domingo, outubro 02, 2011

A Sopa 11/05

Tempo para pensar.

Ando as voltas com pensamentos a cerca dos meus quarenta anos, que completo no início do segundo trimestre do ano vindouro. Já pensei em fazer um festão, em não fazer nada, em viajar com a família, em viajar sozinho (quem sabe para o fim do mundo?). Até em reunir novamente a Banda da Sopa (Magno?) para um show na hipotética festa a qual me referi anteriormente. Mas não sei. Mesmo. Tem tempo, claro, mas volta e meia me pego pensando nisso.

“Tempo livre para pensar em uma festa que só aconteceria no ano que vem? Como assim?”, você pode estar se perguntando. De onde surge tempo livre em meio à rotina, que tantas vezes reclamo ser pesada e cansativa?

Explico, explico.

A explicação é simples. O tempo para pensar é o tempo que tenho quando estou dirigindo sozinho. Se pensar que eu rodo 600 quilômetros semanais, e pelo menos metade desses são às terças-feiras, quando viajo e volto para dar aulas em uma cidade a 150 quilômetros de casa (duas horas na ida, três horas na volta), está claro que tenho momentos em que posso pensar sobre a vida. Acostumado, gosto da estrada ao nascer o dia, e muitas vezes a viagem é embalada por milongas que fazem a trilha sonora do clarear nos campos. Se tivesse chimarrão, então, seria perfeito.

E viajo longe em meus pensamentos.

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Ainda sobre o passar do tempo, recorro no assunto.

Já falei que até um determinado momento, acreditava que ainda não tinha alcançado o ápice da forma física na vida, e que – caso decidisse e me esforçasse para isso – poderia fazê-lo a qualquer momento. Um dia, então, percebi que isso já não era verdade: por mais que eu quisesse, a chance de atingir o ápice havia passado e eu não conseguiria mais. Confesso que foi, sob certo prisma, frustrante.

Quinta ou sexta-feira passada, por acaso li um texto que estava num mural na Associação de Médicos do Hospital da PUCRS (da qual estou deixando a diretoria para um novo desafio) que falava alguma coisa sobre se aposentar em torno dos cinqüenta anos (algo que não é nem uma possibilidade nem uma aspiração minha) e sobre experiência de vida. Percebi, ao ler o texto, que – sim – ainda não atingi o ponto máximo da vida intelectual, e claramente posso alcançá-lo nos próximos anos.

Ou, ao menos, nutro a ilusão de ser capaz.

Até.  

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