Estou de volta.
Ainda em recuperação, com alguma dor, mas definitivamente bem. Como quase todos por aqui sabem, em 14 de outubro me acidentei de bicicleta, o que resultou em escoriações diversas, uma fratura do processo estiloide do rádio à D, com imobilização e posterior cirurgia para colocação de uma placa fixada com alguns parafusos. Foi a segunda cirurgia ortopédica / traumatológica do ano, pois em março eu havia passado por uma correção de hérnia de disco lombar.
Estou me desmanchando, se quiserem, podem dizer...
O acidente ocorreu em um sábado pela manhã logo cedo, perto de casa. O período entre sair de casa, cair, levantar e voltar para casa pedalando foi de aproximados 19 minutos. Sei por que está registrado no aplicativo do celular que uso para registrar o exercício, não porque eu lembre.
Porque eu não lembro.
Tenho alguns flashs de cair e de largar a bicicleta no lugar dela na garagem, e subir no elevador com o rosto sangrando (os óculos de proteção protegeram os olhos, mas machucaram o rosto...). Entrei em casa, a Jacque veio me ver, perguntou o que havia ocorrido e respondi que havia caído, mas estava tudo bem. As perguntas seguintes, contudo, foram motivo de preocupação, afinal eu não sabia/lembrava como havia caído, se alguém havia me ajudado ou – pior – o que havia acontecido com minha bicicleta. Assim que ela fez essa última pergunta, dei as costas e voltei até a garagem para encontrar a bicicleta em seu lugar, praticamente intacta.
Como havia esse período de amnésia (não lembrava como voltara para casa, que foi pedalando, me contaram) decidimos ir verificar no hospital se estava tudo bem. Avaliação neurológica, ressonância crânio, curativos, tudo certo. RX de punho direito: fratura do processo estiloide do rádio antebraço direito. Colocada tala gessada até acima do cotovelo. Tempo de recuperação: seis semanas.
Um transtorno, sob diversos pontos de vista.
Não consigo, olhando agora retrospectivamente, fazer um ranking do maior para o menor transtorno. Várias atividades ficaram prejudicadas pelo acidente: as mais óbvias, claro, desde não poder dirigir (e toda a logística envolvida em levar e buscar a Marina em diferentes lugares), não poder fazer atividades físicas, não tocar (e tinha show agendado para duas semanas depois do acidente) até as dificuldades do dia a dia, no hospital, no consultório e em casa, para tomar banho e me vestir.
Transtorno também para a Jacque, evidentemente.
Não deixei de trabalhar, exceto na segunda-feira após o acidente, quando ainda estava me recuperando (eu parecia saído de uma luta de MMA). A partir da terça-feira (terceiro dia após) já voltei ao trabalho, com todas as dificuldades de digitar computador com uma mão apenas e lidar com atividades que requeriam alguma destreza manual. Não tive ainda maiores problemas porque sou ambidestro e escrevo com a mão esquerda. Claudicante, modo e dizer, segui em frente.
Na terça-feira após o acidente, no dia em que voltei ao trabalho, tive consulta com especialista em mão (e punho), que acho – em princípio – que o tratamento seria mesmo conservador, mas pediu uma tomografia para verificar. Fiz naquele dia mesmo e mostrei a ele três dias depois: teria que fazer cirurgia, para garantir a recuperação completa. Placa e parafusos. Tudo certo, vamos para a cirurgia, pensei. Seria a segunda do ano...
Como naquele final de semana eu iria para São Paulo, para a Convenção dos franqueados da School of Rock Brasil, da qual me tornei recentemente sócio da unidade de Porto Alegre, o fato de ter sido trocada a tala gessada por uma versão que ficava abaixo do cotovelo melhorou minha vida muito. Fomos o Thiago, meu sócio, o Tchê Gomes, Diretor Musical e eu. Além das milhares de explicação que dei, foi um final de semana bem legal.
Como na semana que começava a Jacque iria para um congresso e no final da mesma teríamos o show de temporada da School, combinamos que a cirurgia seria na segunda-feira, dia 30/10. Não iria tocar, evidentemente, mas nada me impediria de participar... imprudentemente (ou não), eu cantei no show... eu gostei! Com o detalhe que em meio ao público, em um momento em que não estava no palco, enquanto conversava com um amigo, o cachorro que ele segurava na coleira se enrolou em minha volta, eu não vi e, quando fui caminhar, caí no meio da rua. Dor lancinante, e a impressão de que a tala havia quebrado. Um susto apenas, era a minha impressão, mas só teria certeza na manhã seguinte, quando da internação para a cirurgia.
Impressão essa que se confirmou no novo RX que fiz ao chegar no hospital. A cirurgia correu bem, e no final do mesmo dia já estava em casa, com meu braço direito “morto”, devido ao bloqueio feito para a realização do procedimento. Para evitar dor, me “entupi” de analgésicos, o que, se por um lado, impediu que eu tivesse dor, por outro levou a uma colite (ou tive o azar de pegar uma gastroenterite) que se abateu sobre mim justamente quando estávamos chegando para passar o feriado em uma fazenda isolada de tudo, o que é outra história...
Evoluí bem, na última terça-feira, dia 14, quando completou um mês do acidente, foram retirados os pontos da cirurgia e fui liberado de usar a tala removível que vinha usando, além de ser liberado para voltar a tocar. Não comentei com o cirurgião que na véspera já havia feito aula normalmente... Na terça-feira mesmo, poucas horas após a liberação, já ensaiei com a banda iniciando a preparação para os shows de verão.
Antes, e em paralelo, fisioterapia, evidentemente.
Seguimos.
Até.
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