domingo, outubro 30, 2005

A Sopa 05/15

Esse final de semana foi marcante em muitos aspectos, e em diferentes enfoques do mundo. Do meu mundo.

Sexta-feira que passou foi a abertura da Feira do Livro de Porto Alegre, evento que ocorre há cinquenta e um anos sob os jacarandás da Praça da Alfândega, no centro da cidade. Tenho um afeto especial por essa época do ano, da feira, na qual muitos circulam pela praça, parando nas bancas, folheando os livros com desconto, os saldos no balaios, os lançamentos. A cidade passa por lá, e, confesso, ainda sonho com o dia que vou autografar um livro meu na feira. Um dia, quem sabe.

Mas antes ainda de sexta-feira, na terça chuvosa e fria de Toronto, percebi que eu me tornara um canadense: no período de cerca de dez minutos em que percorremos o trecho entre o laboratório onde eu vira um paciente e o hospital, só o que eu fiz foi me queixar do tempo. De como foi bom o verão e como já sinto falta dele. Mesmo que tenha passado o verão me queixando que estava muito quente… Mas essa é a primeira mudança que noto em mim, assim, mais evidente: eu gosto muito mais do verão agora que antes de vir para cá.

Sábado, já avançando no fim-de-semana, houve um evento no colégio em que estuda a Roberta, minha MUITO amada afilhada, em que a turma dela foi premiada pela edição de um jornal. Puxa, minha afilhada, uma jornalista. Esse é (mais) um daqueles eventos que perdi por estar aqui no norte e que lamento muito ter perdido, mas sei que outros ocorrerão no futuro e que não vou perder.

Além disso, sábado houve um almoço de reencontro da minha turma da faculdade. Foi um primeiro reencontro para organizar um maior no ano que vem, ao qual estarei presente, com certeza. Tive, ao saber do evento, uma primeira reação de choque, do tipo “Poxa, mas e eu?”, que se seguiu por uma sensação boa de saber que o pessoal ia se encontrar. Eu não posso estar lá? Tudo bem, faz parte, sem dramas.

E essa sensação boa aumentou muito no mesmo dia à noite, quando recebi uma foto do pessoal no reunido, e – junto de uma descrição do encontro – a afirmação de que eu fiz falta. Da mesma forma que umas semanas atrás recebi um e-mail do Márcio comentando como estavam os ensaios da banda para tocar no aniversário da querida amiga e afilhada Lúcia, que ocorreu justamente nesse sábado que passou, dizendo que eu estava fazendo falta.

E percebi que eu estava feliz por todos, por andarem na praça entre os livros, por se reunirem, por planejarem o futuro, por tocarem, por se divertirem, por festejarem. Porque eu não sentia mais aquele ciúme mesquinho e pequeno por não poder estar lá.

Até porque de certa forma eu estava entre eles.

Eu estou. E sempre estarei.

Até.

sábado, outubro 29, 2005

Sábado com fotos

Algumas fotos de comida, diretas da Itália…

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Bom sábado a todos.

A Semana

Semana corrida, muitas atividades e pouco tempo para pensar…

Terminou a conferência que participei, com muitas idéias, planos e perspectivas. Muita coisa a fazer, e logo. Valeu, claro. E, como bom globetrotter, já estou indo de novo: domingo, de trem, vou para Montreal, onde fico até quinta-feira num congresso. Vou escrever de lá, com certeza.

Agora à noite, no Duke of Argyle, pub ali na John quase com King st, conversávamos, Camilla, Henrique, Rafael, Monique, André (vindo de Porto Alegre para o congresso em Montreal) e eu. Entre as histórias lembradas, está a do Red Violin, que traduzido para japonês é Suzuki Vitara, e que traz uma maldição com ele.

Que eu não vou contar porque se o fizer não vou conseguir dormir.

Até.

quinta-feira, outubro 27, 2005

Conversas

Sou meio antipático, eu sei.

Não, não é verdade. Eu me acho bem legal, mas isso não vem ao caso. O que quero dizer é que nem sempre eu fico conversando assim, à toa, com as pessoas. Veja o caso do meu cabelo: eu corto o cabelo, em Porto Alegre, no mesmo lugar e com a mesma pessoa há mais de dez anos. Até aí tudo bem. Acontece que um dia a Jacque foi cortar o cabelo com ele e, na volta me perguntou alguma coisa sobre o fato de ele ter tido um infarto.

Levantei a sobrancelha esquerda levemente, assumindo uma expressão meio curiosa e meio intrigado: “Que infarto?”, perguntei. E ela me contou não só sobre o infarto mas também sobre toda a vida dele, e percebeu que eu, em dez anos cortando o cabelo uma vez por mês, conhecia ele menos que ela.

Mulheres, você pode estar pensando, e tem razão. Mulheres são assim, sei lá, comunicativas. Ou sou eu que sou muito na minha. Mas acho que estou mudando.

Notei isso por causa das corridas de táxi entre o aerporto e aqui em casa, em Toronto. Não que eu faça isso assim toda hora, ir até o aeroporto e pegar um táxi de volta só para bater um papo com um taxista. Foram três vezes em que estava chegando de viagem e mais uma hoje.

Passei o dia hoje no Hotel Sheraton aeroporto numa conferência. Muito interessante, aliás, mas também não interessa. O fato é que cheguei às 7h15 da manhã e fui embora às 20h. Como estava cansado, e a organização do evento ia reembolsar o valor, voltei de táxi. Claro que conversando.

Primeiro, tive que ensinar o caminho, afinal o motorista estava só há duas semanas no emprego. Perguntou de onde eu era e, ao ouvir que eu era do Brasil, disse que gostava muito do Brasil, tinha baixado muitas músicas brasileiras no seu computador.Falou de um filme antigo que se passava no Rio de Janeiro, ‘Blame it, Rio’, ou algo assim, que inclusive eu tinha visto, acho que com o Micheal Caine, em que dois amigos viajam com suas filhas jovens para o Rio e durante a viagem uma das filhas se apaixona pelo pai da outra. Comentei que o Rio já não era aquele do filme, e ele disse que sabia.

Contou que era da Romênia, e que com a queda do regime comunista há 14 anos tinha fugido para a Suécia onde não o aceitaram como refugiado. Tentou o Canadá, que acreditou em sua história, depois de uma “polida” na mesma. Sua maior conquista na vida? Os dois filhos que terminaram a universidade aqui.

Perguntou de mim, por que eu iria voltar.

Disse que ia voltar porque, apesar de ser bom morar aqui, o meu lugar é no Brasil, onde está a minha esposa. Perguntou se ela confiava em mim aqui por dois anos. Quando eu disse que sim, e era mútuo o sentimento, concordou comigo.

Confiança é base de tudo. Sem confiança não há casamento.

Sabem tudo esses taxistas…

Até.

quarta-feira, outubro 26, 2005

Opinião de um canadense

A Lully e o Wander, pra quem não sabe, estão praticamente prontos para imigrarem para o Canadá. Apesar de ainda estarem no Brasil, já fazem parte há tempo da turma dos Blogueiros e Simpatizantes que formamos por aqui.

Bom, há mais ou menos uma semana eles mandaram um email para nós, os canadenses, discutindo uma dúvida deles e pedindo nossa opinião: eles estão se preparando para vir para Toronto, e queriam saber em que momento deveriam fazer a mudança. Esperar passar as festas de final de ano e vir, esperar passar as festas de final de ano e o pior do inverno e então vir, ou vir logo? Todos responderam, menos eu, primeiro porque estava viajando e depois, logo que cheguei, ainda me readaptando ao fuso e às coisas de trabalho. Mas agora vou dar minha opinião.

O que eu penso?

Falemos um pouco de mim, antes, só para variar…

Quando surgiu o convite e a oportunidade de eu vir para cá, em março de 2003, logo antes da SARS, o plano era eu vir o mais rápido possível. Com a doença, que colocou muitos em quarentena, fechou os hospitais, o economia local foi duramente atingida e, junto, a verba para a minha bolsa. O plano teve que ser adiado, e só acabei vindo um ano e meio depois.

Independente disso, conversando com um professor, que tinha morado aqui por dois anos, logo que surgiu a opção de vir, a primeira coisa que ele me recomendou foi não vir no inverno. Principalmente porque eu viria sozinho, e o início não é fácil, ainda mais sozinho. Segui o conselho dele, e cheguei aqui no último mês do verão do ano passado. Mesmo assim não foi fácil, pelas mais variadas razões, mas principalmente porque eu não estava me mudando para o Canadá, eu estava vindo morar por um tempo, o que é bem diferente.

Quando chegou o inverno, já estava adaptado, mas isso não importa. Sim, é frio. Sim, a neve no início é bonita mas com o passar dos dias ela vira um estorvo. Tudo isso é verdadeiro, mas o que torna o inverno aqui um saco é que é longo. Muito longo. Cansa. Enjoa. As pessoas ficam mais circunspectas, sorumbáticas.

Mas não é o fim do mundo. Dentro de casa é bem tranquilo, a gente acaba ficando pouco tempo exposto às intempéries. Tudo corre bem, no fim das contas.

O que eu faria, se fosse vocês?

Eu passaria o Natal e o Ano Novo com a família aí no Brasil, sem dúvidas. Quanto a quando vir, na boa, eu viria a partir de março. Em março ainda neva, ainda está frio, mas a cidade começa a mudar,o humor das pessoas melhora, o astral é outro.

Até acho que vocês já decidiram, mas achei que tinha que dar o meu palpite. Venham, que serão bem recebidos com certeza.

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Se você é um daqueles que pensava em se reunir comigo e ver as fotos da viagem, e desistiu da idéia após saber que são 1.700, fique tranqüilo: eu tenho versões resumidas (beem resumidas) para mostrar e não levar ninguém ao suicídio de tédio.

Até.

terça-feira, outubro 25, 2005

A Viagem

Um pouco sobre a viagem que terminou domingo.

Saí de Toronto no dia 07 de outubro às 18h. A Jacque e os pais dela tinham saído de Porto Alegre na manhã do mesmo dia. O meu vôo foi para Frankfurt onde fiz a conexão para Milão. O deles foi para São Paulo e daí à Milão. A primeira parte do meu vôo durou seis horas que, somadas às seis horas de fuso, me fizeram chegar na Alemanha às 6h, hora local. Depois disso, às 8h30, embarquei para um vôo de pouco mais de uma hora por sobre os Alpes.

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Aeroporto, Frankfurt

Eles viajaram de dia e chegaram em Milão às 7h da manhã, e tiveram que me esperar até depois das 10h30 quando peguei minha mala e nos encontramos. Foi beeeeem legal reencontrar a Jacque depois de seis meses…

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Juntos novamente

No aeroporto de Malpensa mesmo pegamos o carro alugado desde o Brasil, um Ford Focus SW azul a diesel cujo motor consumiu em média 5.7 litros a cada 100km. Rodamos ao todo 3514km em 13 dias, o que dá uma média de 270km por dia. Quando me perguntaram hoje qual o lugar que tínhamos ficado mais tempo, respondi que tinha sido na estrada. E não me interpretem mal, eu acho isso muito bom.

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A estrada

Como falei, o roteiro começou no aeroporto de Malpensa, periferia de Milão, de onde seguimos direto até Parma, onde ficamos o primeiro final de tarde, noite e começo de manhã. Visitamos a parte central da cidade, a Piazza Garibaldi – onde inclusive jantamos – a Duomo, etc, mas às oito da noite caí dormindo porque não tinha dormido no vôo.

A partir de Parma, que conheço como a parma da minha mão (desculpem, não resisti ao trocadilho infame), fomos em direção ao sul, até a Sicília, e depois voltamos até Roma, onde terminou a viagem.

Fotos?

Maior ensinamento da viagem: NUNCA leve duas câmera digitais para uma viagem. Total de fotos: 1700…

Com os dias, conto histórias e publico umas fotos.

Até.

segunda-feira, outubro 24, 2005

De volta

Reconectando com o mundo.

Ainda não completamente readaptado ao fuso seis horas atrás da Europa Central. Apesar de ter ido dormir depois das 11pm (hora de Toronto), acordei às 4am, sem sono. Insisti, dormi um pouco mais, e estou passando o dia com a sensação de que preciso me esticar, alongar, como se ainda não tivesse acordado dessas duas semanas que passaram. Mas o mundo, assim como o tempo, não pára, afirmação óbvia apenas para voltar a usar chavões batidos indiscriminadamente, hábito que possuo. Muita coisa aconteceu, desde o dia 08 último quando saí de Toronto em direção à Milão, mas todos sabem de tudo muito mais do que eu. Então, vou falar do meu umbigo…

Antes, algumas atualizações.

A Jacque, apesar de ter saído ontem de Roma, ainda não chegou em casa. O vôo deles, que começava em Fiumucino e fazia conexão em Londres (?), graças ao ocaso iminente da VARIG, decidiu alongar a conexão na capital inglesa: parece que só conseguiram sair de lá às 16 horas de hoje, hora local, meio-dia no Brasil e dez da manhã aqui em Toronto. Ela chega em casa só amanhã. Particularmente, eu processaria a VARIG pelo dia de trabalho perdido, mas não sei se vale a incomodação.

Adiante.

No dia 10 que passou, além de aniversário da musa desse blog, que aparece cantando numas das fotos do template, foi o dia em que o grupo de blogs Nós na Rede coordenou mais uma blogagem coletiva, e dessa vez o tema foi o Desarmamento, em virtude do plebiscito que ocorreu ontem no Brasil. Em virtude de dificuldades técnicas, não publiquei nada sobre o assunto, mas digo que teria votado no NÃO, como a maioria dos brasileiros. Não vou justificar agora porque não faz mais sentido, já passou o episódio, e ‘Inês é morta’ (talvez com um tiro, como escreveu o Luís Fernando Veríssimo na sua coluna de hoje nos jormais brasileiros).

De resto, pouca coisa, afinal ainda estou meio fora do ar.

Toronto me recebeu com céu plúmbeo e chuva. Por preguiça e comodismo, decidi ir para casa de táxi. No caminho, conversava com o motorista indiano. Perguntei se o tempo tinha estado assim por muitos dias e ele disse que não, mas que nunca se sabia, tínhamos que agradecer que não estava nevando. ‘Neve’, perguntei, ‘não é muito cedo para isso?’, e ele respondeu com uma lição filosófica sobre o Canadá.

“No Canadá, não se pode confiar em três ‘Ws’: Woman, Work and Weather”.


Quem sou eu para discordar?

Até.

domingo, outubro 23, 2005

A Sopa 05/14

Já está perdendo a graça.

Essa coisa de despedidas já está cansando. Hoje foi mais uma, e ainda faltam duas até a volta para casa: uma no começo de janeiro, quando eu voltar a Toronto saindo de Porto Alegre depois do ano novo, e a último em abril ou maio quando a Jacque voltar ao Brasil saindo daqui de Toronto. A de hoje foi em Roma. Me dei conta que nenhuma das despedidas anteriores foi no mesmo lugar: a primeira, em agosto, foi em São Paulo; a segunda, em janeiro, em Toronto; e a terceira, em abril, foi em Porto Alegre. Cultura inútil, claro.

A de hoje foi mais difícil porque elas estão cada vez mais difíceis, mesmo que vamos nos encontrar, a Jacque e eu, daqui a menos de dois ocupados meses. Mas foi também mais difícil porque – sendo na Stazione Termini, em Roma – eu saí de trem, e teve toda aquela coisa de se despedir na plataforma, abanar na janela, o trem sair e ficar vendo a Jacque desaparecer na distância. Não falei a ela, mas só pensava na música Tornerò: “Rivedo ancora il treno allontanarsi e tu che asciughi quella lacrima – tornerò…”. O mais importante é que estamos cada vez mais unidos e o tempo que passamos juntos é cada vez melhor.

Foi uma grande viagem, como vocês podem imaginar, em termos de qualidade e quantidade rodada. Foram três mil e quinhentos quilômetros percorridos e seriam mais uns setecentos se não fosse um providencial ferry boat que nos levou desde Palermo até o porto de Nápoli. Com o passar dos dias, publico algumas impressões, histórias e fotografias.

Até.

sexta-feira, outubro 21, 2005

Quase o fim

Roma - A entrada de carro em Roma foi muito mais simples que pensamos. O dificil foi encontrar a agencia da Avis na Stazione Termini do que chegar na Stazione vindos do sul. Alias, quando perguntarem se sei dirigir, vou dizer que sou formado na escola de direcao de Pallermo e pos-graduado em Napoli, os lugares com o transito mais caotico e desorganizado que ja vi na vida. A instituicao dos motoristas italianos, por outro lado, eh a fila dupla em estacionamento obliquo. Nao tem explicacao...

Mas tudo eh diversao, sempre.

Domingo, voo de volta no tempo e para Toronto.

Bom, escrevo mais na volta. Agora vou indo porque eh hora do Limoncello...

Ciao.

quarta-feira, outubro 19, 2005

Atualizaçao

Saimos da Sicilia ontem.

Escrevo de Amalfi, na Costiera Amalfitana.

Tudo sob controle, mas sem fotos por enquanto.

Amanha, Roma.

Ciao.

sábado, outubro 15, 2005

Algumas fotos

Agora com conexão à internet, mas sem tempo para escrever com mais detalhes.

Estamos em Cosenza, maior cidade da Calábria. O plano é entrar hoje na Sicília.

Abaixo, algumas fotos da viagem.

Até.

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Toscana

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Firenze

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Duomo, Firenze

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Polícia para quem precisa...

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Polignano a Mare

quinta-feira, outubro 13, 2005

Dificuldades

De conexao à internet...

Entao as fotos ficam em suspenso por enquanto (assim como os acentos em geral). Tudo vai muito bem, exceto por pequenas dificuldades com a lei relacionadas ao peso do meu pé, uma estrada menor e um radar mais ou menos escondido. Nada que tire o meu bom humor, evidentemente.

Estamos a caminho da Sicilia, mas ainda na costa do Adriatico. Bari é onde vamos dormir hoje, e amanha o plano é ir à Polignano a Mare e seguir nosso rumo para sabado chegar em Messina.

Quando der, envio as fotos, inclusive as com a policia...

Até.

domingo, outubro 09, 2005

A Sopa 05/12

Em transito.

Pena que desativaram os Concordes.

Sempre fui um fa dos avioes supersonicos, mas nao porque planejava voar num. Porque alem do preco da passagem ser uma exorbitancia, a viagem era um inferno: pouco espaco, servico de gosto duvidoso e um ruido infernal. Mas tinha uma caracteristica que me fascinava.

Viajar no tempo.

Podia-se pegar o voo de Londres (ou Paris) para Nova York e chegar no destino uma hora antes de ter saido! O que fisicos, cientistas e outros sonhadores vem tentando fazer ha seculos era possivel apenas pagando a passagem do Concorde. Sim, eu sei que era apenas um "truque" do fuso horario. Mas era um possibilidade interessante. Imagina so: dava para assaltar um banco em Paris, pegar o voo, e ter um alibi em Nova York para o mesmo horario do assalto. Que tal? Hein? Hein? Certa, bobagem, eu sei...

Bom, de qualquer maneira tive minha pequena alteracao no tempo desde que sai de Toronto, sexta à tardinha (texto escrito na manha de sabado). Ao entrar no aviao, avancei seis horas no tempo, o que quer dizer que sai de la à meia-noite, e nao àas seis da tarde. Voo tranquilo de seis horas e meia até Frankfurt, onde aguardo para embarcar para a ultima perna dessa minha viagem de ida, que termina em Malpensa em 1h50.

As, se voces acham que o pessoal é cri-cri nos aeroportos americanos com o lance de seguranca, nao viram nada. Ao passar pelo detector de metais para embarcar aqui em Franfurt - evento ja esperado, afinal minhas botas fazer o sensor apitar TODAS as vezes - nao precisei tira-las e passar de novo pelo detector: tive que tira-las, e foi feita uma revista completa em mim, inclusive passando o detector embaixo dos meus pes.

Cofesso que por instantes fiquei preocupado: vai que resolvessem fazer inspecao de cavidades em mim? E - pior - se depois nem me ligassem, mandassem flores?

Nao aconteceu nada, evidentemente. Mas, sei la, vai saber...

Na proxima vez viajo de havaianas.

Até.

Ainda com dificuldades de me conectar à internet usando meu laptop. Logo que possivel, escrevo com mais calma e coloco algumas fotos. Ah, hoje - domingo - estamos em San Gimignano, Toscana. Amanha, aniversario da Jacque, Firenze.

Ciao.

sexta-feira, outubro 07, 2005

Estou indo

Pois é, hoje à tarde embarco para um vôo de sete horas e vinte minutos até Frankfurt, onde farei a conexão para o vôo de uma hora e dez minutos até o aeroporto de Malpensa, na perifeira de Milão, onde chego às 10:15 am, hora local, 4:15 am hora de Toronto. O lance é entrar no avião e mudar para o fuso do meu destino, seis horas à frente, e – claro – tomar um comprimidinho para dormir.

Serão duas semanas pela Itália, da Lombardia, ao norte, até a Sicília, ao sul, terminando em Roma onde, claro, que ficaremos pouco tempo porque para Roma, non basta una vitta.

Visitar alguns lugares novamente, como a Galeria degli Uffizi, em Florença, por exemplo, e rever Boticelli e seus ‘Nascimento de Vênus’ e ‘Primavera’. Na caminho em direção à Roma, vindos da Sicília, parar em Amalfi, prestar homenagem a Flávio Gioia, o inventor da bússola, e quem sabe comer um spaguetti com frutos do mar no restaurante San Andrea, ao lado da catedral de mesmo nome. Sem esquecer do limoncello, o famoso licor de limão da região, que cheguei a fazer lá em casa, em Porto Alegre.

Durante esse tempo, e na medida do possível, vou contando aqui o que está se passando, por onde estamos passando, algumas impressões e fotos. Se tivesse mais tempo e mais organização, talvez eu usasse esse tempo para escrever o guia de viagens “Conhecer a Itália é Sopa”, algo mais ou menos no estilo da expedição ‘Pé-na-areia’ do Ricardo Freire, para atualização do seu guia de praia Freire’s, que vocês podem acompanhar online aqui.

Enquanto isso, deixo com vocês a segunda parte do texto ‘Stress’, publicado ontem.


Como eu dizia, segunda foi um dia tenso. Eu queria ir ao Brasil para o aniversário da Jacque e – aproveitando que estaria lá mesmo – cortar o cabelo.

Você pode estar se perguntando “Que cabelo?”, e eu digo, vá procurar sua turma, palhaço... Mas o fato é que cortar o cabelo havia se tornado numa fonte de stress para mim, por algumas peculiaridades que lhes conto agora. Primeiro, porque não há muitas opções de cortes para o meu tipo e quantidade de cabelos. O que seria uma facilidade, pode se tornar um problema. Eu não gosto de volume nas laterais da cabeça, naquela parte acima da orelha, e também não gosto que o corte fique arredondado, dando um aspecto de cotonete ao todo… É um corte quase militar, na verdade.

Enquanto em Porto Alegre, nada disso era problema, afinal eu cortava o cabelo há dez anos no mesmo lugar, com a mesma pessoa. Tranqüilo, já nem precisava falar nada, só concordava que era para fazer o mesmo de sempre. A não ser na vez que cortei tudo, era sempre “o de sempre”. Nestes dez anos, na única vez em que tive que cortar em outro lugar, ouvi a última coisa que alguém que está cortando o cabelo quer ou deve ouvir: “Agora é tarde…”.

Já há quase dois meses em Toronto, ainda não havia tido coragem de cortá-lo, com medo do que poderiam fazer. Lembrem-se, a pessoa é o seu cabelo. O cabelo também é o nosso cartão de visitas. Pois é, dois meses sem cortar, o cabelo crescendo e eu parecendo cada vez mais careca (num dos paradoxos da existência), tinha que fazer alguma coisa: cortá-lo.

Que momento mais apropriado para fazer isso que numa ida à Porto Alegre?

Pois é, estava cheio de razões – e das boas – para viajar.

Mas a contra-revolução foi mais forte, e me conveceram a não cometer esta loucura. E o meu cabelo, que quanto mais crescia, caía?

O jeito era tomar uma atitude. E foi o que eu fiz, resoluto.

As opções que eu tinha eram comprar uma máquina e cortar eu mesmo, procurar um cabelereiro ou – como homem que sou – ir a um barbeiro. Decidi pela última alternativa. Com uma indicação de um colega, próximo ao hospital, fui num barbeiro. Italiano.

Joe, mais ou menos sessenta anos, o barbeiro arquetípico. Pense num barbeiro italiano: esse é o Joe. Só faltou cantar o Barbeiro de Sevilha (mas aí teria que ser o Pernalonga – ou pica-pau -, lembram do desenho? Um clássico).

Conversamos durante o corte. Eu falava de lugares na Itália e ele me perguntava sobre o Brasil. Inglês com forte sotaque italiano, e eu com o meu sotaque latino. Dei instruções, sugeri que cortasse mais aqui, ali, inclusive sugeri que passasse a máquina nos lados… Estava esperando que ele me entregasse a tesoura e dissesse que eu devia ser melhor barbeiro do ele, ou me expulsasse dali aos gritos de “Cáspita!”, ou pegasse a navalha e cortasse minha garganta para que eu parasse de falar...

Mas foi tudo bem. Mês que vem eu volto, menos estressado.

Ou vou à Porto Alegre.


Até.

quinta-feira, outubro 06, 2005

Stress

Ontem foi um dia tenso.

Logo de manhã cedo, fiquei sabendo que o meu supervisor, que viajaria para a Europa na quinta-feira, tinha mudado de planos e viajaria - para outro compromisso - na quarta-feira. Como segunda que vem é feriado de Ação de Graças no Canadá, teria quase uma semana de horários reduzidos no hospital. Sem pensar muito, decidi "Vou para Porto Alegre passar o aniversário da Jacque com ela".

Desencadeei uma operação de guerra em prol de conseguir uma passagem por preço acessível para embarcar ontem mesmo, hoje ou, na pior das hipóteses, na quarta-feira à noite. Incontáveis sites de viagem foram consultados, mas os valores eram altíssimos.

Ao mesmo tempo, em Porto Alegre, acontecia uma outra operação, para tentar me demover da idéia, afinal TODOS achavam que era um absurdo gastar uma quantia grande numa passagem para só ficar 6 dias em casa, e - além do mais - em cerca de dois meses devo ir a Porto Alegre para defender minha tese de doutorado, que corro contra o tempo para terminar. Em várias frentes, todos tentavam me dissuadir.

No meio da tarde de segunda, encontrei uma passagem por um valor não exorbitante (mas ainda mais caro que ir daqui a Londres, por exemplo). Estava decidido: eu ia para Porto Alegre. Saindo do hospital, fui até uma agência de viagens e reservei a passagem. Confesso que vacilei e não comprei. Deixei para comprar hoje, e embarcar amanhã. Ainda teria a noite para convencer TODA a minha família de que era razoável ir passar seis dias e voltar, para dali a um mês e meio viajar de novo à capital dos gaúchos.

Foi uma noite de teleconferências. Conversei longamente com a Jacque e com a minha Mãe. Com o pai, havia falado à tarde e ele, depois de dizer que se eu não estava segurando a barra eu devia voltar, disse que essa era uma decisão minha de foro intímo. Argumentei que estava tudo bem, que eu apenas queria ir visitar a minha esposa no seu aniversário, coisa e tal.

Mas eu estava mentindo.

Eu não estava segurando a onda, tenho que confessar. Eu queria ir porque eu estava desesperado, precisando muito ir para o Brasil, para o Rio Grande do Sul, para Porto Alegre. E não podia esperar muito.

Eu precisava cortar o cabelo.

(texto publicado em 06/10/2004)

quarta-feira, outubro 05, 2005

Uma Difícil Opção

Algumas vezes na vida, é melhor não saber.

Isso mesmo. Não pagar para ver, não experimentar, não correr riscos. Tudo para não se machucar, não se magoar, não se frustar. Sei que isso vai de encontro a tudo que os autores de livros de auto-ajuda disseram e escreveram desde o início dos tempos, mas quem escreve isso é alguém vivido, com muitas cicatrizes adquiridas pelo tempo e pelas pedras do caminho

Às vezes o melhor é ser prudente e se omitir.

Como no caso do Endless Shrimp.

Há uma promoção em vigor na cadeia de restaurantes Red Lobster chamada justamente camarão sem fim. Por preço fixo, come-se camarão à vontade. A Camilla e o Henrique foram, assim como a Monique e o Rafael. Eu, por outro lado, optei por não ir. Não podia correr o risco de não ser tudo o que eu esperava. Estou em momento delicado da minha vida para correr o risco de me decepcionar dessa forma. Sim, porque dificilmente seria como eu acho que deveria ser um endless shrimp.

Eu sou um selvagem, que fique claro. Um troglodita, um ogro. Esse rostinho bonito que vocês conhecem, essa coisa de escritor, um ser civilizado, um gentleman, que aparentemente sou, é apenas uma fachada para quem eu na verdade sou: um frequentador assíduo espetos corridos e galeterias. Ou de rodízios de pizza. Café colonial em Gramado/RS. Há quantos anos procuro, em vão, parceiros para uma visita a um café colonial em Gramado?

Porque, acima de tudo, a quantidade é fundamental.

Mais, nem precisa comer muito, o que importa é a possibilidade e a disponibilidade da fartura, do exagero, do passar mal após a refeição. Despir-se de todas as convenções sociais e liberar o ser primitivo que hábita em todos nós, e “se atirar” na comida, até em respeito à fome ancestral, atávica. Comemos não só por nós, mas sim por todos aqueles que passaram fome, que morreram para que a humanidade chegasse até aqui, bem gorda e bem forte, muito mais gorda que forte, concordo…

Abri mão do Endless Shrimp porque não seria assim, selvagem. Desisti com bravura, determinação, despreendimento, e com os olhos e a boca cheios d’água…

Até.

terça-feira, outubro 04, 2005

Disperso

Não acontece com muita freqüência, mas eventualmente me deparo com a folha virtual em branco e a dificuldade em criar um texto. Para ser sincero, o problema não é estar sem ter o que dizer, mas escolher o quê dizer. Sem falar que ando dispersivo.

Esse é o momento em que lembro de quando casei. O casamento religioso, com pompa e circunstância, foi no sábado trinta e um de agosto de mil novecentos e noventa e seis, mas casamos no civil na véspera, sexta-feira. Dia de trabalho, e trabalhamos até o meio-dia e o casamento foi à tarde.

Éramos médicos-residentes na época, eu R1 de pneumologia, a Jacque de endocrinologia. A rotina das manhãs era mais ou menos a mesma: chegar cedo ao hospital, visitar os pacientes internados, revisar avaliações, tudo para estar pronto às 10h para o round, a discussão dos casos. Sexta-feiras, em especial, após o round, tinha a reunião semanal do serviço de pneumologia.

Naquela sexta-feira em especial, após ver os pacientes, estávamos na sala durante o round. Os rounds funcionam num hospital universitário como forma de ensino aos alunos. Cada aluno visita um paciente, o entrevista, faz exame físico, vê exames e apresenta o caso no round para o grupo (professor, residentes e outros alunos). Todos discutem o caso, e o residente que o viu complementa as informações. Então, estávamos em meio ao round, discutindo um caso, e a Jussara – a professora no dia e que anos depois se tornaria minha orientadora no doutorado, além de grande amiga – vira para mim e perguntado algo, que – desatento – não respondo.

Ela olha para mim, sorri e pergunta:

- Não estás prestando atenção?

A resposta, honesta:

- Não. Estou presente nessa sala apenas fisicamente, não espere nada mais de mim hoje, além de estar de corpo presente…

É mais ou menos assim que ando por esses dias, e não apenas por causa da viagem de sexta. Existem MUITAS outras coisas que eu queria escrever mas que ainda não estão maduras o suficiente para virem a público.

E projetos, muitos projetos.

Até.

segunda-feira, outubro 03, 2005

Marmelada

Não, a minha opinião não é imparcial.

Mas a anulação das onze partidas apitadas pelo árbitro Edílson Pereira de Carvalho é uma puta sacanagem, e não só com o Inter. Além de ter um cheiro grande de auxílio para o Corinthians.

Falei isso no sábado e repito: o Corinthians não precisava disso para ser favorito ao título. Aliás, ele já era favorito, junto com Inter, Fluminense, Goiás e Palmeiras. Mas que soa estranho, isso soa. Desde que estourou o escâncalo da manipulação dos resultados, o presidente do supremo tribunal de justiça desportiva vinha dizendo que deveria ser analisado jogo a jogo, investigado criteriosamente, para definir quais deveriam ser anulados. Alguns, que se comprovassem não estarem afetados por isso não deveriam ser jogados novamente.

Só que, em determinado momento, desistiu-se de analisar os jogos e resolveram anular os onze. Estão punindo quem não tem nada com isso e, pior, estão punindo as vítimas.

O Figueirense, que pelo esquema deveria perder para o Juventude, ganhou. O mesmo aconteceu com o Santos que deveria perder para o Corinthians e ganhou. No caso de Inter e Coritiba, jogo que o Inter ganhou, não foi aberto para apostas. Figueirense, Santos e Inter estão sendo punidos.

O maior beneficiado? O Corinthians, que perdeu as duas e agora vai ter a chance de jogar de novo. E disparar na liderança, e praticamente ser campeão caso vença as duas.

Fui dormir líder do campeonato no sábado e acordei domingo terceiro colocado, no canetaço. Imagino como devem estar se sentido os jogadores, que conquistaram os resultados dentro do campo. Putos da cara, pra dizer o mínimo.

Eu estou.

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Apesar disso, navegamos em mares tranquilos aqui pelo norte. Os burocratas cumprindo seus papéis, o correios funcionando a contento, a dor de estômago que passou, o Atlântico esperando se cruzado pelo ares na sexta-feira, com parada rápida na região do Hesse e destino final na Lombardia.

Até.

domingo, outubro 02, 2005

A Sopa 05/11

Naqueles dias em que fiquei confinado numa cela, isolado de todos, sem contato com o mundo exterior, pensei em muitas coisas, lembrei de muitos episódios. Como não via a luz do sol, perdi a noção das horas, e entre uma sessão e outra de interrogatório, em que tentava explicar que eu tinha enviado os papéis no prazo, a culpa era da imigração e não minha, e ouvia gritos para me calar e dizer a verdade, procurava lembrar de pessoas e episódios do meu passado, numa tentativa de manter a sanidade.

Depois, quando permitiram que eu fosse para o pátio tomar sol com os outros detentos, foi com muita dificuldade que consegui me livrar de brigas com outros, que me chamavam de ilegal, ilegal, e não adiantava eu explicar que eu tinha pending status, que o que eu aguardava eram os meus novos papéis e que tudo aquilo era um grande mal-entendido. Mentiroso, mentiroso, gritavam alguns mais exaltados, avisando que eu não perdia por esperar. Tudo o que eu queria era um telefonema. Só um.

Mas não foi permitido. Sem comunicação com o mundo exterior, fiquei sem saber o que se passava fora da prisão: agentes da imigração haviam vasculhado o meu apartamento e apreendido o meu laptop. Estavam analisando o seu conteúdo, em busca de provas de atos ilegais que eu estaria cometendo em minha estada no Canadá. Olharam fotos, leram os meus escritos (mais de quinhentos textos). Conferiram os sites que visito na internet, até que encontraram o A Sopa no Exílio. Lá, o que procuravam.

Neste meio tempo, eles receberam o comunicado do escritório de Alberta – quem processa os pedidos de renovação – dizendo que minha estada fora aprovada, e que eles mandariam os papéis pelo correio para a minha casa. Não tinham muitos motivos mais para me manter detido. Decidiram me liberar, mas, antes, um alerta e uma ameaça.

Nunca fale mal dos vegetarianos.

Até.

sábado, outubro 01, 2005

Quase lá

O céu é azul e o sol brilha lá fora. Temperatura agora é de 13ºC, e vai chegar a uma máxima prevista de 25ºC. Outono, e as folhas estão timidamente começando a mudar de cor, um prenúncio do espetáculo de cores que sinaliza o final de mais de um ano, antecipando o inverno que está logo ali, esperando para chegar, e que vai ser dividido em dois, por um período de verão que coincidirá com as festas, Natal e Ano Novo, no hemisfério sul, no centro do meu mundo.

Antes do final do ano, contudo, muita água vai rolar por baixo desta ponte imaginária que criei para simbolizar a passagem do tempo. A começar pelo próximo sábado, no outro lado do Atlântico. Rever alguns lugares, conhecer outros novos, tomar alguns tintos locais, e reforçar uma ligação que nunca foi tão forte como agora, ou, melhor, fica mais forte quanto mais passa o tempo e mesmo que a geografia esteja temporariamente atrapalhando um pouco.

São apenas pensamentos soltos, de um sábado de manhã.

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Um pouco de Brasil, e um pouco sobre futebol.

Não escrevi nada sobre o escândalo da arbitragem, que estorou há uma semana. Prenderam e já soltaram o árbitro Edilson Pereira de Carvalho, e parece que vão anular todos os jogos apitados por ele, que terão que ser jogados novamente.

Não sei o que pensar sobre o assunto.

Ou melhor, sei sim, e foi a primeira coisa que pensei quando li as notícias, mas agora não vai soar original porque já saiu na central de boatos que é a internet, e sei que o Edgard, leitor deste blog e corintiano, não vai gostar: a armação é para favorecer o Corinthians. Que tem um time muito bom, sem dúvidas, e não precisa disso para disputar ali ali o título com o melhor time do Brasil na atualidade, o Inter.

O problema é que a MSI, do senhor Kia Joorabchian, investiu muito dinheiro para fazer o time ser campeão, e pelas suspeitas que recaem sobre ele, de que estaria usando o Corinthians para lavar dinheiro ilegal, não surpreende essa possibilidade, de usar todos os recursos possíveis, licítos ou não, para atingir seus objetivos.

Paranóia? Teoria da conspiração?

Claro que sim.

É mais divertido…

Até.


PASSAGEM DO TEMPO: NOVE.