumamos em direção ao Parque do Caracol, para a nossa sobremesa / lanche da tarde.

O lugar escolhido foi o Castelinho do Caracol, a poucos quilômetros da entrada do parque. Uma casa toda de madeira encaixada, feita sem pregos, que abriga um pequeno museu, que confesso que nunca visitei. Todas as minhas idas lá foram atrás dele.

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O melhor apfelstrudel do mundo.


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Parênteses. Tenho procurado ele, o melhor apfelstrudel do mundo, em várias das minhas viagens. Lembro de vários muito bons, como um apfelstrudel mit vanilla ice und sahne, comido numa cervejaria em Nuremberg, bom mesmo, mas nada como o do Castelinho do Caracol.

Não tem explicação. É maravilhoso, e completa-se com um chá de maçã com canela. Está ganha a minha tarde. Estaria, devo dizer.

Se tivessem me deixado entrar...

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:-)

Até.

quarta-feira, junho 20, 2007

Fim do jogo

Grêmio 0 x 2 Boca Juniors.

Como eu havia dito, o Boca não era o Caxias e nem Santos.

Grande campeão. Nós, colorados, repassamos o título de campeão da América a um merecido campeão.

Quanto ao Grêmio, parabéns. Foi um adversário de valor, valorizou a conquista argentina.

Fim de uma quarta-feira de futebol.

Até.

Fim do primeiro tempo

Grêmio 0 x 0 Boca.

Nada está definido. O Grêmio não está morto.

Nem o Boca é o Caxias (ou o Santos).

Vamos ver.

Até.

Antes do jogo

Em vinte e cinco minutos, começa o jogo do Boca contra o co-irmão.

Para ficar bem claro: o Boca ainda não é o campeão, e o Grêmio não está morto.

Seja lá quem ganhe, será o legítimo campeão.

Boa sorte a todos nós.

Até.

Quarta-feira de futebol

Há algumas semanas, no dia do jogo da semifinal da Libertadores da América entre Santos e o co-irmão, escrevi que estava torcendo para o co-irmão em virtude das barbaridades que um idiota torcedor do Santos havia falado sobre os gaúchos em geral. O meu plano para esta final era ficar indiferente.

Não mais.

Depois do que aconteceu em Porto Alegre nas últimas horas, com torcedores do tricolor gaúcho soltando milhares de foguetes durante toda a madrugada nas proximidades do hotel onde ficou hospedada a delegação do time argentino, comecei a rever meus conceitos. É coisa de torcida pequena, medíocre, de várzea (e acho a mesma coisa daqueles torcedores do Inter que fazem a mesma coisa). E começa a surgir um sentimento que levou o Grêmio à segunda divisão duas vezes nos últimos 25 anos: o pensamento mágico.

Aquele papo de imortalidade?

É a crença de que pode-se vencer sem futebol, apenas pela mística, pela "camisa". Pensando bem, se o Grêmio ganhar hoje, vão acreditar mais uma vez nisso, e o caminho para a tragédia da segundona mais uma vez estará pavimentado.

De qualquer maneira, nosotros nos quedamos tranquilos esta noche.

Hasta la vista.

terça-feira, junho 19, 2007

Confissão

O post de ontem, e alguns que virão, foi diretamente influenciado pelo ótimo Destemperados, que conheci há pouco tempo e virei leitor assíduo. Um pouco menos detalhado, e com menos informações que o original, claro, mas definitivamente inspirado nele.

Até acho que já publicou algo sobre o Moscerino, não tenho certeza.

De qualquer maneira, fica a dica.

Até.

segunda-feira, junho 18, 2007

Final de semana gastronômico (1)

O final de semana que passou foi dedicado a uma ida à Gramado, para um evento médico ao qual a Jacque havia sido convidada e eu fui de acompanhante, um esporte a que me dedico eventualmente. Já falei disso, ser acompanhante de congressista é uma das melhores funções que podemos ter, mas falo disso de novo outro dia.

Fomos junto com o casal Pedro e Maria José, grandes amigos e parceiros de viagens, passadas e futuras, eles já sendo oficialmente considerados parte do grupo 'Perdidos na Espace' (também falarei disso outro dia...). Viajamos no carro deles, já que o nosso Clio 1.0 é bom, mas ia "tomar uma canseira subindo a serra com quatro pessoas mais bagagens. Saímos no sábado pela manhã e chegamos à Gramado por volta do meio-dia. Passeamos um pouco pelo centro (lotado devido aos vários eventos do final de semana) e fomos almoçar.

O almoço foi no Ristorante Moscerino (Av. das Hortênsias, 1095), um lugar em que costumamos ir quando vamos à serra. Normalmente enche à noite, para o jantar, mas é uma ótimo opção para o almoço.

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Belo dia de sol, sentamos numa das mesas junto à janela, tomamos um Valduga Cabernet Sauvignon Premium safra 2004 e almoçamos massas.

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A Jacque comeu um talharim à Salernitana, a Zeca um Tagliatelle à Moscerino, o Pedro comeu um Risoto Trifolati e eu fui de Spagetti à Giuseppina.

Fantástico.

No final, apenas café, sem sobremesa pois o plano para a tarde já estava feito desde a saída de Porto Alegre.

Mas isso conto amanhã.

Até.

domingo, junho 17, 2007

A Sopa 06/48

Uma história (quase) real (em um texto antigo).

Sábado, noite.

Pronto para sair para jantar com amigos, tranco a porta de casa e chamo o elevador. Após alguns instantes de espera, a porta do mesmo se abre e a luz do corredor ilumina o elevador escuro. Dentro dele, em meio à penumbra, uma loira alta, de possível origem européia (não escandinava, italiana provavelmente) diz que “não tem luz, mas funciona, pode vir”. Eu vou, claro.

Certo, admito que não é a sueca seminua da lenda (que segundo conta a mesma, moraria comigo, mas não passa disso mesmo, lenda), mas é uma loira e estamos num elevador que, quando fechar a porta, vai ficar sem luz. Tranqüilamente, isso pode virar uma crônica ou uma piada, penso. Ou uma história de terror…

Penso na piada. Entram mais dois “passageiros”, um cara e uma morena, cabelos longos e nariz aquilino (detalhe sem relevância para a piada). Os cinco no escuro, e alguém peida. Alto, fedorento. Não fui eu. Silêncio constrangido. O cara diz “como pode alguém peidar na frente da minha mulher?”. Penso, mas não digo, “Puxa, tem fila, então… como são organizados…”. Desisto da piada. Muito fraca.

História de terror, pois. Deve funcionar melhor. A porta do elevador fecha, o breu toma conta de tudo. Estamos só nós dois, e alguém peida. Não fui eu. Não, não, não está bom. De novo. O elevador fecha, há um silêncio constrangido, e de repente a loira grita. Um grito de pavor, de desespero. Sinto espirrar em mim líquido quente. Sangue. A porta do elevador abre, e não é o hall de entrada do prédio. Há uma floresta de árvores altas. Ao fundo, um dinossauro. Ouço atrás de mim o “swisssssswisssssswissswissssswisss” e sei o que isso significa: slitaks. Estamos no Elo Perdido.

De volta ao mundo real, entro no elevador, a porta fecha e ficamos na mais completa escuridão. Dois andares estão marcados: o 18º e o 1º, para onde vou. Paramos no 18º, e pergunto se não é o seu andar. Diz que não, que já estava assim quando ela entrou no elevador. OK, então. A porta fecha mais uma vez, nós dois no escuro, e a luz do botão do 18º acende novamente. A loira diz na mesmo hora: “Você viu isso? Acendeu sozinha!”. Eu tinha visto, sim. Ela: “Deve ter um fantasma aqui com a gente…”. Chegamos no térreo.

Quem precisa inventar histórias quando elas estão aí, em qualquer lugar, esperando para serem contadas?

Até.

sábado, junho 16, 2007

sexta-feira, junho 15, 2007

Mulher de César

Não basta ser séria (honesta, se quiserem), tem que parecer sê-lo.

Essa é a explicação do momento.

Uma coisa a dizer:

RENUNCIA, CALHEIROS!!!

Até.

Gênio difícil, eu?

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Vocês é quem podem julgar...

Até.

quinta-feira, junho 14, 2007

Parto

Depois de uma longa gestação (eufemismo para falta de iniciativa minha) surgiu uma nova atualização (com fotos) no Perdidos na Espace.

Olha .

quarta-feira, junho 13, 2007

Quarta-feira em Buenos Aires

Tentando ficar alheio aos acontecimentos, que não me dizem respeito.

Vai ser impossível, contudo. Com foguetório que vai ocorrer na cidade, independente do resultado, não dá para fugir. Bem que eu tentei:

Convidei a Jacque para irmos para a praia.

Inverno, frio, noite, chuva, umidade, sem luz e sem aquecimento.

Não rolou.

Até.

segunda-feira, junho 11, 2007

Segunda-feira

Tem dias que somos atropelados pelos acontecimentos.

E não podemos fazer nada.

Quando é segunda-feira, menos ainda.

A semana vai ser longa...

Até.

domingo, junho 10, 2007

A Sopa 06/47

Uma discussão existencial (em um texto antigo).

Um velho dilema existencial, que há muito não me preocupava, voltou às minhas reflexões nos últimos dias: crescer, amadurecer, significando restringir, limitar.

Certo, não é mais um dilema. Foi por muito tempo, contudo, e ainda penso nele, como um velho amigo que viajou para muito longe e do qual perdemos o contato. Não é motivo de angústia, mas hoje tenho a certeza de que ele deve permanecer sempre por ali, ao alcance da vista, para não perdemos a perspectiva das coisas.

Do que estou falando, afinal de contas?

Explico, explico.

Até um determinado momento, temos a possibilidade de ser qualquer coisa na vida. Fazer o que quisermos, exercer qualquer profissão. Isso acaba quando “o mundo” nos obriga e escolher o que queremos ser (que determina o que vamos fazer). A partir daí, a maioria de nós se “fecha” para outras possibilidades. Considera-se incapaz para outras atividades (intelectuais ou não) diferentes daquela em que se especializou.

É o que chamo de ‘Teoria das Células Pluripotenciais’. Todos nós, temos no organismo – em determinado momento – células precursoras que podem se tornar qualquer tipo de célula específica, sei lá, por exemplo, músculo cardíaco ou neurônio. Essas células pluripotenciais, como o nome mesmo já diz, têm o potencial de se especializarem em qualquer outro tipo. Mas, depois de especializadas, não podem mudar. Grosseiramente falando, claro, afinal aqui não é aula de biologia. Mas a idéia é essa. E num plano macro, somo assim também.

Quando nascemos, temos o potencial de nos diferenciar para desempenhar qualquer função. À medida que o tempo passa, porém, vamos nos dedicando a poucas coisas, e nosso conhecimento vai ficando cada vez mais específico até que terminamos desempenhando uma única função social mais nada. Nos restringimos a esse papel.

Por isso o crescer significando restringir, limitar.

Levei anos me questionando porque eu, que estava cursando medicina, não podia, sei lá, fazer cinema ao mesmo tempo? Ou ser chef de cuisine? Ou estudar os clássicos, ler filosofia, estudar física, em especial cosmologia?

Aí uma vez, numa Feira do Livro de Porto Alegre – que aliás, é o maior evento do gênero realizado ao ar livre no continente americano, e a mais antiga feira do livro do Brasil realizada de modo contínuo, realizada sob a sombra dos jacarandás da Praça da Alfândega, no centro de Porto Alegre - assisti a um depoimento do Nelson Motta e, em determinado momento, ele disse que ele não queria ser especialista em nada, queria saber de tudo um pouco. Gostei da idéia, e por algum tempo levei comigo esse objetivo.

Só que não era suficiente, afinal eu já era médico e especialista, e tinha que me especializar cada vez mais no que eu fazia. O que fazer, então? Havia sido vencido pelo “sistema”.


Por um tempo, até achei que sim.

Até o dia em que percebi que eu podia, sim, ser especialista na minha profissão e, além disso, aprender tudo o mais que eu conseguisse, sobre os mais variados assuntos. Podia manter meus horizontes amplos, e com um mundo de possibilidades bem ali, ao alcance da minha mão.

Voltei a dormir em paz, finalmente.

Até.

sábado, junho 09, 2007

Sábado

Fotos de um feriado no parque.

Perdidos 2007_1

Perdidos 2007_2

Com reunião de trabalho.

E decisões importantes.

Até.

sexta-feira, junho 08, 2007

Futebol (3)

Recopa Sul-Americana: Inter 4X0 Pachuca.

Coroa_Real
hist_inter

Futebol campeão se joga no sul do Brasil.

Só para esclarecer.

Como bem disse o Juca Kfouri no seu blog:


"Porto Alegre voltou a ser a capital do futebol brasileiro".

Até.

quinta-feira, junho 07, 2007

Futebol (2)

Só agora entendi.

Quando o senhor Jonas Greb, num programa de rádio do time do Santos, disse textualmente que "os gaúchos têm mais é que se separar, não precisamos do Rio Grande bandeira do Brasil, vão lá, se juntem com a Argentina, formem o país das bichonas...", ele tinha uma intenção clara, que na hora não percebi.

Ele queria que o Rio Grande do Sul se separasse do Brasil (uma idéia totalmente estúpida, que só idiotas e/ou desinformados defendem) para dar uma chance a times de outros estados, e seu Santos em especial, de serem campeões de competições internacionais. Sem os gaúchos, seria mais fácil para eles...

Por mais que eu preferisse que fosse o Inter que ganhasse esse ano de novo, acho que o co-irmão é quem ganhará a libertadores da américa.

Nós, por outro lado, jogamos hoje o segundo jogo da final da Recopa, em busca da chamada 'Tríplice Coroa' (campeão da libertadores, do mundo e da recopa sul-americana em seqüência).

Dá-lhe, Rio Grande do Sul!

Até.

quarta-feira, junho 06, 2007

Futebol

Antes de mais nada, sou colorado.

(com muito orgulho, com muito amor)

Não sou anti-gremista, contudo.

O Grêmio na maioria das vezes não me interessa, e se eventualmente quero (e quero mesmo) que o co-irmão perca é para não ter que agüentar uns gremistas muito chatos (e são vários) enchendo o meu saco. A minha postura é de, se ganhei, comemoro, não encho saco dos outros. Como acho que deveriam agir todos.

Mas é só a minha opinião.

Além disso, não simpatizo com NENHUM outro time que não o Inter. Jamais vou dizer, por exemplo, que "no Rio sou Flamengo, em São Paulo torço pro Palmeiras", etc. Tenho um único time. Ponto.

Hoje o co-irmão joga a semifinal da Libertadores da América (competição em que o Inter é o atual campeão) contra o Santos. Ia ficar indiferente ao jogo, discretamente não querendo que o co-irmão fosse para a final, mas isso mudou.

Depois de ouvir no rádio as declarações de um idiota num programa de rádio de Santos, com mentiras e agressões a todos os gaúchos, mentindo inclusive sobre a polícia militar e incitando a violência, agora quero que o Grêmio elimine o Santos hoje à noite.

Mas que perca a final, claro.

Até.

domingo, junho 03, 2007

A sopa 06/46

Manhã de domingo. Sol.

Nunca escrevi louvações às manhãs de domingo da forma que fiz com as de sábado, até porque são bem diferentes as duas, apesar de compartilharem aquilo que chamamos de final de semana. As manhãs de sábado são um mundo de possibilidades que se abrem em nossa frente, enquanto as de domingo são mais lentas, preguiçosas, de recuperação do dia anterior. Personalidades diferentes, prazeres distintos. Domingo, para mim, significa almoço na casa dos meus pais, tradição antiga que remonta os domingos que almoçávamos na casa da minha avó, na cidade de Montenegro, aquela casa um mundo de possibilidades para um guri de dez anos, mais ou menos.

Falando de almoço, embarco no tema gastronômico, assim principal que gostaria de tratar hoje, com certa ênfase e tensão. Preocupação, na verdade. Deixa eu me arrumar na cadeira, ficar com a coluna ereta para assumir o tom sóbrio que preciso emprestar a essas palavras que vêm em seguida. O momento não é para brincadeiras.

Há algumas semanas, quando participei do evento ‘Mesa de Cinema’, evento em que assistimos a um filme e, após um debate, tivemos um almoço cujo tema era o filme assistido, a sobremesa – muito boa, mas isso não vem ao caso – era um sorvete de... tomilho. Tomilho! Ou uma outra erva qualquer que se usa para tempero e que eu NUNCA imaginei como ingrediente de um sorvete. Como disse, ficou bem bom, mas...

Argumente-se que isso é um dos deveres de um bom chef, criar pratos a partir de ingredientes algumas vezes surpreendentes. Até concordo, mas isso me levou a uma reflexão que uma conversa com a Jacque apenas confirmou: que fim levaram os bons e velhos pratos simples?

Explico.

Abra qualquer revista de culinária por aí e o que encontrará são receitas que geralmente combinam ingredientes insólitos, tipo carne de avestruz com creme de ervas daninhas, só para exemplificar. Ou sorvete de bacon. Sei lá. São misturas que podem até ficar boas, mas definitivamente são arriscadas. De novo, podem argumentar que cozinhar também é correr riscos, no que vou concordar.

Mas simplicidade também é uma qualidade. Até porque não se pode preparar um confit de canard para o almoço do dia-a-dia.

É hora de nos voltarmos para o simples.

Viva o feijão com arroz!

E o ovo frito!


Até.

sábado, junho 02, 2007