quinta-feira, março 29, 2007

quarta-feira, março 28, 2007

Olha o aviãozinho

O plano era fazer a 'Sopa de Ervilhas do Marcelo, A Volta'.

Só que ainda existem dúvidas a respeito.

O que pensam disso os seis leitores desse blog?

Até.

terça-feira, março 27, 2007

Não sei, mas...

Admito que esse não é um blog jornalístico.

Declaradamente, essa nunca foi a intenção, parecer dessa forma, até porque não sou jormalista. Gosto de escrever, é tudo. O que acontece é que - algumas vezes - a informação "se atira" na nossa frente e somos obrigados a "dar uma de jornalistas". Recebi uma informação que ainda não li em lugar nenhum, independente de ser na Internet, jornais, rádio ou televisão. A fonte é quente e, por isso, não posso revelá-la. E tem a ver com a crise da aviação no Brasil, o chamado "apagão aéreo".

Diz a minha fonte que tudo isso está sendo feito para poder retirar o controle aéreo dos militares. Quem controlaria o espaço aéreo brasileiro não seria mais a Força Aérea, mas sim uma estatal controlado pelo governo, sem ingerência militar. Com que intenção?

Um controle aéreo feito por não-militares facilitaria a entrada de drogas por ar, algo que praticamente não acontece agora devido ao rigor dos militares (praticamente toda droga que entra no país o faz por via terrestre).

Teoria conspiratória? Pode até ser, mas digo que minha fonte é quente.

Alguém mais ouviu falar disso?

Até.

segunda-feira, março 26, 2007

Porto Alegre

Tem uma propaganda em homenagem à Porto Alegre - que completa 235 anos hoje - que fala sobre as vistas da cidade. Mostra várias, embaladas pela canção "Porto Alegre é Demais", e termina com o que chamam de a vista mais bela de todas:

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A vista de quem volta.

Essa eu vi várias vezes nos últimos anos, e sempre foi muito, muito bom.

Até.

domingo, março 25, 2007

A Sopa 06/36

Eu tenho inveja. Eu estou arrependido.

Tenho que confessar aqui nesse espaço, afinal honestidade é uma das minhas características. Até já me sinto mais leve após essa confissão, que vou explicar na seqüência desse texto. De qualquer forma, desde já saibam que sou um grande invejoso.

Falo aqui – evidentemente – sobre um acontecimento que vai ocorrer durante todo esse ano em Porto Alegre e do qual não participarei (na verdade, já não estou participando). E por isso tenho inveja daqueles que se inscreveram a tempo e não fizeram como eu – estúpido – que quando tentei me fazê-lo já não havia mais vagas. O arrependimento é justamente por não ter me inscrito em tempo.

Enrolei, enrolei e ainda não disse do que estou falando, eu sei. Trata-se do evento ‘Fronteiras do Pensamento’ um ciclo de conferências que vai tratar do pensamento contemporâneo, indo desde o debate sobre cultura, educação, arte e o mundo. Um evento imperdível, que o cabeção que aqui escreve está perdendo. O suicídio, aqui, é quase um dever…

Começou na semana passada, com duas conferências, uma do ex-ministro da educação do Brasil, Paulo Renato de Souza, que falou sobre a escola no mundo atual, de tecnologia e velocidade. O outro conferencista da noite – e o que acentuou o meu inconformismo de ter perdido o evento – foi do francês Luc Ferry. Para quem não sabe, ele foi ministro da educação francês, muito lembrado pelo decreto que proibia o uso de símbolos religiosos pelos alunos nas escolas, que foi polêmico e muito debatido.

Como não estive lá, vou utilizar o auxílio do Caderno Cultura do jornal Zero Hora de ontem, na palavras do jornalista Carlos André Moreira:

Em um improviso dinâmico, Ferry fez a defesa da filosofia como ferramenta para que os pais possam projetar a educação que dão aos filhos. A conferência seguiu de perto, embora de forma resumida, o imenso apanhado que Ferry faz no livro Aprender a Viver, recuperando o objetivo original da filosofia na Antigüidade grega, o de "busca da vida boa".

- A filosofia nos ensina como superar os medos que nos separam da vida e dos outros. Ela trata do que pode salvar os humanos dos medos que nos impedem de viver uma vida boa - comentou o ex-ministro

Ferry prosseguiu elencando os três conjuntos de medos fundamentais sobre os quais se discorre desde a Antigüidade. O primeiro deles seria o dos medos sociais, o medo das pequenas situações de exposição e convivência, como o medo de falar em público, de ser o centro das atenções, de ser ignorado em uma situação de diálogo ou de confraternização. Depois desses medos mais corriqueiros, viriam as fobias, os medos mais profundos, e, Ferry ressaltou, medos surpreendentemente contornáveis.

- A maioria dos seres humanos convive bem com suas fobias, aprende a seguir sua vida com elas. Se você tem fobia de elevador, sobe pela escada. Se tem fobia de viajar de avião, vai de carro.

O terceiro medo essencial, central para a argumentação de Ferry e objeto dos questionamentos da filosofia, é o medo da morte. Esse medo, explicou, não se refere apenas à própria morte física de quem sente o medo, e sim ao desaparecimento de entes queridos, mães, pais, filhos, pessoas amadas. Vencer a morte, para a sociedade grega, era possível por três maneiras: ter filhos - uma noção física de permanência, já que os filhos permanecem com traços herdados de seus antepassados -, ser herói, um herói cujo nome seria inscrito na história, como Aquiles, e encontrar, por meio do pensamento racional, um papel na grande ordem do universo: o Cosmos.

Era o papel da filosofia ajudar o homem a encontrar esse papel, e era o que faziam os estóicos - a escola liderada por Zenão, para os quais uma vida boa era vivida por quem encontrasse seu Lugar Justo na ordem do mundo. Em francês, como em português, a palavra Justo tem o sentido de algo harmonizado com a justiça e, ao mesmo tempo, algo que está no lugar certo, sem sobras ou faltas, ajustado.

Mas Ferry, defensor de um humanismo para quem a filosofia é uma doutrina de salvação sem Deus, não pôde deixar de comentar também o momento em que a filosofia cristã disputou corações e mentes com essa visão racional do mundo - e venceu. Citando um texto de São Justino, apologista cristão que viveu no século 2, lembrou que a promessa cristã não era de uma abstrata adequação à ordem natural, e sim a de encontrar entes queridos em outra vida - o que mudou definitivamente o conceito de salvação. Filosofia, diz Ferry, é a doutrina da salvação sem Deus - e assim, na ausência de fé, o caminho para dirimir o medo da morte é a filosofia.

A religião, segundo Ferry, é a saída pessoal, individual, mas não é necessária para o estabelecimento de um código moral. A religião oferece respostas para questões metafísicas, tanto quanto o pensamento racional, mas não tem direta ligação com a existência de moral. É possível haver uma moral laica porque a moral diz respeito a questões de ação terrena. E é justamente a moral o que faz ligação com o tema educação citado por Ferry no início da conferência.

Entraria aí a transmissão de três valores fundamentais, os quais seriam a chave para saber se um pai cumpriu a contento a função de educar: o Amor, que faz uma criança ter uma vida feliz, a Lei, que ensina o limite do outro e a sociedade, e a Cultura, que é o entendimento da verdade. Esses elementos aparecem de forma recorrente em cada uma das três principais tradições do ocidente: cristã, judaica e grega.

Tenho razão em estar com inveja de quem esteve lá, certo?

Até.

quinta-feira, março 22, 2007

Política

Tem que ter estômago.

Vinha eu voltando para casa ouvindo rádio quando ouvi uma propaganda do PT, que falava no 'jeito PT' de fazer as coisas e comparava os recursos investidos em diversas áreas pelo governo Lula (o presidente) e pelo governo Yeda Crusis (governadora do RS). Saca só, comparava os recursos do governo federal com os de um estado da federação. São grandezas incomparáveis, qualquer imbecil sabe (bom, talvez nem todos). Mas eles sabem, e comparam mesmo assim.

Isso é desonestidade, tentativa de manipulação da verdade.

Tenho medo de pensar no que vai ser dito na próxima campanha eleitoral.

Até.

segunda-feira, março 19, 2007

Segunda-feira

chuva

Chove na tarde fria de Porto Alegre
Trago sozinho o verde do chimarrão
Olho o cotidiano, sei que vou embora
Nunca mais, nunca mais

Chega em ondas a música da cidade
Também eu me transformo numa canção
Ares de milonga vão e me carregam
Por aí, por aí

Ramilonga, Ramilonga

Sobrevôo os telhados da Bela Vista
Na Chácara das Pedras vou me perder
Noites no Rio Branco, tardes no Bom Fim
Nunca mais, nunca mais

O trânsito em transe intenso antecipa a noite
Riscando estrelas no bronze do temporal
Ares de milonga vão e me carregam
Por aí, por aí

Ramilonga, Ramilonga

O tango dos guarda-chuvas na Praça XV
Confere elegância ao passo da multidão
Triste lambe-lambe, aquém e além do tempo
Nunca mais, nunca mais

Do alto da torre a água do rio é limpa
Guaíba deserto, barcos que não estão
Ares de milonga vão e me carregam
Por aí, por aí

Ramilonga, Ramilonga

Ruas molhadas, ruas da flor lilás
Ruas de um anarquista noturno
Ruas do Armando, ruas do Quintana
Nunca mais, nunca mais

Do Alto da Bronze eu vou pra Cidade Baixa
Depois as estradas, praias e morros
Ares de milonga vão e me carregam
Por aí, por aí

Ramilonga, Ramilonga

Vaga visão viajo e antevejo a inveja
De quem descobrir a forma com que me fui
Ares de milonga sobre Porto Alegre
Nada mais, nada mais

(Ramilonga, Vitor Ramil)

domingo, março 18, 2007

A Sopa 06/35

Sábado – ontem – à noite.

Jantamos, a Jacque e eu, na casa dos cunhados e parceiros de viagem Paulo e Karina, como tem sido um hábito desde o ano passado, poucos meses depois de eu ter voltado para o Brasil, de certa forma recuperando uma antiga tradição nossa. Além de jantar, resolvemos assistir o vídeo da nossa primeira viagem juntos, no já remoto ano de 1995.

Foi em junho daquele ano. Eu havia conhecido a Jacque logo no começo do ano, em janeiro, quando iniciamos a residência médica no mesmo hospital, começamos a namorar em março, e fui apresentado ao casal Karina – irmã da Jacque – e Paulo, o cunhado, em no mês seguinte. Desde o início, criou-se uma afinidade grande entre nós quatro, e não foi surpresa - para nós, ao menos – quando resolvemos viajar juntos de férias logo depois, já que a Jacque e eu tínhamos férias que seriam simultâneas por quinze dias. Foi tudo meio rápido. Decidimos que seria legal viajar, escolhemos um destino e um roteiro e um mês depois viajamos. Viajamos juntos por quinze dias, eu voltei para trabalhar, e eles seguiram passeando por mais dez dias.

O destino?

Fomos para Orlando e os parques da Disney, depois para Nova York, Filadélfia, Baltimore, Atlantic City e Washington. Dali, voltamos à Nova York, de onde embarquei de volta e eles seguiram para o norte, indo para o Canadá, visitando Montreal, Quebec, Ottawa, e depois desceram até Chicago, Nova York e de volta. Aquela foi a primeira viagem que fizemos juntos, as primeiras de muitas histórias que temos para contar. Bem legal, muitas fotos e um vídeo.

Pois bem, ontem resolvemos assistir ao vídeo, de doze anos atrás. Eu com 23 anos, bem mais magro e com muito mais cabelo. Apesar disso, de um modo geral gosto muito mais de mim agora do que antigamente. Sei lá, acho que não ficava tão bem assim com cabelo e muito magrinho... Aliás, isso não tem a menor importância.

E nem era disso que eu queria falar.

Em determinada altura da noite houve um problema com o vídeo-cassete (lembram disso, fitas VHS?) e de repente começou a avançar a fita rapidamente. Na hora, brinquei com a situação, dizendo que estavam passando as outras viagens e histórias registradas, como o nosso casamento, a viagem dos Perdidos pela Europa, o nascimento da minha afilhada, do meu sobrinho, a ida para Buenos Aires em setembro passado, “olha, nós já idosos, ops, isso é o meu funeral...”.

E veio a idéia de um filme de terror: alguém retira um vídeo numa locadora (pode ser DVD, para os moderninhos) e descobre que sua vida está registrada ali. Só que não consegue fazer parar o filme, e os eventos se desenrolam um atrás do outro até que aparece ele em casa vendo o filme em DVD de sua própria vida, que termina com ele vendo um DVD de sua própria vida, que termina com ele vendo um DVD de sua própria vida, que termina com ele vendo um DVD de sua própria vida, que termina com ele vendo um DVD de sua própria vida.

Não dormi direito depois de pensar no roteiro.

Até.

quinta-feira, março 15, 2007

Amenidades Alimentares, ou Não

Não sei se soube alguém mais sabe, mas estou desde primeiro de janeiro do corrente ano sem comer doce, de nenhum tipo. Foi um compromisso que fiz comigo mesmo: ficaria sem comer doces desde 01/01/2007 até 04/04/07 caso o Inter fosse Campeão Mundial no Japão.

Como ganhou, tenho cumprido bem feliz o meu objetivo até agora, quando ainda faltam vinte dias para o final do “desafio”, que coincide com a véspera do meu aniversário e justamente no dia do aniversário do Sport Club Internacional, o atual Campeão do Mundo. Apesar do que dizem as más línguas, não foi uma promessa, foi – na verdade – muito mais uma forma de motivação para fazer uma dieta que estava precisando fazer.

Bom, acontece agora (pensamento mágico, pensamento mágico!) que desandou a maionese. Não comigo, claro, mas com o clube do povo do Rio Grande do Sul. Está mal das pernas do Campeonato Gaúcho e na Libertadores da América. Ontem, por exemplo, tomou um balaio do Vélez Sarsfield em Buenos Aires. Três a zero e um banho de bola. Até eu jogaria melhor de zagueiro ontem.

Só que isso levanta uma questão interessante.

Não que eu acredite nessas coisas, mas sei lá. Será que o Inter não está mal justamente porque eu não estou comendo doces? Pense bem, parece lógico: (1) eu parei de comer doces; (2) o Inter não ganha. Logo, o Inter não ganha porque eu parei de comer doces. Simples, não?

Não, evidentemente. As coisas não são assim tão simples. Dois eventos em seqüência não têm, necessariamente, relação causa e efeito. Mas que é tentador pensar assim, isso é.

Ainda mais quando, ontem, após almoçar em casa, tive uma vontade louca de comer uma sobremesa, impulso contido pela fidelidade ao meu compromisso. Mas será que se eu tivesse comido o Inter não teria ganho?

O que devo fazer? Comer para salvar o Inter ou não comer e me manter fiel ao meu objetivo (faltam só 20 dias, mas até lá pode ser tarde demais...)?

Preciso da sua opinião.

Até.

domingo, março 11, 2007

A Sopa 06/34

A sorte sorriu para mim.

Sabina Peter é filha única de Peter Martause, rico mercador de algodão e cacau no Zimbabwe. Ele morreu em 2000 e deixou nove milhões e meio de dólares numa conta secreta em nome da filha na Costa do Marfim. Agora, ela precisa de um estrangeiro para gerenciar seus investimentos, para o que ela precisa que eu mande os dados da minha conta bancária para que ela possa transferir o dinheiro. Para tal, me oferece uma comissão de 20%.


Peter Frank, que mora na Libéria, é filho de James Peters, rico mercador de ouro e diamantes que foi morto por rebeldes em seu país. Antes de morrer, ele revelou que possuía dezesseis milhões de dólares depositados em Gana. Peter, nesse momento, precisa de alguém de fora do país para gerenciar seus investimentos, para o que ele precisa que eu mande os dados da minha conta bancária para que ela possa transferir o dinheiro. Para tal, me oferece uma comissão de 20%.


Kingsley Bayo Agua é auditor do United Bank for
Africa. Ele fez contato comigo para me propor um negócio: Kenneth Magoto, um cliente do banco, morreu – ele e toda a sua família – num desastre de avião, e seus investimentos, totalizando sessenta e cinco milhões de dólares, estão disponíveis. Ele procura por um sócio e – por isso - ele precisa que eu mande os dados da minha conta bancária para que ela possa transferir o dinheiro. Para tal, me oferece uma comissão de 30%.


Histórias semelhantes acontecem com Edward Kamara, Terfar Otis, Fatima Owayed, o Príncipe Abacha, Kenneth Willians, Williian Bill, Tafa Frank Balogun, Joihn Kofir, Andrey Konovalolv, Monica Rossman, Madi Abu, Bright Nelson, a até a viúva do falecido Yasser Arafat, Suha. Todos eles receberam indicações de que eu sou uma pessoa confiável e querem fazer negócio comigo.

Eu sabia que a minha estada no Canadá seria uma enorme upgrade no meu currículo. Só não imaginei que seria a esse ponto...


Até.

quinta-feira, março 08, 2007

Perda de tempo

Dez mil pessoas se reuniram em São Paulo hoje à tarde para protestar contra a visita de George Bush ao Brasil. Dez mil, no meio da tarde. Em Curitiba também houve manifestação.

Tem muita gente com muito tempo livre.

Qual resultado disso?

Pensam bobagens, fazem besteiras.

Que coisa mais ridícula fazer esse tipo de protesto.

Pior aqueles que irão a um protesto organizado pelo Chavez na Argentina.

Até.

Doze anos essa noite

Começando
March 8th, 1995
Porto Alegre, Brazil

terça-feira, março 06, 2007

Vai começar tudo de novo

Meio atrasado, eu sei.

Já teve um "deslize" em Montevidéu, mas já voltamos à normalidade quarta-feira passada.



Até.

domingo, março 04, 2007

A Sopa 06/33

Vez que outra, ainda, alguém me encontra e pergunta como está a minha adaptação na volta ao Brasil, já passados oito meses desde que cheguei. A resposta é mais ou menos – dependendo da situação – a mesma: já cheguei readaptado, foi como se eu nunca tivesse saído.

O que é bem diferente de dizer que eu não estranhei nada.

Isso porque, mesmo antes de sair do Brasil, havia situações, atitudes, hábitos e manias “brasileiras”, tanto numa visão macro quanto numa perspectiva mais pessoas, que eu nunca entendi ou mesmo aceitei. O que também nunca significou incapacidade de adaptação minha a nada, mesmo quando estive servindo nas forças armadas e quase fui preso algumas poucas vezes por situações criadas ou comentários feitos, o que não vem ao caso agora. O fato é que, em resumo, morar no Brasil não quer dizer compactuar ou aceitar passivamente tudo o que está incluído no “pacote”.

Violência urbana, juros altos, insegurança, trabalho mal-remunerado, injustiça e desigualdade social, todos são problemas conhecidos e que não podem ser ignorados nunca. Por outro lado, não podem paralisar a vida. A luta deve ser por mudar isso. Como? Bom, enquanto não me torno um oráculo, sinto dizer que cada um deve encontrar suas batalhas e lutar com as armas que tem. É acertando o pessoal que começaremos a mudar o coletivo.

É um ponto de vista sobre tudo.

Semana passada, lendo uma revista de circulação nacional muito criticada por tendenciosa, encontrei uma entrevista com um filósofo australiano que diz algo que não me canso de dizer, e tem a ver com o não pequeno número de pessoas que se diz horrorizada com os escândalos político (ou a violência), por exemplo, e no seu dia-a-dia joga lixo na rua ou estaciona em local proibido: digo que esses casos “grandes”, que aparecem nos jornais, são a mesma coisa dos pequenos “deslizes” que cometem, a diferença está na magnitude e publicidade do fato. Não concordam, justificam, mas – no fundo – sabem que estou certo.

Como disse Peter Singer (filósofo – extraído da Veja de 21/02/2007, edição 1996):

“A ética é um exercício diário, precisa ser praticada no cotidiano. Só assim ela pode se afirmar em sua plenitude numa sociedade. Se uma pessoa não respeita o próximo, não cumpre as leis da convivência, não paga seus impostos ou não obedece às leis de trânsito, ela não é ética. Num primeiro momento, pequenas infrações isoladas parecem não ter importância. Mas, ao longo do tempo, a moral da comunidade é afetada em todas as suas esferas. Chamo a isso de círculo ético. Uma ação interfere na outra, e os valores morais perdem força, vão se diluindo. Para uma sociedade ser justa, o círculo ético é essencial.”

Acho que devemos, todos, pensar nisso. É um começo.

Até.

sexta-feira, março 02, 2007

Pictura Pixel

Está no ar a nova edição da Pictura Pixel, revista eletrônica sobre fotografia editada pelos fotógrafos Cláudia Versiani, Gilberto Tadday e Hans Georg. Entre as novidades dessa nova edição que, claro, não vou adiantar aqui, está a participação da designer e webmaster Bibiana Pitta.

Como eu já disse, vale a pena conferir.

Até.

quinta-feira, março 01, 2007

Água morna


Existem momentos emblemáticos na vida de um homem, que definem a sua masculinidade. O problema é que nem sempre esses momentos são claros, algumas vezes se apresentam sutilmente, de maneira subliminar até. Não reconhecê-los é um risco.


Homem que é homem corta o cabelo com barbeiro, diriam pessoas mais antigas e retrógradas. Esse tipo de preconceito contra homens em cabeleireiros é coisa do passado. Mas se for o seu caso, cuidado! Aí está um desses momentos que definem sua masculinidade. Muita atenção, mesmo. Onde você menos espera, estará sendo testado. Por quem? Se você não sabe, bom, é um mau começo...


Pode conversar com quem está cortando o seu cabelo, pode aceitar café ou chá (menos de camomila, claro), ler revistas (Playboy, VIP, Veja, nunca Cláudia, Elle, Noiva ou G Magazine). Isso tudo é tranqüilo. Tente evitar afetações, apenas. Gritinhos de excitação ao ver algo interessante na revista também é preocupante, ainda mais se você estiver lendo a G Magazine com fotos de algum jogador de futebol...


O momento emblemático é no momento de lavar a cabeça. Sim, porque você terá a sua cabeça lavada durante o corte, e isso não tem nada demais. Mas vai acontecer, e você deve estar atento: vão perguntar a temperatura da água para lavar a cabeça. Neste momento, o silêncio sobre a Terra será absoluto, pessoas vão prender a respiração enquanto aguardam a resposta. Será uma fração de segundo, mas toda a sua vida estará em jogo, as brincadeiras de carrinho, as namoradas, as revistas de sacanagem, tudo estará parado, como se abrisse uma janela no tempo e no espaço, até que se dê a resposta. Fria, claro, ou quente. Nunca morna, por favor. Pedir água morna é assumir-se, é uma declaração atrás de um namorado, que pode até ser o rapaz que está lavando sua cabeça delicadamente. Pedir água morna requer uma trilha sonora, Village People, definitivamente.

Pedir água morna é o fim.


Até.