domingo, novembro 26, 2006

A Sopa 06/19

Mudei de idéia.

Eu estava preparado para escrever sobre um assunto suuper-atual e importante para nossas vidas, mas desisti. Talvez temporariamente, provavelmente em definitivo. Mesmo que fosse importante para nossa felicidade enquanto seres humanos habitando esse pequeno planeta que orbita em torno do sol, uma pequena estrela dentro a galáxia que chamamos de Via Láctea, uma entre bilhões, quiçá trilhões de outras, mesmo assim abdiquei da idéia de falar sobre o que eu pretendia falar.

O bacon.

Provavelmente nenhum de nós tem a verdadeira noção da importância do bacon para a humanidade enquanto espécie. Não. Os americanos devem saber, e por isso que o consomem em grandes quantidades. Talvez devêssemos seguir o exemplo, não sei. Deixa prá lá, prometi que não ia falar disso.

Quero falar um pouco de voltas. De voltar, da volta.

Antes, quando ainda morava no Canadá e ansiava – a despeito de toda a qualidade de vida, condições de trabalho, amigos e tal – retornar ao Brasil, falava como seria a minha volta e retomada da vida no sul do mundo. Vivo isso agora e, diferente da minha chegada – que foi como morrer, e já falei disso -, a volta não é uma só. São várias, e nesse final de semana que termina tive duas voltas simbólicas.

Começou na sexta-feira na hora do almoço, com uma picanha sob a sombra de um jacarandá na churrascaria Barranco. Almoçamos eu e o Luciano, grande e velho amigo, muitas histórias e voltas desde o tempo da faculdade. Não tínhamos nos encontrado pessoalmente desde a minha volta. A última vez tinha sido no meu aniversário de 2005, quando vim de Toronto e praticamente fui do aeroporto para a festa organizada pela Jacque. Foi um longo almoço, e colocamos a vida em dia. Lembramos histórias, falamos de projetos. Contou-me a respeito do seu recém nascido filho, de como a vida muda. A vida muda. Sempre. E isso é o que ela tem de melhor. O sábado à noite também foi marcado por momentos simbólicos, um em especial: um vinho que abrimos e tomamos, os Perdidos. Foi o vinho da volta definitiva.

Em agosto de 2004, entre as muitas despedidas que fizemos antes de eu ir para o exílio, a última foi na véspera de minha viagem, quarta-feira, dezoito de agosto. Nesse dia, ganhei do Caio uma garrafa de vinho com uma etiqueta com os dizeres “Para ser aberta na volta definitiva”. Assim foi. Dois anos e três meses depois abri a garrafa (guardei a rolha) brindamos e a tomamos, os Perdidos originais.

Conversamos muito, rimos, lembramos de histórias – de viagem ou não – e terminamos a noite assistindo o vídeo ‘Perdidos na Espace – Uma Van na Europa’. Foi uma noite completa, como nos velhos tempos, com a diferença de que a vida muda, nós mudamos e, se continuamos andando por caminhos que se encontram aqui e ali, então tudo está bem.

Muito bem.

Até.

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