quarta-feira, setembro 29, 2010

Outros tempos

Fosse em outro momento, eu ficaria muito chateado.

Hoje em dia, paciência, essas coisas fazem parte.

Ao meio-dia me ligou a vizinha do apartamento abaixo: vazamento do meu apartamento para o dela.

Suspiro de resignação.

Bola para frente.

Até.

segunda-feira, setembro 27, 2010

Pois é

Após dez anos de vida, é hora de mudar.

A Sopa, semanário que escrevo desde antes do blog, e que estava em seu décimo ano de vida, (quase) religiosamente enviado por e-mail todos os finais de semana para uma lista de leitores, mudou. Por várias razões, entre elas a vida.

Quem acompanha já pode notar que faz tempo que tenho republicado aos domingos antigas Sopas porque as atribuições do dia-a-dia não tem permitido a tranquilidade e o tempo necessários para escrever semanalmente algo ao menos um pouco original. Literatura, que eu tinha a pretensão de querer fazer, então, há anos que nem tento.

A Sopa, dessa forma, vai mudar.

Não será enviada por e-mail, estará aqui no blog e com um freqüência menor, quinzenal ou mensal.

Veremos.

O blog, no entanto, continuará.

Até.

quarta-feira, setembro 22, 2010

domingo, setembro 19, 2010

A Sopa 10/08

(em pleno feriadão aqui no sul, estou estudando para uma reunião que tenho amanhã à tarde, em pleno vinte de setembro, na Universidade e, por isso, esta é uma Sopa requentada, de cinco anos atrás...)

Apesar de alguns não entenderem dessa forma, talvez até por não conhecerem a história, a Revolução Farroupilha iniciou basicamente por causa do excessivo imposto que o governo central cobrava do charque produzido no sul. O que os revolucionários queriam era um melhor pacto federativo (aspiração essa que não mudou nos últimos 170 anos). As idéias de independência vieram depois.

De qualquer forma, o interessante é notar que uma revolução que dividiu o estado em dois hoje sirva como motivo para unir os gaúchos e celebrar sua história e seu chão. Existem aqueles que insistem em falar em separatismo. Uma bobagem, claro. Somos tão brasileiros quanto qualquer outro brasileiro, apesar de nossa proximidade com os países do Prata que nos dá algumas características distintas. Mas o que seria do mundo se não fosse a diversidade?

Não conheço gaúcho que não ame seu estado, mesmo morando bem longe dele pelas mais diferentes razões. Ano passado, escrevi que o Rio Grande do Sul, mais do que geografia, é um estado de espírito. Um ano morando fora do estado e do país me fizeram reafirmar essa certeza.

Eu sou do sul. Mas agora também um pouco do norte.

Eu Sou do Sul

Eu sou do sul
É só olhar pra ver que eu sou do sul
A minha terra tem um céu azul
É só olhar e ver

Nascido entre a poesia e o arado
A gente cuida do gado e cuida da plantação
A minha gente que veio da guerra
Cuida dessa terra
Como quem cuida do coração

Eu sou do sul
É só olhar pra ver que eu sou do sul
A minha terra tem um céu azul
É só olhar e ver

Você, que não conhece meu estado
Está convidado a ser feliz neste lugar
A serra te dá o vinho
O litoral te dá carinho
E o guaíba te dá um pôr do sol lá na capital

Eu sou do sul
É só olhar pra ver que eu sou do sul
A minha terra tem um céu azul
É só olhar e ver

A fronteira los hermanos
É prenda cavalo e ganha
Viver lá na grande espanha é bom demais
Um santo missioneiro
Nos acompanha companheiro
Deve levar a alma no rio uruguai

Eu sou do sul
É só olhar pra ver que eu sou do sul
A minha terra tem um céu azul
É só olhar e ver

Eu sou do sul
É só olhar pra ver que eu sou do sul
A minha terra tem um céu azul
É só olhar e ver

Eu sou do sul

Até.

sábado, setembro 18, 2010

quinta-feira, setembro 16, 2010

No twitter

Fernando Gabeira

@gabeiracombr A queda de Erenice mostra que é preciso levar as eleições para o segundo turno, no RJ e no Brasil.

Falou e disse.

Até.

quarta-feira, setembro 15, 2010

A melhor definição

"PT já foi diferente do DEM. Hoje pra mim são a mesma matéria fétida."

Marcelo Tas

segunda-feira, setembro 13, 2010

A Sopa 10/07

Uma das minhas mais notáveis (esse é um momento de ausência humildade) qualidades é minha interminável capacidade de me admirar com o mundo (e sempre lembro o Vitor Ramil cantando “os que se julgam espertos acham que a admiração é um alarmante sintoma de ignorância e por isso afirmam que só os tolos se admiram”). Não me canso de me surpreender com o mundo. Para o bem e para o mal.

A política, por exemplo.

Dirão os mais extremados que me tornei um conservador, alguém de direita, que está se assumindo burguês, etc. Não será surpresa e nem ficarei ofendido. Já fui acusado disso antes, por razões mais sem sentido que o meu texto de hoje, mas isso não vem ao caso. Gostaria – mas não vou fazer – de mostrar minhas “credenciais” para poder falar de política, mostrar que já votei em um ou outro e que não tenho compromisso com ninguém, apenas com minha opinião.

Chega de tergiversar, então.

Estou muito preocupado com o provável resultado da eleição para presidente. Não apenas pela Dilma, que – sim – considero uma pessoa despreparada para o cargo, para dizer o mínimo. Tenho mais medo do PT continuar de posse da máquina do estado. Essa utilização da estrutura de poder para fins menores, como visto nos casos dos dossiês, da quebra de sigilo do caseiro Francenildo, o mensalão, a quebra de sigilo da filha do José Serra e, recém saído do forno, a questão do lobby na casa civil por familiares da ministra. Isso tudo assusta.

Deixar por tanto tempo no poder um partido que, se no início lutava por “um outro mundo possível”, pela democracia e pela ética e que tem homens de bem em seus quadros (como qualquer outro partido), tornou-se um monstro que – se por um lado mantém programas sociais que beneficiam milhões de brasileiros que saíram da miséria absoluta para ter alguma dignidade (e que, por justiça devemos reconhecer, foram iniciados no governo anterior, do Fernando Henrique e chamado pelo PT de compra de votos) – por outro tem uma máquina de fazer dinheiro para poucos, abandonando qualquer princípio da ética um dia proclamada, é um risco. Risco inclusive para a democracia.

Em 2002, eu votei no Lula com convicção, porque acreditava que o Brasil tinha uma chance de mudar porque estávamos tirando do galinheiro velhas raposas que por anos haviam “cuidado” de nós. Mas quando vi com quem Lula se aliou, a saber, Sarney, Collor, Barbalho et caterva, comecei/começamos a ver que quase nada mudaria.

Engano.

Economicamente, ao manter a política econômica do governo anterior, o governo manteve a estabilidade que proporcionou os avanços obtidos nesses anos, mas com isso afastou-se de petistas históricos e mais radicais. Lula sempre foi muito inteligente, mas nunca foi de esquerda, não se enganem. Tudo pragmatismo, isso sim. Lula, aliás, não é o problema. Nem a Dilma, no fim das contas. O PT é.

O José Dirceu e sua turma.

Esses querem tomar conta do Brasil. Sem o Lula lá, e com a Dilma, é bem possível que consigam.

Cuidado, Brasil.

Até.

quinta-feira, setembro 09, 2010

Política

O que me assusta na conjuntura política atual é que ninguém fica horrorizado com a quebra de sigilo de pessoas relacionadas ao candidato de oposição feita por "companheiros" na Receita Federal.

Perturba saber que a máquina do estado está aparelhada para servir ao partido atualmente no governo, e não ao interesse público.

O que é isso, companheiro?

Até.

domingo, setembro 05, 2010

A Sopa 10/06

(Um texto de cinco anos atrás, enquanto estou em Gramado trabalhando para uma eleição que ocorre no final de novembro.)

O Ponto.

Diante de todas as questões existenciais, das muitas encruzilhadas morais com as quais nos defrontamos, daquelas que inquietam a humanidade desde o princípio dos tempos, de todas elas, a que elegi como a que mais necessita minha atenção e para a qual vou dedicar os próximos anos da minha vida em pesquisas e reflexões, é a mais intrigante delas.

O que é o ponto?

Sim, porque se você nunca se perguntou isso, caro leitor, você tem passado pela vida em branco. Você não pode saber quem você é ou de onde você veio se nunca se perguntou o que é o ponto. E caso tenha se perguntado, o que eu respeitosamente duvido, não chegou à resposta. Até sente que sabe o que é o ponto, mas não tem como defini-lo.

Porque mal passado, ou bem passado, todos sabemos o que é e como é. Mas o ponto, que alguns chamam também médio, apesar de parecer simplesmente estar entre o mal e o bem passado, não é só isso. O ponto é um conceito pessoal, único. O que é o ponto para mim pode não ser para você.

Até porque não é simples questão de gosto pessoal. A definição de como a carne deve vir assada (cozida) é também uma definição de caráter. É mais fácil permanecer no simplismo preto/branco do bem ou mal passado. Não há filosofia ou virtude nos extremos. O mal passado é uma opção primitiva, selvagem. Talvez fosse mais apropriado comer a carne mal passada com as mãos, parti-la com os dentes e mastigar com a boca aberta; sentados no chão, certamente.

Já o bem passado, por outro lado, simboliza exatamente o oposto, e não como virtude: o excesso de civilização, o distanciamento do homem da natureza, um medo irracional de doenças e germes. Ou não. Sei lá.

Bem ou mal passado. Simplório, superficial. O mundo não é assim. É muito mais complexo, e profundo e belo, como encontrar o ponto, aquele momento mágico, a carne em sua forma mais perfeita.

E quem disse que um churrasco não tem poesia?

Até.