Esse é o tempo em que venho escrevendo ‘A Sopa’, no início enviando-a por e-mail e depois simultaneamente com o blog. Muito tempo, pouco tempo, tudo tão relativo, não? Já fui para o exílio, e agora vivo as diferentes voltas.
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Continuo aprendendo, como sempre. Um dos mais recentes, e em realidade não tanto aprendizado, mas antes uma constatação, é a de que sou chato. Provavelmente fui o último a me dar conta, eu sei, mas não me importo. O fato é que sou chato, e praticamente me orgulho disso. Confesso, contudo, que estou tentando uma forma de driblar, de contornar essa característica que tem uma razão de ser.
Tudo começou quando percebi que era prolixo.
Quando escrevo um texto, por exemplo, tenho um estilo (se é que pode se chamar assim) conciso. Apesar de gostar e eventualmente me aventurar por frases longas, com várias orações, várias idéias fluindo numa seqüência de pensamentos, e gostar dos longos parágrafos quase sem pontos, apenas vírgulas separando os pensamentos, diálogos e impressões, na maioria das vezes os meus textos se caracterizam por frases curtas, diretas. Contrastando com isso, quando converso e conto uma história, aí sim, sou bem prolixo.
Porque toda história tem uma história que a antecedeu e que vai levar à seguinte e assim sucessivamente quase ao infinito. Qualquer história que se conte – e contar histórias é um prazer que tenho – tem uma pré-história, que na maioria das vezes é fundamental para o entendimento da mesma. Mas a pré-história tem, ela própria, uma pré-história, e assim até o fim (ou início) dos tempos. Quase como uma maldição, saber disso me impede de contar qualquer história, por menos importante que seja, sem que antes eu me sinta obrigado a relatar os acontecimentos que precederam essa história, que levaram a ela. Dessa forma, qualquer história que conto é longa, o que me torna chato.
Talvez essa seja a razão de eu escrever essa Sopa há cinco anos: eu estou indo e vindo no tempo, contando detalhes significativos – ou não – que tentam situar, auxiliar o leitor para que ele possa entender essa história que tento contar, a minha. Mesmo quando escrevo ficção, e faz tempo que não o faço, estou contando – de alguma forma – a minha própria história. Ou, melhor, a minha ínfima contribuição para a história do mundo. Para deixar de parecer confuso, resolvi recomeçar a contar essa história desde o início.
“No princípio, era o Verbo...”
Até.
2 comentários:
Cinco anos.
Se você se acha um chato, pode adicionar "persistente".
:)
Uau, agora vejo que vc já é um blogueiro Senior....
Fifi está ótima, voltamos ao vet e ela só volta lá no próximo ano para sua vacina anual. Mas está de dieta, recomendações médicas.
bjs,
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