Pois é.
Algumas vezes temos razões para celebrar com os amigos. E devemos celebrar.
Mas existem aqueles outros momentos em que devemos comemorar que está tudo bem, não tem nada, foi só um susto, estamos prontos para outra.
Hoje é um dia desses.
Até.
PS - Mando notícias de Fortaleza.
Crônicas e depoimentos sobre a vida em geral. Antes o exílio; depois, a espera. Agora, o encantamento. A vida, afinal de contas, não é muito mais do que estórias para contar.
terça-feira, outubro 31, 2006
segunda-feira, outubro 30, 2006
Day After
Eleições.
No Brasil, deu Lula.
No Rio Grande do Sul, Yeda.
Pronto. É hora de deixar de palhaçada e começarmos a trabalhar para, e torcer que as coisas melhorem. Ninguém precisa de inimigos na trincheira.
Como dizem, as urnas são soberanas. Então o presidente é o presidente de todos, gostem ou não. O mesmo vale para a governadora da nossa querência.
Até.
No Brasil, deu Lula.
No Rio Grande do Sul, Yeda.
Pronto. É hora de deixar de palhaçada e começarmos a trabalhar para, e torcer que as coisas melhorem. Ninguém precisa de inimigos na trincheira.
Como dizem, as urnas são soberanas. Então o presidente é o presidente de todos, gostem ou não. O mesmo vale para a governadora da nossa querência.
Até.
domingo, outubro 29, 2006
A Sopa 06/15
Domingo de eleições no Brasil.
Como todos sabem, não sou aquele tipo de pessoa que fica se auto-elogiando, narrando seus feitos e tornando-os epopéias quando na verdade não o são (como estão fazendo com o episódio da volta do Grêmio à primeira divisão, mas isso é assunto para outra sopa, num outro dia). Prefiro não falar e apenas deixar que os fatos falem por si. Por ser dia de eleição, e por esta envolver a tentativa de reeleição do atual e polêmico governo do partido dos trabalhadores, vou lembrar uma história de junho de 2004, quando ainda nem se falava em mensalão e muito menos em dossiês.
Denúncia.
Vou parar de falar mal do governo do PT. Não que eu ache que tenha melhorado, ou que ele não tenha graves problemas como tiveram também os do FHC. Vou parar de falar mal – criticar, mesmo que construtivamente, ao contrário da maioria das pessoas com quem converso, que critica apenas por ser do PT – porque recebi um aviso de que eu deveria parar de falar sobre o assunto. É a lei da mordaça agindo sobre mim.
Obviamente se vocês forem perguntar para o governo se eles fizeram isso mesmo – bem claro, me censurar – eles vão negar. Assim como vão negar que têm agentes infiltrados controlando todos os nossos passos, mas que têm, isso tem. E vou contar para vocês o que aconteceu, para todos saberem. Não ficarei calado!
Estávamos, Jacque, eu, e os seus pais (meus sogros, óbvio) jantando despreocupadamente no Restaurante Copacabana, sexta à noite, quando aconteceu: discutíamos outro assunto qualquer quando, do nada, surgiram agentes da Polícia Federal por todos os lados do restaurante, fechando todas as saídas. Estávamos cercados, sem possibilidade de fuga. Aí, então, entrou o primeiro, o José Dirceu, cercado de colaboradores, sorrindo. Cumprimentou um e outro e, de relance, deu uma olhadinha para mim, como quem diz “Eu sei quem você é e estou de olho, fique atento”. Nem me perturbei.
Foi quando entrou – também cercado de seguranças – o José Genoíno. Sorridente e simpático como sempre, cumprimentava a todos e, ao olhar para mim e abanou, como quem diz “É melhor levar a sério o aviso, estamos te cuidando”. Foi o suficiente para eu saber que com esse pessoal não se brinca...
Mas também não se brinca comigo. Pergunta: o que aconteceu com os dois personagens do PT que participaram dessa história? Preciso dizer mais alguma coisa?
:-)
Até.
Como todos sabem, não sou aquele tipo de pessoa que fica se auto-elogiando, narrando seus feitos e tornando-os epopéias quando na verdade não o são (como estão fazendo com o episódio da volta do Grêmio à primeira divisão, mas isso é assunto para outra sopa, num outro dia). Prefiro não falar e apenas deixar que os fatos falem por si. Por ser dia de eleição, e por esta envolver a tentativa de reeleição do atual e polêmico governo do partido dos trabalhadores, vou lembrar uma história de junho de 2004, quando ainda nem se falava em mensalão e muito menos em dossiês.
Denúncia.
Vou parar de falar mal do governo do PT. Não que eu ache que tenha melhorado, ou que ele não tenha graves problemas como tiveram também os do FHC. Vou parar de falar mal – criticar, mesmo que construtivamente, ao contrário da maioria das pessoas com quem converso, que critica apenas por ser do PT – porque recebi um aviso de que eu deveria parar de falar sobre o assunto. É a lei da mordaça agindo sobre mim.
Obviamente se vocês forem perguntar para o governo se eles fizeram isso mesmo – bem claro, me censurar – eles vão negar. Assim como vão negar que têm agentes infiltrados controlando todos os nossos passos, mas que têm, isso tem. E vou contar para vocês o que aconteceu, para todos saberem. Não ficarei calado!
Estávamos, Jacque, eu, e os seus pais (meus sogros, óbvio) jantando despreocupadamente no Restaurante Copacabana, sexta à noite, quando aconteceu: discutíamos outro assunto qualquer quando, do nada, surgiram agentes da Polícia Federal por todos os lados do restaurante, fechando todas as saídas. Estávamos cercados, sem possibilidade de fuga. Aí, então, entrou o primeiro, o José Dirceu, cercado de colaboradores, sorrindo. Cumprimentou um e outro e, de relance, deu uma olhadinha para mim, como quem diz “Eu sei quem você é e estou de olho, fique atento”. Nem me perturbei.
Foi quando entrou – também cercado de seguranças – o José Genoíno. Sorridente e simpático como sempre, cumprimentava a todos e, ao olhar para mim e abanou, como quem diz “É melhor levar a sério o aviso, estamos te cuidando”. Foi o suficiente para eu saber que com esse pessoal não se brinca...
Mas também não se brinca comigo. Pergunta: o que aconteceu com os dois personagens do PT que participaram dessa história? Preciso dizer mais alguma coisa?
:-)
Até.
sábado, outubro 28, 2006
De novo, sábado
Sábado, manhã.
Sol. O melhor momento da semana.
Após ter ido dormir antes das 22h de sexta-feira, talvez para fugir de assistir o debate entre os presidenciáveis, acordo às 6h10, pronto para começar o sábado. O céu é azul e o sol brilha lá fora.
Dia de ir na Feira.
Até.
Sol. O melhor momento da semana.
Após ter ido dormir antes das 22h de sexta-feira, talvez para fugir de assistir o debate entre os presidenciáveis, acordo às 6h10, pronto para começar o sábado. O céu é azul e o sol brilha lá fora.
Dia de ir na Feira.
Até.
quinta-feira, outubro 26, 2006
Aos meus três leitores
quarta-feira, outubro 25, 2006
Quase lá
A poucos dias de não votar para presidente nem governador
(estou com meus direitos políticos cassados).
Procuro não pensar no que vai acontecer, mas é difícil não enxergar nuvens escuras no horizonte. Independente de quem ganhar. Um não é muito diferente do outro. Sério.
Só que não poderia ser reeleito um presidente que sabidamente foi parte ou foi conivente com um esquema de corrupção. Repito, não devemos tolerar isso.
Sem falar no resto (beijando a mão de Jader Barbalho, no mesmo palanque que Sarney, etc). Não pensei que viveria para ver o PT aliado ao que há de mais atrasado nesse país. Eu, que votei muitas vezes numa idéia de mundo defendida pelo PT, vejo que as coisas não eram bem assim.
Ética e honestidade transformados em conceitos relativos, que variam conforme o interesse de um e outro. É o fim, ou quase.
Que venha a tempestade, então.
Até.
(estou com meus direitos políticos cassados).
Procuro não pensar no que vai acontecer, mas é difícil não enxergar nuvens escuras no horizonte. Independente de quem ganhar. Um não é muito diferente do outro. Sério.
Só que não poderia ser reeleito um presidente que sabidamente foi parte ou foi conivente com um esquema de corrupção. Repito, não devemos tolerar isso.
Sem falar no resto (beijando a mão de Jader Barbalho, no mesmo palanque que Sarney, etc). Não pensei que viveria para ver o PT aliado ao que há de mais atrasado nesse país. Eu, que votei muitas vezes numa idéia de mundo defendida pelo PT, vejo que as coisas não eram bem assim.
Ética e honestidade transformados em conceitos relativos, que variam conforme o interesse de um e outro. É o fim, ou quase.
Que venha a tempestade, então.
Até.
terça-feira, outubro 24, 2006
Sensibilidade e a escrita
Muitas vezes, escrever é tão difícil quanto um parto a fórceps. Senta-se em frente ao computador de olho na tela branca, esperando a inspiração aparecer, sempre cogitando escrever sobre a falta de inspiração, maneira fácil de enrolar o leitor, como parece que estou fazendo agora. Parece, mas não estou. Por mais que vocês concluam que eu estou fazendo, vocês estão enganados. (Viu como é fácil? Enchi um parágrafo inteiro).
Mas eu queria falar de sensibilidade, de estar aberto ao mundo ao redor, captar as histórias que estão por aí, etéreas, esperando para serem contadas. O mesmo fenômeno ocorre com a música. Penso que nas vezes em que não surge assunto é porque não estamos sensíveis ao que nos cerca, ao mundo. Por outro lado, é porque estamos conectados com a “Grande História do Mundo”, da qual todas pequenas (ou grandes) histórias são parte, que algumas vezes a história “se atira” na nossa frente.
Como no caso do homem com a tatuagem entre parênteses. Estava saindo de uma lancheria (restaurante, se preferirem) quando passou por mim uma pessoa que tinha ideogramas chineses tatuados no braço direito. Entre parênteses! Aquilo me intrigou profundamente. O que significava aquilo? Uma seita, um culto, uma mensagem ou uma indecisão? Algo como “O Senhor é meu pastor. Ou não.” Talvez significasse “Eu amo Rosa, mas sem exageros”. Ou “Este lado para cima”. “Produto japonês, mas fabricado em Cacequi”. Quem pode saber...
Os parênteses são um recurso da gramática que eu admiro com sinceridade, porque eles são a mensagem subliminar, são o pensamento oculto, muitas vezes a ironia. O poder de usar os parênteses não devia ser outorgado a qualquer um. Aliás, acho que só deveriam ter o direito de usá-los pessoas treinadas para tal tarefa, cujas qualificações teriam sido testadas e certificadas previamente. Todo texto com parênteses bem utilizados poderia vir com um selo de autenticidade e certificação de origem.
Para aqueles que os usassem de maneira leviana seriam aplicadas multas. Casos reincidentes seriam punidos com afastamento do convívio social, pelos menos em bibliotecas. Na verdade, acho que deveriam ser punidos também os assassinos de vírgulas, dos negligentes com acentos e outros criminosos da Língua Portuguesa.
(texto antigo, mais ou menos reciclado)
Até.
Mas eu queria falar de sensibilidade, de estar aberto ao mundo ao redor, captar as histórias que estão por aí, etéreas, esperando para serem contadas. O mesmo fenômeno ocorre com a música. Penso que nas vezes em que não surge assunto é porque não estamos sensíveis ao que nos cerca, ao mundo. Por outro lado, é porque estamos conectados com a “Grande História do Mundo”, da qual todas pequenas (ou grandes) histórias são parte, que algumas vezes a história “se atira” na nossa frente.
Como no caso do homem com a tatuagem entre parênteses. Estava saindo de uma lancheria (restaurante, se preferirem) quando passou por mim uma pessoa que tinha ideogramas chineses tatuados no braço direito. Entre parênteses! Aquilo me intrigou profundamente. O que significava aquilo? Uma seita, um culto, uma mensagem ou uma indecisão? Algo como “O Senhor é meu pastor. Ou não.” Talvez significasse “Eu amo Rosa, mas sem exageros”. Ou “Este lado para cima”. “Produto japonês, mas fabricado em Cacequi”. Quem pode saber...
Os parênteses são um recurso da gramática que eu admiro com sinceridade, porque eles são a mensagem subliminar, são o pensamento oculto, muitas vezes a ironia. O poder de usar os parênteses não devia ser outorgado a qualquer um. Aliás, acho que só deveriam ter o direito de usá-los pessoas treinadas para tal tarefa, cujas qualificações teriam sido testadas e certificadas previamente. Todo texto com parênteses bem utilizados poderia vir com um selo de autenticidade e certificação de origem.
Para aqueles que os usassem de maneira leviana seriam aplicadas multas. Casos reincidentes seriam punidos com afastamento do convívio social, pelos menos em bibliotecas. Na verdade, acho que deveriam ser punidos também os assassinos de vírgulas, dos negligentes com acentos e outros criminosos da Língua Portuguesa.
(texto antigo, mais ou menos reciclado)
Até.
segunda-feira, outubro 23, 2006
Um ano atrás (15)
Roma, Lazio
23 de outubro de 2005
Há exatamente um ano, terminava nossa viagem à Itália.
Como havia virado rotina - por menos que gostássemos disso - foi um dia de despedida. Na estação Termini, em Roma, embarquei e o trem para o aeroporto de Fiumucino saiu, deixando a Jacque acenando na estação. Eu rumo ao Canadá, ela para o Brasil. Ainda faltava quase um ano para a minha volta definitiva ao Brasil.
Como o tempo voa.
Até.
domingo, outubro 22, 2006
A Sopa 06/14
Eu entendo o terrorismo.
Atenção agora: não estou dizendo que concordo, aceito ou apoio o terrorismo. De maneira alguma. O que estou dizendo simplesmente é que consigo entender o sentimento que leva alguém a jogar um avião contra o World Trade Center, por exemplo.
É a sensação de estar sendo injustiçado (ou oprimido, roubado, etc) por um inimigo sem face. É quando não se tem como personalizar a revolta contra quem nos causa algum mal.
Veja o caso do Bin Laden e sua organização terrorista: ele planejou e executou a ação de 11/09/2001 – todos, e eu mais que a maioria, estão carecas de saber – que não foi um atentado contra os valores ou o estilo de vida ocidental, mas uma agressão ao governo norte-americano, que mantém bases militares e tropas no Oriente Médio, etc. Não foi contra uma pessoa em especial, mas sim contra o inimigo sem face, os Estados Unidos. Bem diferente da resposta norte-americana, que foi em busca do Osama, um coisa pessoal (mesmo que, como conseqüência prática, tenho matado bem mais gente...).
De novo, não concordo nem apoio nenhum tipo de violência. Mas a revolta contra esse “inimigo sem face”, que não pode nem deve ser personificado, é o que causa esse tipo de reação extremada, e até posso entender o sentimento. Guardadas as devidas proporções, foi o que aconteceu no caso do meu imbróglio com a NET, a empresa de TV a cabo que tenta (ainda não conseguiu) me aplicar um golpe.
Para falar a verdade, até acho que não é a empresa que está fazendo isso, estou sendo vítima de um golpe aplicado por algum terceirizado que trabalha para ela e que fez a troca dos aparelhos e tal. Para quem não sabe, explico (pode ler no texto abaixo a história mais completa): quando fui fazer a troca do sistema analógico para o digital, os dois decoders que eu tinha em casa funcionavam perfeitamente bem e, além disso, eu nunca tinha feito qualquer tipo de adulteração neles para desbloqueá-los (até porque pagava plano máximo). Foram retirados da minha casa pelo técnico em perfeito estado, repito, e dez dias depois a NET me ligou dizendo que ia me multar em R$ 700,00 porque um deles não funcionava e o outro estava adulterado.
Não adiantou ir lá e argumentar que deveria haver um erro e tal, eles insistem que vão me cobrar o valor na mensalidade e que eu devo ir à justiça para discutir o caso. Como estou inocente, é o que vou ter que fazer. Mas o tempo todo em que estive lá, insinuaram que era eu quem estava tentando aplicar um golpe neles. Ressarcimento por danos morais serão solicitados na justiça também. Mas isso não vem ao caso agora.
O importante é que, durante a discussão com a coordenadora do setor na NET, em cada vez que ela insinuava que eu tinha feito a alteração que eu dizia que não tinha feito (e não fiz), eu pensava que a única solução para aliviar minha raiva era “me botar nela” e “dar um pau nela”. Só que, pensava ao mesmo tempo, não era culpa dela, funcionária, o que estava acontecendo, era a estrutura, a máquina, a NET, quem estava tentando me prejudicar, e de nada adiantava agredir um funcionária que não ia adiantar. O inimigo não tinha rosto, era uma engrenagem que estava no processo de me esmagar (ou tentava, a justiça é quem vai dizer).
Foi quando sorri e entendi o Bin Laden.
Até.
Atenção agora: não estou dizendo que concordo, aceito ou apoio o terrorismo. De maneira alguma. O que estou dizendo simplesmente é que consigo entender o sentimento que leva alguém a jogar um avião contra o World Trade Center, por exemplo.
É a sensação de estar sendo injustiçado (ou oprimido, roubado, etc) por um inimigo sem face. É quando não se tem como personalizar a revolta contra quem nos causa algum mal.
Veja o caso do Bin Laden e sua organização terrorista: ele planejou e executou a ação de 11/09/2001 – todos, e eu mais que a maioria, estão carecas de saber – que não foi um atentado contra os valores ou o estilo de vida ocidental, mas uma agressão ao governo norte-americano, que mantém bases militares e tropas no Oriente Médio, etc. Não foi contra uma pessoa em especial, mas sim contra o inimigo sem face, os Estados Unidos. Bem diferente da resposta norte-americana, que foi em busca do Osama, um coisa pessoal (mesmo que, como conseqüência prática, tenho matado bem mais gente...).
De novo, não concordo nem apoio nenhum tipo de violência. Mas a revolta contra esse “inimigo sem face”, que não pode nem deve ser personificado, é o que causa esse tipo de reação extremada, e até posso entender o sentimento. Guardadas as devidas proporções, foi o que aconteceu no caso do meu imbróglio com a NET, a empresa de TV a cabo que tenta (ainda não conseguiu) me aplicar um golpe.
Para falar a verdade, até acho que não é a empresa que está fazendo isso, estou sendo vítima de um golpe aplicado por algum terceirizado que trabalha para ela e que fez a troca dos aparelhos e tal. Para quem não sabe, explico (pode ler no texto abaixo a história mais completa): quando fui fazer a troca do sistema analógico para o digital, os dois decoders que eu tinha em casa funcionavam perfeitamente bem e, além disso, eu nunca tinha feito qualquer tipo de adulteração neles para desbloqueá-los (até porque pagava plano máximo). Foram retirados da minha casa pelo técnico em perfeito estado, repito, e dez dias depois a NET me ligou dizendo que ia me multar em R$ 700,00 porque um deles não funcionava e o outro estava adulterado.
Não adiantou ir lá e argumentar que deveria haver um erro e tal, eles insistem que vão me cobrar o valor na mensalidade e que eu devo ir à justiça para discutir o caso. Como estou inocente, é o que vou ter que fazer. Mas o tempo todo em que estive lá, insinuaram que era eu quem estava tentando aplicar um golpe neles. Ressarcimento por danos morais serão solicitados na justiça também. Mas isso não vem ao caso agora.
O importante é que, durante a discussão com a coordenadora do setor na NET, em cada vez que ela insinuava que eu tinha feito a alteração que eu dizia que não tinha feito (e não fiz), eu pensava que a única solução para aliviar minha raiva era “me botar nela” e “dar um pau nela”. Só que, pensava ao mesmo tempo, não era culpa dela, funcionária, o que estava acontecendo, era a estrutura, a máquina, a NET, quem estava tentando me prejudicar, e de nada adiantava agredir um funcionária que não ia adiantar. O inimigo não tinha rosto, era uma engrenagem que estava no processo de me esmagar (ou tentava, a justiça é quem vai dizer).
Foi quando sorri e entendi o Bin Laden.
Até.
sábado, outubro 21, 2006
sexta-feira, outubro 20, 2006
quinta-feira, outubro 19, 2006
quarta-feira, outubro 18, 2006
terça-feira, outubro 17, 2006
Golpe
Estão tentando me aplicar um golpe.
Sou cliente da NET (empresa de TV a cabo) há exatos dez anos. Neste período todo, sempre assinei o pacote de canais mais completo. Não só isso, tenho dois pontos de TV a cabo e sempre paguei pelos dois, religiosamente. Tenho (tinha) até débito em conta, para não correr o risco de esquecer de pagar a minha mensalidade.
Sempre fui contra as pessoas que contratavam alguém para "desbloquear" o sinal e receber todos os canais de pay-per-view. Ou seja, meu relacionamente com esta operadora sempre foi pautado pela boa fé de minha parte. E parecia ser recíproco.
Duas semanas atrás, decidimos trocar o sistema analógico pelo digital, que além disso vinha com o que eles chamam de 'Combo': TV a cabo digital, internet de banda larga e telefone. Novamente, assinei a opção mais completa. Tudo bem, tudo bom.
Cerca de dez dias atrás, passei uma manhã em casa para o técnico vir fazer a troca e instalar o novo sistema. Com isso, recolheu os aparelhos antigos que, por sinal, funcionavam perfeitamente bem. Tudo correu às mil maravilhas. Até propaganda do novo sistema eu vinha fazendo para amigos. Até hoje de manhã.
Atendia eu o consultório quando recebi uma ligação por alguém que se identificava como funcionário da NET e queria falar sobre os meus aparelhos antigos. Não podia falar naquele momento e pedi que ligasse mais tarde. No final da manhã, ligou e me deu a seguinte notícia: análise no laboratório deles havia identificado que os meus dois aparelhos estavam com problemas. Um havia sido adulterado e o outro não funcionava. Por isso, seriam cobrados R$700,00 (setencentos reais!!)a título de ressarcimento. Perdi o bom humor.
Falei que não havia a menor possibilidade de ter acontecido o que ele tinha dito e que não iria pagar nada. Quando retirados da minha casa funcionavam, depois disso não era mais minha responsabilidade. Pediu que eu fosse lá para verificar o ocorrido. Disse que iria, mas que - como profissional liberal que sou - pediria ressarcimento da NET pelo tempo que perdesse indo até lá e verificando a situação.
Fui e, em resumo, ele vão me cobrar setencentos reais por supostas alterações que fiz (por telepatia, talvez) e por não estar funcionando um dos aparelhos (como se eu estivesse pagando parta manter um ponto estragado). Não adiantou nada argumentar e discutir.
O caminho agora é judicial contra eles. Pior é que nem posso cancelar a NET porque, ao trocar o sistema para digital, assinei um contrato de fidelidade que diz que se eu cancelar no período de dezoito meses eu pago uma multa.
De qualquer maneira, PROCON e justiça neles.
E fazer essa história correr pela internet, via e-mail ou outros, e botar a boca no mundo.
Conto com a ajuda de vocês.
Até.
segunda-feira, outubro 16, 2006
O Peso do Mundo
Sabe aqueles dias em que parece que estamos carregando o mundo nas costas?
Pois é, hoje foi assim.
Preocupações?
Que nada. Contratura muscular cervical. Atrapalhou todo o meu dia, hoje. Menos o futebol, evidentemente...
Até.
Pois é, hoje foi assim.
Preocupações?
Que nada. Contratura muscular cervical. Atrapalhou todo o meu dia, hoje. Menos o futebol, evidentemente...
Até.
domingo, outubro 15, 2006
A Sopa 06/13
A intolerância.
A cada dia está mais claro – ao menos para mim – que a intolerância é o caminho para salvar o Brasil, quiçá o mundo. O único caminho possível. Alternativas já foram tentadas, principalmente no Brasil, e todas falharam miseravelmente. Os países que a adotaram têm hoje um condição muito melhor que a nossa.
Sei que não sou o único a pensar assim. Tenho ouvido e lido opiniões concordantes com a minha nos mais variados lugares, e vindas de pessoas completamente diferentes. Desde o empresário Jorge Gerdau Johannpeter (Zero Hora, 11/10/2003) até o General Gilberto Barbosa Figueiredo, presidente do Clube Militar (Folha de São Paulo, 13/10/2006), entre outros, todos concordam que é chegada a hora de tomarmos uma atitude, de pararmos de nos queixar da vida e finalmente sermos responsáveis por nosso destino. Sermos cidadãos. Certo, não falaram exatamente isso, mas – sim – que é necessário que sejamos intolerantes com o desrespeito à lei e aos nossos direitos como cidadãos. Não só isso, que sejamos cobrados dos nossos deveres.
Sim, porque é muito fácil falar mal de políticos, dos governantes, enquanto não olhamos para nossos próprios umbigos (ou colocamos o dedo na consciência, escolham a imagem que preferirem) para o que fazemos no dia-a-dia. Pequenas coisas, muitos dirão, insignificantes até, argumentarão outros, mas afirmo que tudo começa aí.
Como alguém pode falar de corrupção se sonega imposto? Como pode falar de instituições que não funcionam quando desrespeita sistematicamente as leis de trânsito? Joga lixo pela janela do carro? Quando acha que “com jeitinho” tudo se resolve?
Bobagem?
Certamente que não. Como dizem, todo povo tem o governo que merece. O que acontece nos gabinetes de Brasília é uma amplificação do que acontece no dia-a-dia, em todos os lugares, do Oiapoque ao Chuí. Não ver isso (ou não admitir, tanto faz) é cegueira ou má intenção.
O que não exime ninguém de culpa. Uns são culpados por ação (emenda da reeleição, bingos, mensalão, sanguessugas, etc), mas a maioria o é por omissão. O mais embaraçador de tudo é que um crime não é mais grave que o outro. Temos que dar um basta nisso tudo. Acabar com a hipocrisia. Sim, a sociedade brasileira é hipócrita. Só poderemos ter desenvolvimento e justiça social quando superarmos esse traço de caráter. Não é impossível.
Temos que começar por ser intolerantes. Estava pretendendo lançar um manifesto da intolerância. Seria simples, composto de poucos artigos. Algo como:
Artigo 1° - Todas as pessoas são iguais perante a lei.
Artigo 2° - As leis – todas – foram criadas para serem respeitadas.
Artigo 3° - O desrespeito à lei – independente de qual seja, em qual instância e por quem seja – será punido conforme previsto.
Artigo 4° - Não são necessários adendos ao que está escrito acima.
Começando por aí, e realmente punindo que a desrespeitasse, independente se fosse alguém que ultrapassa o sinal vermelho ou o deputado que recebeu dinheiro de caixa 2, ou quem não aplicasse o previsto em lei em educação, e as coisas começariam a mudar. O que torna o Brasil “essa gandaia” que muitos criticam é a impunidade. Isso tem que acabar. Só assim, e com educação, é que o Brasil tem solução.
Quero mudar o mundo?
Não. Quero mudar as pessoas. As pessoas é que vão mudar o mundo.
Até.
A cada dia está mais claro – ao menos para mim – que a intolerância é o caminho para salvar o Brasil, quiçá o mundo. O único caminho possível. Alternativas já foram tentadas, principalmente no Brasil, e todas falharam miseravelmente. Os países que a adotaram têm hoje um condição muito melhor que a nossa.
Sei que não sou o único a pensar assim. Tenho ouvido e lido opiniões concordantes com a minha nos mais variados lugares, e vindas de pessoas completamente diferentes. Desde o empresário Jorge Gerdau Johannpeter (Zero Hora, 11/10/2003) até o General Gilberto Barbosa Figueiredo, presidente do Clube Militar (Folha de São Paulo, 13/10/2006), entre outros, todos concordam que é chegada a hora de tomarmos uma atitude, de pararmos de nos queixar da vida e finalmente sermos responsáveis por nosso destino. Sermos cidadãos. Certo, não falaram exatamente isso, mas – sim – que é necessário que sejamos intolerantes com o desrespeito à lei e aos nossos direitos como cidadãos. Não só isso, que sejamos cobrados dos nossos deveres.
Sim, porque é muito fácil falar mal de políticos, dos governantes, enquanto não olhamos para nossos próprios umbigos (ou colocamos o dedo na consciência, escolham a imagem que preferirem) para o que fazemos no dia-a-dia. Pequenas coisas, muitos dirão, insignificantes até, argumentarão outros, mas afirmo que tudo começa aí.
Como alguém pode falar de corrupção se sonega imposto? Como pode falar de instituições que não funcionam quando desrespeita sistematicamente as leis de trânsito? Joga lixo pela janela do carro? Quando acha que “com jeitinho” tudo se resolve?
Bobagem?
Certamente que não. Como dizem, todo povo tem o governo que merece. O que acontece nos gabinetes de Brasília é uma amplificação do que acontece no dia-a-dia, em todos os lugares, do Oiapoque ao Chuí. Não ver isso (ou não admitir, tanto faz) é cegueira ou má intenção.
O que não exime ninguém de culpa. Uns são culpados por ação (emenda da reeleição, bingos, mensalão, sanguessugas, etc), mas a maioria o é por omissão. O mais embaraçador de tudo é que um crime não é mais grave que o outro. Temos que dar um basta nisso tudo. Acabar com a hipocrisia. Sim, a sociedade brasileira é hipócrita. Só poderemos ter desenvolvimento e justiça social quando superarmos esse traço de caráter. Não é impossível.
Temos que começar por ser intolerantes. Estava pretendendo lançar um manifesto da intolerância. Seria simples, composto de poucos artigos. Algo como:
Artigo 1° - Todas as pessoas são iguais perante a lei.
Artigo 2° - As leis – todas – foram criadas para serem respeitadas.
Artigo 3° - O desrespeito à lei – independente de qual seja, em qual instância e por quem seja – será punido conforme previsto.
Artigo 4° - Não são necessários adendos ao que está escrito acima.
Começando por aí, e realmente punindo que a desrespeitasse, independente se fosse alguém que ultrapassa o sinal vermelho ou o deputado que recebeu dinheiro de caixa 2, ou quem não aplicasse o previsto em lei em educação, e as coisas começariam a mudar. O que torna o Brasil “essa gandaia” que muitos criticam é a impunidade. Isso tem que acabar. Só assim, e com educação, é que o Brasil tem solução.
Quero mudar o mundo?
Não. Quero mudar as pessoas. As pessoas é que vão mudar o mundo.
Até.
sábado, outubro 14, 2006
sexta-feira, outubro 13, 2006
quinta-feira, outubro 12, 2006
A Derrota do Preconceito
Uma teoria nada científica. Melhor, um pensamento.
Aparentemente, o atual presidente se encaminha para a reeleição. Achava-se que ganharia já em primeiro turno, o que só não aconteceu pela total incompetência e ausência de qualquer vestígio de honestidade ou ética por parte dos integrantes do PT envolvidos no caso. Que, aliás, justificaria impugnação da candidatura governista. Mas não é disso que quero falar. Não agora.
Antes de qualquer coisa, devo declarar minha total imparcialidade no assunto: em 2002, votei no atual presidente, assim como os meus votos ao longo do tempo foram sempre para a proposta de um “outro mundo possível”, a esperança de ética na política, justiça social. Votei sempre “sem medo de ser feliz” ou “pro dia nascer feliz” como apregoavam slogans de campanha do PT ao longo dos anos. Tudo isso, ideais, projetos, a utopia, enfim, postos na privada por um grupo que achou que os fins justificariam os meios. E desceu aos esgotos para se locupletar com o dinheiro público, que deveria ir para áreas onde é realmente necessário como a educação e a segurança.
Com a anuência ou não do presidente, não importa.
Tenho afirmado em conversas nos diferentes locais onde ando e se está discutindo política e, portanto, os casos de corrupção que vieram à tona nos últimos anos, que não faz diferença se o presidente sabia ou não de tudo. Mais, talvez seja pior ele não saber. Eu teria vergonha de admitir desconhecimento tão grande da situação. Sei, contudo, que vergonha na cara, hombridade, são artigos em falta por esses dias. Esse é outro assunto, contudo.
O título dessa crônica fala em derrota do preconceito. Explico, então.
Muita gente não entende como o presidente pode não ter sua popularidade afetada por tantos escândalos, que estouram como bombas bem em seus pés. Nada parece afetar a imagem desse retirante nordestino que foi operário e que chegou a presidente da república. Essa “blindagem” que ele possui se deveria à história dele, de homem do povo. Acho que não é isso. Acho que tudo isso é um tiro saindo pela culatra.
Desde a primeira vez que ele se candidatou a presidente, em 1989, quando não ganhou a eleição por uma manobra de edição do último debate com o ex-presidente Collor de Mello, que já se afirmava dele que era um ignorante, um incompetente, um analfabeto, que confiscaria a poupança, que quebraria o Brasil, que faria uma reforma urbana (e que os sem-teto invadiriam casas e apartamentos nas cidades), que seria o caos.
Essa conversa colou até 2002, quando ele ganhou. Mesmo assim, antes das eleições o dólar chegou a valer R$ 4,00. Depois de tudo o que passou, a idéia geral era de que era um mártir, de quem se falava muita mentira, que era um injustiçado. O “ouvido das ruas”, se é que se pode afirmar existir um, assimilou a mensagem de que o que se dizia dele era sempre mentira, que era uma vítima. Assim, tornou-se imune à quase todos os ataques. Foi o preconceito que se tinha dele que o tornou imune.
Outros fatores existem, claro, mas acho que esse é um deles. E que talvez dê a ele mais quatro anos no poder. É o preconceito que o está reelegendo.
Tenho convicção, contudo, que ele não deveria ser reeleito.
Mas isso é assunto para outro dia.
Aparentemente, o atual presidente se encaminha para a reeleição. Achava-se que ganharia já em primeiro turno, o que só não aconteceu pela total incompetência e ausência de qualquer vestígio de honestidade ou ética por parte dos integrantes do PT envolvidos no caso. Que, aliás, justificaria impugnação da candidatura governista. Mas não é disso que quero falar. Não agora.
Antes de qualquer coisa, devo declarar minha total imparcialidade no assunto: em 2002, votei no atual presidente, assim como os meus votos ao longo do tempo foram sempre para a proposta de um “outro mundo possível”, a esperança de ética na política, justiça social. Votei sempre “sem medo de ser feliz” ou “pro dia nascer feliz” como apregoavam slogans de campanha do PT ao longo dos anos. Tudo isso, ideais, projetos, a utopia, enfim, postos na privada por um grupo que achou que os fins justificariam os meios. E desceu aos esgotos para se locupletar com o dinheiro público, que deveria ir para áreas onde é realmente necessário como a educação e a segurança.
Com a anuência ou não do presidente, não importa.
Tenho afirmado em conversas nos diferentes locais onde ando e se está discutindo política e, portanto, os casos de corrupção que vieram à tona nos últimos anos, que não faz diferença se o presidente sabia ou não de tudo. Mais, talvez seja pior ele não saber. Eu teria vergonha de admitir desconhecimento tão grande da situação. Sei, contudo, que vergonha na cara, hombridade, são artigos em falta por esses dias. Esse é outro assunto, contudo.
O título dessa crônica fala em derrota do preconceito. Explico, então.
Muita gente não entende como o presidente pode não ter sua popularidade afetada por tantos escândalos, que estouram como bombas bem em seus pés. Nada parece afetar a imagem desse retirante nordestino que foi operário e que chegou a presidente da república. Essa “blindagem” que ele possui se deveria à história dele, de homem do povo. Acho que não é isso. Acho que tudo isso é um tiro saindo pela culatra.
Desde a primeira vez que ele se candidatou a presidente, em 1989, quando não ganhou a eleição por uma manobra de edição do último debate com o ex-presidente Collor de Mello, que já se afirmava dele que era um ignorante, um incompetente, um analfabeto, que confiscaria a poupança, que quebraria o Brasil, que faria uma reforma urbana (e que os sem-teto invadiriam casas e apartamentos nas cidades), que seria o caos.
Essa conversa colou até 2002, quando ele ganhou. Mesmo assim, antes das eleições o dólar chegou a valer R$ 4,00. Depois de tudo o que passou, a idéia geral era de que era um mártir, de quem se falava muita mentira, que era um injustiçado. O “ouvido das ruas”, se é que se pode afirmar existir um, assimilou a mensagem de que o que se dizia dele era sempre mentira, que era uma vítima. Assim, tornou-se imune à quase todos os ataques. Foi o preconceito que se tinha dele que o tornou imune.
Outros fatores existem, claro, mas acho que esse é um deles. E que talvez dê a ele mais quatro anos no poder. É o preconceito que o está reelegendo.
Tenho convicção, contudo, que ele não deveria ser reeleito.
Mas isso é assunto para outro dia.
quarta-feira, outubro 11, 2006
Dez Anos Atrás
Era uma manhã como as outras.
Eu era residente de pneumologia. Vivia o início da vida de casado com a Jacque, com quem casara há pouco mais de um mês. Aquela manhã começara como todas as outras: vendo os pacientes logo cedo para depois discuti-los no round. A única coisa diferente que reparei foi que em cada lugar do hospital em que entrei, e que tinha música ambiente, estava tocando Legião Urbana. Coincidência, pensei, até que – na hora do almoço, no refeitório – recebi a ligação de uma amiga me dizendo que o Renato Russo morrera.
Lembrei e pensei em várias coisas, naquele e nos dias que se seguiram.
Lembrei de 1990, julho, seis anos antes, quando também uma amiga tinha me telefonado na hora do almoço para me contar que o Cazuza morrera. Como se tivesse sido ontem, recordei a sensação de orfandade pela qual eu havia sido tomado. Quem escreveria a trilha sonora da minha vida, foi a pergunta que me fiz. Um dos que já o faziam desde o meio dos anos oitenta e que continuou até aquele outubro de 1996 foi ele, Renato Russo, e sua Legião Urbana.
E pensei que a importância do grupo para a minha geração, ou ao menos aqueles que viram aqueles anos da mesma forma, era muito mais que musical, que poética: era no papel de porta-voz que ele se saía melhor. Suas canções diziam aquilo que queríamos dizer, aquilo que sentíamos. E por isso foi muito, mas muito importante.
Desde esse dia de outubro de 1996 dez anos se passaram.
Crescemos.
Eu era residente de pneumologia. Vivia o início da vida de casado com a Jacque, com quem casara há pouco mais de um mês. Aquela manhã começara como todas as outras: vendo os pacientes logo cedo para depois discuti-los no round. A única coisa diferente que reparei foi que em cada lugar do hospital em que entrei, e que tinha música ambiente, estava tocando Legião Urbana. Coincidência, pensei, até que – na hora do almoço, no refeitório – recebi a ligação de uma amiga me dizendo que o Renato Russo morrera.
Lembrei e pensei em várias coisas, naquele e nos dias que se seguiram.
Lembrei de 1990, julho, seis anos antes, quando também uma amiga tinha me telefonado na hora do almoço para me contar que o Cazuza morrera. Como se tivesse sido ontem, recordei a sensação de orfandade pela qual eu havia sido tomado. Quem escreveria a trilha sonora da minha vida, foi a pergunta que me fiz. Um dos que já o faziam desde o meio dos anos oitenta e que continuou até aquele outubro de 1996 foi ele, Renato Russo, e sua Legião Urbana.
E pensei que a importância do grupo para a minha geração, ou ao menos aqueles que viram aqueles anos da mesma forma, era muito mais que musical, que poética: era no papel de porta-voz que ele se saía melhor. Suas canções diziam aquilo que queríamos dizer, aquilo que sentíamos. E por isso foi muito, mas muito importante.
Desde esse dia de outubro de 1996 dez anos se passaram.
Crescemos.
Elogio à Intolerância
Minha campanha a favor da intolerância está ganhando adeptos...
Gerdau prega tolerância zero
Para o empresário Jorge Gerdau Johannpeter, os próximos governantes têm de demonstrar austeridade e tolerância zero. Austeridade para reduzir as despesas e administrar os recursos com o objetivo de alcançar saldo positivo para investir em infra-estrutura, e tolerância zero contra tudo.
- Contra a corrupção? - questionou Zero Hora.
- Tolerância zero contra a corrupção, contra aqueles que não param na faixa branca de pedestres e contra aqueles que jogam lixo pela janela do carro.
Jornal Zero Hora, 11/10/2006
Gerdau prega tolerância zero
Para o empresário Jorge Gerdau Johannpeter, os próximos governantes têm de demonstrar austeridade e tolerância zero. Austeridade para reduzir as despesas e administrar os recursos com o objetivo de alcançar saldo positivo para investir em infra-estrutura, e tolerância zero contra tudo.
- Contra a corrupção? - questionou Zero Hora.
- Tolerância zero contra a corrupção, contra aqueles que não param na faixa branca de pedestres e contra aqueles que jogam lixo pela janela do carro.
Jornal Zero Hora, 11/10/2006
terça-feira, outubro 10, 2006
Dez de outubro
Aniversário da Jacque.
Juntos com os presentes que dei, ao invés de um cartão dei a ela uma edição de bolso do livro 'Cem Sonetos de Amor', do Neruda, com a dedicatória:
"Cem maneiras de dizer o que todo mundo sabe. Te Amo."
Não preciso dizer mais sobre o assunto.
Mas vou dizer: TE AMO.
Aniversário, 2005
San Gimignano, Tocana
Juntos com os presentes que dei, ao invés de um cartão dei a ela uma edição de bolso do livro 'Cem Sonetos de Amor', do Neruda, com a dedicatória:
"Cem maneiras de dizer o que todo mundo sabe. Te Amo."
Não preciso dizer mais sobre o assunto.
Mas vou dizer: TE AMO.
Aniversário, 2005
San Gimignano, Tocana
segunda-feira, outubro 09, 2006
O mesmo
Durante a faculdade de medicina, no começo dos anos noventa do século passado, uma das disciplinas que cursávamos era Medicina Social, quando íamos para um posto de atendimento da Universidade localizado numa vila (favela) próxima. A universidade fornecia transporte. Uma Kombi que nos levava até lá. Ela tinha dois horários de “viagem”: ia até o local, voltava, e fazia nova viagem.
Quando perdíamos o primeiro horário, e éramos obrigado a esperar pela próxima viagem da Kombi, e alguém comentava que ia ir na “outra Kombi”, sempre se dizia “não é outra, é a mesma”. Sempre. Repetia-se isso, à exaustão e náusea. Pois é, lembrei disso semana passada.
Vinha eu, sexta à noite, voltando para casa de um compromisso de trabalho, quando liguei o cd-player do carro e – não lembrava – o CD que estava lá e começou a tocar era o da Banda da Sopa, que gravamos em 2004, e que eu tinha deixado ali mas não tinha começado a ouvir, e que não ouvia há um bom tempo. Pelo tempo que estava sem ouvir, provavelmente desde janeiro passado, foi como se ouvisse pela primeira vez.
E me emocionei.
Não só isso, entrei na pilha para tocar de novo – mesmo contra a minha decisão prévia de “abandonar a música” (a pergunta que sempre me faço ‘está querendo tocar, por que não aprende?’ é irrelevante nesse momento…). Em poucos minutos, tive várias idéias, planos e projetos, além de uma constatação que não tem nada a ver com a música.
Continuo o mesmo. E estou recuperando a velha forma.
Está na hora de botar pilhas de novo.
Até.
Quando perdíamos o primeiro horário, e éramos obrigado a esperar pela próxima viagem da Kombi, e alguém comentava que ia ir na “outra Kombi”, sempre se dizia “não é outra, é a mesma”. Sempre. Repetia-se isso, à exaustão e náusea. Pois é, lembrei disso semana passada.
Vinha eu, sexta à noite, voltando para casa de um compromisso de trabalho, quando liguei o cd-player do carro e – não lembrava – o CD que estava lá e começou a tocar era o da Banda da Sopa, que gravamos em 2004, e que eu tinha deixado ali mas não tinha começado a ouvir, e que não ouvia há um bom tempo. Pelo tempo que estava sem ouvir, provavelmente desde janeiro passado, foi como se ouvisse pela primeira vez.
E me emocionei.
Não só isso, entrei na pilha para tocar de novo – mesmo contra a minha decisão prévia de “abandonar a música” (a pergunta que sempre me faço ‘está querendo tocar, por que não aprende?’ é irrelevante nesse momento…). Em poucos minutos, tive várias idéias, planos e projetos, além de uma constatação que não tem nada a ver com a música.
Continuo o mesmo. E estou recuperando a velha forma.
Está na hora de botar pilhas de novo.
Até.
domingo, outubro 08, 2006
A Sopa 06/12
Invejo a Daniela Cicarelli.
Antes tivesse eu que me preocupar com vídeo meu, feito por um amador, em que eu estivesse aproveitando a praia em todas suas potencialidades com uma modelo ou atriz e esse vídeo fosse parar na Internet. Levaria na boa, sem estresse. Para ser sincero, eu até queria ter esse tipo de preocupação. Mas não, sou obrigado a me preocupar com outras coisas.
O limbo, por exemplo.
O limbo tem me angustiado. Até porque ele está aí ameaçado de fechar. Vão acabar com o limbo. Está para ser assinado pelo papa um decreto (?) extinguindo o limbo. Você sabe, aquele lugar para onde vão as crianças que morrem antes de serem batizadas. Ou as pessoas que estão numa situação assim, nem lá nem cá. Nem no céu, nem no inferno. Não muito felizes, mas também não muito tristes. Aquelas que vivem vidas sem sal, que apenas sobrevivem, enquanto aguardam o dia do fim. Os comedidos. Pensando assim, o limbo está cheio de gente. E deve ser por isso que querem acabar com o limbo.
Lotação esgotada.
Sempre me perguntei o que acontece com as pessoas depois que vão para o limbo. Sim, porque o limbo era (ou é) um estágio intermediário, uma transição. Como se define quem sobe ou desce? Quanto tempo dura o estágio no limbo? Quando o limbo fechar, como ficarão aqueles que estão lá? Serão transferidos com que critérios? Ou ficarão presos lá para sempre? Alguém, digamos o São Pedro, vai trancar o portão do limbo por fora e jogar a chave fora?
Isso não angustia vocês? A mim, muito.
Até.
Antes tivesse eu que me preocupar com vídeo meu, feito por um amador, em que eu estivesse aproveitando a praia em todas suas potencialidades com uma modelo ou atriz e esse vídeo fosse parar na Internet. Levaria na boa, sem estresse. Para ser sincero, eu até queria ter esse tipo de preocupação. Mas não, sou obrigado a me preocupar com outras coisas.
O limbo, por exemplo.
O limbo tem me angustiado. Até porque ele está aí ameaçado de fechar. Vão acabar com o limbo. Está para ser assinado pelo papa um decreto (?) extinguindo o limbo. Você sabe, aquele lugar para onde vão as crianças que morrem antes de serem batizadas. Ou as pessoas que estão numa situação assim, nem lá nem cá. Nem no céu, nem no inferno. Não muito felizes, mas também não muito tristes. Aquelas que vivem vidas sem sal, que apenas sobrevivem, enquanto aguardam o dia do fim. Os comedidos. Pensando assim, o limbo está cheio de gente. E deve ser por isso que querem acabar com o limbo.
Lotação esgotada.
Sempre me perguntei o que acontece com as pessoas depois que vão para o limbo. Sim, porque o limbo era (ou é) um estágio intermediário, uma transição. Como se define quem sobe ou desce? Quanto tempo dura o estágio no limbo? Quando o limbo fechar, como ficarão aqueles que estão lá? Serão transferidos com que critérios? Ou ficarão presos lá para sempre? Alguém, digamos o São Pedro, vai trancar o portão do limbo por fora e jogar a chave fora?
Isso não angustia vocês? A mim, muito.
Até.
quinta-feira, outubro 05, 2006
terça-feira, outubro 03, 2006
Qual é, São Paulo?
Não dá para entender o que acontece em São Paulo.
Como é que o Maluf é o deputado mais votado? O Maluf!
E o Genuíno, o Palocci, o João Paulo Cunha? E o Valdemar da Costa Neto???
Não sejamos injustos. Não é só em São Paulo que isso acontece.
O Collor está de volta ao Congresso.
Pelo menos o Severino Cavalcanti ficou de fora.
Memória, Brasil. Por favor, memória!
Até.
Como é que o Maluf é o deputado mais votado? O Maluf!
E o Genuíno, o Palocci, o João Paulo Cunha? E o Valdemar da Costa Neto???
Não sejamos injustos. Não é só em São Paulo que isso acontece.
O Collor está de volta ao Congresso.
Pelo menos o Severino Cavalcanti ficou de fora.
Memória, Brasil. Por favor, memória!
Até.
segunda-feira, outubro 02, 2006
domingo, outubro 01, 2006
A Sopa 06/11
Casamento tem data de validade.
Sério. Verdade mesmo. Aquilo que a “tradição” diz, que é para sempre, que ‘até que a morte nos separe’, é tudo enrolação. Posso dizer, com a experiência de quem já está casado há mais de dez anos (dez anos e um mês), que TODO casamento tem prazo de validade.
Dez anos. É fato, não opinião.
Quem determina isso, revelo a vocês nesse momento, é a indústria de eletrodomésticos. Tudo é feito para que os casamentos durem, no máximo, dez anos. Não era assim, claro. Antes, acreditava-se que os casamentos eram para ser eternos e imortais, assim como as geladeiras e os fogões.
Eu, por outro lado, sou da velha guarda, um cara bem tradicional, do tipo que ainda manda flores, daqueles que até pijama de botões usam vez que outra. Quase um conservador. Tradição e família, essas coisas. Não aceitei esse limite de tempo. Luto contra, até. A Jacque também, afinal nós somos um casal afinado. Lutamos contra, então. Mas a indústria insiste que é tempo de terminarmos o casamento e seguirmos cada um para o seu lado, sem amarras, e começar uma nova vida. Do que falo? Não estão entendendo?
É o seguinte: desde o início do ano, justamente o ano em que completamos dez anos de casados, todos, eu disse TODOS, os eletrodomésticos aqui de casa começaram a se destruir. Primeiro foi o microondas que se imolou (incendiou-se). Depois, a máquina de lavar roupas que estragou e teve que ser trocada. Logo após, então, os aparelhos de som enlouqueceram e não funcionam mais. A mais recente, ocorrida no dia que embarcávamos para Buenos Aires, foi com a geladeira. A Jacque, momentos antes de sairmos para o aeroporto, foi tomar água. Abriu a geladeira e ficou com a porta na mão.
O pior de tudo é que não conseguíamos colocar a porta no lugar. Demorou mais de meia hora, pois havia quebrado um dos suportes que sustentam a porta. Foi difícil, mas conseguimos deixá-la fechada e viajar. Na volta, nova geladeira. O próximo é o fogão, que está pela bola sete…
Imagino que a idéia é que, ao chegar a esse tempo, os dois cônjuges joguem tudo fora e partam para outra.
Eles insistem, mas não vão conseguir nos separar…
Até.
Sério. Verdade mesmo. Aquilo que a “tradição” diz, que é para sempre, que ‘até que a morte nos separe’, é tudo enrolação. Posso dizer, com a experiência de quem já está casado há mais de dez anos (dez anos e um mês), que TODO casamento tem prazo de validade.
Dez anos. É fato, não opinião.
Quem determina isso, revelo a vocês nesse momento, é a indústria de eletrodomésticos. Tudo é feito para que os casamentos durem, no máximo, dez anos. Não era assim, claro. Antes, acreditava-se que os casamentos eram para ser eternos e imortais, assim como as geladeiras e os fogões.
Eu, por outro lado, sou da velha guarda, um cara bem tradicional, do tipo que ainda manda flores, daqueles que até pijama de botões usam vez que outra. Quase um conservador. Tradição e família, essas coisas. Não aceitei esse limite de tempo. Luto contra, até. A Jacque também, afinal nós somos um casal afinado. Lutamos contra, então. Mas a indústria insiste que é tempo de terminarmos o casamento e seguirmos cada um para o seu lado, sem amarras, e começar uma nova vida. Do que falo? Não estão entendendo?
É o seguinte: desde o início do ano, justamente o ano em que completamos dez anos de casados, todos, eu disse TODOS, os eletrodomésticos aqui de casa começaram a se destruir. Primeiro foi o microondas que se imolou (incendiou-se). Depois, a máquina de lavar roupas que estragou e teve que ser trocada. Logo após, então, os aparelhos de som enlouqueceram e não funcionam mais. A mais recente, ocorrida no dia que embarcávamos para Buenos Aires, foi com a geladeira. A Jacque, momentos antes de sairmos para o aeroporto, foi tomar água. Abriu a geladeira e ficou com a porta na mão.
O pior de tudo é que não conseguíamos colocar a porta no lugar. Demorou mais de meia hora, pois havia quebrado um dos suportes que sustentam a porta. Foi difícil, mas conseguimos deixá-la fechada e viajar. Na volta, nova geladeira. O próximo é o fogão, que está pela bola sete…
Imagino que a idéia é que, ao chegar a esse tempo, os dois cônjuges joguem tudo fora e partam para outra.
Eles insistem, mas não vão conseguir nos separar…
Até.
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