terça-feira, julho 14, 2009

United Breaks Guitars

Eu podia não saber o que estava fazendo, mas estava certo.

Explico.

Em 30 de junho de 2006, deixei Toronto - onde morava desde a metade de 2004 - de volta para o Brasil. Antes de embarcar, um momento de estresse no checkin da Air Canada: além de embarcar todas as minhas coisas (e obviamente pagar excesso de bagagem por isso), eu estava levando comigo o meu velho violão de guerra (que havia sido da minha mãe e eu havia "confiscado" quando comecei a brincar de tocar). Como havia trazido comigo como bagagem de mão, era óbvio que ele iria voltar comigo da mesma maneira.

Mas não era essa a idéia do funcionário da Air Canada que me atendia.

Segundo o cidadão, eu deveria despachar como bagagem e pagar por isso (mais excesso ainda). Argumentei que sob hipótese nenhuma eu despacharia o meu violão. Então que eu o deixasse no Canadá, porque não poderia ir comigo, contra-argumentava o funcionário. Claramente não estávamos nos entendendo. O problema não era o idioma, afinal eu já dominava bem o inglês depois do tempo que morava lá. Devia ser alguma outra coisa. Enquanto isso, o debate continuava:

- O senhor não pode embarcar com ele.

- A Air Canada permitiu que eu trouxesse como bagagem de mão, e vai permitir que eu o leve de volta.

- Não é permitido.

- Não me interessa, o problema é de vocês.

E por aí foi até que "joguei sujo":

- Faz o seguinte: chama o teu superior.

Funcionou, afinal de contas. O supervisor disse que, como não estava levando o violão num daqueles estojos rígidos, eu poderia levá-lo comigo. Terminou tudo bem.

Mesma sorte não teve o músico (de verdade) Dave Carrol, que numa viagem de Halifax com conexão em Chicago teve seu instrumento quebrado. Solicitou reembolso pelo conserto, o que foi negado pela United Airlines. Então escreveu uma música sobre o episódio.

Foi o maior sucesso. Abaixo, a música.


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