domingo, abril 29, 2007

A Sopa 06/41

Esses dias, estava eu a pensar nas maravilhas do mundo.

Você sabe, culto leitor: as Sete Maravilhas do Mundo Antigo, que eram a Grande Pirâmide de Gizé, os Jardins Suspenso da Babilônia, o Templo de Diana em Éfeso, a estátua de Zeus em Olímpia, o Mausoléu de Halicarnasso, o Farol de Alexandria e o Colosso de Rhodes. A única de pé delas é a pirâmide. As outras sucumbiram a terremotos, incêndios ou guerras.

Foram os gregos, lá pelos anos 150 a 120 ac., quem inventaram essa mania de fazer listas. Naquele momento, listaram os monumentos erigidos até então pelas mãos do homem que se destacavam por sua grandeza, suntuosidade e magnitude. Chamaram o conjunto deles de "Ta hepta Thaemata", ou seja, "as sete coisas dignas de serem vistas" - as sete maravilhas do mundo.

De lá pára cá, isso se tornou um hábito: faz-se lista para tudo, o tempo todo. Dez melhores filmes, dez mulheres mais bonitas, os cem melhores poemas do século, qual a melhor música dos Beatles, se vai ter sopa esse ano: tudo se presta a uma boa lista. Cada um faz a sua. E todo mundo pode votar nos seus candidatos.

Nesse momento, por exemplo, ocorre a eleição das ‘novas maravilhas do mundo’, a primeira com votos diretos, democraticamente. São vinte e um finalistas, desde a Acrópoles em Atenas até a Torre Eiffel, em Paris, em ordem alfabética. O Brasil está representado pelo Cristo Redentor, no Rio de Janeiro. Vinha ouvindo rádio esses dias e ouvia o chamado para votar via Internet no Cristo Redentor, afinal o candidato brasileiro. Foi aí que me peguei pensando nas maravilhas do mundo e nisso mesmo, essas eleições.

Não simpatizo com esse tipo de eleição.

Assim, antipático ao assunto, percebi que – para mim, ao menos – é impossível parar e olhar para uma lista de lugares e “decidir” quais são os melhores. Primeiro, que vou (e todo mundo deve fazer isso) simpatizar com os lugares que conheço (é bom saber que já visitei algumas das maravilhas do mundo antes ainda de saber que o eram); segundo, e mais importante, as maravilhas do mundo não são monumentos, construções, de três dimensões: não se pode desconsiderar a quarta dimensão.

O tempo.

O momento em que nos “encontramos” com determinado candidato a maravilha do mundo é fundamental para a nossa relação com ele. Quando estivemos lá, com quem estivemos lá e por que estivemos lá, todos são fatores fundamentais para determinar o “grau de maravilha” (se é que podemos dizer isso) de um lugar. Eu tenho os meus lugares. São meus, totalmente pessoais, e muito provavelmente não o são para mais ninguém. E isso é muito bom.

E você, quais são as suas maravilhas do mundo?

PS – escrevi esse texto antes de ler uma apresentação de PowerPoint sobre o assunto, em que um aluno, estimulado a listar as suas maravilhas, dizia que eram “ver, ouvir, tocar, sentir”, etc. Achei que o princípio era o mesmo da minha idéia, apesar de toda má vontade que tenho com esses arquivos .ppt que volta e meia alguém ainda insiste em me mandar.

Até.

sexta-feira, abril 27, 2007

É bom estar em paz...

Principalmente quando se recebem boas notícias, quando não se deve nada a ninguém...

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Até.

quarta-feira, abril 25, 2007

Agora é oficial

Choveu, a temperatura baixou um pouquinho.

O final de abril se aproxima.

A meteorologia prevê frio na serra no final de semana (estaremos lá, por sinal).


Está aberta a temporada de chás.

Até.

segunda-feira, abril 23, 2007

Trezentos. Ou não...

Sabe por que não chamaram Chuck Norris para estrelar "Os 300 de Esparta"?

Porque teriam de mudar o nome do filme...

ChuckNorris300

Fonte: Kibeloco

Até.

domingo, abril 22, 2007

A Sopa 06/40

Desde ontem, eu tenho uma segunda vida.

Para quem não sabe, o Second Life é um mundo virtual em 3-D criado em 2003 e onde as pessoas, após entrarem, podem – com dinheiro, claro – comprar e construir suas casas, montar negócios, conhecer pessoas, fazer parte de comunidades, participar de festas, viajar e conhecer o “mundo”. Possibilidades infinitas, em tese. Tudo mais ou menos fácil: para ir de um lugar a outro podemos nos teletransportar ou mesmo voar. Recursos gráficos são até interessantes, como quando estamos “voando”. Empresas as mais diversas já “abriram” filias no Second Life, e – se não me engano - até uma Embaixada da Suécia também já abriu.

Ontem, por exemplo, logo que entrei e comecei a “explorar” esse mundo, me teletransportei para a ‘Ilha Brasil’. Chegando lá, o principal que fiquei sabendo, conversando ou ouvindo as conversas de quem estava lá, é que teria uma festa ali às 20h do mesmo dia, sábado.

Sábado à noite? Festa virtual?

Certo, confesso que não entendi bem ou não “captei o espírito” do lugar: qual é a graça de uma festa virtual? Num sábado à noite?!

Como diz a música. “todo mundo espera alguma coisa de um sábado à noite…”. Mas acho que não espera algo virtual. Eu, ao menos, não. De qualquer maneira, quem sabe um dia desses eu entenda o barato do Second Life. Ou não.

Talvez eu não tenha mais idade para isso.

#

Hoje, 22 de abril, é o Dia da Terra.

A coisa não anda boa, como todos têm notado e alguns tentar negar. É hora de tomarmos uma atitude quanto a isso, e tudo começa no plano individual, em nossas próprias vidas. Desde racionalização do uso da água até diminuindo o consumo de derivados do petróleo, de pouquinho em pouquinho podemos frear uma catástrofe cada vez mais iminente.

O que você está fazendo no seu dia-a-dia para salvar a Terra?

O pessoal do Faça sua Parte tem muito a dizer sobre isso.

Vai .

Até

quarta-feira, abril 18, 2007

Eu tinha a força

A polícia, empenhada em combater a violência no Rio de Janeiro, não está perdoando nada nem ninguém. Sem exceções. Nem mesmo heróis de desenhos infantis.

Sword

E agora, o que será do He Man?

A notícia completa está aqui.

Até.

terça-feira, abril 17, 2007

Reforma agrária

Concordo.

Até.

Massacre na Virgínia

Horrível o que aconteceu, certamente.

Mas totalmente hipócrita a abordagem que parte (a que eu li/ouvi) da imprensa brasileira deu ao fato. Falam do índole violenta do americano, da facilidade em se comprar armas de fogo, dos filmes violentos, da competitividade do americano que leva a isso.

Tudo provavelmente é verdade.

Mas por que virar o rosto e não se horrorizar com o que acontece aqui mesmo, embaixo dos seus (nossos) narizes? Vivemos um período de barbárie. A vida, no Brasil, não vale quase nada. Mata-se por nada. Morrem tanto ou mais brasileiros todos os finais de semana em qualquer cidade brasileira.

Será que isso aqui vai ter a mesma repercussão e as mesmas teses que o fato (lamentável, triste) de ontem?

Gostaria que sim.

Até.

domingo, abril 15, 2007

A Sopa 06/39

Um texto de quatro anos atrás, sempre pertinente.

Não sou um bom médico. No máximo, regular, do tipo “quebra o galho”. Também não sou um grande escritor. Nem um bom músico (talvez “músico” seja um adjetivo forte demais para mim). Na área dos esportes, jogo futebol, alternando atuações ruins com eventuais jogos em que “vou bem”. Já joguei vôlei (até que bem, modestamente), tênis – sem comentários – e até sei rudimentos de golfe. Em resumo, faço muitas coisas superficialmente. O que talvez não seja tão ruim quanto você, leitor, pode estar pensando.

Assisti, há alguns poucos anos, numa Feira do Livro (evento que não poderia acontecer em outra cidade que não Porto Alegre), a um depoimento do Nélson Motta, espécie de “faz-tudo” no show business brasileiro. Produziu já muitos discos de muita gente boa, como Lulu Santos e Marisa Monte, já compôs muitas canções, foi dono de casa noturna, participou de programas de televisão, como o excelente Manhatan Connection, em que foi parceiro de bancada do falecido Paulo Francis e do sempre polêmico mas muito inteligente Arnaldo Jabor. Como dizia, assisti a um depoimento dele no Clube do Comércio, durante uma Feira do Livro, e ele disse exatamente isso: nunca queria ter sido um especialista em nada, ou melhor, em uma única coisa, queria saber de tudo um pouco.

Achei bem interessante este ponto de vista, porque vinha de encontro a uma idéia e ou teoria que eu já tinha há algum tempo: a das células pluripotenciais. Para quem não é médico ou nunca ouviu falar deste tipo de coisa: células pluripotenciais são células que podem se diferenciar em células de qualquer tecido. Ou seja, podem ser qualquer coisa, dependendo do estímulo que tiverem. Na minha teoria, nós – humanos – também funcionamos desta forma. Quando nascemos, temos o potencial de nos tornar ou fazer qualquer coisa. À medida que crescemos, vamos nos diferenciando, e acabamos nos tornando especialistas num único assunto (profissão, se quiserem). Com esta especialização, perdemos de saber (conhecer) todo o resto de possibilidades.

Nesta linha de pensamento, crescer significaria restringir possibilidades. Quanto mais “maduro”, mais específico numa determinada linha de funcionamento e menos aberto ao resto do mundo. Esse sempre foi um dilema existencial: “saber tudo” de um assunto e desconhecer o resto. Por exemplo: se sou advogado, nunca vou poder fazer cinema ou ser chef de cuisine, ou – mais importante – não vou poder fazer os três sem abrir mão de uma das atividades. Não que eu achasse ser possível fazer as três ao mesmo tempo, mas fazer cada uma delas a seu tempo, sim. E eu até hoje quero saber de tudo.

Os artistas renascentistas, como Michelangelo e Leonardo da Vinci, eram pintores, escultores, cientistas. Gênios, você diria, e eu concordo. Mas será que não foram tudo isso porque tiveram o estímulo adequado, não necessitando se superespecializar para poderem ser grandes? Não sei, nem me comparo com ninguém. Talvez o que eu disse até aqui tenha sido para justificar a minha dispersão de interesses. E talvez – também – esteja chegando a hora de eu me dedicar com máxima profundidade a algumas coisas. E, finalmente, talvez eu deva ficar sozinho, em silêncio, para saber disso.

Quantas coisas aconteceram desde então, quantas pessoas conheci, quantos lugares visitei?

A vida é sempre cheia de possibilidades e de surpresas. Às vezes me dou conta disso e fico admirado. Percebi também que hoje, 15 de abril, é aniversário de um grande amigo que não vejo há mais de dois anos, mas que a distância não quer dizer nada. Certo, Fernando?

Parabéns, meu velho.

Até semana que vem.

quinta-feira, abril 12, 2007

Nem sempre faz sol

Os versos dizem tudo:

Oh, pedaço de mim
Oh, metade afastada de mim
Leva o teu olhar
Que a saudade é o pior tormento
É pior do que o esquecimento
É pior do que se entrevar

Oh, pedaço de mim
Oh, metade exilada de mim
Leva os teus sinais
Que a saudade dói como um barco
Que aos poucos descreve um arco
E evita atracar no cais

Oh, pedaço de mim
Oh, metade arrancada de mim
Leva o vulto teu
Que a saudade é o revés de um parto
A saudade é arrumar o quarto
Do filho que já morreu

Oh, pedaço de mim
Oh, metade amputada de mim
Leva o que há de ti
Que a saudade dói latejada
É assim como uma fisgada
No membro que já perdi

Oh, pedaço de mim
Oh, metade adorada de mim
Lava os olhos meus
Que a saudade é o pior castigo
E eu não quero levar comigo
A mortalha do amor
Adeus

Não deve haver momento mais triste na vida de alguém do que enterrar o seu próprio filho. É uma quebra na hierarquia do mundo, a anti-natureza por excelência, o horror.

Mais doloroso se for no dia do aniversário.

E pior, muito pior, se ela só tinha doze anos.

Até.

terça-feira, abril 10, 2007

Comida para quem precisa

Esse é o presidente deles.

Parece que Caetano continua certo.

"Será que nunca faremos se não confirmar
A incompetência da América Católica
Que sempre precisará de ridículos tiranos?"

Até.

Finalmente

Hoje começou a 6ª temporada do '24 horas' no Brasil, episódio completo, depois do papelão da pré-estréia do domingo, quando - após o primeiro intervalo - o episódio foi substituído por vinte minutos de "Aliens X Predador", assim na boa, falha total.

Quase um ano depois de ter terminado a temporada americana do ano passado, em maio, só agora consigo assistir uma nova temporada (desde janeiro sendo exibida nos EUA e Canadá).

MUITO tensa, MUITO violenta.

Promete, promete.

Até.

segunda-feira, abril 09, 2007

Perguntaram-me se acredito em Deus

Aconteceu ao final de um debate sobre educação promovido pela Folha. Chegada a hora das perguntas uma senhora me perguntou algo que não tinha nada a ver com educação. Perguntou porque lhe doía: “O senhor acredita em Deus?” Houve um tempo em que era mais fácil acreditar em Deus. Hoje até o Papa se atrapalha. Na sua visita ao campo de concentração de Treblinka perguntou o que não deveria ter perguntado: “Onde estava Deus quando esse horror aconteceu?”

Heresia porque a pergunta silenciosamente afirma que Deus não estava lá. Se estivesse n˜åo teria deixado acontecer. Pois Deus não amor e todo poderoso? Se estava lá e deixou acontecer ou ele não é amor ou não é todo poderoso. Por outro lado, se ele não estava lá ele não é onipresente…

Depois do atentado terrorista ao World Trade Center o “New York Times” publicou um artigo com a mesma pergunta: Onde estava Deus? Se estava lá, por que deixou acontecer?

Dietrich Bonhoffer, pastor protestante que foi enforcado por haver participado de um frustrado atentado para assassinar Hitler – às vezes não há como fugir: ou matar um único, para que muitos não sejam mortos, ou, para preservar a oureza pessoal, não matar esse único e deixar que milhares sejam mortos; a inocência pode ser mais criminosa que o crime…, lutou com essa pergunta: “Onde está Deus?” Sua resposta foi simples: “Deus está aqui, mas ele é fraco…”

Se Deus existe e é forte, como perdoá-lo por permitir que aconteça o horror de sofrimento que não deveria acontecer? Mas se Deus é fracfo ou não existe, então seria possível perdoá-lo e amá-lo. Aí choraríamos e diríamos: “Se Deus existisse e fosse forte isso não aconteceria…” A gente fica, então, com saudade do Deus que não existe. Mas eu não disse nada disso para aquela senhora. Apenas perguntei de volta, pedindo um esclarecimento: “Acreditar em qual Deus? Há tantos… Homens ferozes e vingativos têm um Deus feroz e vingativo que mantém, para sua própria alegria, uma câmara de torturas chamada Inferno para vingar-se de seus desafetos. Há o Deus jardineiro que que criou um Paraíso e mora nas árvores e nas correntes cristalinas. Há o Deus com alma de banqueiro que contabiliza débitos e créditos… Há o Deus de Cecília Meireles que se confunde com o mar… Há o Deus erótico que inspira poemas de amor carnal… Há o Deus que se vende por promessas e faz milagres… E há também o Deus criança de Alberto Caeiro e Mário Quintana. Qual deles?”

Ela ficou em silêncio, meio perdida. Então lhe respondi com os versos do Chico: “Saudade é o revés do parto. É arrumar o quarto para o filho que já morreu”.

E perguntei: “Qual é a mãe que mais ama? A que arruma o quarto para o filho que chegará amanhã ou a que arruma o quarto para o filho que nunca chegará?”.

E acrescentei: “Sou um construtor de altares. Contruo meus altares à beira de um abismo. Eu os construo com poesia e beleza. Os fogos que acendo sobre eles iluminam o meu rosto e aquecem o meu corpo. Mas o abismo continua escuro e silencioso…”

Aí, provocado pela pergunta daquela mulher desconhecida escrevi um livrinho cujo título é a pergunta que ela me fez: “Perguntaram-me se acredito em Deus”. Àquela mulher o meu muito obrigado…

Rubem Alves, Folha de São Paulo, 03/04/2007, pág C2

domingo, abril 08, 2007

A Sopa 06/38

Após passar três meses e três dias sem comer doces, decorrentes de (1) uma dieta; e (2) compromisso caso o Inter fosse campeão do mundo – como já afirmei quase à exaustão -, tive como resultado: cinco, agora quatro quilos perdidos e o time referido acima desclassificado do campeonato gaúcho antes de sua fase semifinal. Valeu o peso perdido, certamente. Pois bem, estou de volta ao mercado das guloseimas, sobremesas e glicídios em geral.

O hospital em que trabalho a maior parte do meu tempo nos dias de hoje é o Hospital São Lucas da PUCRS, onde tenho o meu consultório. Como passo boa parte dos meus dias lá e como nem sempre estou atendendo pacientes no consultório ou vendo aqueles internados, passo também algum tempo de minhas manhãs (ou tardes, dependendo do dia) na AMHSL (Associação dos Médicos do Hospital São Lucas), da qual sou sócio. É um local para, médicos, termos um lugar para ficar, ler os jornais do dia, utilizar a Internet, acessar nossos e-mails e encontrar colegas. Além disso, há uma máquina de café expresso disponível, água gelada, sucos e biscoitos, desde aqueles ‘água e sal’ até as ‘bolachas recheadas’.

Durante o meu tempo de abstinência dos doces, sempre que entrava lá e olhava as bolachas recheadas (de chocolate, normalmente), eu pensava em como era bom eu estar fiel ao meu compromisso, caso contrário eu SEMPRE comeria aquelas bolachas, afinal são MUITO boas. Foi muito tranqüilo, até se aproximar o prazo final, na semana que passou. Comecei a sentir uma vontade LOUCA de comer bolacha recheada, mas sabia que era só porque eu “não podia” (na verdade não queria). Mesmo assim, os últimos dias foram de angústia.

Pois bem, quarta-feira passada, quatro de abril, encerrado o meu compromisso, entro no sala da AMHSL e me deparo com o pote cheio de bolachas. Um silêncio mortal cai sobre a Terra, e o tempo pára. Ouço um trabalhador, a milhares quilômetros de distância dali deixar cair uma chave inglesa no chão, tenso na expectativa do que vai acontecer naquele momento, pássaros cessam sua cantoria, nem as moscas voam, o silêncio é sepulcral. Caminho convicto até o pote das bolachas recheadas e abro-o. Olho em seu interior e lá estão elas, recheadas de chocolate, como que implorando para que eu as pegue. Ergo a mão e vacilo. Fecho o pote sem tocar em nenhuma bolacha. Pego um biscoito ‘água e sal’ e saio.

Malditas gorduras trans!

Até

sexta-feira, abril 06, 2007

Amém* (900° Post)

Sexta-feira santa, vamos matar o pai

Que vai dormir em paz
Depois ressuscitar em nós, em deus, em dois

Vê que não adianta crucificar o boi
Se volta à terra lá do céu
Isso era tudo que queria
A festa, a farra humana, a luta em nome da alegria
Que a santidade não sabia lhe ensinar

Por isso eu creio e não acho feio
Que a fé seja assim
Que até a santa madre, quando tinha sede
Dava tudo que podia
E a Galiléia abençoada, em coro, repetia essa oração

Nossa Senhora é poderosa
Mas nossa raça é manga e rosa
A nossa igreja deita e goza
E onde há fumaça, deixa o pavio queimar
Amém

* Nei Lisboa


Bom feriado a todos.

Até.

quarta-feira, abril 04, 2007

Doces, enfim

Exatamente no primeiro minuto do dia de hoje terminou o meu compromisso de não comer doces em nome de uma dieta e de uma homenagem ao Inter ter sido campeão do mundo em dezembro. De primeiro de janeiro até quatro de abril, dia do aniversário do INTER e véspera do meu próprio aniversário.

Posso dizer que foi fácil. Para mim, ao menos.

Sim, porque as pessoas com quem convivo certamente pareceram mais perturbadas com o fato de eu não comer sobremesas (e doces em geral) do que eu mesmo. Foi interessante de ver, afinal eu estava bem tranqüio, mas tinham pena de mim. Até me sugeriram algumas vezes deixar de lado a idéia e me atirar nos doces.

Mas não senti tanta falta assim.

Com exceção da última semana, em que andar no supermercado em meio aos milhares de chocolates foi algo ansiogênico. Imagino que aconteceu porque estava acabando o “desafio”, e as tentações aumentam justamente porque o fim está próximo. Resisti mesmo assim.

Ontem, faltando cinco minutos para hoje, a Jacque entrou no quarto, onde eu assistia ao ‘Law and Order: SVU’, com um bombom ‘Amor Carioca’ para que eu comesse logo após a virada. Nem estava pensando em comer o primeiro doce logo após a meia-noite, mas – já que era para comer, que fosse um ritual: esperamos chegar a quarta-feira, quatro de abril, 98º aniversário do Sport Club Internacional, e, ouvindo o hino, comi o meu primeiro chocolate em 2007.

Foi bom.

Até.

terça-feira, abril 03, 2007

Será?

Não sou paranóico, vocês sabem.

Certo, sou um pouco, sim, como somos todos paranóicos algumas vezes. Eu, com honestidade ímpar, apenas admito o que outros tentam negar. E modéstia, que não pode faltar. Não seria eu se não fosse modesto.

Mas falava de paranóia para citar um claro exemplo que contraria esse diagnóstico. Um caso claro de perseguição a mim que agora desmascaro, desnudo frente a todos vocês, meus caros dois leitores: o caso do Toronto Raptors.

Para quem não sabe, os Raptors são a franquia da NBA (National Basketball League) de Toronto. Durante os quase dois anos em que morei na cidade, foram jogadas duas temporadas da NBA, e em nenhuma das duas os Raptors foram muito bem. Aliás, não foram nada bem, sem atingir os playoffs em nenhum dos dois anos. Até aí tudo bem, eles não chegavam aos playoffs desde 2002. Porém…

Depois que voltei ao Brasil, os Raptors “resolveram” jogar basquete e, agora, faltando cerca de nove rodadas para terminar a temporada regular, estão MUITO próximos dos playoffs, inclusive liderando a Atlantic Division, de que fazem parte também o Celtics de Boston, os Knicks de Novas York, os Nets de New Jersey e os 76rs da Filadélfia. Não quero insinuar nada, mas…

Foi só eu sair de perto para eles voltarem a ganhar!

#

Aos colorados leitores (pelo menos dois terços dos meus dois leitores) deste blog, uma palavra de tranquilidade: o Inter vai voltar a vencer a partir de amanhã. A explicação é simples e lógica.

Eu estou, a partir do primeiro minuto da quarta-feira dia 04/04, 98º aniversário do atual Campeão do Mundo, liberado para comer doces, pois termina o período no qual eu havia me comprometido a não comê-los em comemoração ao título obtido no Japão e dieta. Era isso o que estava faltando para o Inter deslanchar novamente e retomar a caminhada que o levará ao bicampeonato do mundo e que me fará passar UM ANO sem comer no McDonald’s. Compromisso firmado.

E sem pensamento mágico, evidentemente.

Até.

segunda-feira, abril 02, 2007

Fotografia (23)

Monte Belo do Sul 01
O pórtico
Monte Belo do Sul/RS, Brasil

Cenas das próximos capítulos

Estava pensando em como é o nosso entendimento do mundo.

Nada tão amplo, claro.

Exercício: pense se consegue entender a letra de uma música, no sentido do que o autor quis dizer, e não apenas a nossa interpretação daquilo que achamos que ele quis dizer. Sabe como é? Pense numa letra de música ou uma poesia e "entre" na cabeça do autor para ver o que acontece.

Muito louco, muito louco.

Não é com qualquer música que se pode fazer isso, mas vale tentar.

Até.