Parece que quando eu acordo pouco inspirado, eu acabo escrevendo sobre o tempo. O Tempo, você sabe, aquele que passa inexoravelmente, que sinaliza nossa caminhada pela vida. Ou esse tema é tipo uma obsessão minha, pouco importa.
Talvez um pouco dos dois, admito. Ou não.
De qualquer forma, por esses dias – confesso que não lembro onde – vi, li ou ouvi algo associado a pessoas que não valorizam, não respeitam ou mesmo desprezam o seu passado, e falo em termos de fatos, lugares e/ou pessoas. O sentimento que essa constatação, e não sei se esse é o melhor termo, me causou foi de estranheza. Porque é muito diferente de mim.
Pensei em quem, por circunstâncias quaisquer da vida, por caminhos diferentes seguidos, acabou se afastando de alguém ou algum grupo, fato corriqueiro, habitual. Pessoas mudam, lugares mudam, tudo muda o tempo todo no mundo, é o curso natural da vida, é como as coisas são, e está tudo bem. O que me causa estranheza é quem, por essas mudanças naturais, “renega” (renegar, negar novamente, duplamente) o passado: quem foi, o que fez, e quem esteve junto nesses momentos.
Eu não sou assim.
Sim, eu mudei e continuo mudando. Não, não fazem mais sentido determinadas relações que antes faziam, assim como lugares não tem mais razão de serem frequentados. Nada mais natural. Mesmo assim, apesar disso, eu tenho profundo respeito e consideração por quem compartilhou comigo esse período ou trecho da caminhada. Quem teve uma conexão e agora não tem mais, por uma razão ou outra. Já superei a fase de querer retomar determinadas conexões que não fazem mais sentido para nenhum dos envolvidos.
Tirando um deslize aqui e outro ali, a que todos estamos sujeitos ao longo da vida, não rejeito quem fui porque quem fui foi a preparação para quem sou hoje.
Até.
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