domingo, maio 17, 2009

A Sopa 08/41

Ainda o passado.

Como quem lê essa Sopa há algum tempo sabe, sou uma pessoa que, de tempos em tempos, fala do passado. Lembranças de outros tempos, episódios pitorescos, histórias de viagens, pessoas que foram embora ou não, o tempo que passou é uma fonte rica e quase inesgotável de assuntos. Mas isso pode passar ao leitor mais desavisado a idéia de que sou bem mais velho do que realmente sou e de que vivo de lembranças.

Nada a ver, e ao contrário.

Vivo cada vez mais o presente, e – apesar de planejar o futuro – procurar dar um passo de cada vez. O passado, como todos sabem, é referência, em alguns casos é saudade, e quase sempre são boas histórias para contar. Então, de forma alguma cultuo o passado. Nem o futuro me assusta. Falo isso e penso em coisas que mudaram nesses últimos vinte anos, por exemplo.

Há vinte anos eu já estava na faculdade de medicina, e isso dá um parâmetro de que “não cozinho mais na primeira fervura”. Naquela época, ainda não existiam os DVDs (que seriam criados em 1995), e os CDs estavam começando a se popularizar. Ainda ouvia discos de vinil e usava máquina de escrever. Aliás, no curso técnico que fiz no segundo grau em operação de computadores tínhamos aula de mecanografia, com máquinas de escrever. E ainda não existia o Windows!

Foi em máquina de escrever que comecei a escrever minhas primeiras histórias, inicialmente ficção (pequenos contos e crônicas) e depois o projeto nunca realizado de escrever um livro contando a minha experiência de quase morte, que ocorreu em 1990, quando estava no segundo ano do curso de medicina. Iniciei algumas vezes, mas nunca foi a adiante.

Acho que queria escrever para não esquecer o quê nem como havia acontecido, as pessoas e os eventos circundantes a isso; o depois, imediato e tardio. Ledo engano: apesar de nunca ter escrito a história até o seu final (talvez porque não tenha terminado) lembro até hoje de tudo, em detalhes. Não se esquece uma história dessas.

Por que lembrei isso agora?

Porque estava lembrando o tempo em que escrevia em máquina de escrever, uma Olivetti portátil que era dos meus pais e assumi como minha, e foi onde escrevi – como já disse – minhas primeiras histórias. E lembrei – como invariavelmente acontece - de muitas outras histórias, de outros anos e outros carnavais, de turmas que não se reúnem mais por falta de tempo e iniciativa, de amigos que moram longe, porque foram ou porque ficaram, mas lembrei, acima de tudo, que, por mais que tenha boas histórias para contar, as melhores ainda estão por ser escritas.

Com os amigos, sempre com os amigos.

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Falando em amigos, e não vou citar nomes, digo que quero alcançar sucesso semelhante a esse casal que atualmente trabalha em Porto Alegre e tem sua residência de final de semana em Buenos Aires, para onde vão sempre que os compromissos deixam. E que estavam lá por esses dias para comemorar mais um aniversário de casamento.

Felicidades aos dois.

Até.

Um comentário:

Anônimo disse...

Os amigos mostram sinais de vida, lembram que pegaram uma doença completamente contagiosa desse editor e sua estimada esposa e reafirmam o desejo de continuar viajando juntos e agora com o novo membro mirim integrante desse grupo. Pedro & Zéca.