O tempo não volta, todos sabemos.
Nem somos mais as pessoas que fomos um dia, afinal mudamos o tempo todo, óbvia e inevitável verdade. E isso não é bom nem ruim, simplesmente é. Mudar, verbo intransitivo, mesmo que freqüentemente incluamos algum objeto, direto ou não, após ele.
Eu mudo, tu mudas, ele muda.
Nós mudamos, vós mudais, eles mudam.
Não só mudamos. Envelhecemos.
Quando percebeste que envelheceu?, perguntei a um amigo. Respondeu que havia sido quando conversava com uma menina num bar e se deu conta que ela tinha idade para ser sua filha. Falei que eu também percebera, havia um tempo, que não era mais guri, apesar de ainda me sentir um.
(tenho trinta e cinco anos, de velho não tenho nada, eu sei, mas o cabelo que embranquece e cai é mostra contínua de que para guri não sirvo mais…)
Mas não era exatamente isso que queria falar.
Ontem comprei um All Star preto, de cano baixo.
Certamente não para tentar voltar no tempo nem parecer gurizinho. Mas – talvez – para mostrar a mim mesmo que, sim, naquilo que realmente importa eu ainda sou o mesmo do tempo em que usávamos todos (da nossa turma) All Star preto, não por obrigação, mas coincidência que também servia para nos identificar como grupo. Que, apesar do tempo – que significa experiências e memórias, crescimento – ainda há em mim (em nós) muito do que fui (éramos quando guris).
Ou não.
Talvez não tenha nada a ver com isso, mas quem se importa?
Cada um cria as simbologias que quiser para sua vida.
#
Falando em tempo, esse é o post de número mil aqui.
Que coisa.
Até.
Nenhum comentário:
Postar um comentário