Crônicas e depoimentos sobre a vida em geral. Antes o exílio; depois, a espera. Agora, o encantamento. A vida, afinal de contas, não é muito mais do que estórias para contar.
sábado, julho 26, 2014
domingo, julho 20, 2014
Aos amigos, com carinho
Sou um espírito primitivo, confesso.
Ainda tenho muito que evoluir
para poder aceitar algumas das inevitabilidades da vida.
A morte, por exemplo.
A ideia da morte ainda me perturba, por ser um desperdício. Quanta história,
quanta experiência, quanta – obviedade - vida se perde quando da morte de
alguém, seja lá quem for. Sei, contudo, que essa inconformidade é como ser
contra a lei da gravidade ou negar a evolução: inútil, infantil até. Paciência.
Pode me chamar de espírito infantil, então.
Essa característica ajuda a
definir quem sou, e é a base de diversas outras características que me definem.
Como acreditar nas pessoas. Como regra, eu acredito nas pessoas, e procuro as
valorizar. Todos – até prova em contrário – merecem meu respeito e
consideração. A sua história pessoal, e a nossa história em comum.
Falo, então dos meus amigos, do
presente e do passado, os que são e os que foram e não são mais. Todos tem sua devida
importância porque fazem parte do que me tornei e do que continuo me tornando. Falo até daqueles de quem eu queria ser amigo (ou mais amigo), mas a vida não permitiu. Falo também daqueles a quem tenho a pretensão de ensinar alguma coisa, me sentindo como um irmão mais velho, apesar de já ter idade para ser pai de muitos, sempre torcendo por eles e querendo ser mais próximo. Muitos são os amigos, claro que uns mais e outros menos. Muitos, mas alguns poucos. Sabem como é, sabem quem são.
E então entra a relação, às vezes
tranquila e outras vezes conflituosa que tenho com o tempo, melhor, com o
passar do tempo. Mais uma batalha inútil que volta e meia travo, como Quixote lutando
com moinhos de vento, ou como quando me sinto empurrado para o corner e fico a me
defender de um inimigo imaginário num improvável luta de boxe. O tempo às vezes
se confunde, e volto no tempo ao ouvir uma música antiga e lembro de pessoas e
chego a pensar que devo voltar – não para refazer caminhos ou mudar o que
passou – mas para reencontrar pessoas e lembrar, recontar histórias, agradecer
por terem sido importantes naquele momento que passou.
Mas o tempo não volta, avança.
E novas referências são criadas,
novas estórias são vividas e contadas (a vida não é muito mais que isso mesmo, estórias
para contar). E os amigos estão aí, e é disso que falo. São eles essa conexão
com o passado e com o futuro.
Eles são a referência.
O norte.
Até.
sábado, julho 12, 2014
sábado, julho 05, 2014
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