quinta-feira, junho 14, 2012

Cotas raciais / sociais


Honestamente, eu ainda não tenho uma ideia completamente formada sobre o assunto das cotas raciais e/ou sociais. Entendo que é justo que os negros - e a História, aquela com agá maiúsculo, é clara nas razões para isso - tenham acesso de forma digamos facilitada nas Universidades Federais. É a questão da dívida social e histórica. Não há o que discutir sobre esse ponto.

Assim como quem estudou em escola pública - teoricamente de qualidade inferior às privadas - por não ter como pagar uma escola particular também tenha acesso à Universidade pública e gratuita é justo do mesmo modo. Não consigo achar isso errado.

Por outro lado, o argumento é que esse "privilégio" tiraria a vaga de estudantes que se prepararam muito e que - tendo ido muito melhor que os cotistas - ficariam fora da Universidade. Seria uma injustiça para corrigir outra. Complicado.

Sem falar no argumento de alguns de que os cotistas se tornariam profissionais de baixo nível. Já li em algum lugar a pergunta "Você aceitaria ser tratado por um médico cotista?". O que comentei na época é que eu consultaria com um médico em que eu confiasse, que fosse competente. A forma pela qual ele teria entrado na Universidade não faria a menor diferença. Reafirmo isso. Até porque já vi alunos que foram os melhores no vestibular tornarem-se péssimos médicos ou mesmo abandonarem a profissão, enquanto colegas que entraram em segunda ou terceira chamada se tornarem excelentes profissionais.

Não havia pensado mais nisso, até que hoje - ao ler o jornal - me dei conta de que eu teria sido um cotista. Poderia ter cursado a Universidade pública e gratuita por ter estudado toda a minha vida em escola pública. Não o fiz porque não existia essa política na hora.

Enquanto cotista, eu seria um médico pior que sou hoje?

Ponto.

Até.

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