domingo, fevereiro 25, 2007

A Sopa 06/32

A era da informação.

Nos dias de hoje, a despeito de todos os progressos e conforto, traz alguns problemas talvez insolúveis. O raciocínio é simples, é muito informação com a qual temos que lidar diariamente e, de certa maneira, tomar posição, ter opinião.

Basta abrir um jornal de qualquer dia, aleatoriamente, e está lá um assunto que – invariavelmente – é complicado demais para se chegar a uma conclusão ou tomar partido rapidamente. Podemos pensar que sempre foi assim, nenhum assunto é simples demais para rápidas tomadas de posição, a verdade sempre tem várias faces, melhor, vários lados, e cada um quer fazer prevalecer a sua verdade. E é assim mesmo, nada na vida é tão simples, nem mesmo o sagu, e nunca foi fácil lidar com isso.

A grande diferença é que, há cinqüenta, cem, quinhentos e até mil anos atrás, por não ter acesso ao que acontecia no resto do mundo – pela falta de meios de comunicação, de transporte, e até de conhecimento – as pessoas tinham que lidar com poucos assuntos, e mesmos esses pareciam mais simples. Além disso, boa parte das vezes, era Deus (a Igreja, no caso) quem determinava o que se deveria pensar e de que forma agir. Quem estava com Deus (com a Igreja) estava bem, e os outros que ardessem no fogo do inferno ou nas fogueiras da inquisição. Era só andar na linha determinada que tudo ficaria bem. Ou não, mas isso é outra história, o ponto aqui é que hoje a coisa é bem mais complicada. Somos bombardeados por uma quantidade impressionante de informações e temos que processá-las rapidamente para podermos nos posicionar perante o mundo.

Pode-se argumentar que não é preciso saber ou ter opinião sobre tudo. Mais, que não é possível saber sobre tudo. Basta saber sobre o que acontece na aldeia em que se vive, o resto não é tão importante, não é fundamental. O que importa saber é que, e está aí o ponto em que quero chegar: esse é uma das maiores fontes de estresse do mundo atual, e a Internet só faz aumentar a situação, porque temos acesso a informações do mundo, em tempo real.

Não sei vocês, mas eu me sinto obrigado a ler, ver e ouvir notícias para saber o que se passa à minha volta. Não conseguiria viver alienado disso. Mais, sinto que tenho que me posicionar e me preocupo a respeito de tudo. Isso me torna menos feliz? Pelo contrário, talvez por isso mesmo eu valorize mais as coisas que tenho e as pessoas com quem convivo.

Não sei, mas é uma forma de ver as coisas.

Até.

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