domingo, junho 10, 2012

Assim, como sempre

Sim, eu sei que tenho me queixado demais ultimamente.

Explico.

Há algum tempo, percebi que havia perdido minha capacidade de não pensar em nada. De não antecipar problemas, de não me sentir responsável por problemas que não são meus, de não carregar o peso do mundo em minhas costas, mesmo que ninguém jamais tenha dito que eu precisava fazer isso. Basicamente, a capacidade de ter períodos - curtos que fossem - de total paz e ausência de preocupações e/ou prazos mordendo meus calcanhares. Ócio, puro e simples. Não tenho conseguido.

Inúmeras vezes um e-mail lido na sexta-feira à noite, ou um telefonema recebido na véspera de um feriado, acabam estragando os dias seguintes, que deveriam ser de não pensar e apenas viver. E é sempre o mesmo processo, que já conheço: uma ou duas noites em que não consigo deixar de pensar no problema e no que de pior pode acontecer - mas sem jamais perder o sono, ainda bem - até que a distância, e falar sobre o assunto - minha modalidade terapêutica preferida - me façam ver que as coisas não são assim tão complicadas. Só que - com isso - desperdicei uns dois dias da minha vida angustiado sem necessidade.

Achei que isso fosse uma circunstância da vida, uma das atribuições que recebemos quando crescemos, sei lá. Mas percebi que não é bem assim. Aliás, não é nada disso.

A culpa é minha.

Sou eu que sou ansioso, tenso, preocupado.

Ou não.

Até.

Nenhum comentário: