terça-feira, setembro 23, 2008

Está tudo bem

O Analista de Bagé, clássico personagem do grande Luís Fernando Veríssimo, recebia seus pacientes na porta do consultório com um joelhaço "nas partes". Depois, quando o vivente se queixava da esposa, da sogra, do trabalho, da vida em geral, e dizia sentir uma angústia muito forte, ele perguntava (numa versão livre):

- É "das brabas" mesmo?

- Horrível?

- Mesmo?

- É pior que tudo na vida.

- Pior que perder Grenal?

- Muito pior.

- Pior que unha encravada?

- Nem se compara.

- Pior que o joelhaço?

- Bom...

Tudo o que ele fazia era proporcionar ao paciente uma perspectiva diferente da situação, ver a vida sob outro prisma, mudar o foco das coisas.

É como quando o teu filho(a) de pouco mais de um mês de vida pega um resfriado.

O nariz entope, o corpo dói, tosse e tosse.

Ele(a) ainda não sabe assoar o nariz, aliás, mal sabe que tem nariz, então reage da única forma que sabe: chorando, às vezes de raiva, outras de dor. O que muda é a intensidade e a forma de chorar. O que se faz, então, é mudar a perspectiva das coisas.

Existe um dispositivo, de borracha e siicone, desenhado especificamente para auxiliar a retirada de secreção no nariz do bebê. É tipo uma pera que se usa para aspirar (outra opção é a mãe - sempre a mãe - colocar a boca no nariz do bebê e chupar secreção, limpando o nariz) as secreção nasais.

Pois bem, imagine você, estimado leitor, com o nariz cheio de secreção, mal conseguindo respirar através dele, quando chega um cidadão e tapa uma das narinas e "enfia" na outra algo que vai sugar o ranho de lá. Obviamente irás - leitor de menos de uma ano de idade, chorar MUITO, de raiva, principalmente...

Depois de passada essa experiência, aquela dor pelo corpo, o mal estar, serão nada.

Estarás pronto para outra...

Até.

Um comentário:

Anônimo disse...

Olá Marcelo, tudo bem?

Gripe realmente é para judiar deles.

Lá em casa a perinha de silicone, é tratada, carinhosamente, de "fuc fuc", e tem uma enorme utilidade.

Abs

Marco