Tempos estranhos, esses.
Já devo ter começado mais de um texto/crônica dessa forma no passado. Quero dizer que ainda me admiro com o mundo, com as coisas (apesar de que "os que se julgam espertos acham que a admiração é um alarmante sintoma de ignorância, e por isso afirmam que só os tolos se admiram..."). Tento - e nem sempre consigo, óbvio - ver o mundo com algum senso de perspectiva. A insignificância da praia perante a grandiosidade do oceano, mais um tema recorrente de antigos escritos.
Ando particularmente impressionado com a necessidade que todos tem de ter opinião sobre qualquer assunto, qualquer fato. Todos viraram especialistas em tudo, e fazem questão de manifestar todas as suas opiniões em público, para que todos ouçam, mesmo que não queiram ou não se interessem em ouvir. As redes sociais são um campo livre para isso, e lá vão as pessoas se posicionar sobre a Criméia, o avião que caiu no Índico, Venezuela, Petrobrás e por aí vai.
Pois é.
O prezador leitor pode perguntar se não é isso o que faço, esse texto sendo um exemplo disso.
Pois é, de novo.
Sim, até o é, mas com um atenuante: eu não estou obrigando ninguém a ler, vem até aqui quem tiver vontade, ou curiosidade. Ao abrir o seu facebook você não dará com a minha opinião em letras garrafais em sua timeline. Pode ser que não faça diferença mesmo.
Pois é, uma vez mais.
O que quero dizer é que não tenho opinião sobre tudo, e cada vez tenho menos certeza das coisas que achava que eu sabia bem. Começo a ter a impressão de que tenho pouco conhecimento (pouca informação sobre os fatos) para ter uma opinião formada. Tudo que sei é que cada vez mais nada sei.
Princípios.
Isso eu tenho.
Acho que basta.
Até.
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