quarta-feira, outubro 24, 2007

Pensamentos sobre o tempo

As férias, independente do programa escolhido e da atividade realizada, são um momento em que há – idealmente – o desligamento da vida cotidiana e a abertura de um canal de sensibilidade maior ao mundo, exterior e/ou interior. Quando percebemos, ou sentimos isso, se tornam bem mais proveitosas.

Durante as duas últimas semanas, entre as diversas atividades relacionadas à viagem em si - visitas, roteiros, cidades, hotéis, estacionamentos, o carro – houve momentos em que tive um insight mais ou menos recorrente e que, quase uma obviedade quando penso nos temas que me são caros, está relacionado com a passagem do tempo, seus efeitos e sua inevitabilidade. Tenho – mais um confissão numa quarta-feira de outubro – problemas com os lutos que somos obrigados a trabalhar durante a vida.

Não falo aqui – pois seria óbvio demais – na perdas reais (e definitivas) que enfrentamos ao longo da vida, mas sim dos pequenos lutos que fazemos ao perder pessoas que saem de nossas vidas por caminhos diferentes. Situação a qual – aí sim, óbvio – acabamos nos acostumando. Descubro-me espantado, de tempos em tempos, com o fato de não mais pensar, não lembrar cotidianamente de pessoas e situações que foram – e quem sabe até ainda seriam, importantes, significativas para mim. Acredito que levo um tempo bem maior que o aceitável para deixar o passado virar realmente passado, entendem?

Tolo, dirás, por que perdes tempo com esses pensamentos inúteis?

Pergunta sem resposta, admito.

Mas pensei nisso de novo nos últimos dois dias, quando – sem querer – reencontrei pessoas de muito anos atrás num desses sites de relacionamento e passei a pensar em como havia chegado até aqui e o que havia feito da minha vida. Foi uma experiência interessante, lembrar de pessoas que fizeram e não fazem mais parte da minha vida e no que se tornaram (longe de mim) e no que me tornei (longe delas).

É isso.

Até.

Um comentário:

Anônimo disse...

Infelizmente, o tempo afasta as pessoas, porém, sempre há um espaço para reaproximação. Abs. Marco