Em Porto Alegre.
Cheguei ontem, a tempo de ver o não-jogo do Brasil. Aliás, nada a declarar sobre o assunto, melhor deixar os ”entendidos” falarem a respeito. Até porque o jogo da seleção perdeu em importância para o fato principal (para mim, para mim) ontem, que foi a minha volta para casa.
Depois, e apesar das despedidas todas das últimas semanas, não consegui me sentir deixando Toronto definitivamente e até agora, pouco mais de vinte e quatro horas depois do desembarque, ainda não me senti de volta definitivamente. Estranho, mas nem tanto, e sei bem por quê.
Em primeiro lugar, não me senti saindo de Toronto para vir morar de novo no Brasil, não senti o final do ciclo por um fato mais ou menos insólito: eu apenas peguei minhas malas e fui para o aeroporto, e o apartamento permaneceu lá intacto, praticamente como quando eu vinha passar férias no Brasil. Não houve o dramático momento de fechar o apartamento vazio e entregar a chave. Aquela última olhada para as coisas antes da sair. Tudo ficou como estava, porque o Leandro e a Renata, meus “hóspedes” na última semana, vão ficar pelo menos mais uma semana lá, provavelmente o mês de julho todo lá. Por isso, não me senti encerrando o ciclo. À viagem, então.
Fui para o aeroporto de carona com os queridos amigos Rafael e Monique. Não só me levaram lá como ficaram lá comigo até a hora do embarque. Testemunharam, por isso, além de me ajudar, toda a confusão que eu armei no check in.
Tudo começou quando foram pesar as minhas malas. Eu sabia, estava 100% convicto, que a mala grande que eu leva ultrapassava o limite de 32kg permitido. Apesar da certeza toda, nutria uma pequena esperança que não estivesse. Na hora de pesá-la, a constatação: ela estava 11kg acima do limite de peso! Não poderia embarcá-la assim. Pior, a mala menor estava quase no limite. O que fazer? Lembrei que tinha uma mochila vazia na mala, poderia levar como bagagem de mão. Perguntei, então ao atendente, quanto poderia levar como bagagem de mão. Perguntou-me o que eu estava levando, e mostrei a mala pequena (mais ou menos 20kg, mas não revelei essa informação) e o violão.
Aí começou. Ele disse que eu não poderia levá-lo comigo porque era muito grande. Nem pensar, respondi, eu trouxe e vou levá-lo de volta. Ele disse que não. Eu disse que sim. Ele disse que era norma da companhia. Eu disse que a Air Canadá tinha permitido eu trazê-lo e ia permitir eu levá-lo de volta. Ele disse que ia ligar para o seu supervisor, eu falei que ele chamasse o supervisor porque só falaria com ele pessoalmente. Falei que ia resolver o problema do excesso de peso e voltava já.
Fomos, a Monique, o Rafael e eu até uma loja de bagagens e comprei a bolsa mais barata que eles tinham. Fizemos o rearranjo das coisas ali mesmo, no chão do saguão. Ficaram três volumes de pesos adequados. Voltamos ao guichê do check in, e fomos atendidos exatamente ao lado do primeiro. Ele começou a explicar o caso ao colega e eu disse que não aceitava, quem eu ia levar o violão comigo. Nesse momento, segundo o Rafael, minhas chances eram de 90% ter que deixar o violão no Canadá, 1% conseguir embarcá-lo comigo e 9% de ser preso.
Apareceu o supervisor e, quando o funcionário começou a explicar a situação, olhou para o violão, viu que não era um estojo rígido, mas sim uma capa “macia”, e disse que esse tipo de capa era permitido. Ponto pra mim. Sorri, e fui pagar o excesso de bagagem que, por sinal, foi mais barato que o valor que o primeiro atendente tinha informado. No guichê para pagamento, fiquei sabendo que a VARIG tinha cancelado o meu vôo Guarulhos – Porto Alegre (11:55) e me transferido para um da TAM, Congonhas - Porto Alegre às 19h. Falei com a funcionária que não tinha a menor chance de eu ir nesse vôo, mas que isso eu teria que resolver quando chegasse no Brasil.
Nisso, o Henrique e a Camilla já haviam chegado, e ficaram comigo até a hora do embarque. Foi ruim me despedir dos meus queridos amigos, mas nos veremos em breve, tenho certeza.
O vôo foi bem tranqüilo no final das contas, mas saiu cerca de uma hora e quinze atrasado. Chegamos em São Paulo às 11h, uma hora depois do previsto e uma hora e vinte antes da saída da minha carta na manga. Explico. Em virtude dos problemas da VARIG, e para ter certeza que eu ia chegar em Porto Alegre cedo, comprei uma passagem da GOL just in case. Foi necessário usá-la. O vôo atrasou, mas cheguei em Porto Alegre às 15 horas. Deu tempo de largar as coisas em casa e ir até a casa do Paulo e da Karina para assistirmos aquele jogo que não aconteceu.
Estou em casa, ainda meio zonzo, mas logo entro nos eixos.
Até.
Um comentário:
Ainda bem então que tinha as suas passagens, hein.... Mas me fala uma coisa, se vc não usasse sua passagem como seria ? E então não teve nenum problema com suas malas no vôo domestico?
Fico feliz de tudo ter terminado bem. E agora as novidades serão by blog. Viu suas fotos que mandei?
bjs,
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