Tenho pensado muito na condição humana.
O que nos mantém vivos – e aí procuro diferenciar viver de sobreviver – é o pensamento. Sobreviver é algo fisiológico. Comemos, dormimos, nos reproduzimos, e excretamos. Qualquer um faz isso, basta que nosso coração bata, que tenhamos oxigênio para transformar em energia e possamos mandar o gás carbônico embora. Viver, meu amigo, não é para qualquer um. Pegar ônibus todo dia ou andar num Jaguar, ser pedreiro ou diretor de criação de alguma agência de publicidade, ser rico ou jogar toda semana na sena para tentar sair da vila, morar em Pântano Grande ou Paris, nada disso é viver. Não passa de sobreviver, com mais ou menos conforto.
Para viver de verdade, é preciso pensar sobre a vida, algo que parece estar em falta nos nossos dias.
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Sentado em um banco, sábado à tarde, em um shopping center de Porto Alegre, fiquei um tempo observando as pessoas que passavam. Magras, gordas, bem vestidas, mal vestidas, senhoras se vestindo como menininhas e meninas se vestindo como mulheres mais velhos, a variedade de tipos que circulam pelas ruas do mundo é impressionante. Não que um centro de compras de uma capital de estado do sul do mundo seja representativa do que acontece em todos os lugares, ainda mais num sábado de verão à tarde onde a maior parte dos gaúchos está no litoral.
De qualquer maneira, olhando os transeuntes e suas peculiaridades físicas, tive uma luz: somos uma espécie que não deu certo. Somos um erro da evolução.
Só assim para explicar os casos de violência que têm dominado os noticiários nos últimos dias...
Até .
Um comentário:
"Estadia" é de navio no porto. Corrige lá. Pra pessoa é "estada".
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