quinta-feira, fevereiro 28, 2019

Quase Carnaval

Vivo dias sabáticos.

Após as mudanças em minha vida profissional do último ano, parte delas voluntárias e outra parte involuntária, me dei alguns dias para não pensar. Estou vivendo alguns dias sabáticos, como falei. Claro que não totalmente, afinal as atividades outras (remuneradas, como o consultório, e não, como o serviço de pneumologia da PUCRS) continuam a todo vapor, levando-se em conta que é final de fevereiro no Rio Grande do Sul, o que não é um 'a todo vapor' de abril ou de junho.

Quero dizer que ainda não pensei/planejei como será a partir de agora, em que me tornei profissional liberal, sem nenhum vínculo empregatício. O que farei, além de continuar no consultório, agora sem os muitos cancelamentos dos últimos anos decorrentes de viagens a trabalho. Como será, enfim?

Não sei. De verdade.

(Ainda) Não me preocupo.

Passando o carnaval, aí sim, o plano é avaliar/planejar/pensar/criar novos rumos e possibilidades.

Agora não, agora vou não pensar.

Alalaô.

Até.

domingo, fevereiro 24, 2019

Dormir

Sobre o dormir.

Há muitos anos (muitos, sim, na escala em que medimos a vida olhando os dias que passam em meio às atividades comezinhas - no sentido de caseiras, domésticas - que é o comum e normal, mas não muitos anos de olharmos em perspectiva, na escala de tempo do universo) acordo cedo. Desde os anos em que nos verões do litoral norte do Rio Grande do Sul eu acordava para caminhar na praia logo cedo, antes de ir jogar vôlei de praia para, só depois, encontrar os amigos no final da manhã.

Segui assim, dormindo tarde (nem sempre) e acordando cedo, independente da hora que dormisse, independente do que o dia seguinte fosse exigir de mim. Quando estava com um débito de sono muito grande, compensava com um descanso à tarde, quando possível, claro.

Ao longo do tempo descobri, ainda, que sete horas de sono era o ideal - para mim, caro - para uma ótima noite de sono. Se dormisse mais, melhor, mas esse era o alvo. Sete horas. Acordava recuperado, descansado. Como o horário de acordar era sempre o mesmo, a melhor forma de fazer isso era indo dormir para que conseguisse esse objetivo.

O que quase nunca era possível.

Principalmente nos últimos quase dois anos e meio, de viagens semanais, ou quase, a trabalho. A maioria dos eventos era à noite, aula e jantar após antes de voltar para o hotel. E o dia seguinte era de retorno para Porto Alegre, o mais cedo possível para poder trabalhar ainda. Ou acordava muito cedo par ir ao aeroporto, ou - como fiz algumas vezes - saía do evento para o aeroporto (ou rodoviária) para viajar durante a noite e estar em casa/consultório no dia seguinte logo cedo. Funcionava bem.

Mas o sono certamente ficava prejudicado.

Nem sempre, por exemplo, conseguia chegar de volta ao hotel de um evento e dormir direto. Adrenalina, pensamentos diversos, planos (e preocupações/"encucações") impediam de dormir logo. Virava uma potencial bola de neve de pouco sono e cansaço progressivo.

Claro, havia outros fatores que contribuíam para o deficit de sono (ou qualidade ruim do mesmo), como uso do celular e o tablet antes de dormir, que pioram tudo. Muitas vezes, como em viagens de avião noturnas, fiz uso de medicações indutoras do sono. Funcionava bem, confesso.

E a questão do sono não tinha necessariamente a ver com o trabalho, confesso.

Em férias, a rotina continuava igual.

E a certeza disso se dava pelo monitoramento do sono fornecido pelo relógio, que mostra as horas de sono dormidas, a qualidade do mesmo, frequências cardíaca, etc. O meu déficit de sono, se não era gigante, era maior bem que eu gostaria.

Pois isso mudou.

Desde as férias últimas, agora no início de fevereiro, e descontando a noite noite no avião na volta de Orlando, tenho dormido muito melhor, em termos de horas dormidas e qualidade do sono. Não tenho uma explicação clara e lógica para isso, mas é muito bom.

As mudanças profissionais, com toda a carga de - podemos dizer - incerteza sobre como serão as coisas ao longo desse ano, não tiveram nenhum efeito sobre a qualidade do sono. Pelo contrário, talvez. Quase posso dizer que tenho dormido ainda melhor a última semana.

Sei lá.

Até.

terça-feira, fevereiro 19, 2019

Novo Ano Novo

Dois mil e dezenove.

Sempre me foi simpática a simbologia do novo ano que inicia como momento de renovação e de dar início a novos projetos e ideias. Sempre objetivo ser um novo eu. Aperfeiçoado, melhorado. Nada mais natural, óbvio.

Além disso, o verão - começo de ano no hemisfério sul - é época mais tranquila em termos de trabalho, que reduzo também para dar conta de compromissos familiares. Torna-se o verão - portanto - um tipo de "pré-temporada" preparatória para o ano de trabalho que se desenha à frente. Sem falar nas curtas férias de verão, dez dias, para curtir a família 100% do tempo.

Esse ano foi um pouco diferente.

Fizemos férias em grupo, três famílias cuja ligação inicial foram as filhas, melhores amigas da escola. Foram dez dias de muitas caminhadas, muitos parques, muita diversão. Valeu muito à pena, principalmente pelos laços reforçados e as relações consolidadas.

A volta foi lenta, um início gradual de retorno às atividades que culminou no final da semana passada por um fechamento de ciclo: em virtude de uma restruturação, comum no mundo corporativo, encerrei/foi encerrado o meu vínculo com a empresa multinacional do ramo farmacêutico para qual eu desempenhava a função de Internal Expert, especialista contratado para apoio a atividades científicas e promocionais do laboratório.

Foram dois anos e meio muito produtivos, em termos de crescimento profissional, atualização científica, exposição perante aos pares, convívio com colegas de fora do país, e - acima de tudo - criação e fortalecimento de relações muito legais com colegas com quem tive a chance de conviver. Saí - tenho convicção - deixando pontes e amigos.

Bola para frente, então.

Confesso que já vislumbrava no horizonte essa possibilidade, esse caminho. Imaginava, ainda antes da virada do ano, que era bem possível que dois mil e dezenove terminasse comigo não mais nessa função que exercia. O plano era me preparar para isso. Veio um pouco antes do esperado, mas "vida é o que acontece enquanto fazemos planos", não?

Por isso, também, não foi um choque o que ocorreu.

Lamentei (e lamento) a perda da convivência frequente com pessoas que aprendi a admirar e que viraram bons amigos, mas sei que vez que outra vamos nos encontrar por congressos e eventos e que vai ser legal. Que as relações pessoais não se encerram com o final de um contrato de trabalho.

Por outro lado, confesso - também - uma certa sensação de liberdade, que é muito interessante.

E muitos caminhos em frente, muitas possibilidades.

O ano novo promete.

Até.