Estou sozinho em casa.
O silêncio domina o ambiente, e o que escuto é o som das teclas do notebook enquanto digito esse Sopa de final de domingo que termina estranho, com a casa silenciosa enquanto escrevo. E será assim nas próximas semanas.
As meninas foram viajar.
A primeira a sair de casa nesse julho de dois mil e vinte e três foi a Marina, que embarcou na última quinta-feira para três semanas de intercâmbio com um grupo da escola, e desde sexta-feira está em Londres, onde ficará até o dia vinte e oito. É primeira longa estadia dela longe de casa, longe de nós (a Jacque e eu). Ao contrário do que possam pensar, o sentimento não é de apreensão ou qualquer tipo de ansiedade. É de uma felicidade incontida, por ela, por estar tendo a oportunidade de viver essa experiência, e por nós, por podermos proporcionar a ela. Genuinamente feliz por ela, por ter se tornado essa menina que foi na boa e que está curtindo a experiência.
O final de semana foi de chegada, adaptação e passeios, pois as aulas começam amanhã. Foram hoje ao Madame Tussauds, museu de figuras de cera, onde prestou reverência ao David Bowie, e depois foram à Abbey Road. Como não estar feliz com isso?
É comprovar, de verdade e mais uma vez, que ser pai (ou mãe) é isso, é ficar feliz pelos filhos, talvez até mais de que se fosse conosco.
Enquanto a Marina está em Londres, a Jacque embarcou agora à tarde para Israel, onde vai acompanhar a mãe dela – que não iria se ela não fosse junto – em viagem do grupo da Igreja. Vai como apoio, como suporte. E será uma baita viagem, que seguramente eu gostaria de fazer, mas não era o momento mais adequado para mim.
Enquanto elas viajam, eu sigo na rotina normal de inverno, com o consultório em momento de lotação máxima, e mais os extras. Vai ser o período mais longo que ficaremos afastados desde que voltei do Canadá, há quase vinte anos. Dessa vez, contudo, estou em casa.
Vai ser divertido, também.
Estou só pelos churrascos...
Até.