quinta-feira, dezembro 14, 2006

Barcelona

Entrei no restaurante, hoje ao meio-dia, e encontro um amigo colorado.

Sozinho, almoça e fita o horizonte imaginário, catatônico, com um olhar de ausência de esperança, de alguém que sabe que vai morrer em muito pouco tempo. Alguém que viu sua cidade destruída por um bombardeio inimigo (sempre lembro do Vietnã, sempre o Vietnã). Chego próximo, ele me olha e pergunta:

- Viste o Barcelona?

Logo entendo o motivo de seu mal estar, de sua angústia. Solidário, ainda tento animá-lo.

- Nossa obrigação já fizemos, que era chegar na final, o que vier agora é lucro.

Ele balança a cabeça, desolado. “Não vai dar, não vai dar”, lamenta. “Ninguém ganha jogo de véspera”, argumento, e ele concorda sem muita convicção.

Domingo é a final. Esperemos.

Pode ser um dia de glória. Ou não.

Até.

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